Total de visualizações de página

sábado, 14 de janeiro de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: CARROS

Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá sai esta fotografia deste “botão” no assoalho de um automóvel. Provavelmente os mais jovens não saberão para que servia.
Trata-se do comutador de farol alto/farol baixo nos carros de antigamente. Hoje em dia, na maioria das vezes, encontra-se localizado numa das alavancas junto ao volante.
O desafio hoje é lembrar muitos outros acessórios que desapareceram com o tempo, tal como a “bomba de resfriamento” que era instalada para o motor não ferver (fato corriqueiro nas subidas para Petrópolis).
Também já quase não se vêem os quebra-ventos e, com eles, aqueles trincos que o trancavam para evitar arrombamentos.
A chave-geral de eletricidade, com os modernos alarmes que já saem de fábrica, também foi abandonada.
Farol externo junto ao retrovisor lateral direito é lembrança de filmes antigos ou fotos de automóveis em Cuba.
Calhas nas janelas, pestana para portas, manivelas para movimentar os vidros também são coisas do passado.
Pequenos ventiladores internos, que de pouco serviam, desapareceram. Já quase ninguém compra chave de roda em cruz, pois os pneus raramente furam.
Ver alguém parado na rua pedindo a outro automóvel para dar uma “empurradinha” para o carro pegar no “tranco” é cena rara.
Ninguém mais aplica, com acetona, aquela camada de algo parecido com madrepérola no volante ou coloca aquele rabicho no pára-choque para funcionar como “fio-terra”.
Ainda se instala farol de milha Cibié “tremendão- sealed beam” ou rádio Blaupunkt, Philips Turnunlock, Telespark, Invictus ou Motorádio?
Que mais?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

N.S.COPACABANA ESQUINA DE BARÃO DE IPANEMA

Mais uma foto do acervo do F. Patrício, agora mostrando a esquina da Av. N.S. de Copacabana com a Rua Barão de Ipanema. Vamos todos tentar lembrar o comércio do quarteirão entre Barão de Ipanema e Bolívar.
 
O fotógrafo está em frente à calçada da “A Mala Sport”, da “Celeste Modas” e da “Confeitaria Colombo”. Fundada em 1894 pelos portugueses Joaquim Borges de Medeiros e Manoel José Lebrão - este último criador da célebre frase “O freguês tem sempre razão” - funcionou como um dos mais tradicionais pontos culturais e turísticos da cidade. A filial de Copacabana, no nº 890, telefone 57-8960, fez muito sucesso durante décadas e este prédio foi construído pela Colombo quando a sociedade comprou uma antiga estação de bondes que existia no local. Era o local de chá preferido de minha avó, fosse no salão térreo, fosse no segundo andar. Depois do chá ela sempre ia na loja da Colombo que dava para a Barão de Ipanema onde comprava uma lata de "marmeladinhas" e torradas que vinham num tipo de “bauzinho” de metal, em duas colunas, uma sobre a outra, acolchoadas com um papel branco franzido e, também, com um papel branco em tiras, para não se quebrarem. Estas torradas tinham um gosto todo especial. Na Colombo tinha a “coupe rêve d´amour”.  O bolinho chamado “Rivadávia” era um sucesso, bem como o Sacripantina. As latas redondas de Leques Gaufrettes para servir com sorvete, eram outro “must”. Nesta loja, como um armazém, os produtos eram embalados em papel cor de rosa e os rolos de barbante ficavam pendurados numa armação de ferro, o que facilitava o trabalho de embrulhar. Era um ambiente bastante chique até os anos 60.
 
Do outro lado da rua a loja da “Temper Roupas” (Confecções para homens), no nº 898 da N.S. de Copacabana, provavelmente perto da comemoração do “Dia dos Pais”.  Esta loja funcionava também na Praça Tiradentes, Rua da Carioca, Rua do Ouvidor. Neste quarteirão existia a “Mademoiselle Modas” no nº 906, o BANERJ no nº 908, o “Banco Nacional” no nº 928, o “Curso Vetor”, o “Curso Miguel Couto”, o “Curso Bahiense (de pré-vestibular), todos no mesmo número.
 
Na esquina mais próxima do outro lado, em frente à Colombo, fica a Escola Cocio Barcelos em prédio doado pela família, segundo consta, após a morte do filho Cocio, afogado na praia de Copacabana. Muitos colegas de Santo Inácio vieram desta escola, que tinha um ótimo ensino nos anos 50 e 60.
 
