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sábado, 10 de junho de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: PLASTIMODELISMO


Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. Como não tive tempo para preparar algo fui me socorrer de uma postagem do prezado Tutu sobre a “XX EXPOSIÇÃO E CONCURSO DE PLASTIMODELISMO DO RIO DE JANEIRO”, realizada em 2008.

Quem se lembra dos kits da Revell, que tanto sucesso fizeram nas décadas de 60 e 70? Montei vários aviões e um único navio: o “S.S. Brasil”. Depois de montados eram pintados com as tintas especiais vendidas pela própria Revell. Depois eram colocados os adesivos e presos em seus respectivos pedestais numa estante.

O plastimodelismo como conhecemos hoje nasceu durante a II Guerra Mundial, com o desenvolvimento do plástico. Na época, modelos em escala eram utilizados pelas potências envolvidas no conflito para ilustrarem os teatros de operação de guerra e como ajuda no treinamento de identificação de equipamentos amigos e inimigos. Com o contínuo desenvolvimento do plástico, novos modelos começaram a surgir e eram vendidos em partes para serem montados como um novo tipo de quebra-cabeças. E assim nascia o plastimodelismo.

O plastimodelismo é um hobby indoor que além de desenvolver as habilidades manuais incentiva a leitura e a pesquisa já que a verossimilhança na representação dos modelos é parte integrante dos objetivos. Além disso, é um hobby que pode ser praticado por pessoas das mais diversas formações culturais e que promove uma integração entre indivíduos de diferentes gerações já que não envolve habilidades relacionadas à faixa etária. Por envolver temas tão diversos como assuntos militares, civis e mesmo de ficção, também funciona como fonte de integração entre pessoas de diferentes gostos.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

HOTEL LUXOR





A primeira imagem foi publicada pelo Rouen em 06/10/2008, no inesquecível "Arqueologia do Rio", com o seguinte texto: “Achei que o desenho, se bem que de uma maneira um pouco infantil, retratava bem o local com as senhoras de touca, o design das barracas e os veículos na Av. Atlântica.
 
Hoje em dia o Hotel Luxor não se apresenta mais com este nome, pois foi mudado para Tulip Inn Rio Copacabana, porém o edifício do lado continua com suas características originais "art-déco" com exceção da fachada. 
 
LUXOR HOTEL – RIO
- Luxuosamente instalado em suntuoso edifício na Praia de Copacabana Posto 4
- Todos os apartamentos com vista para o mar
- Orquestra diariamente
- Rádio nos apartamentos, salões e bar
- Salão-Restaurante no 10º andar
- Preços especiais de turismo
 
 AVENIDA ATLÂNTICA, 618 (notar que está ainda com a numeração antiga, nº 618, pois hoje ele possui o nº 2554 da Av. Atlântica)
 
- Ender. Teleg. “Luxorhotel”
- Tel. 27.0045
 - Rio de Janeiro”
 
O Hotel Luxor fica entre as ruas Santa Clara e Figueiredo Magalhães e era ladeado pela bela casa mostrada na segunda foto (de Malta, garimpada pelo M. Zierer) e pelo edifício Guará, que pode ser visto na terceira foto. Esta terceira foto foi enviada pelo Carlos Ponce de Leon de Paiva, antigo colaborador de diversos “blogs”. Na segunda metade do século XX a fachada do Hotel Luxor foi alterada mas suas laterais preservadas.
 
O Hotel Luxor era dotado de aquecimento central automático de água pelo “Systema Ray a Óleo Combustível”.  Graças ao grande poder calorífico do óleo, ao baixo custo do óleo grosso usado pelo queimador “Ray”, e à perfeição do seu funcionamento, garantindo a máxima produção com o mínimo de dispêndio, as despesas de custeio da operação e conservação da instalação são amplamente compensadas pelo produto das taxas normalmente cobradas aos locatários pelo serviço se água quente. Fale com a firma Oscar Taves & Cia, representando para todo o Brasil dos aparelhos queimadores de óleo “Ray”.
 
