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sábado, 10 de novembro de 2018

DO FUNDO DO BAÚ: AVIÕES


 
Há muito tempo não temos um "Do fundo do baú" aos sábados e, por isto, temos estas duas fotografias sobre aviões.
A primeira, tema de uma reportagem do “Correio da Manhã” de 08/09/1964, mostra um "Amortecedor de choque para viagens aéreas. Novo sistema de segurança para passageiros de aviões. Trata-se de um protetor plástico, colocado nas partes traseiras dos assentos, que pode ser automaticamente inflado de ar pelo piloto e servir de amortecedor de choque entre passageiros e o assento dianteiro." Será que chegou a ser instalado em aviões comerciais?
Seria o precursor dos atuais “airbags”? Nos automóveis começaram a ser incorporados pela Mercedes-Benz, nos modelos classe S e apenas para o motorista, nos anos 80.
A segunda achei curiosa. É uma peça inteira para ser instalada?

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

GREVE




 
O final dos anos 50 e início dos anos 60 foi conturbado pela situação política. Inúmeras categorias entraram em greve no Rio, causando muitos transtornos aos cariocas.
As fotos de hoje mostram aspectos da greve que os práticos e arrais do Serviço de Barcas que faziam o transporte na Baía de Guanabara fizeram por motivo do problema da hierarquia salarial e funcional das categorias no ano de 1960.
Na foto 1 impressiona a organização das filas esperando transporte para cruzar a baía (e ninguém de bermuda, chinelo e camiseta regata).
A foto 2 mostra o batalhão de cavalaria da PM, ainda com o antigo uniforme cáqui, pronto para entrar em ação em caso de necessidade.
Na foto 3 vemos as lanchas Lagoa, Itaipu e Maracanan paradas e um grupo indo para Niterói a bordo de um pequeno barco.
A última foto mostra a ajuda que a Marinha deu para amenizar os efeitos da greve.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

ÁGUA





 
Hoje em dia, no Rio, principalmente desde o término da grande obra do Guandu (iniciada em 1955 e terminada muito tempo depois), raramente falta água. Tal não acontecia até os anos 50/60, quando os cariocas sofriam amarga e frequentemente com a falta de água.
“Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria”
A música retratava o cotidiano do carioca e era assim por toda a cidade, como podemos ver nas fotos de hoje:
Foto 1: Favela do Esqueleto, ao lado do Maracanã.
Foto 2: o antigo caminhão pipa (1952)
Foto 3: Rua Menezes Vieira, onde vemos um furto de água da rua (1958).
Foto 4: carro-pipa no bairro do Leblon (1957).
Foto 5: faixa colocada em Copacabana, na Rua 5 de Julho, por D. Rosa da Fonseca.
A busca pela água envolvia captar água da chuva, instalar bombas, encher banheiras e panelas. Era uma alegria quando alguém gritava: “Está entrando!”, nos momentos em que chegava água para as caixas d´água.
Havia avisos nos meios de comunicação informando que faltaria água por vários dias. Era um caos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

AVENIDA ATLÂNTICA


 
Duas belíssimas fotos da Avenida Atlântica garimpadas e remasterizadas pelo mestre Nickolas Nogueira.
Paisagem belíssima, salvo as antigas e famosas línguas negras.
A Avenida Atlântica foi construída a partir do Decreto Municipal nº 561, do Prefeito Pereira Passos, em 1905. Era, no início, apenas uma rua de serviço, apenas para pedestres. Sua obra de construção começou em 1906 e terminou em 1908.
A "Gazeta de Notícias", de 30/10/1905 assim comentava sobre o fato: "Do Leme à igrejinha, na extensão de 4 quilômetros, estabeleceu que o alinhamento dos prédios ficaria situado a cinquenta metros da orla oceânica. Além da igrejinha seria projetada outra Avenida, continuando o litoral até o Leblon. Feliz cidade, que a par das cercanias de beleza inigualável, encontra um administrador que a trata com gosto e carinho".
Pelos planos de Pereira Passos, a casa do deputado federal Francisco Bressane de Azevedo, representante de Minas Gerais, serviria de baliza para a Av. Atlântica.
Foi ampliada em 1911 por Bento Ribeiro que, em 1912, considerando que a “Av. Atlântica, pelos atrativos naturais que a cercam, deve constituir logradouro especialmente destinado a passeio, proibia o tráfego de veículos de cargas ou mercadorias e, bem assim, o de carros fúnebres, exceto aqueles que se destinarem a pontos nela situados”.
Em 1913 foi alargada. Destruída em grande parte pelas ressacas de 1918 foi reparada pelo Prefeito Amaro Cavalcanti. Recebeu melhorias em 1919 por Paulo de Frontin.  Em 1921 foi novamente melhorada pelo Prefeito Carlos Sampaio. Em 1938 foram retirados os postes do meio da avenida.  O Prefeito Negrão de Lima, por sugestão de Lucio Costa e com projeto do Engenheiro Raimundo Paula Soares, fez a sua duplicação entre 1969 e 1971.
Poucos sabem que começa na Praça Almirante Júlio de Noronha, junto ao Forte do Leme, e termina na Praça Coronel Eugênio Franco, junto ao Forte de Copacabana. Já teve o nome de Rua Bento do Amaral no seu trecho entre o Leme e a Rua Siqueira Campos.
 

