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sábado, 14 de outubro de 2017

PRAIA ANOS 70



 
A praia dos anos 70 podia ser assim: todos sentados ou deitados sobre toalhas ou esteiras, a bolsa da PANAM com os apetrechos de praia (pasta de Lassar para o nariz, Rayito de Sol para bronzear). O dinheiro ia numa bolsinha ou preso na lateral do calção.
Cada um levava sua própria barraca, os homens iam de camisa de manga curta, de botões, como se pode ver em cima da barraca (ninguém ia para a praia sem camisa), as mulheres com seus “saídas de praia”, biquinis bem comportados.
Os fotografados seriam chamados de “farofeiros”? Afinal, estavam com caixa de isopor, garrafa térmica, um litro de Old Eight, radinho de pilha e ainda jogavam “xadrez chinês”.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

RUA POMPEU LOUREIRO

 
Esta foto mostra a Rua Pompeu Loureiro, em Copacabana, estando o fotógrafo na esquina da Rua Barão de Ipanema, à esquerda.
A rua à direita é a Travessa Santa Leocádia, onde se situava o Curso Infantil de Dona Eva Levy, uma boa escola de Jardim de Infância e Curso Primário, cuja maioria de alunos continuava os estudos no Colégio Santo Inácio ou nas escolas católicas femininas como o Sion ou o Sacré-Coeur.
No alto da ladeira que era a Travessa Santa Leocádia, ficava um condomínio famoso, cuja história é contada pelo Andre Decourt em http://www.rioquepassou.com.br/2012/08/20/condominio-santa-leocadia-a-nova-vitima-da-especulacao-imobiliaria/
Na esquina da Pompeu Loureiro com a Travessa Santa Leocádia, o assacu com muitos anos de vida, que vemos à direita, causou um reboliço tremendo quando a Prefeitura resolveu retirar esta famosa árvore querida por todos os vizinhos. Foi uma comoção. O assacu ficava no terreno de uma grande casa, que se transformou num edifício.
A Pompeu Loureiro também foi palco de um rumoroso caso policial no final dos anos 50, quando houve o sequestro de um aluno do Colégio Barilan, no nº 48 da Rua Pompeu Loureiro.
Nesta época da foto a Rua Pompeu Loureiro dava mão do Corte do Cantagalo para a Rua Constante Ramos, antes da abertura do túnel Major Rubem Vaz em 1962/1963. Até então o trecho entre a Constante Ramos e o morro era sem saída.
Na foto vemos, ao fundo, à esquerda, o Quartel do Corpo de Bombeiros de Copacabana que se mantém lá até hoje, entre as ruas Bolivar e Xavier da Silveira, junto à Praça Eugenio Jardim.
A Rua Pompeu Loureiro possuía belíssimas mansões que, com a especulação imobiliária, se transformaram em edifícios altos. Além da Santa Leocádia a Rua Pompeu Loureiro tem, entre ela e o morro,  a Travessa Emilio Berla e a Travessa Frederico Pamplona, onde ficava a Casa de Saúde Arnaldo de Morais (hoje Hospital São Lucas).

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

IGREJAS




 
Hoje temos um desafio: as fotos mostram igrejas  na Pavuna, em Bangu e em Campo Grande.
Quem poderia fazer comentários sobre elas?