O Hotel Luxor também era o destino de muitas delegações esportivas que visitavam o Rio. A quarta foto (da Manchete Esportiva) mostra integrantes da equipe da Hungria que, em outubro de 1957, veio ao Rio para o 11º Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino e ali ficou hospedada.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

ESCOLA PÚBLICA



Esta primeira fotografia circulou semana passada no Facebook como grande novidade. Entretanto já havia sido publicada no "Saudades do Rio" em 05/09/2006.
 
Vemos uma menina com o antigo uniforme da Escola Pública na Avenida Atlântica. Chamam a atenção, também, seu iô-iô e a pasta (talvez comprada na Casa Mattos) com livros, cadernos, estojo e, provavelmente, um pão com goiabada para o lanche.  O Fusquinha ajuda a datar a foto.
 
Muitos de nossos comentaristas usaram este uniforme, os meninos certamente com um sapato Vulcabrás. A menina da foto certamente era aluna de uma das escolas de Copacabana, como a Escola Cícero Penna, na própria Avenida Atlântica, ou a Escola Cócio Barcelos, na N.S. de Copacabana.
 
Era um tempo em que as escolas públicas tinham um nível muito bom.
 
Quanto à obrigatoriedade do uso de uniformes a discussão é grande. Há os que os defendem porque igualam todo mundo, pois há alunos oriundos de todas as classes sociais. E evitavam o desfile de modas, muitas vezes incentivados pelas mães, que usam seus filhos a bel-prazer. Outros defendem que os uniformes deveriam ser abolidos, pois não permitir às crianças se expressar como quisessem.
 
O antigo uniforme escolar das Escolas Públicas era composto de calça curta azul para os meninos e saia pregueada azul para as meninas. A camisa, para todos, era branca, de tricoline, de mangas curtas, abotoada na frente, com gola/colarinho. O bolso tinha a parte de baixo em bico, tendo bordado em azul, em ponto cheio o símbolo: EP (Escola Pública). No inverno, cardigan azul marinho simples, sem gola. Sapato preto de pulseira no tornozelo para as meninas e social para os meninos.
 
A segunda foto mostra a Escola Cícero Penna, na esquina da Av. Atlântica com Rua República do Peru. Este prédio substituiu a casa original, que era o palacete do Dr. Cícero Penna, doado após a sua morte para a construção de um estabelecimento de ensino.
 
A terceira foto, de Gyorgy Szendrodi, mostra a Escola Cocio Barcelos, à direita atrás do sinal de trânsito, na esquina da Av. N.S. de Copacabana com Rua Barão de Ipanema, em frente à Colombo. Consta também que o imóvel foi doado por seu proprietário, Cocio Barcelos, após a morte de um filho.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

CHAFARIZ DA CARIOCA



Ontem o Wolfgang perguntou sobre os três chafarizes do Largo da Carioca. Hoje falamos sobre eles.
 
A primeira foto foi enviada pelo Joel Almeida e mostra o terceiro Chafariz da Carioca, apresentado ontem, em outro ângulo. A segunda foto, de Marc Ferrez, enviada pelo André Costa, mostra outro ângulo ainda deste chafariz projetado pelo arquiteto Grandjean de Montigny e que ficou pronto em 1834Este chafariz foi demolido na década de 20 do século passado, por Alaor Prata, para facilitar o tráfego da Rua Uruguaiana para a Rua 13 de Maio
 
A terceira imagem mostra o primeiro Chafariz da Carioca, construído à beira da Lagoa de Santo Antonio, onde fica atualmente o Largo da Carioca. O rio Carioca, cujas nascentes estão nas Paineiras, na Serra do Corcovado, era um rio de águas fartas e perenes que desaguavam na Baía da Guanabara.  Descia ao longo do Vale das Laranjeiras, recebendo pequenos afluentes como o Silvestre e o Lagoinha. Um dos braços desemboca em frente à atual Rua Paissandu e o outro, em frente ao Outeiro da Glória. O rio Carioca foi desaparecendo aos poucos por força dos aterros. O primeiro Chafariz da Carioca foi construído no Governo Aires Saldanha (1719-1725) com 16 bicas de bronze. Os escravos e apanhadores de água, que aí se aglomeravam para exercer o seu mister diário. Este chafariz foi demolido em 1829.
 
