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sábado, 13 de outubro de 2018

FERIADÃO EM TERESÓPOLIS


 
Antigamente uma das boas opções para feriadões era ir para Teresópolis. Não é que tenha deixado de ser um bom programa, mas a cidade cresceu e deteriorou-se um tanto.
Nos velhos tempos do Higino, o pequeno que aparece na segunda foto ou o grande do outro lado da rua, e do Cine Arte onde se assistia às chanchadas da Atlântida ou filmes de "cowboy", era muito melhor.
A colorização da segunda foto é de autoria do Conde di Lido.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

PALÁCIO GUANABARA




 
Hoje temos fotos do Palácio Guanabara, em Laranjeiras. A primeira foto, de N. Viggiani, é de 1920. Este Palácio era o Paço Isabel, residência da herdeira do trono do Brasil, a Princesa Isabel. Hoje é a sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Construído em meados do século XIX, foi adquirido para acomodar os recém-casados (1864) Princesa Isabel e Conde D'Eu. O acesso, à época, era pela Rua Paissandu, que foi ornada com as lindas palmeiras imperiais. Na segunda foto, do National Geographic podemos observar que o piso da Rua Paissandu não era de paralelepípedos, mas sim de tijolos (ou ladrilhos) de asfalto, um dos revestimentos usados por Passos na pavimentação das ruas no início do século XX. Esta rua também usava postes oriundos da Expo de 1908.
Este palácio foi confiscado após a Proclamação da República, em 1889, sendo incorporado ao Patrimônio da União.
Em breve este palácio terá um novo ocupante. Que seja melhor que os últimos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

VIAGENS DE ÔNIBUS



 
Esta postagem fará a alegria do Sr. DO CONTRA:
Na primeira foto vemos o Monsenhor Benedito Marinho de Oliveira, em fevereiro de 1972, cura da Catedral do Rio de Janeiro e membro do Cabido Metropolitano, benzendo o primeiro ônibus "Internacional". Este veículo, produzido pela International, estava equipado com todo conforto necessário a viagens longas, inclusive banheiro e água corrente. A linha regular unia o Rio a Montevidéu. Imaginem fazer uma viagem até Montevidéu neste ônibus...
A segunda foto mostra a Rodoviária Mariano Procópio, em 1947, e um ônibus com destino a Três Rios.
Finalmente, a última foto mostra um ônibus Rio-Petrópolis, em 1950, prestes a partir.
Todas as três devem ter sido viagens penosas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

CHOPE DUPLO





 
Outro dia o prezado WHM solicitou um “post” sobre os ônibus “Imperiais”, apelidados de “Chope Duplo”.

Em outubro de 1927, segundo Stiel, chegou um carregamento de ônibus de três eixos, que teriam dois andares “idênticos aos que trafegam em várias linhas de cidades da Inglaterra”. Os chassis vinham da Inglaterra e eram equipados com motores a gasolina, de 35cv a 90cv, fornecidos pela também britânica Daimler (que, a essa altura, já não tinha nada a ver com a homônima alemã). Já as carrocerias, de madeira, eram construídas nas oficinas da Light, na antiga Avenida Lauro Müller (ficava entre a Francisco Bicalho e a Praça da Bandeira).

A Light, que fundou a Viação Excelsior, “um serviço de auto-omnibus de alto luxo”, entrou em negociações com a “Empresa Nacional de Auto-Viação”, que na época era a maior empresa de auto-ônibus da cidade. Esta lhe cederia todo o seu material que seria substituído pelos novos veículos. Com a concordata desta empresa a Light adquiriu o seu acervo.

Em 04/11/1927, foi realizada uma experiência com dois dos novos auto-ônibus, repletos de jornalistas convidados e foram até a Gávea. Partiram às 16:15 horas, sendo o primeiro veículo dirigido por Silvester e o segundo por Charles A. Barton, ambos da cúpula da empresa canadense.

O GLOBO de 27/03/1928 relatou: “Examinámos o primeiro omnibus do tipo Imperial (...). Como se sabe, essa classe de veículos consta de dous pavimentos. No inferior vão distribuidos 12 bancos, oito dos quaes aos pares e quatro alinhados lateralmente (...). Na parte superior, isto é, na ‘imperial’, para onde se sobe por elegante escada de volta, há 17 bancos para dous passageiros (...). A instalação para o chauffeur é commoda e elegante. Como medida de previdencia, ha no vehiculo um extinctor de incêndio.”

