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sábado, 30 de janeiro de 2021

DO FUNDO DO BAÚ - COISAS ANTIGAS

Aproveitando a ideia do Helio Ribeiro de ver as coisas antigas que se tem em casa, aí vão alguns itens:

Década de 1940: Medalhão que enfeitava a cabeceira do berço e depois da cama por alguns anos. Hoje repousa no fundo de uma caixa. Segundo minha mãe representa o meu “Anjo da Guarda”, que me acompanharia por toda a vida.

Década de 1940: Caderneta da Caixa Econômica aberta por minha madrinha em meu nome. Ela todo mês colocava um dinheirinho na conta. Pois bem: já adolescente fui ver que a fortuna que eu imaginava se resumia a uns poucos centavos. O dinheiro desvalorizou de tal forma que virou pó.

Década de 1950: o "POLIOPTICON" foi um excelente presente. Comprado na loja Lutz Ferrando da Av. N.S. de Copacabana uma caixa com um conjunto de lentes e tubos que, através de roscas, se atarraxavam, permitindo fazer lunetas, binóculos, lupas, microscópios, etc. As peças vinham acondicionadas nesta caixa de cor cinza e cada uma delas tinha um número gravado. Um manual, que acompanhava o produto, descrevia as peças que tinham que ser utilizadas para a montagem de cada aparelho. Era possível, então, ver as estrelas, estudar as formigas, olhar a lua, observar a vizinha através da janela...


Década de 1950: A festa de encerramento do ano letivo, chamada de "Solene Distribuição de Prêmios" do Colégio Santo Inácio, a abertura da sessão solene, começava assim: "Para maior glória de Deus, proveito das letras e para fausta e honrosa memória, proclamam-se os nomes dos alunos do Colégio Santo Inácio que no ano de mil novecentos e (...), por seu bom comportamento e aplicação, ou por seu progresso literário mereceram prêmio ou menção". E aí começava a distribuição de medalhas. A cor de cada fita tinha um significado: verde-amarelo, prêmio por comportamento: vermelho com faixa dourada, prêmio em matéria de língua estrangeira; amarelo-branco, frequência integral à missa obrigatória, aos domingos pela manhã, na igreja do colégio; vermelho-branco, prêmio em alguma matéria da grade curricular; branco-amarelo com a medalha arredondada, prêmio na matéria Religião; verde-amarelo com símbolo de esporte, prêmio de campeão em alguma modalidade esportiva. A mais cobiçãda, com fita azul-claro, faixa dourada e escudo colorido, a medalha do Prêmio de Excelência, dada ao melhor aluno entre os 160 de cada série, nunca ganhei.

Década de 1960: um exemplar da revista MAD, da qual eu era fã. Suas gozações eram antológicas haja vista o próprio "slogan": "Written and illustrated by the usual gang of idiots". Seu "editor", Alfred E. Newman, que aparece na foto, tinha sempre um pensamento tipo: "An electronic computer and a bikini swim suit are very much alike...they both eliminate a great deal of guesswork!" Seus desenhistas eram famosos e faziam sátiras de filmes, de personagens da política, dos problemas do mundo. As tiras de "Spy vs. Spy" tinham cenas fantásticas. A seção "The lighter side of ..." era um dos grandes sucessos da revista. O personagem do desenhista Don Martin era um dos que mais me divertia. E na última página, o "Mad fold-in" onde se via um desenho que ao se dobrar a página no sentido vertical conforme marcado, se transformava num novo desenho totalmente inesperado. E ainda se treinava o inglês. Era fã.

Década de 1960: meu ampliador velho de guerra, um "Federal of Brooklyn", modelo 315, nº de série F-25579, fabricado pela Federal Manufacturing and Engineering Corp. - Brooklyn - N.Y. Resiste bravamente aqui, apesar de ter um medo pavoroso de Mme. D', que sempre ameaça jogar fora "este traste imprestável, que só ocupa espaço". Mas ele sabe que tem um fã ardoroso, defensor de sua permanência "ad eternum", como um dos símbolos de outros tempos. Tempos de ir ao Centro, no J. Alencar, no Edifício Darke, no 19º andar, comprar os produtos para fazer o revelador e o fixador. Tempos de ter 3 bacias para fotos 18x24 (para revelador, água e fixador) e outras 3, muito maiores, para fazer "posters". Tempos de revelar os filmes de 35mm numa "cumbuquinha" de plástico, num improvisado quarto escuro, e dizer muitos palavrões quando o rolo de filme prendia dentro da "cumbuquinha". Tempos de conhecer novos fornecedores, como a Pan Photo na Rua Buenos Aires ou o Honório na Rua Montenegro, de comprar pinças com ponta de borracha, de descobrir que se podia usar uma lâmpada vermelha comum, muito mais barata que a lâmpada própria para quarto escuro. Tempos de fazer grande sucesso com as meninas por conta das fotos ampliadas, de levar broncas terríveis em casa devido às manchas causadas pelos respingos do revelador na pintura da parede do quarto, de usar a banheira cheia de água para lavar as fotos depois de fixadas e de usar todas as paredes do banheiro para secar as fotos. 