Na esquina em diagonal funcionava a “Casas Olga” e, a seguir, em direção à Bolívar, o Banco Interpart no nº 903, a “Agacê Modas” no nº 921 (“Agacê” vem de Hugo de Castro, dono da loja). No mesmo número funcionou o Teatro Jardel, de Geisa Bôscoli, tio de Jardel Filho. Localizado na então tranquila Av. N.S. de Copacabana. Era tipo um teatro de bolso. Além das peças adultas, nas tardes de sábado aconteciam peças infantis (aí assisti ao "Gato de Botas"!). Na década de 1950 e início da de 1960, os atores principais destas peças eram Norma Blum, Roberto de Cleto, Fabio Sabag, Zilka Salaberry, todos oriundos do Teatrinho Trol, grande sucesso da TV Tupi, canal 6 (no Rio).
 
Na foto podemos observar também o antigo guarda de trânsito da PM, que tanta falta faz nos dias de hoje. O "Urca-Leblon", 511, carroceria Mercedes-Benz, levava os alunos das faculdades da Avenida Pasteur (como era disputado aquele banco único junto à porta de saída, na frente do ônibus).
 
 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

PRAIA VERMELHA - URCA

A foto de hoje foi garimpada pelo Nickolas e mostra a tão querida Urca, de nossa embaixadora Milu.
 
À esquerda vemos o prédio onde desde 1942 funciona o IME – Instituto Militar de Engenharia, escola do mais alto gabarito aberta a civis e militares. Entre seus professores destacou-se o pranteado General Miranda, oficial culto e exemplar, que sempre defendeu aqui no “Saudades do Rio” os marcos artísticos e/ou repletos de tradição de nossa cidade, como retratam suas palavras: “É um deleite ver a memória da cidade aqui exposta diariamente. Lamento o quanto foi impiedosamente destruído para construir, muita vez, um novo sem alma e sem estilo, que desfalca nossa cidade de muitas construções e tradições que poderiam refletir e documentar fases de épocas pretéritas ou manifestações do belo”.
Assassinado de maneira vil pelo conhecido Tutu La Minelli, dono do conhecido salão “Fleur de La Passion” da Galeria Alaska, desde então escondido naquela estranha cidade do Sudeste na certeza da impunidade, nosso querido General ainda está à espera de justiça.
Para os que não se lembram recordo que o General Miranda se notabilizou, não só pela sua inteligência, mas pela extraordinária bravura: tomou parte na FEB que participou do assalto à Abadia de Monte Cassino (1944), enfrentando forças muito superiores àquelas que comandava. Ao longo de sua gloriosa carreira, exerceu os lugares de instrutor de esgrima, diretor das oficinas de reparação de automóveis do Exército, vogal do Conselho Central da Cruz Vermelha Brasileira e do Pró-Sanatório dos Sargentos Tuberculosos dos Exércitos de Terra e Mar. Em meados dos anos 50, combateu ardorosamente os insurretos do General Lott, o que lhe valeu uma curta detenção no Forte de Copacabana (punição que se revelou, mais tarde, injusta). Entre outras condecorações, é Comendador da Ordem de S. Gregório Magno (classe militar) com que Sua Santidade João XXIII o agraciou. É autor de várias obras sobre assuntos bélicos, em que se destaca uma monografia muito interessante sobre o "Canhão Vickers de Seis Polegadas da Artilharia de Costa". Por seu elevado nível moral e intelectual, este antigo e distinto morador da Rua Sorocaba,  nos deixou um legado admirável.
 
Ao centro vemos a estação do bondinho do Pão de Açúcar onde a partir de 1913, a cidade passou a contar com mais um belo passeio, que lhe dava outro excelente belvedere sobre as suas incomparáveis paisagens. Era o caminho aéreo para o Pão de Açúcar, feito em dois lances, de seiscentos metros o primeiro, da Praia Vermelha até o Morro da Urca, e o segundo, de oitocentos metros, até o alto da mole granítica, a que os franceses de Villegaignon davam o nome de "pot à beurre", e que fica a 395 metros de altitude. Esta ascensão que se faz hoje comodamente, em vagonete suspenso a cabo-trilho de aço, em apenas dez minutos, foi por muito tempo façanha desportiva tentada por poucos.
 
À direita vemos as obras de construção da Escola de Guerra Naval que ocupou parte do terreno da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, hoje Faculdade de Medicina da UFRJ. A EGN usou, em parte, o local onde se localizavam o restaurante e a quadra de esportes da faculdade. Mais ao lado ficava o prédio da faculdade propriamente dito, que foi ao chão e desde então nada foi construído em seu lugar, num crime contra a história do Rio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

ONDE É?

Aí vai o primeiro "ONDE É" do ano. É relativamente fácil. Não vale ler o nome das ruas nas placas tipo pirulito. Entre as "novidades" da época podemos ver os canos de descarga para o alto (quanto não deve ter custado a adaptação de todos os coletivos...).Bicicleta com farol, pipoqueiro, uma série de carros para identificar.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

BICA DA RAINHA



Em mais uma estupenda colorização do Reinaldo Elias vemos, em fotografia de Alberto de Sampaio, a Rua Cosme Velho na década de 1920, com o morro do Corcovado ao fundo ainda sem o Cristo.

