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sábado, 17 de outubro de 2020

AV. RIO BRANCO (3)

Avenida Presidente Vargas esquina com Rio Branco. Esta é uma das melhores colorizações do Conde di Lido. A foto foi tirada do prédio do Banco do Brasil. Para obiscoitomolhado o carro que mais chamou a atenção foi o Oldsmobile Sedanette 47 verde no canto inferior direito. Lembro-me do ¨gostosão ¨da Nacional na cor prata com a faixa vermelha , na frente dele um Camões. Estamos na confluência da Presidente Vargas com Rio Branco, as pistas dela no sentido horizontal da foto e a Rio Branco no sentido Pça Mauá - Cinelândia. A foto deve ser de 1949/1950. Os carros mais modernos que identifiquei são 47-48. Chamou a atenção um Chevrolet de carroceria estendida bem na esquina, de cor cinza.

Nesta foto, garimpada pelo Nickolas, vemos a Av. Rio Branco na altura da Av. Nilo Peçanha.


Mais uma estupenda colorização do Nickolas Nogueira. Foto de Kurt Klagsbrunn mostrando a Avenida Rio Branco nos anos 40. Destaque para a caminhonete que faz o trajeto "E.Ferro-Ipanema". Como sempre temos uma impressão de que o Centro era mais limpo e mais organizado. Estávamos no fim da cidade européia, logo depois da 2ª Guerra Mundial. Os canteiros centrais já removidos deixaram cicatrizes no pavimento da avenida. Em breve os prédios da "belle-époque" cairão, um atrás do outro. A loja "A Capital" era especializada em roupas femininas. Também vale destacar os "tachões" no asfalto, bem como as setas indicativas do caminho dos pedestres ao atravessar a avenida. Era tudo mais bem organizado. Conta obiscoitomolhado: "A proporção de automóveis GM é enorme nesta foto. Tirando o Ford, certamente de praça, com o motorista de braço de fora e o International-lotaçãozinha, o resto é GM. Talvez o furgão e o caminhão bem no alto da foto fossem de outra marca, mas o resto é GM, com presença marcante de Chevrolet. O sedan saia e blusa parece ser um Oldsmobile e o cupê também saia e blusa parece ser um Chevrolet 41. Não havia modelo Bel-Air, o primeiro foi o 1950 e a característica marcante dos primeiros modelos Bel-Air era o hard-top e ser sem coluna entre os vidros. "

Nesta foto vemos o trecho da Av. Rio Branco com Rua São José, onde existia a loja Exposição Modas S.A., que mantia as “Lojas do Artigo do Dia”. Destaque, na fachada, os enfeites por ocasião da visita do presidente norte americano Eisenhower ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 1960.



 Esta última foto da série foi garimpada também pelo Nickolas e estamos bem no início da Av. Rio Branco, perto da Praça Mauá.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

AV. RIO BRANCO (2)

O início da Av. Rio Branco com o prédio da Casa Mauá. Por esta foto constatamos que a projetada “Paris Tropical” era apenas fachada. Uma avenida cenográfica, que vista do chão impressiona, mas os telhados denunciam que por dentro e por cima o estilo era outro. Este foi um dos motivos do não tombamento pelo IPHAN em 1937, que evitaria a derrubada dos prédios, o que só aconteceu com o INEPAC, mas já era tarde e poucos sobraram. Foi feito até um concurso de projetos de fachadas que orientou a arquitetura que foi implantada. Veja os telhados de Paris das construções da época. Lúcio Costa e os muitos detratores da avenida usaram este argumento e citaram Buenos Aires, que tinha uma cidade bem mais europeia que a nossa. Para eles, Passos fez uma escolha errada, já que a arquitetura pombalina e neocolonial nada fica a dever e em alguns aspectos até supera os franceses e espanhóis. Penso que este grupo foi muito rigoroso nas críticas e poderiam ter preservado as construções. Mas não foi o pensamento da época. O IPHAN foi criado em 1937 e só tombou construções coloniais, neocoloniais e neoclássicas.

Avenida Rio Branco, no Centro, na década de 1950, época dos veículos importados. Trecho entre a Ouvidor e a Sete de Setembro. Do lado direito, o grande prédio moderno é o Clube de Engenharia, do lado dele a Associação dos Empregados do Comércio. Do outro lado, quase em frente a eles, o Ed. Guinle. À esquerda vemos uma das partes do gigantesco prédio do Jornal do Commercio e, com certeza, o listrado é o do JB.