Em 06/04/1928 foram inaugurados oito auto-ônibus de dois pavimentos no tráfego da Rio Branco com grandes festas populares.

Em 6 de dezembro de 1941, foi anunciado o fim iminente dos “Chopes Duplos”, o que ocorreria no final da década de 40. Já considerados obsoletos e pesadões, estavam restritos às linhas Leopoldina-Arcos e Leopoldina-Clube Naval. Seus chassis passaram a vestir carrocerias convencionais e os motores foram convertidos ao gasogênio. Foi a saideira do “double-decker” carioca.

FOTO 1: vemos um “Chope Duplo” em plena Lapa, perto da igreja de N.S. do Desterro.

FOTO 2: em primeiro plano um ônibus com a inscrição "America" na lateral e logo atrás um exemplar do "Chope Duplo", trafegando pela Av. Rio Branco.

FOTO 3: aqui temos um fotograma da antiga Rua Senador Euzébio, com um “Chope Duplo” entrando na rua. Impressiona o porte do prédio da esquina com o Campo de Santana. A Rua Senador Eusébio começava na Praça da República e terminava na Avenida Francisco Bicalho. Teve as denominações de Caminho das Lanternas, Rua do Aterrado e Rua São Pedro da Cidade Nova. Conta Paulo Berger que no tempo de D. João VI aterraram-se lugares mais aptos e defendeu-se, por meio de grossa estacaria, desde o trilho para o Saco do Alferes até a Bica dos Marinheiros, a borda principal do perigoso mangue, fazendo-se iluminar à noite, de espaço a espaço, com lanternas especiais. Era o caminho usado pela Família Real para chegar a São Cristóvão. Daí os nomes de Caminho das Lanternas e Rua do Aterrado. Mais tarde o logradouro ficou dividido em dois trechos: Rua de São Pedro da Cidade Nova (a parte compreendida entre as Praças da República e Onze de Junho) e Rua do Aterrado (da Praça Onze de Junho até o fim). Em 1869 recebeu o nome de Rua Senador Eusébio. O carro com pneus de banda branca é um Chevrolet 1941. O que está meio encoberto pelo bonde é dos anos 30 e está difícil de identificar.

O prédio da direita, do qual só aparece uma pequena nesga, é o prédio que tinha o letreiro do CINZANO no seu topo. A Central do Brasil está à direita, fora da foto, e o Quartel General está atrás do fotógrafo, à direita. À esquerda, fora da foto, o Campo de Santana. A foto foi tirada em direção à Zona Norte/Francisco Bicalho. A Senador Euzébio é hoje a pista do canto da Presidente Vargas, sentido de trânsito Central - Leopoldina. O prédio mostrado ficava onde é, atualmente, a pista central da Presidente Vargas.

 

FOTO 4: o “Chope Duplo”.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

ENGARRAFAMENTOS


 
Hoje temos duas fotos, do acervo do Correio da Manhã, mostrando engarrafamentos no Rio no final dos anos 50.
 
A primeira perto da Ponte dos Marinheiros e a segunda no Centro.
 
Fui usuário dos ônibus 114, Estrada de Ferro-Ipanema, e também do ônibus 25, Jacaré-Ipanema, que fazia ponto na então chamada Praça Corumbá, na Lagoa, bem junto do Corte do Cantagalo. Este ônibus me deixava na porta de casa, fazendo um trajeto por Copacabana, Ipanema (até o Jardim de Alá), voltando pela Epitácio Pessoa até o Corte do Cantagalo.
 
