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sábado, 11 de julho de 2020

PEDREIRAS 13

Foto de Luiz D´.
Vemos o grande aterro feito no final dos anos 60 para a duplicação da Av. Epitácio Pessoa e a construção do viaduto Augusto Frederico Schimidt. A pedreira (à direita) já estava desativada, com tapumes separando-a da rua.

Foto de Luiz D´
Ao fundo vemos a Praça Corumbá (acho que antiga Praça Nicarágua) junto ao Corte do Cantagalo. Ali ficava a casa do Felinto Muller e até hoje fica a casa da Fundação Eva Klabin.

Foto de Luiz D´
A nova pista da Av. Epitácio Pessoa em final de construção.

Foto de Luiz D´
Vemos o tráfego na nova pista e, ao fundo, as instalações da concessionária de veículos que ocupou o espaço da pedreira.

Foto de Luiz D´
Começava o trabalho de ajardinamento em frente ao Corte. Muito mais área ainda seria aterrada. Ali seria construída a praça atual.

Foto de Luiz D´
Vemos o início do ajardinamento da orla da Lagoa.


Foto de Luiz D´
Esta foto é ainda da fase final dos trabalhos.
Foto de Jayme Derenusson
O aspecto atual da Lagoa, com os enormes prédios de apartamentos.

Foto de Jayme Derenusson
O progresso chegou.
Encerrando a série das pedreiras vemos a Pedreira da Lagoa a partir de 1970. Com a duplicação da Av. Epitácio Pessoa e a construção do viaduto Augusto Frederico Schmidt a pedreira foi desativada.

Como vemos nas primeiras fotos inicialmente colocaram um tapume diante da pedreira. Mais adiante um pouco ali foi instalada uma revendedora de automóveis da Volkswagen, acho que a Auto-Modelo.

No mesmo local funcionaram mais adiante uma concessionária Honda, de motos, e a Lagoa S/A, revendedora Ford. O AG, saudoso comentarista do SDR, contou sobre um excelente anúncio de oportunidade feito para esta revendedora Ford pelo Helio Kaltman. No dia da renúncia do Nixon, a Lagoa S/A saiu na manhã seguinte com o anúncio: "Faça como os americanos. Troque por um Ford". 

Para finalizar um agradecimento ao Carlos P. de L. de Paiva idealizador desta série.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

PEDREIRAS 12






Hoje vemos a primeira das duas postagens sobre a Pedreira da Lagoa que ficava na Av. Epitácio Pessoa no trecho entre o Corte do Cantagalo e a Favela da Catacumba.

Inicialmente vemos duas fotos de Malta, de 1920 e 1921, mostrando a construção da Av. Epitácio Pessoa (antigos Caminho do Caniço, Avenida Ipanema e Avenida Rodrigo de Freitas).

A foto do alto do Morro do Cantagalo é do Rock-rj, antigo comentarista do SDR.

As outras fotos são das décadas de 50 e 60 quando a pedreira, entre o Corte do Cantagalo e a Favela da Catacumba, funcionava a pleno vapor. Nesta época o tráfego era interrompido todos os dias, por dez minutos, às 10h e 16h, para explosões de dinamite.

Na ocasião das fotos dos anos 50 e início dos anos 60 o endereço da pedreira era Av. Epitácio Pessoa nº 1036 (em meados dos anos 60 houve a mudança da numeração desta avenida).

Amanhã veremos fotos da década de 70 em diante, com a mudança do aspecto desta região com a duplicação da Av. Epitácio Pessoa e a construção do viaduto Augusto Frederico Schmidt em frente ao Corte do Cantagalo.

PS: Segundo Pamplona & Mota, em “Vestígios da paisagem carioca”, os trabalhadores das pedreiras eram:

“Cavouqueiro ou Marroeiro” - responsável pela retirada de minério a marretadas.
“Lascador de fogo” – abria minas com explosivos.
“Pedreiro” - se dedicava à edificação.
“Macaqueiro” - fabricava “macacos”, nome dado aos paralelepípedos.
“Canteiro” - produzia pisos e ornamentações de cantaria.
“Feitor” – gerenciava as tarefas.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

PEDREIRAS 11





Seguindo com a série sobre as pedreiras do Rio antigo hoje vemos a Pedreira do Pasmado.

