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sábado, 18 de março de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: SAUDADES DO RIO - O CLONE


Hoje é sábado, dia da série “DO FUND DO BAÚ”.
 
E de lá sai esta foto do inesquecível “Saudades do Rio – O Clone”, nascido numa época de férias do antigo “Saudades do Rio”, do Terra.
 
Era de autoria do A.D. , o “Administrador Desconhecido”, e durante muito tempo gerou especulações sobre quem seria seu autor. Como, na ocasião, ele me perguntou se me incomodaria com este título, desde então sabia quem era.
 
A foto foi um “Onde é?”, pergunta  que também pode ser repetida hoje, excluindo os que se lembram da resposta dada naquela ocasião.
 
Vemos um Opala Coupé, que fez sucesso em sua época, e a sempre lembrada carrocinha da Kibon, no ano de 1972.

sexta-feira, 17 de março de 2017

BOTAFOGO



Hoje temos duas belas fotografias, enviadas por prezadas comentaristas do “Saudades do Rio”: a Cristina Pedroso e a Milu. Mostram o recanto da Praia de Botafogo na região do Mourisco, por volta de 1935.
 
Vemos na primeira foto a piscina do Clube Guanabara e o seu entorno, em 1935. Por medida de economia, o clube preferiu fazê-la, a partir de 1933, usando as claras águas da Baía de Guanabara. Por ser de água salgada esta piscina favorecia a flutuação e, por isto, foi usada várias vezes nas tentativas de recordes em provas de natação.
 
Reparem as construções deste trecho da Av. Pasteur e os anúncios na encosta do Morro do Pasmado: Firestone, Agfa,  Chapéus Cury (alguém sabe a que se referia?) e Radio Philco. Das construções sobrevivem a Policlínica de Botafogo (fundada pelo Dr. Luiz Pedro Barbosa e que está neste endereço desde 12/04/1928), a chaminé da City e a própria piscina.
 
Completamente à direita uma pequena torre branca pertencente a uma das extremidades do prédio do Clube de Regatas Botafogo. A amurada de pedra em primeiro plano ficava em frente ao Pavilhão Mourisco. Onde está a pequena faixa de areia e o trecho de água até a piscina do Guanabara, no futuro teremos as pistas da "Parkway" que cruzarão o Túnel do Pasmado, construído na década de 50.
  O desaparecido Renato, frequentador do Clube Guanabara já contou o seguinte: "Frequentei o Guanabara de 99 a 2002 e ouvi fatos e histórias daquela imensa piscina do clube. Ela nunca foi esvaziada, pois põe em risco a estrutura da mesma. Segundo os mais velhos havia um equilíbrio entre a contrapressão da água do mar versus a água da piscina que mantém a estrutura. Em 2000 ela teve recolocados os azulejos que haviam se soltado com a piscina cheia. Mergulhadores colavam as peças com técnica moderna, foram mais de 3 semanas nesta tarefa. Em 2001 a piscina teve implantado o sistema de aquecimento de suas águas por meio de um enorme sistema a gás natural. Piscina descoberta e aquecida?Achava e ainda acho isso estranho, a meu ver o consumo de energia é muito maior devido a dissipação do calor para o meio ambiente."
O Rafael Netto conta que “a piscina, hoje, como o clube, tem cara de abandono. O nível da água está cerca de um metro abaixo do ideal, chegando a dar pé nas partes mais rasas. A borda do lado da sede teve as calhas retiradas. A plataforma de saltos foi demolida em 2016 após estar interditada por uns 30 anos. Na base da plataforma ficavam as placas comemorativas da construção da piscina, não sei que fim levou.”

quinta-feira, 16 de março de 2017

RUA SÃO CLEMENTE





A primeira foto de hoje foi garimpada pelo prezado JBAN e mostra com destaque o quartel da PM na Rua São Clemente (uma imagem muito parecida é a do prédio do batalhão da Tijuca).

Em 1910, o 2º BPM foi transferido para o bairro de Botafogo, aquartelando-se na Rua Rui Barbosa, hoje Rua São Clemente nº 345, em um antigo prédio, que acabou por ser demolido para dar lugar a uma nova construção, que atualmente contém um pavilhão de comando com sete pavimentos e um prédio com quatro pavimentos para as companhias.

 Na época da foto e até meados dos anos 60 a Rua São Clemente era de mão-dupla e mais estreita do que atualmente. O tráfego costumava ser muito lento nas horas do “rush”.
 
Na foto vemos que a parada do bonde era imediatamente antes da Rua Real Grandeza e podemos ver os trilhos que se dividiam em direção à Copacabana/Ipanema/Leblon e ao Humaitá/Jardim Botânico/Gávea.
 