O segundo Chafariz da Carioca que foi construído pelo Intendente Geral da Polícia Luis Paulo de Araújo Bastos, provisório, de madeira imitando granito, com 40 torneiras. Durou pouco, arruinando-se com rapidez.



terça-feira, 6 de junho de 2017

CHAFARIZ DA CARIOCA

Foto de J.Gutierrez, mostrando a Praça e Fonte da Carioca e o Convento de Santo Antônio, em 1893.
O Largo, defronte do Morro de Santo Antônio, foi o ponto central de abastecimento de água da cidade, sendo o monumental chafariz da foto o terceiro ali construído. Fazia lembrar uma casa de pedra lavrada, com colunas e escadarias. Tinha 35 bicas de latão brunido pelas quais a água jorrava em abundância, sobrando para os tanques próximos das lavadeiras e o bebedouro dos cavalos, e mais os carros-pipas dos bombeiros antigos, criados em 1856.
Foi demolido nos anos de 1920 pelo prefeito Alaor Prata.
Este chafariz datava de D. João VI e embora atribuído exclusivamente a Grandjean de Montigny, teve como seu autor principal João Candido Guilhobel.
A Igreja da Ordem Terceira da Penitência, ao lado do Convento de Santo Antônio, foi concluída em 1744. Uma das mais ricas de todo o país, não teve suas torres terminadas em razão de demandas entre os irmãos da Ordem Terceira e os frades do convento vizinho.
À direita, vê-se parte da fachada do Hospital da Ordem da Penitência, demolido em 1905. Foi o primeiro da cidade a incluir a homeopatia nos seus serviços médicos. A seu lado ficava o Chope dos Mortos ou o Bar do Necrotério, de nome assim tão impressionante, como de novela dostoievskiana, porque nele os boêmios bebiam e riam à vista dos enterros que passavam.
 O nome "Carioca" para esta região veio por causa da água do rio que, a começar de 1723, veio alimentar o chafariz ali mandado instalar pelo Governador Aires de Saldanha.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

EDIFÍCIO PETRONIO - LIDO



RIO – ONTEM & HOJE
 
As fotos de hoje foram enviadas pelo Gustavo Lemos.
 
76 anos separam as duas primeiras fotos tiradas do Edifício Petronio, na Rua Ronald de Carvalho nº 55 (antigo nº 29 da Rua Haritoff), construído em 1936 em frente à Praça do Lido.
 
A primeira é de 1941 e é de autoria de George Almeida Magalhães, filho do Petronio.
 
A segunda é de 2017 e é de autoria de Marcelo Almeida Magalhães, filho do George.
 
A terceira foto mostra o Edifício Petronio ao término de sua construção em 1936. Na época era chamado Edifício Almeida Magalhães.
 
Um curioso anúncio está nas páginas do JB de 11/08/1937: “ALUGA-SE em residência de senhora, um ótimo quarto com vista para o mar, a cavalheiro de tratamento. Edifício Petrônio, apto. 703, à Praça do Lido, telefone 27-5XXX”.
 

OBS: Rua Haritoff, atual Rua Ronald de Carvalho, foi criada pelo Decreto 1165 de 31/10/1917 e teve sua denominação alterada pelo Decreto 5997 de 01/07/1937. Esta rua foi aberta em terrenos da Empresa de Construções Civis, pelo seu Diretor-Presidente Dr. Antonio de Paula Freitas, e aceita em 26/04/1894. O nome Haritoff era em homenagem a Mauricio Haritoff, nobre russo, embaixador do czar da Rússia que se radicou em nosso país, tornando-se um dos "barões do café". Já Ronald de Carvalho foi um jornalista, diplomata, crítico, ensaísta e poeta. Foi uma das mais expressivas personalidades do movimento modernista brasileiro. Entre suas obras se destacam: Luz Gloriosa, Poemas e Sonetos, Pequena História da Literatura Brasileira, Epigramas Irônicos e Sentimentais, Espelho de Ariel.