O fotógrafo está, aproximadamente, no local onde funciona hoje em dia o Colégio São Vicente. Este canto do bairro do Cosme Velho, antes da abertura do Túnel Rebouças, era de uma tranquilidade ímpar, com grandes mansões e muito verde.

Ali à esquerda o atual Memorial da Pediatria Brasileira, na Casa da Bica da Rainha, uma construção histórica do bairro. A ideia do Memorial surgiu com Carlos Arthur Moncorvo Filho (um dos pioneiros da Pediatria brasileira, ao lado de seu pai, Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo), que viu a necessidade da criação de um museu da Pediatria.

Construída na primeira metade do século XIX, a residência foi adquirida em 1937 pelo engenheiro Adehrbal Pougy, um dos responsáveis pela construção do Túnel Rebouças. Nesta época foi reformada, recebendo um segundo pavimento. De estilo colonial, com seu jardim de árvores centenárias, o local transmite paz e tranquilidade.

Na entrada da casa está localizada a Bica da Rainha, construída em meados do século XIX para canalizar as águas de uma nascente às quais eram atribuídas qualidades terapêuticas. A bica recebeu este nome por ser frequentada por D. Maria, a Louca, mãe de D. João VI, e por sua nora Dona Carlota Joaquina, em 1808.

Acredita-se que a expressão “Maria vai com as outras” tenha surgido a partir deste fato, já que D. Maria fazia as visitas sempre acompanhada de suas damas de companhia.

Mais adiante um pouco, após a curva, havia o Mian – Museu Internacional de Arte Naïf, que encerrou as atividades em dezembro de 2016 devido a dificuldades financeiras.

O Mian, uma instituição privada, foi criado a partir da coleção constituída por Lucien Finkelstein (1931-2008). O acervo do museu tinha 6 mil pinturas, de artistas de 120 países.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

SAUDADES DO RIO




Como já escreveu a Cora Rónai, “de vez em quando alguém desanda a escrever bobagens ofensivas no blog.

Resultado: além de se perder tempo apagando porcarias, há que restringir a área de comentários para os favoritos que se identificam. E isto afasta muita gente que passa e deixa um comentário que complementa o texto da foto.

Opiniões dissonantes não são necessariamente ofensivas; já xingamentos, agressões gratuitas, provocações e palavrões não são, definitivamente, críticas que devam ser respeitadas. As primeiras conduzem ao diálogo; as segundas, à destruição do meio-ambiente do blog.

Nos botequins virtuais as mesmas pessoas se reúnem, todos os dias, para trocar dois dedos de prosa. Às vezes sai uma briga. É normal. Mas às vezes entra um pitboy pela porta adentro, quebra móveis e garrafas, agride os habitués. Aí já não há nada de normal. A freguesia estranha, fica infeliz, vai.

Comentários idiotas, mas não ofensivos, devem, de preferência, ser ignorados. Apagar um comentário não deixa de ser uma forma de resposta, e a regra de ouro para a grande mesa de botequim da comunicação, virtual ou não, já foi estabelecida há tempos pelo Millôr: ‘Não se amplia a voz dos idiotas’.

Importante também é não se deixar pressionar pela gritaria das antas que, deletadas, gritam em nome da ‘democracia’ ou da ‘liberdade de expressão’. Balela. A maravilha da rede é que, se eu não estou contente com o que você está diz aqui, posso muito bem abrir um blog ali adiante para contestar as suas palavras. Isso é democracia e liberdade de expressão; entrar num blog ou num flog para xingar e fazer pipi no tapete é falta de educação, grosseria, vandalismo."

No blog do UOL tivemos até que gerenciar os comentários durante algum tempo. Neste curto período do blog neste novo endereço já recebi várias reclamações e sugestões por email, de antigos comentaristas, preocupados com o ambiente aqui. Por isto, o bisturi estará cada vez mais afiado por aqui.



domingo, 8 de janeiro de 2017

CASCATINHA



A foto de hoje, colorizada pelo mestre Reinaldo Elias, é do acervo de Heliete Fonseca e mostra a família dela na Cascatinha, em 1940.
A Cascatinha fica logo na entrada do Parque Nacional Floresta da Tijuca, vindo pelo Alto da Boa Vista. Esta cachoeira é formada pelo rio Cachoeira e foi descoberta pelo francês Nicolas-Antoine Taunay, que era integrante da missão artística francesa que veio ao Brasil em 1816 a convite de D. João XI.
Taunay foi o primeiro grande nobre a vir para a floresta, sendo ele o grande divulgador daquele local, organizando reuniões em sua casa para a corte.Posteriormente, ele construiu sua casa à beira da cachoeira, que tem hoje o seu nome como homenagem.
Quantos cariocas conhecem a Floresta da Tijuca, as Furnas de Agassiz, a Cascatinha? Eis um bom programa para um domingo ensolarado.