A segunda foto mostra um simpático PM em seu uniforme cáqui e capacete metálico. Este era amigo de todos os alunos do Colégio Santo Inácio, pois era o encarregado de controlar o trânsito defronte ao colégio. Muitas vezes, como íamos cedo para o colégio, dávamos carona para ele até lá. Era uma figuraça, pouco mais alto que nós nos primeiros anos do Ginásio.
 

quarta-feira, 15 de março de 2017

COMPORTA DO JARDIM DE ALÁ



As fotos de hoje são dos acervos de Aguinaldo Silva (a primeira) e do engenheiro João Carlos Kastrup (as demais). Mostram as obras para construção da comporta do canal que liga a Lagoa ao mar, entre Ipanema e Leblon.
 
Na foto do acervo Aguinaldo Silva, divulgada pelo prezado F.Patricio, vemos um Leblon ainda deserto, bem diferente do atual.
 Nas fotos do acervo do engenheiro Kastrup vemos aspectos da comporta propriamente dita, construída provavelmente por volta de 1926, quando o Prefeito Carlos Sampaio determinou o saneamento da Lagoa e o engenheiro Saturnino de Brito, após cuidadoso estudo, canalizou rios e retificou o canal do Jardim de Alá (que liga o mar à lagoa), além de criar duas ilhas artificiais, a dos Caiçaras e a do Piraquê. Com isto, a água que era doce, passou a ser salobra, e diminuíram as mortandades de peixes e as enchentes da época das chuvas. A partir deste saneamento muitas chácaras foram loteadas e começaram a surgir as ruas do entorno da Lagoa.

Essa é a segunda comporta feita para a Lagoa e a que de fato funcionou graças à teoria do Saturnino de Brito de que a Lagoa tinha que ser salgada e não doce, para combate do lodo, mosquitos e da malária que grassava na região em pleno séc. XX. A primeira comporta era mera extravasadora, o que mantinha a Lagoa totalmente com água doce.

 No grupo junto ao automóvel estão identificados "Freire, Dr. Saturnino, Dr. Duarte e Kastrup".

Como já contou o Decourt, na realidade são três comportas que existem no entorno da Lagoa, funcionando como um grande sistema de vasos comunicantes. As da Visconde de Albuquerque e Gal. Garzon evitam que a água doce das bacias do Jardim Botânico e Gávea entrem na Lagoa e só são abertas em caso de risco de transbordamento. Já a do Jardim de Alah tem duas funções: esvaziar a Lagoa quando por causa das chuvas a comporta da General Garzon e as galerias de águas pluviais trazem o risco da Lagoa transbordar, e na maré alta, para permitir a entrada de água salgada para Lagoa, fechando logo em seguida, na seca da maré, para manter o nível das águas. Só houve um erro no projeto: não se imaginou o carreamento de areia do mar para o canal, o que provoca sua constante obstrução.

A Lagoa recebe as águas de três rios: Rainha, que vem do alto da Gávea, passa por dentro da PUC e deságua no canal da Visconde de Albuquerque e também no canal do Jockey; Macacos, que vem pelo Jardim Botânico lá no alto e desce pela Pacheco Leão e também por uma captação feita pelo Jockey para o seu próprio consumo e, finalmente, o rio Cabeça, que vem pela Rua Visconde da Graça e deságua no canal da Lineu de Paula Machado. O canal da General Garzon recebe as águas do Rio dos Macacos , Cabeça e canal do Jockey.

A ponte ligando Ipanema e Leblon, pela praia, foi construída em 1918. Em 1938 foi construída a segunda ponte ligando Ipanema ao Leblon pela Visconde de Pirajá e Ataulfo de Paiva. A terceira ponte, da Prudente de Morais para a General San Martin é da década de 50. A ponte da Epitácio Pessoa para a Borges de Medeiros é dos anos 60 e, finalmente, a ponte ligando a Rua Redentor à Rua Humberto de Campos foi construída neste século por conta das obras do metrô.

Em 1938 o Prefeito Henrique Dodsworth construiu as praças do Jardim de Alá.

terça-feira, 14 de março de 2017

TORRES DA BARRA II





O projeto apresentado no “post” de ontem, de construção de residências, lojas e escritórios na Barra da Tijuca, resultou em um dos grandes “imbroglios” imobiliários do Brasil. Depois de atrasos nas obras, reduções nas dimensões do projeto e pendências judiciais, ergueram-se três torres residenciais: Torre Abraham Lincoln, Torre Ernest Hemingway e Torre Charles de Gaulle.

 

O cronograma original previa a inauguração das primeiras unidades em 1974 e todas as obras estariam concluídas em 1980. Não foi o que aconteceu.