Nas fotos podemos vê-la em toda sua extensão. O material, entre outras destinações, foi usado para a construção da Av. Beira-Mar.

Instalações como o Pavilhão de Regatas, o Pavilhão Mourisco e atracadouro de barcos podem ser vistos.

Vemos ainda a chaminé da Companhia Assucareira, na Praia da Saudade nº 40-A.

A empresa ocupava o espaço da atual Praça General Leandro (mais conhecida como a pracinha da Lauro Muller).  

Assim "O Pharol" se referiu à Companhia Assucareira: "A nova dependencia da companhia representa um grande melhoramento para a industria assucareira, e sobretudo um louvavel exempo de tenacidade por parte da administração da empreza, que, segundo as informações que obtivemos, tem luctado com vantagem contra numerosos obstaculos. Fundada a 15 de novembro de 1883 com o nome de Companhia de Engenhos Centraes, na Parahyba do Norte e em Sergipe, e capital de 1500 contos, dos quaes apenas foram realizados cerca de 400, teve de reconstituir-se em 1891 como o nome de Companhia Industria e Construcção.  

Funcciona hoje com o nome de Companhia Assucareira e durante todo esse periodo da sua longa existencia, deve o seu progresso e constantes melhoramentos ao sr. Manoel de Mendonça Guimarães".Grande anúncio, também n´O Pharol, dizia "Grande Refinaria da Companhia Assucareira, movida à electricidade da Companhia Assucareira". Depósito Geral no Largo da Lapa nº 5. À venda nas importantes casas Barbosa Albuquerda, Rua do Rosário nº 55, e Teixeira Borges, Rua do Rosário nº 66."






quarta-feira, 8 de julho de 2020

PEDREIRAS 10








Hoje vemos a muito conhecida Pedreira do Inhangá. Eram três pedras: uma à beira-mar, outra, a principal parte, onde está a Sala Baden Powell (antigo Cinema Ricamar) e a terceira no quarteirão formado pela Rua Fernando Mendes, Av. N.S. de Copacabana, República do Peru e Av. Atlântica. 

Até mesmo as antigas linhas de bonde tinham que desviar o caminho do pedregulho. O bonde, que seguia pela Rua Min. Viveiros de Castro, entrava na Duvivier por causa da pedra, seguia pela Barata Ribeiro e pegava a Rua Inhangá para, finalmente chegar à N.S. de Copacabana.

As pedras começaram a ser cortadas nos anos 10 do século XX para a retificação da Av. Atlântica. Depois da construção do Copacabana Palace nos anos 20 foram ainda mais recortadas para a construção da piscina do hotel e, nos anos 50, mais ainda para a construção do Edifício Chopin.

Na época do desbravamento de Copacabana as pedreiras do Inhangá constituíam um grande obstáculo físico, separando de fato Copacabana do antigo Leme. Era a fronteira entre as duas praias. Hoje considera-se que o Leme comece na Av. Princesa Isabel. Somente no governo do Prefeito Henrique Dodsworth (1937-1945), com o aterro feito na orla próxima à Pedra do Inhangá, as duas praias passaram a ser contíguas.

Numa das fotos vemos um bonito postal colorizado com o aspecto de Copacabana por volta da década de 30. O hotel Copacabana Palace recém construído, em 1923, domina, imponente, toda a região.

Inhangá, nome tupi derivativo de "anhangá", corruptela de "anhõ", só; "angá", sombra, vulto, alma. Portanto, alma só ou alma sem corpo. 

O Copacabana Palace foi inaugurado em 13 de agosto de 1923, não tendo ficado pronto para a Exposição de 1922, conforme planejado. O projeto foi assinado pelo arquiteto francês Joseph Gire, inspirado nos hotéis Negresco e Carlton, na Côte D’Azur.