terça-feira, 6 de novembro de 2018

CENTRO

 
Neste postal do Archive Culture Club / Getty Images, garimpado pelo Achilles Pagalidis vemos a Praça Floriano, com um pedaço do muro do Convento da Ajuda, à esquerda, ao lado do Conselho Municipal, construção em estilo manuelino, antiga Escola São José.
Semi-encoberta vemos a igreja Anglicana na Rua Evaristo da Veiga, que foi levantada pela colônia inglesa do Rio, no século XIX (foi a primeira deste culto na América do Sul, desapareceria em 1942. Hoje está na Rua Real Grandeza, em Botafogo).
E em destaque na foto temos o belíssimo Teatro Municipal, ao lado da Rua da Guarda Velha (13 de Maio). Em estilo eclético, era o sonho de Arthur Azevedo que, infelizmente, não o viu pronto, por ter falecido em 1908. Concebido na arte do arquiteto Oliveira Passos, foi inaugurado em 14/07/1909.
É o grande marco da cultura de nossa cidade, manifestada na melhor música e melhor dança. A princípio, Pereira Passos pensou em reformular o teatro São Pedro de Alcântara. Como o proprietário do imóvel, o Banco do Brasil, não chegou a um acordo, decidiu-se pela construção de um novo teatro.
O Teatro Municipal foi inaugurado com um discurso do poeta Olavo Bilac, entregando à cidade do Rio de Janeiro "o seu mais belo edifício, com um esplendor de mármore e bronzes". Além do discurso do poeta, a elite da capital brasileira, o presidente Nilo Peçanha à frente, pôde assistir à apresentação de duas óperas nacionais -"Moema", de Delgado de Carvalho, e "Insônia", de Francisco Braga - e da comédia "Bonança", de Coelho Neto.
Os primeiros tempos do Teatro Municipal marcados por intensa programação internacional, receberam companhias italianas, portuguesas, alemãs, inglesas, latino-americanas e - o ponto alto - francesas.
Durante as temporadas francesas, as senhoras, já naturalmente exigentes, chegavam ao requinte de encomendar um traje para cada noite. Os convites se acompanhavam, invariavelmente de brindes. Uma amostra de perfume francês, um saquinho de pó-de-arroz, um lencinho cuidadosamente dobrado.
Mais ao fundo o belíssimo Convento de Santo Antônio.
AGORA A DÚVIDA: a que Consulate se refere a legenda do postal?

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

PRÉDIO DA ABI







Hoje temos fotos do prédio da ABI, na Rua Araújo Porto Alegre nº 71, no Centro, uma das primeiras construções modernas da cidade.

Como conta L. Cavalcanti, os irmãos Marcelo e Milton Roberto venceram o concurso promovido, por Herbert Moses, em 1936, para a construção do prédio da ABI, entre 1936 e 1939. Construído a uma quadra do Ministério da Educação e Cultura, o prédio da ABI possui dez andares e tem fachadas de mármore.

As duas fachadas que dão para a rua para norte e noroeste são as mais atingidas pelo sol. Foram protegidas com “brise-soleils” verticais, numa época ainda sem o recurso do ar-condicionado. Internamente recuaram as salas e criaram um corredor com paredes de vidro, abertas para ventilação apenas em sua parte superior, que funcionam como anteparo do calor, uma espécie de colchão de ar quente.

O pilotis do prédio compreende algumas lojas, a entrada de pessoas e acesso a um estacionamento em pátio interno. No 10º andar há um restaurante e um terraço-jardim de autoria de Burle Marx.
Segundo a Ilustração Brasileira, de setembro de 1940, a autoria é dos irmãos Marcelo e Milton Roberto. Já a Revista da Construção Civil, de outubro de 1978, inclui o terceiro irmão, Maurício, como co-autor. De qualquer maneira, a execução da obra se deu a partir de um concurso instituído por Herbert Moses em 1936, quando foi avaliada em 13 mil contos de réis. O dinheiro foi conseguido pelo próprio Moses através de solicitação pessoal a Getúlio Vargas, por intermédio do ministro Osvaldo Aranha. O empréstimo foi levantado no Banco do Brasil. Na ocasião, Getúlio Vargas recebeu o título de Presidente de Honra da Casa e Moses foi agraciado como Grande Benemérito.

domingo, 4 de novembro de 2018

MORRO DA VIÚVA

 
Ontem tive o prazer de encontrar e bater um longo papo com o sumidíssimo M. Rouen de Michelin, de Mont-de-la-Veuve, remanescente das tropas de Villegaignon no projeto da França Antarctica.
E, em homenagem a ele, vemos esta foto dos seus domínios, datada possivelmente do final do Governo Lacerda, quando essa última parte do Aterro, construída por aterro hidráulico e não por terra do Santo Antônio, começava a ser ajardinado. Destaque para a área onde seria construída a fábrica de tubulões do emissário de Ipanema, só urbanizada e ajardinada no final dos anos 70.

Acho que a foto também mostra as obras de urbanização da Praça Nicarágua, onde pela primeira vez foi usado o mosaico de pedras portuguesas famoso hoje na Praia de Ipanema, que inclusive ganhou prêmio de “design” no exterior. Curiosamente, ele não existe mais na praça hoje.

Vemos também o reservatório do topo do morro, bem como os telhados do Solar Martinelli.
Os edifícios da Rui Barbosa são na maioria anteriores a 1970. A diferença maior estava na Oswaldo Cruz onde o Solar Martinelli e a concessionária Rodasa ainda abriam grandes espaços.