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

BONDE LAPA - CANCELA



Vemos três fotos do bonde 36, Lapa-Cancela, cujo itinerário era: Largo da Lapa - Mem de Sá - Santana - Benedito Hipólito – Marquês de Pombal - Praça. 11 - Presidente Vargas (lado ímpar) - Francisco Bicalho - Francisco Eugênio - Figueira de Melo - Campo de São Cristóvão – São Luiz Gonzaga – São Januário - General Bruce. Os números de ordem dos bondes eram 438, 452 e 447.
Na primeira foto podemos ver no bonde o anúncio da "Liquidação Azul", do Magazin Segadaes (Rua Uruguaiana nº 23-25). No abrigo de bondes o tradicional anúncio do "Dragão da Rua Larga" (Rua Larga/Marechal Floriano nº 193) e da "Loção Xambu" (seu anúncio dizia: “Caspa! Cabelos brancos! Use Loção Xambú – Cabelos brancos ou grisalhos voltam à sua cor natural. Elimina a Caspa. Êxito garantido”. Laboratório Rua 24 de Maio nº 254). Mais acima o "Seu dia chegará - Loteria Federal" e, à esquerda, ao fundo, um anúncio de "Cinzano". Todos conseguem ver o anúncio da Coca-Cola?
O motorneiro posa para a foto, enquanto o condutor responde à pergunta da jovem senhora elegantemente vestida. Essa linha 36 - Lapa x Cancela era muito antiga, mas inicialmente tinha o número 52.
O bonde, nesta primeira foto, está na simpática estação na Lapa e servia os alunos do Colégio da ACM, que ficava na Rua da Lapa nº 86, com conta o J.E. Silveira. No lado oposto desta foto, existia um quiosque que vendia uma água mineral gasosa servida geladíssima, que era quase um ponto de parada obrigatório nos dias de mais calor. A água era servida naqueles copinhos cônicos iguais aos das carrocinhas de mate ou laranjada.
Na terceira foto vemos um engarrafamento de bondes, liderados pelo 36 - Lapa-Cancela, tendo atrás o 56 – Alegria e o 59 – Pedregulho. Seria falta de eletricidade?

terça-feira, 10 de outubro de 2017

PONTE DO JARDIM DE ALÁ


 
Hoje temos duas fotos da ponte que une a Rua Prudente de Morais à Rua San Martin, sobre o canal do Jardim de Alá. Ambas são de 1958, ano de inauguração desta ponte.
Leblon e Ipanema são unidos por cinco pontes: a de 1918 (une a Vieira Souto à Delfim Moreira), a de 1938 (une a Visconde de Pirajá à Ataulfo de Paiva), a de 1958 (une a Prudente de Morais à San Martin), a da década de 60 (une a Epitácio Pessoa à Borges de Medeiros) e a última, deste século, que une a Redentor à Humberto de Campos (foi construída durante as obras do Metrô, provisoriamente, mas parece que vai ser definitiva).
Na primeira foto de hoje o fotógrafo olha para Ipanema e na segunda para o Leblon.
A propósito da primeira foto o prezado Zé Rodrigo escreveu: “Estamos olhando para Ipanema. A casa com estilo meio normando, com aquela pequena torre, era a casa de minha avó. A casa que nasci era ao lado, de frente para a Prudente.
O aviador Charles Lindbergh, quando esteve aqui no Rio, foi recebido na casa em frente à casa de meus pais, que era de um coronel cujo nome a memória apagou, mas no mesmo local hoje existe um prédio com o nome da esposa deste coronel.
Logo após a abertura da ponte para o Leblon ocorreram diversos acidentes na nova esquina que tinha sido criada - Prudente com Epitácio. Minha casa por diversas vezes foi transformada em enfermaria, com pessoas ensanguentadas aguardando os primeiros socorros que, acho eu, naquela época demoravam a chegar.”
Destaque para os postes, que o Decourt  assinala que “são do tipo dos usados na Esplanada do Castelo e uma versão um pouco menor dos da Av. Atlântica (reparem que o desenho é o mesmo, mas a base é um pouco menor e a seção intermediária, a parte tubular, bem mais curta.”
Na época das fotos o Jardim de Alá era um local que atraía centenas de pessoas nos finais de semana, em suas praças, que iam da beira da praia até a Lagoa. Faziam sucessos os cavalinhos de aluguel, charretes, carrinhos puxados por bodes, que ficavam no trecho entre a San Martin e a Ataulfo de Paiva. O Jardim de Alá, inaugurado em 1938, engloba três praças: Almirante Saldanha da Gama, Grécia e Paul Claudel. Era local para piqueniques e brincadeiras das crianças, num ambiente muito agradável. Durante certo tempo havia barcos por lá, mas as gôndolas prometidas pela Prefeitura não vingaram.
Destaque na segunda foto é aquele prédio, à direita, ao fundo, na esquina da Rua Almte. Pereira Guimarães. Continua lá, firme e forte.
Já o Jardim de Alá, continua lá, mas bastante abandonado.
 