Em 1922 face à destruição da Av. Atlântica pelas ressacas foram feitas grandes obras sendo que a exploração da Pedreira do Inhangá necessitou de instalações de britador e perfuradores com motores electricos, compressores, transmissões electricas e linha de trilhos Deauville.

O JB, em 1925, noticiava que "a grande quantidade de pedra necessária ao serviço de reconstrução da Av. Atlântica será retirada da pedreira do Inhangá, local onde se faz mister um grande corte, para a abertura de um trecho da Rua Copacabana. Dessa conjugação de serviços resultará, para a Municipalidade, uma economia de algumas centenas de contos de réis, sendo feitas as duas obras com a verba necessária a uma delas, caso fosse feita isoladamente. Ahi estão installados um pequeno compressor de ar, typo Ingecsol, e um britador, estando quase concluídas as instalações accessorias necessárias aos serviços. Dado ao andamento das referidas instalações o engenheiro Dr. Hermano Durão, espera poder inicial-as dentro de 15 dias. A Municipalidade deseja, aproveitando a oportunidade, afastar a muralha para o lado do mar de sorte a crear uma praça em frente ao Copacabana Hotel, melhoramento esse que, ao que parece, está ainda dependendo de acordo com o referido hotel que, sendo grandemente beneficiado por ella, deverá oferecer alguma compensação á Municipalidade, pela majoração de despesas que esse melhoramento trará."

Um pedaço da Pedreira do Inhangá ainda pode ser visto no pátio da Escola Pedro Álvares Cabral, na República do Peru.

terça-feira, 7 de julho de 2020

PEDREIRAS 9

Vemos hoje algumas pedreiras de Laranjeiras e adjacências. 

Esta primeira foto foi feita de dentro do Paissandu Atlético Clube que ficava, então, em Laranjeiras.

Conta o sócio E. Pullen que vindo do mar em 1899 o campo do clube era situado no lado esquerdo do topo da Rua Paissandu. Suas fronteiras eram, ao Norte, um pedaço de terreno baldio que, depois, tornou-se o campo de Flamengo; ao Sul, a casa do Sr. De Lisle, gerente do London & River Plate Bank, que tinha um grande jardim; ao Leste, a Rua Paissandu; e a Oeste, a pedreira, que funcionava durante os dias de semana e impunha uma rotina constante de remover as pedras que, com a explosão, vinham parar dentro do clube.

De cada lado da estrada, havia duas fileiras de palmeiras e, à direita, havia outro terreno baldio coberto de mato, que servia como depósito de lixo. O campo deste lado era limitado por uma cerca de arame (que não era farpado). Protegendo a pedreira e separando-a do nosso campo havia uma valeta rasa e, ao lado, arame farpado.

Salvo engano esta pedreira era explorada pela firma Pacheco & Alves.



Pedreira do Catete. 
Pedreira da Rua General Glicério.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

PEDREIRAS 8




Seguindo com a série sobre as pedreiras, idealizada pelo Carlos Paiva, vemos hoje a pedreira da Urca.

A primeira foto, de Holland, mostra um aspecto da Urca no início do século XX. Após a Expo de 1908 os pavilhões desapareceram deixando um descampado arenoso, continuando-se com uma grande pedreira que era explorada por uma família de origem portuguesa, dispondo de uma velha concessão municipal para erguer um bairro residencial em suas terras.

Cerca de dez anos após a Expo de 1908, o Comendador Oscar Gama, apoiado pelo Prefeito Carlos Sampaio, fundou com alguns amigos a Sociedade Anônima Empresa Urca, dando forma ao que o "Voluntário da Pátria " Domingos Fernandes Pinto imaginara no século anterior, com a construção da Avenida Portugal e a sua Igreja de N. S. do Brasil, as ruas próximas e as muralhas ao longo de suas praias dando base para a Urca moderna, tendo até em uma de suas praias mais agradáveis um hotel balneário, mais tarde transformado em Cassino da Urca e, posteriormente sede da TV Tupi. Hoje abriga o IED (que estava para sair de lá).

