Total de visualizações de página

sábado, 4 de novembro de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: SOBRE TRILHOS

 
Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”.
E de lá sai esta foto de uma manobra do tempo dos trilhos de bondes.
Como muitas ruas eram de paralelepípedos ou tinham o asfalto esburacado, o grande macete era dirigir com os pneus sobre os trilhos dos bondes.
Na Zona Sul eram de paralelepípedos nos anos 50, por exemplo, a Visconde de Pirajá, a Ataulfo de Paiva, a Siqueira Campos, entre outras.
Na foto vemos um automóvel fazendo isto, em 1962, na Avenida Rodrigues Alves.
O grande risco era fazer isto em dias de chuva, pois derrapava muito.
______________________________________________________________________
GRANDE NOTÍCIA!
O “site” FOI UM RIO QUE PASSOU, do Andre Decourt, voltará ao ar em breve.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

AVENIDA ATLÂNTICA


 
Hoje temos duas fotografias garimpadas pelo Nickolas Nogueira, ambas da Praia de Copacabana.
A primeira, colorida, mostra a região vizinha à Rua Princesa Isabel (que foi tema aqui no “Saudades do Rio” recentemente:
Esta foto é dos anos 50, confirmada pela presença de um Chevrolet 1951, identificado pelo Biscoito Molhado.
A segunda, em preto & branco, é dos anos 30 (vejam que os postos de luz no centro da Avenida Atlântica, retirados em 1938, ainda estão lá). Vemos um agradável passeio numa manhã de domingo.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

FINADOS



 
Hoje, dia de Finados, é dia de grande movimentação nos cemitérios, como mostram as duas fotos na entrada do Cemitério do Caju nos anos 70. A primeira foto é do Cemitério de São João Batista na primeira metade do século XX.
É curioso observar como os costumes mudaram: antigamente neste dia as emissoras de rádio só tocavam música clássica, não havia eventos esportivos, os cinemas não funcionavam. Hoje é um dia normal, onde a maioria se aproveita do feriado para o lazer.
E em homenagem aos que já se foram aí vai o poema de Wystan Hugh Auden - "Four marriages and a funeral":
 
Stop all the clocks, cut off the telephone,
prevent the dog from barking with a juicy bone,
silence the pianos and, with muffled drums,
bring on the coffin, let the mourners come.
 
Let aeroplanes circle mourning overhead,
scribbling on the sky the message: he is dead.
Put crepe-bows round the white necks of the public doves,
let the trafic policeman wear black cotton gloves
 
He was my North, my South, my East and West,
my working week, my Sunday rest,
my noon, my midnight, my talk , my song.
I thought that love would last forever; I was wrong.
 
The stars are not wanted now, put out everyone.
Pack up the moon, dismantle the sun.
Pull away the ocean and sweep up the wood
for nothing now can ever come yo any good.
 
Pare os relógios, cale o telefone
Evite o latido do cão com um osso
Emudeça o piano e que o tambor surdo anuncie
a vinda do caixão, seguido pelo cortejo.
 
Que os aviões voem em círculos, gemendo
e que escrevam no céu o anúncio: ele morreu.
Ponham laços pretos nos pescoços brancos das pombas de rua
e que guardas de trânsito usem finas luvas de breu.
 
Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste
Meus dias úteis, meus finais-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, minha fala e meu canto.
Eu pensava que o amor era eterno; estava errado
 
As estrelas não são mais necessárias; apague-as uma por uma
Guarde a lua, desmonte o sol
Despeje o mar e livre-se da floresta
pois nada mais poderá ser bom como antes era.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