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

SANTA TERESA




 
As duas fotos de hoje são de Santa Teresa e contei com a colaboração do Dieckmann na tentativa de identificação.

A primeira mostra a Ladeira Frei Orlando, logo após o cruzamento com a Rua Paula Mattos. Lá embaixo, no asfalto, está a Rua Riachuelo, esquina com a Rua do Senado, que ali começa. Um Chevrolet 51, de praça, e a Hudson branca são  os carros mais novos, o que permite estimar a data como meados dos anos 50.

A segunda foto permanece sem a localização exata. Parece ser uma construção abaixo do nível da rua principal, como alguns trechos da Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino. Quem saberia informar o local e mais sobre este prédio?

domingo, 8 de outubro de 2017

DOMINGO NA PRAIA DA BARRA


 
As fotos mostram uma ida à praia na Barra da Tijuca nos anos 70.
Um programa sensacional, aguardado com ansiedade por toda a família, pela fama daquelas praias de mar aberto, numa região ainda pouco conhecida. Os preparativos se iniciavam na véspera com consulta à previsão do tempo e o preparo do farnel.
No domingo de manhã nunca se consegue sair no horário, seja por alguém que dormiu demais, seja porque a comida não ficou pronta.
Todos, então, se dirigem para o carro, já com as primeiras discussões das crianças sobre quem vai na janela, quem vai no meio. Enfim, a partida.
Mal virada a esquina há que voltar, pois a esposa não tem certeza se desligou o gás ou se apagou as luzes e fechou as janelas. Tudo estava nos trinques, pode-se partir rumo ao posto de gasolina para encher o tanque.
A ida foi pela Av. Niemeyer, onde certamente o trânsito seria tranquilo naquela hora (como podemos ver na foto 2). Começam então as perguntas, constantemente repetidas: falta muito? Chegando à Barra um engarrafamento monstruoso, como o que se vê na foto 1. Após quase uma hora para andar poucos quilômetros, a batalha para se conseguir um local para estacionar. Afinal, uma vaga. Foi tal a dificuldade que o marido nem se aborrece muito com a extorsão do flanelinha.
Colocado aquele protetor de sol no para-brisa dianteiro e também no traseiro, todos para a areia. Mal conseguiram colocar a barraca e as crianças já pararam o sorveteiro, que cobra três vezes o preço normal. Ainda bem que há comida no isopor, bem como refrigerantes e cervejas. Pasta de Lassar no nariz, Rayito de Sol pelo resto do corpo.
Mamãe recomenda aos pimpolhos muito cuidado, pois as ondas estão fortes. A briga que era pela janela no carro agora é pela bóia de câmara de ar. Por fim faz-se um sorteio e quem perdeu nem quer entrar na água e fica emburrado sentado junto à barraca.
A água está gelada, as ondas fortíssimas, a praia cheia, a esposa leva uma bolada de frescobol, reclama, mas o marido deixa prá lá ao ver o tamanho dos jogadores.
Voltando para a barraca a família observa que tinham estendido toalhas quase dentro da barraca deles. Nova discussão, chega prá lá, chega prá cá, “mal-educado”, “grosso”, “esse pessoalzinho”, insultos vão e vêem.
Por fim a hora de ir embora. Alguém esqueceu a sandália e a areia queima os pés. O baldinho com água para lavar os pés chega quase vazio na calçada. Junto do carro, o flanelinha já desapareceu e um pneu está furado. Palavrões! Troca-se o pneu, entram no carro cuja temperatura interna está em uns 60º C. Nova briga para ver quem vai na janela. O pai histérico porque não lavaram os pés nem colocaram toalhas nos bancos, molhando o estofamento. Como não havia ar-condicionado as janelas são abertas e um bafo quente entra.
Mal saem da praia a esposa começa a reclamar do jeito que o marido olhou a vizinha de barraca, a morena de biquíni mínimo. Começa então a grande discussão do dia, entre marido e mulher. As crianças, no banco de trás, cansadas e irritadas, se estapeiam. Para culminar o rádio transmite a derrota do Flamengo.
Por fim chegam em casa e há um caminhão estacionado na porta da garagem que impede a entrada e nenhuma vaga na rua.
Um domingo perfeito!