Lotações Mercedes, ambulância GM, um clássico Ford Tudor Sedan, modelo 1949, um GPV dos anos '40 e um típico táxi Chevrolet, estão na "comissão de frente" nesta imagem de uma Av. Rio Branco sem os atropelos de hoje. Lá atrás seria um "Camões" (12)? E, à direita, um burro-sem-rabo.


Início da década de 50. Vemos um cruzamento da Avenida Rio Branco. Podemos observar o prédio onde funcionou o Jornal do Brasil e, lá no fundo, o Hotel Avenida. Os trajes dos transeuntes diferem totalmente dos trajes atuais no centro da cidade.


Colorização do Nickolas em foto da Getty. Vemos a esquina da Rio Branco com Presidente Vargas Segundo "obiscoitomolhado" temos Chevrolet que não acaba mais. Tirando o Mercury grená e um estranho veículo esverdeado, ao lado do lotação amarelo, parece tudo GM, incluindo o que parece ser um Opel, na pole position. A esquina onde há trilhos seria a Buenos Aires? E o sentido, só para a Praça Mauá? Me lembro que, da Nilo Peçanha em direção à Praça Mauá, havia duas mãos, mas não de todo o tráfego pra lá. O primeiro prédio à esquerda ainda está lá hoje, é da esquina de Avenida Rio Branco. Tem duas janelas largas e 4 estreitas, inconfundível. A primeira esquina é Alfândega e a do trilho é mesmo a Buenos Aires. Cheguei a pegar esse prédio que deu lugar ao Manhattan Tower, ainda na década de 80.

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

AV. RIO BRANCO (1)



Uma pequena série com fotos coloridas ou colorizadas da Av. Rio Branco:

Trecho da Avenida Rio Branco em direção à Praça Mauá. Ao centro, a esquina com a Rua 7 de Setembro onde se vê o primeiro Cinema Odeon (que funcionou de 1909 a 1925, quando foi transferido para a Cinelândia). No canto direito, a sede do jornal "A Notícia" e o Cinema Avenida (que funcionou de 1907 a 1927).


Avenida Rio Branco em foto de Alberto de Sampaio, década de 10. Em mais uma estupenda colorização de Marcelo Fradin vemos a Avenida Rio Branco, com o Hotel Avenida à direita. Construído pela Light em 1908, o Hotel Avenida foi um dos edifícios mais populares da Avenida Rio Branco e um dos pontos mais movimentados da cidade. Ele era tão importante que acabou se transformando em marco histórico do Centro e cartão-postal do Rio Antigo.

Mais uma colorização de Marcelo Fradim. Vemos a Av. Rio Branco, ainda com o canteiro central (que existiu até o início dos anos 40). Destaque  para um ônibus "chopp duplo". 



A Avenida Rio Branco, por volta de 1930, tendo, à esquerda, no cruzamento com a Rua São José, o Hotel Avenida, inaugurado em 1911, onde funcionava a Galeria Cruzeiro, com cafés, restaurantes e lojas, local de encontro da boemia carioca. Esse prédio foi demolido na década de 1960, para a construção do Edifício Avenida Central. À direita, no cruzamento com a Rua 7 de Setembro, observa-se o Edifício Iracema, um dos primeiros arranha-céus com estrutura de concreto armado construídos na cidade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

GLÓRIA

As fotos de hoje foram enviadas pelo prezado Ricardo Galeno, a quem o SDR agradece, e mostram a região da Glória no início do século passado e as transformações por que passou. Esta foto é de 1905.

               Vemos o Mercado da Glória construído em 1858. Esta foto é de 1934.


        Foto de 1905 com destaque para a estátua de Pedro Alvares Cabral.

           Vemos o relógio da Glória, de 4 faces, também em foto de 1905.



Vemos uma panorâmica da região da Glória em 1922
 
Vemos a região em 1905 na foto superior e na década de 20 na foto inferior. A transformação da região se deveu a Pereira Passos, com a construção da Av. Beira-Mar. O Prefeito tomou como modelo a "Promenade des Anglais", de Nice. Esta área da Praia do Russel era onde ficava o palacete do inglês J. F. Russel, que fez a estação de tratamento  de esgoto no final do século XIX. 


terça-feira, 13 de outubro de 2020

CINEMA ROSÁRIO







As fotos de hoje foram enviadas pelo prezado colaborador Carlos Paiva.

Mostram o Cinema Rosário, inaugurado em 12/10/1938, propriedade da Empresa D.V. Caruso até 1951, passando depois à propriedade dos Cinemas Unidos S.A.