 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

AVENIDA ATLÂNTICA - DÉCADA DE 50


Vemos hoje duas fotos da Av. Atlântica na década de 50, época em que a conheci e passei a admirar. A primeira é do Acervo de Marina Hermanny Freire e a segundA é do Acervo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Em ambas estamos no trecho do antigo Posto 5, nas vizinhanças do Hotel Miramar.

A Avenida Atlântica foi projetada no Governo Pereira Passos e construída entre 1906 e 1908. Em 1912, o Prefeito General Bento Ribeiro Carneiro Monteiro, considerando que a "Avenida Atlântica, pelos atrativos naturais que a cercam, deve constituir logradouro especialmente destinado a passeio, proibia o tráfego de veículos de cargas ou mercadorias e, bem assim, o de carros fúnebres, salvo aqueles que se destinarem a pontos nela situados".

Em 1913 foi alargada e, em 1918, foi destruída, em grande parte, pelas ressacas, sendo reparada pelo Prefeito Amaro Cavalcanti - esta reconstrução foi assinalada pelo lançamento de um marco de pedra em 1919.

Em 1921 foi melhorada em grande trecho pelo Prefeito Carlos Sampaio.

Em 1970 a avenida foi alargada e a praia foi ampliada por Negrão de Lima, desaparecendo a pista única de mão e contramão.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

ESCOLA CÍCERO PENNA

PALACETE DE CÍCERO PENNA: Cicero Penna foi um dos primeiros médicos de Copacabana, além de um capitalista, com vários interesses, inclusive com muitos terrenos no bairro. O palacete que vemos acima foi construído em 1912, na esquina da então Rua 9 de Fevereiro (hoje Rua República do Peru) com a Av. Atlântica.

 

 PALACETE CÍCERO PENNA: outra foto alguns anos após a primeira. 


 Vemos um aspecto do local nos anos 50, onde ainda vemos o palacete original. Foto publicada pelo Decourt há anos. 


Segundo uma monografia de autoria de M.C. Paiva, da Faculdade de Pedagogia da UNIRIO, perto da própria morte Cicero Penna percebeu o interesse dos genros em seu patrimônio e ficou indignado. Resolveu então doar muitos bens para o Distrito Federal. A doação do palacete incluía uma cláusula condicional – a obrigatoriedade de uso para a Educação. E assim foi feito, sendo instalada uma escola no local.

Nos anos 60, no Governo Carlos Lacerda, o palacete foi demolido e construída a escola atual, que vemos nesta última foto.

 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

CASAS CASADAS - LARANJEIRAS



Relembrando o "Saudades do Rio - O Clone" do Administrador Desconhecido, e o “Ontem e Hoje”, do Rafael Netto:

Vemos as Casas Casadas em fotos de Genevieve Naylor, nos anos 50, e do Rafa, em 2007.

As Casas Casadas, tombadas em 1994 pela Prefeitura, foram construídas em 1883 pela família Leal. O conjunto – cujo endereço atual é Rua das Laranjeiras nº 307 e Rua Leite Leal nºs 11, 19, 29, 33 e 45 - é um exemplar único de residência multifamiliar do século 19, análogo aos edifícios residenciais atuais.

Este enorme prédio eclético rosa foi um luxuoso palacete de construção primorosa e escadas altíssimas, que ocupa todo um quarteirão da Rua Leite Leal, nome de seu primeiro proprietário, o português Sr. Antônio de Oliveira Leite Leal. Quando o prédio foi construído, era para servir de moradia apenas à família Leite Leal, mas o patriarca, que tinha cinco filhos, dividiu o prédio para abrigá-los, em seis casarões, comunicando-se entre si.

As Casas Casadas tinham seis unidades residenciais autônomas, com rés do chão e mais três pisos, 14,60m de frente por 43,60m de fundos em centro de terreno. A área útil é de 2.400 metros quadrados. A arquitetura é neoclássica, privilegiando a simetria na composição, segundo dois eixos ortogonais, com grande unidade formal entre as fachadas principais (frente, fundos e as laterais). A cobertura em telhas de cerâmica, do tipo francesa, é arrematada por lambrequins sob os beirais, marcando os eixos da composição. Os umbrais de granito guarnecem as esquadrias de madeira e vidro. O pé direito alto, a posição das escadas no centro das unidades e a tiragem natural do ar, em conjunto com a iluminação obtida através das claraboias de vidro, contribuem para o conforto térmico e a boa aeração dos aposentos.

Em 1940 elas não eram endereços tão chiques como no séc. XIX, mas ainda abrigavam moradores de classe média alta. Talvez já nessa época as 6 unidades já tivessem sido adaptadas para o séc. XX e divididas em grandes apartamentos.