Certamente obiscoitomolhado mencionará aquela caminhonete estacionada ali atrás na segunda foto.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

COPACABANA - CIRANDINHA


 
Hoje temos duas fotos da Av. N.S. de Copacabana (lado ímpar) no trecho entre Santa Clara e Constante Ramos.
A primeira foto de hoje, uma homenagem especial ao Belletti e ao Menezes, mostra a Cirandinha, em 1972. A segunda foto é do Gyorgy Szendrodi, de 1971.
A Cirandinha ficava na Av. N.S. de Copacabana nº 719, entre as ruas Santa Clara e Constante Ramos, quase em frente à Travessa Angrense, em cuja esquina ficava a Lojas Brasileiras. Era propriedade dos donos do Grupo Windsor e foi fechada após quase 60 anos de existência. A Cirandinha, mesmo em anos recentes, vendia produtos que fizeram sucesso nos anos 50 e 60 como “milk-shakes”, camarões empanados, além de ter uma tradicional feijoada aos sábados.
Este quarteirão do lado ímpar da Av. N.S. de Copacabana, entre Santa Clara e Constante Ramos, tinha muita coisa interessante. Primeiro é um dos quarteirões mais longos de Copacabana, pois o lado ímpar da Av. N.S. de Copacabana neste trecho é diferente do lado par. Neste, começam as ruas Raimundo Correia e Dias da Rocha, enquanto no lado ímpar estas ruas não vão até a praia.
Neste cruzamento que vemos na foto tínhamos a Barbosa Freitas, na esquina da Santa Clara (em frente ao Bazar 606 e na diagonal da Joalheria Krause), que era um grande magazine, de artigos masculinos e femininos, aparelhos eletrônicos, venda de brinquedos e até uma boutique moderninha entre dois pisos (acho que a Smuggler).
Em direção à Constante Ramos havia a Cirandinha (em frente a uma agência do BEG), depois o cinema Metro, inaugurado em 05/11/1941 e demolido em 26/01/1977. O Metro ficava na Av. N.S. de Copacabana nº 749, em frente à Rua Raimundo Correia, onde na esquina havia a Casa Sloper, na mesma quadra do Rei da Voz e as Lojas Brasileiras na esquina da Travessa Angrense. A par dos grandes filmes que ali passavam e do famoso ar condicionado com clima de montanha, aos domingos de manhã havia os famosos festivais Tom & Jerry. O ar condicionado era tão potente que o frio que chegava antes mesmo de passarmos pelo porteiro. O cinema tinha uma antessala enorme, com um tapete tão espesso que os pés afundavam, além de uma "bombonnière" chique.
Neste trecho ficava, também, o ponto de bondes (direção Centro). Ali também ficavam fotógrafos ambulantes tirando fotos de casais enamorados (as fotos podiam ser encomendadas numa sala do prédio ao lado BEG, entre a Travessa Angrense e a Santa Clara, onde também ficavam expostas numa vitrine as fotos dos casamentos feitos pelo famoso fotógrafo Aszmann. Também vendedoras de maçãs caramelizadas com seus tabuleiros ficavam nas vizinhanças do Metro.
Vizinho ao Metro ficava o Cinema Art-Palácio, no nº 759-B, construído em 21/10/1950, que passava o famoso jornal “Actualités Françaises” (era rival do “Atualidades Atlântida” ou, mais tarde, do “Canal 100”) exibido antes dos “traillers” e filmes.
Nesta mesma calçada, em direção à Rua Constante Ramos, depois do Cinema Art-Palácio, tínhamos a Caixa Econômica, uma loja de tecidos, a Casa da Borracha, o Mercadinho Azul, o Cinema Copacabana (atualmente uma academia de ginástica), a loja de sapatos DNB e a Tonelux. O Mercadinho Azul ficava bem em frente à Rua Dias da Rocha, ao lado do Cinema Copacabana (hoje em dia é uma grande farmácia). Nele, se podia comprar de tudo um pouco - havia um balcão que vendia muitos tipos de macarrão e todas as formas de massa. Ali as massas eram pesadas naquelas balanças antigas em que se equilibravam os dois pratos com uma série de pequenos pesos que ficavam dentro de buraquinhos numa peça de madeira. Logo na entrada, à direita, ficava o posto de venda de café. Tanto de xícaras de cafezinho, para serem tomadas de pé, quanto de sacos de um quilo, que eram embalados na hora. Café Palheta ou D´Orviliers. As máquinas de moer, enormes, ficavam na parede colada ao Cinema Copacabana. O cheiro era inconfundível. No Mercadinho Azul havia também um posto de vendas de ingressos para jogos no Maracanã.