Ficava na Rua Leopoldina Rego 52-56, em Ramos, com a capacidade de 1442 lugares, o terceiro maior cinema da cidade na época da inauguração,

Em 1981 passou a se chamar Cine Ramos, propriedade da Atlântida Cinemas S.A., com 701 lugares, funcionando até 1992.

Foi inaugurado com o lançamento do filme "No velho Chicago", com Tyrone Power, Alice Faye, Don Ameche, Alice Brady e direção de Henry King.

Em algum lugar li que este cinema tinha paredes vazadas como forma de aliviar o calor dos meses mais quentes (pena que a Calango Air ainda não estivesse em atividade naquela época).

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

LÁ EM CASA BRINQUEDOS


 Vemos a loja “Lá em casa brinquedos”, uma papelaria e livraria, em foto do acervo da tia Nalu.

Pelo tipo de arquitetura e pelos telefones que aparecem na foto, com prefixos 27 e 47, achei que seria Ipanema, porém estes prefixos também eram usados em parte de Copacabana e Leblon.

Pesquisando no Google, encontrei uma referência sobre esta empresa num texto do Ivan Lessa, que dava como localização a Av. N.S. de Copacabana, entre as ruas Barão de Ipanema e Bolivar.

Aumentando a foto, distingui uma plaquinha com o nº 912. Indo ao Google Maps verifiquei que o nº 912 da Av. N.S. de Copacabana corresponde exatamente ao quarteirão entre as ruas Barão de Ipanema e Bolivar.

Em princípio a charada estava decifrada, embora reste justificar o carro estacionado na contra-mão (sim, neste trecho da Av. N.S. de Copacabana a mão da direção é no sentido contrário. Lembro aos mais jovens que a mão-dupla para automóveis, nesta via e naquela época, ocorria entre as ruas Francisco Sá e Djalma Ulrich, pela não existência do túnel Sá Freire Alvim, ligação Barata Ribeiro-Raul Pompéia, inaugurado no início da década de 60).

Transcrevo outras informações que pude obter da foto para os distintos comentaristas: - O telefone indicado no cartaz da "Lá em Casa Brinquedos" é o 47-0180. - Na casa ao lado da loja funcionava o "Salão Metro - Cabeleireiros", telefone 27-8334. Mais adiante ficava a "Oficina de Rádios".

domingo, 11 de outubro de 2020

GLÓRIA


 Foto de Marc Ferrez, Coleção Gilberto Ferrez, Acervo Instituto Moreira Salles.

E pensar que o Rio já foi assim. Vemos o belíssimo Largo da Glória e a Avenida Beira-Mar, em 1906. Obra do Prefeito Pereira Passos, a Avenida Beira-Mar ía do Passeio Público até o final da Praia de Botafogo.

Pereira Passos imaginou-a à moda da "Promenade des Anglais", de Nice. Podemos ver a muralha junto à praia, antes do Aterro do Flamengo que nasceria décadas depois. À direita, junto do bonde, o relógio da Glória. A chaminé da City, a Igreja do Outeiro da Glória e o Morro do Pão de Açúcar, ao fundo, ainda sem o bondinho, cuja estação foi construída poucos anos depois desta foto.

A Igreja do Outeiro da Glória substituiu a Ermida que Antonio Caminha tinha construído no século XVII. Foi terminada em 1729 e é considerada por muitos como uma das mais originais do Brasil pelo desenho octogonal do adro.

A Praia do Russel seria a a área de abrangência do palacete do inglês João Frederico Russel, que fez a estação de tratamento de esgoto neste local, no final do século XIX.

A foto mostra ainda os belos jardins, praças amplas, a estátua de Pedro Alvares Cabral, pouquíssimo movimento de veículos. Um Rio paradisíaco.

Parece um domingo de manhã, tal a tranquilidade. Daqui a pouco deverá ter mais movimento, com os sinos da igreja convocando a gente para a missa das 10 horas. Depois da missa, um passeio pela praça, pela calçada da praia e, para os que moram um pouco mais longe, pegar o bonde no ponto em frente ao relógio.

E todos com suas melhores roupas, os homens de terno, chapéu e bengala, as mulheres com seus vestidos compridos, o véu na cabeça e o terço na mão.

As obras de Passos foram o pontapé inicial para uma reformulação urbana da cidade, que chegou ao seu auge pouco antes da segunda guerra mundial. Depois, aos poucos, chegamos no nível atual, que é uma tristeza.