Podemos ver que as casas se mantinham bem conservadas e pintadas. A partir dos anos 60 a situação começou a se degradar, culminando com o abandono e transformação em cortiço nos anos 70. Oficinas mecânicas chegaram a ocupar puxadinhos de zinco onde eram os jardins fronteiros e os grandes apartamentos foram transformados em cortiços.

Tombado pelo Estado em 1979 e pela Municipalidade em 1995, passou por uma restauração integral em 1998, inclusive com técnicos vindos da Itália a convite da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Após décadas de descuido as Casas Casadas chegaram ao final do século XX em total ruína, abrigando uma população sem-teto. A restauração que deixou a aparência externa da construção como nova, como também ocorreu com o Castelinho da Praia do Flamengo e o Vilino Silveira na Rua do Russell, provam que quando se quer, se faz. Por dentro, o imóvel foi equipado para se tornar um centro cultural voltado ao cinema e ao audiovisual, e uma das casas teve sua estrutura e divisão interna preservadas. A reforma começou em 1999 e foi inaugurada em setembro de 2004. No entanto as Casas ficaram algo perdidas em meio à burocracia estatal, e jamais foi efetivamente totalmente implantado o projeto do centro cultural, ficando as Casas apenas como sede da RioFilme.

PS: informações obtidas pelo AD em site do Governo do Rio, por mim no site do Sindegtur e comentários dos especialistas do Rio Antigo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

BONDE 62


Foto enviada pelo Helio Ribeiro.

O que há de estranho na foto e qual seria a razão?

O itinerário da linha 62 era: 

IDA: Praça. Tiradentes - Constituição - Praça. da República (Bombeiros) - Frei Caneca - Salvador de Sá - Estácio de Sá - Haddock Lobo - Afonso Pena - Mariz e Barros - São Francisco Xavier - Barão de Mesquita - Pereira Nunes - 28 de Setembro - Visconde de Santa Isabel - Barão do Bom Retiro - Alexandre Calaza.                                            

 VOLTA: Alexandre Calaza – Visconde de Santa Isabel - 28 de Setembro e daí em diante trajeto inverso ao da ida.

PS: o anúncio é das Alpargatas.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

AV. ATLÂNTICA - CASAS

As fotos são do AGCRJ e mostram casas na Av. Atlântica, em Copacabana.

Estamos habituados a ver fotos de palacetes pela orla, mas estas fotos mostram casas mais simples. Achei curioso ver casas assim.





 

domingo, 24 de janeiro de 2021

DO FUNDO DO BAÚ - COISAS ANTIGAS (II)

Seguimos com o “DO FUNDO DO BAÚ” do Helio Ribeiro:

4) RÉGUA DE CÁLCULO ARISTO HYPERBOLOG e VOM (1970)

Esta foto mostra a régua de cálculo usada durante meu curso de Engenharia Eletrônica. Eu já sabia manejar réguas de cálculo havia alguns anos, na função de topógrafo, porém essa é muito mais sofisticada.

O VOM (abreviação de volt-ohm-meter) não era obrigatório os alunos terem, mas o ganhei de presente de uma tia. Como diz seu nome, serve para medir voltagens AC e DC e para medir resistência. Até hoje o uso frequentemente.

5) MÁQUINA FOTOGRÁFICA OLYMPUS OM-1 (1976)

Comprei a máquina em maio de 1976, na loja de um francês que vendia material novo como se fosse usado, e por isso com preço menor que o normal. Eu não tinha dinheiro nem intenção de comprar máquina de primeira linha, como Nikon, mas não queria algo de baixa qualidade. Um meio termo foi essa Olympus OM-1, que me acompanhou em todas as dezenas de viagens que fiz dali em diante. Estreou numa viagem a Diamantina, logo após ser comprada.

Com o passar dos anos, adquiri um zoom 75-150mm, uma grande angular 28mm, um duplicador focal, flash e alguns filtros.

6) PROJETOR DE SLIDES (1976)

Comprei este projetor na Tele-Rio em setembro de 1976, portanto alguns meses após a máquina. Custou Cr$2.750,00 conforme nota fiscal que ainda possuo. Nas muitas viagens que fiz nos anos seguintes, sempre usei filme de slide na OM-1, de modo a poder depois projetar as cenas para amigos e familiares. No total, tenho cerca de 3.000 slides, numerados um a um, a imensa maioria deles guardada em magazines fechados de 50 slides cada um. Infelizmente, com o tempo os slides ficaram arroxeados, apesar de armazenados nas caixas dos magazines e dentro de um armário fechado.

O inchaço que se vê no compartimento da lâmpada foi provocado pelo calor emitido por ela, que é de 300W. A mudança de um slide para outro é feita apertando-se o botão vermelho. O cinza é para dar foco.