MATA-PAULISTA




As fotos de hoje mostram o Túnel Novo e o famoso “mata-paulista”, o bonde que vinha na contra-mão.
Copacabana era um grande areal praticamente desabitado até o final do século XIX, quando se iniciou o serviço de bondes, com a abertura do Túnel Alaor Prata (o Túnel Velho), em 1892, e o Engenheiro Coelho Cintra (o Túnel Novo), em 1906. Foi inaugurado como “Túnel Carioca”, mas era conhecido como “Túnel do Leme” até receber o nome atual em 1937.
A outra galeria do Túnel Novo, a Marques Porto, só em 1949.
Para incentivar o uso de bondes para visitar Copacabana a Cia. Jardim Botânico imprimiu no verso dos cupões de passagem alguns versos, logo apelidados pelos cariocas de "Conselhos de Higiene Poética":
"Pedem vossos pulmões ar salitrado?
Correi antes que a phtisica vos algeme,
Deixae do Rio o centro infeccionado,
Tomae um bonde que vá dar ao Leme.”
 
“Teve em Copacabana a Natureza,
Ao faze-la, tais mimos, tal riqueza,
Que nada nos deixou a desejar.”
 
“Entediados, deixae teatros e ceias,
Ide fitar-lhe as rochas e as areias,
 E ouvir o oceano em noites de luar!”
 
“Graciosas senhoritas, moços chics,
Fugi das ruas, da poeira insana.
Não há logares para pic-nics,
Como em Copacabana.”
 
“Elegante moçaime do alto amor!
'Dandys' de fina luva e bom havana!
Para um 'flirt' não há ninho melhor
Do que em Copacabana.”    
 
“Noivos que o céu gozais em pleno juízo,
Almas que a mágoa nem de leve empana,
Quereis de vossas noivas no sorriso
Ler a maior felicidade humana?
Prometei-lhes morar num paraíso Róseo – em Copacabana.”   
“Viveis do sonho? Ide enlevar em cismas  
A alma que em vossos corações se aninha:
Vereis a vida por estranhos prismas 
Sobre os rochedos pardos da Igrejinha.”
 
“Ide a Copacabana  
Espairecer sobre as areias lisas.
Ali, esquecereis da vida humana 
O fel travoso, que rebaixa e dana,
Ao perpassar das salitradas brisas.”
 
“Ó pais que tendes filhos enfezados,
Frágeis e macilentos e nervosos,
 Afastai-os da manga e da banana.
À beira-mar! Aos ares salitrados!
E heis de vê-los rosados e viçosos.
Para Copacabana!"

terça-feira, 31 de outubro de 2017

BONDE 13 NO BAR ZEPPELIN



 
Na primeira foto vemos o Bar Zeppelin, que ficava na Rua Visconde de Pirajá nº 499, em Ipanema, onde funcionou de 1937 a 1968. Tinha mesas de madeira, forradas com toalhas brancas, cadeiras de palhinha e paredes chapiscadas de verde. O dono, o austríaco Oskar Geidel, escolheu o nome do bar em homenagem ao Graf Zeppelin. Oskar foi trapezista do Circo Sarrazani e garçon do Clube Caiçaras.
O bar foi depredado por uma turma comandada por João Saldanha, quando o Brasil declarou guerra à Alemanha, em 1942. Oskar reconstruiu o bar e manteve o nome. Era famoso o seu chope geladíssimo e, também, o pato com maçã.
Pois foi no dia 01 de março de 1963, quando estava prevista a extinção da linha de bonde 13, Ipanema, que a turma frequentadora do Bar Zeppelin resolveu fazer a “despedida” do bonde.
O 13 trafegava por todo o bairro, indo até quase a fronteira com o Leblon, o Bar Vinte, vindo desde o Tabuleiro da Baiana.
Vemos, na segunda e na terceira foto, o bonde 13 nesta sua última viagem, parado na frente ao Zepellin por membros da Sociedade dos Amigos do Bonde Ipanema, criada no Bar Zeppelin. Faziam parte deste grupo Millor Fernandes, Paulo Mendes Campos, Aracy de Almeida, Lucio Rangel, Otelo Caçador, Luiz Reis (o Cabeleira), Haroldo Barbosa (o Pangaré), Flávio de Aquino, Edelweiss, Liliane, Willy Keller e outros.
Pouco depois das 22 horas lá vinha o bonde, balançando pela Rua Visconde de Pirajá quando a viagem foi interrompida e o motorneiro Argemiro Cardoso dos Santos foi convidado para um chope. Veio um fiscal da Light, mas foi subornado com uísque e chope gelado e acabou aderindo à bagunça.
Como o número de ordem do bonde era 1908, o pessoal aproveitou e jogou o número no bicho e deu 908 na cabeça, grupo da águia, belo símbolo para uma lembrança eterna, que ficará sobrevoando o bairro-poesia da Guanabara.
A birra do pessoal da Sociedade dos Amigos do Bonde Ipanema com os novos ônibus elétricos era tanta que fez um memorial:
“Circula chifrudo ônibus elétrico! Mas nenhuma criança de coração puro tomará sua carona, pois levará um bárbaro choque. O Ipanema jamais daria um choque numa criança. E ninguém brincará carnaval no seu estribo, pois nem estribo você tem. E muito menos sensibilidade poética para conduzir uma morena de maiô, com uma rosa na mão, pois gente de maiô é proibida de entrar em você...”
Na segunda foto consegui identificar à direita o Otelo Caçador, de branco a Aracy Almeida, atrás dela o Haroldo Barbosa e de roupa escura, ao lado do fiscal, o Luiz Reis. Seria o Lucio Rangel o de cabeça branca?