A segunda foto, um cartão postal, mostra a construção que servia para receber as barcas (atracadouro) construída junto à ponte da Urca, para os visitantes que chegavam pelo mar para a Exposição de 1908 na Praia Vermelha, além de 2 construções pertencentes à pedreira situada junto à encosta do morro da Urca. As pedras eram utilizadas como enrocamento (muro de pedra) para contenção do futuro aterro (areia dragada do fundo da baía) que seria a Urca. As pedras da pedreira da Urca foram também usadas para construir o prédio da antiga Caixa de Amortização, até hoje na esquina da Av. Rio Branco com Rua Visconde de Inhaúma.

M.R. Cantarino conta que trabalhou nesta pedreira: “Era um trabalho exaustivo, de 8 horas diárias. Até que um dia determinei um gado de bancada, extenso, cousa brutal, e foi todo preparado, mas no momento de provocar a explosão, o encarregado declarou que não assumiria a responsabilidade. Não tive dúvidas: fiz-me de forte, mandei dar o sinal convencionado, fiz evacuar os barracões das oficinas, com máquinas custosas, fiz as ligações dos fios magnéticos que ligavam as minas e um fio mais grosso e o liguei à chave do relógio de eletricidade. Ao lado estava o compressor, máquina de ar comprimido que acionava muitos marteletes (chamados de motocicletas de português) e que me serviria de abrigo. Liguei a chave e fui para baixo da peça enorme. Foi uma cousa espetacular, uma saraivada tremenda, mas sem dano, e com aplausos gerais pelo volume de pedra deslocado. Mas o certo é que nunca mais repeti a façanha.

Em 1932, como podemos ver na manchete do “Correio da Manhã”, um grande desabamento ocorreu atingindo a Rua Marechal Cantuária.

Esta pedreira era da Prefeitura, mas em 1925 foi dada “de mão beijada” para a firma Penna, Parizou&Comp, segundo a edição 12/12/1925 do “Correio da Manhã”.

domingo, 5 de julho de 2020

PEDREIRAS 7




Dando sequência à série sobre pedreiras idealizada pelo Carlos Paiva vemos hoje fotos da Pedreira da Lopes Quintas, no Jardim Botânico.

Nos anos 1950 e 1960, a família de João Penido ganhou a concessão para explorar uma pedreira na área e faturou um bocado abastecendo o mercado de construção civil de Botafogo e Copacabana.

Como sempre havia reclamações, como o Correio da Manhã de 04/07/1954 noticiava: “Barulho durante o dia inteiro, poeira, por todos os cantos das casas e enchendo até as ruas, é o suplício diário a que estão sujeitos os moradores da Rua Lopes Quintas. Os apelos dirigidos aos responsáveis pela pedreira não surtem resultado. Outra saída para os caminhões carregados de pedra não existe. Poderiam as autoridades determinar que os caminhões só deixassem a pedreira em condições, para evitar o derrame de pedra pela rua, e ainda exigir o uso de máquinas menos barulhentas para descanso dos que têm a infelicidade de residir nas proximidades”.

A Lemos & Brentar, conhecida oficina carioca, sendo Lemos o pai de nosso amigo Gustavo, também teve uma oficina nesta rua, em um galpão ao fundo de uma vila.  Quando houve a expansão da oficina da Rua Jardim Botânico, Aluizio Lemos e Brentar passaram o galpão para dois amigos, que montaram uma oficina especializada em Gordini e depois Corcel: Lair de Carvalho e Fernando Feiticeiro.

Atualmente a região onde ficava a pedreira passou a ser conhecida como “Alto Jardim Botânico”, com casas muito valorizadas, rivalizando com o conhecido “Jardim Pernambuco”, no Leblon, como local de moradia da classe alta carioca.