Na década de 80 proliferavam os anúncios do Grupo Desenvolvimento pelos jornais. Afirmavam ter mais de 500 trabalhadores trabalhando na construção das torres, que haviam comprado 12 elevadores Atlas da Indústria Villares, os mais velozes do Brasil, operando à razão de 240 metros/minuto, que assinaram contrato com a Indústria Metalúrgica Grad-Fer para a compra de mais de 100 km de perfis de alumínio anodizado para execução da fachada tipo “curtain-wall”, etc. Ainda segundo anúncios foram plantadas mais de 100 mil árvores com coqueiros, palmeiras imperiais, eucaliptos, flamboyants. Os vidros fumê foram comprados da Santa Marina.

 

E a propaganda seguia firme em grandes anúncios: “Você não precisa pagar uma fortuna para viver de frente para o mar. É um investimento líquido e certo para o futuro. Você vai fazer um negócio tão bom ou melhor do que quem comprou na Avenida Atlântica, na Vieira Souto ou na Delfim Moreira há alguns anos.”

 

Como já escreveu o Decourt, “E de golpe em golpe, os prédios foram se arrastando e as obras só sendo aceleradas quando nova campanha de vendas se iniciava como forma de atrair mais interessados, voltando logo após a paralisia de antes, para girar o golpe mais uma vez. Além disso, o esperto político usou a grande área como moeda de troca com outros, como Sérgio Naya, onde um naco de terreno de um grupo de torres foi dado em troca de uma rádio, ou a venda do trecho além da Av. das Américas para a São Marcos Engenharia ( Organizações Globo ) e Casas da Banha em troca de favores e inserções comerciais. E assim o projeto foi totalmente deturpado: no lugar das torres redondas foram construídos em distribuição totalmente diversa prédios retangulares, que fragmentaram totalmente o horizonte do bairro, algo que Lúcio Costa não desejava quando criou seu Plano-Piloto.”

Em 2004, com tantos problemas de finalização, uma das torres chegou a ser ocupada por favelados. Por isso ou por aquilo, Mucio Athayde acabou por pedir falência, deixando muitos compradores em situação delicada.

 

A região do projeto continuou sendo chamada Athaydeville, até que Lei Municipal de 2003 renomeou seus dois trechos como Bosque Marapendi e Parque Lúcio Costa.



segunda-feira, 13 de março de 2017

TORRES DA BARRA



Vejam o que dizia o JORNAL DO BRASIL em 19/07/1970 sobre o projeto de Athaydeville:

"O Centro Comercial e Residencial que Oscar Niemeyer projetou para a Barra da Tijuca, seguindo as diretrizes do plano-piloto de Lucio Costa, é o maior conjunto arquitetônico desse gênero já feito no mundo. Nele vão morar, com um sossego e conforto inéditos no Rio, 80 mil pessoas em 71 torres de 34 andares, em média.
 
As primeiras seis torres, além do centro comercial, parques, jardins de prédios comunitários, ficarão prontos em 1972. Nos 700 mil metros quadrados do terreno serão construídos 18 mil apartamentos e cerca de 1000 lojas, além de clubes, teatros, cinemas, igrejas, escolas, salão de exposições, restaurantes, creches, supermercados e postos de gasolina para que nada falte aos moradores.
 
Haverá a Praça do Sol, próxima ao mar, e a Praça da Sombra, um ambiente acolhedor ao ar livre. Os jardins tropicais serão projetados por Burle Marx. As torres residenciais ficarão isoladas da área de comércio para maior tranqüilidade dos moradores. Perto das torres serão construídos clubes e piscinas para os que não quiserem tomar banho de mar. O acesso à Zona Sul pela Auto-Estrada Lagoa-Barra estará disponível a partir de 1971.
 
Haverá ainda uma linha de overcrafts (veículos anfíbios) que farão o percurso Barra-Centro pelo litoral, em 10 minutos. Na zona habitacional Niemeyer organizou um esquema que permite independência entre pedestres e veículos.
 
Os apartamentos serão de sala e um, dois, três ou quatro quartos, mas todos, inclusive os de empregada, terão vista para o mar ou para a montanha. As torres serão distanciadas entre si em 40 metros e terão 22 metros de diâmetro. Serão em concreto aparente, pois Lucio Costa argumentou que a coloração do mar e das montanhas dispensaria maiores acréscimos de cores."
 
 Amanhã o "Saudades do Rio" dará seguimento desta história de Athaydeville.

domingo, 12 de março de 2017

COPACABANA

 
Num dia lindo como hoje, domingo de sol, um bom programa é um banho de mar em Copacabana.

Pegar o fusquinha, estacionar junto ao calçadão e desfrutar na nova praia, agora alargada e com pistas duplas na Avenida Atlântica.

Comprar uma Coca-Cola na carrocinha junto à calçada, armar a barraca e as cadeiras, desfrutar de uma praia tranquila e não muito cheia já que o verão está terminando.

Mais tarde ir almoçar uma boa carne na Majórica, deixar a família em casa e seguir para o Maracanã.