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

AVENIDA ATLÂNTICA



 
A primeira foto, de J. Medeiros, mostra uma vista aérea do trecho da Avenida Atlântica nos anos 50, nas vizinhanças do Copacabana Palace. Podemos ver, à esquerda do hotel, após a piscina, um terreno vazio onde seria erguido o conhecido edifício Chopin, junto com seus “irmãos” Prelúdio, Balada e Barcarola. Para isto acontecer parte da Pedra do Inhangá foi demolida.
A segunda foto mostra o anúncio de lançamento do edifícios Chopin, Prelúdio, Balada e Barcarola, na Av. Atlântica nº 1782 em Copacabana. Os edifícios foram inaugurados em 1956 e, principalmente o Chopin, se tornaram um endereço badalado no Rio.
Na terceira foto, do acervo do Correio da Manhã, vemos a Avenida Atlântica com obras junto à calçada da praia e, ao fundo, uma placa no alto do tapume dizendo “Edifícios Prelúdio e Balada – Últimos apartamentos”. O projeto destes edifícios é do arquiteto Jacques Pilon.
Já em 1951 um anúncio do Correio da Manhã, dizia: "Avenida Atlântica – Edifício Chopin. Vendo apartamento de alto luxo em início de construção, com frente para a Avenida Atlântica e Copacabana Palace; grandes salas, 4 quartos, 3 banheiros sociais com box, toilette, copa, cozinha, 2 quartos de empregados com W.C., grande área de serviço com 2 tanques, armários embutidos, grande jardim de inverno envidraçado, galeria de entrada, garage, etc. Preço: Cr$ 2.600.000,00.”

domingo, 29 de outubro de 2017

PRAIA DE IPANEMA





Neste domingo vemos fotos da Praia de Ipanema nos anos 50.
 
Tempos da missa na igreja de N. S. da Paz, do frei Leovigildo Ballestieri, de comprar doce na Casa Oliveira, de brincar na praça General Osório (ainda sem a feira hippie), buscar  o almoço na Veronese.
 
Um pulo no Jardim de Alá para andar nos cavalos de aluguel ainda de manhã e, à tarde, um sorvete no Morais após o lanche n Bob´s.
 
De noite assistir o Rin-Tin-Tin, esperar pelos filmes (não havia vídeo-tape) dos gols da rodada no Canal 6 e depois colocar no Canal 13, TV Rio, para assistir o TV Rio Ring e a Resenha Facit.