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sábado, 31 de agosto de 2019

CADILLAC

 
Vemos, salvo engano, um Cadillac 1949 Series 62 Coupé. O Cadillac 49 foi o que inaugurou o estilo "rabo de peixe", que dominaria o design dos automóveis nos 10 anos seguintes.
Na foto, de Jean Manzon, podemos ver ao volante a cantora francesa Juliette Gréco, que aqui esteve nos anos 50, descendo a ladeira do Mundo Novo em direção a Rua Assunção ou Rua Marques de Olinda
 
Esta "tournée" mereceu o seguinte comentário na sua biografia: "A la fin de l’année 1950, Juliette obtient son premier contrat en dehors de la Rose Rouge : Elle s’envole pour le Brésil, habillée par Madame Schiaparelli. Le soir de son premier récital, une foule incroyable se presse: le bruit a couru que la chanteuse se produisait sur scène dans le plus simple appareil! Cette méprise ne l’empêche pourtant pas de prolonger son contrat de deux mois". 
 

Contam as más línguas que a francesa, hospedada no Copacabana Palace, cheirava mal. Diz a lenda que pagaram à camareira do Copacabana Palace para saber se algum dia ela trocou alguma toalha de banho molhada da musa do existencialismo...


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

CASA JAMES DARCY







 
Vemos hoje uma foto de James Darcy e o interior da casa da Rua Figueiredo Magalhães nº 1, esquina com Avenida Atlântica.
 
Após sua morte no início dos anos 50 os tesouros ali existentes passaram para as famílias de seus filhos Lygia, Belkyss e Sergio.
 
A casa foi demolida, dando lugar ao edifício Vesper.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CASA DE JAMES DARCY





 
A pedidos reproduzo fotos da casa de meu tio-avô James Darcy, cujo endereço era Rua Figueiredo Magalhães nº 1, esquina com Avenida Atlântica.
 
Amanhã, a pedido do Waldenir, veremos fotos do interior da casa, demolida em meados da década de 1950, sendo construído neste terreno o Edifício Vesper.
 
Sobre James Darcy, assim escreveu Gilberto Amado ("imortal" da ABL, poeta, diplomata e jornalista), por ocasião de sua morte:
 
"James Darcy nasceu no Rio Grande do Sul em 1876, tendo sido um notável homem público. Foi fulgurante expositor, na Federação de Porto Alegre, das idéias e programas de Júlio de Castilhos. Foi jurisconsulto, Consultor Geral da República, sucessor de Clovis Bevilaqua, colaborador de Rio Branco, que tantas missões difíceis e de alto alcance internacional e nacional lhe confiou.
 
Foi professor universitário, administrador das Caixas Econômicas e presidente do Banco do Brasil; homem múltiplo em tantos aspectos desdobrado ao longo de uma vida de trabalho e atividade intelectual.
 
A sua casa, nas primeiras décadas do século XX, cheia de sua biblioteca, uma das mais completas do Brasil e certamente a mais completa do ponto de vista da bibliografia política e literária, era uma espécie de abrigo espiritual e moral onde se viviam instantes altos e simples, nobres e alegres.
 
A mesa, certos domingos, tinha que ser encompridada, de ponta a ponta da sala de janelas abertas sobre o mar murmurante na praia deserta ainda não cortada de tanta buzina de automóvel.  No meio de todos, James Darcy que a todos era superior em tanta coisa, por certo que de autoridade que nele espontaneamente emanava, animava-os, guiava-os, fazia-os dar o máximo naquelas horas fugidias.
 
James Darcy tinha conhecimentos extensíssimos não só literários como de todas as belas artes. Ouvir-lhe descrever uma visita ao Vaticano ou ao Palácio Pitti era um encantamento. Sabia do que falava e só falava do que sabia. Sua voz esplêndida, seu ar fidalgo, seus traços nobres sugeriam comparações. Pensava-se num paladino, num navegador genovês.
 
Sua carreira política foi breve; seu gosto por ela efêmero. Dedicou-se aos livros e aos amigos. Aqueles, lhe enriquecendo o espírito, o tornaram a estes ainda mais querido. Sua importância foi grande. Sua presença não se apagou com sua morte no Rio Grande do Sul em 1952; durará para sempre na saudade dos que o conheceram.”
 
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

POSTOS DE SALVAMENTO





 
Os antigos postos de salvamento de Copacabana serviam, além de ponto para os banhistas (salva-vidas), como marcos de referência do bairro e tinham bares na base dos postos.
Nos bares vendiam-se cachorro-quente e guaraná Antarctica.
Eram bem conhecidos os relógios-bóia, que serviam para informar a hora naquele tempo em que poucos levavam relógios para a praia. Numa das fotos vemos um deles com a propaganda dos "Maillots Neptuno".
A primeira foto é do Posto 6 e foi colorizada pelo Conde di Lido.
A segunda foto é do Posto 3 e, ao fundo, aparece a casa de meu tio James Darcy, aquela à direita do Posto, com um arco no segundo andar.
As últimas fotos mostram o Posto de Salvamento do Leme (estas são do acervo do “Saudades do Rio – O Clone”.
Antigamente, em Copacabana, a localização dos postos era a seguinte:
1 – em frente à Rua Aurelino Leal, no Leme.
2 – Lido.
3 – em frente à Rua Hilário de Gouveia.
4 – na altura da Rua Santa Clara.
5 – junto à Rua Bolivar.
6 – perto da Rua Rainha Elizabeth.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

ESTAÇÃO COPACABANA





 
Vemos hoje a esquina da Av. N.S. de Copacabana com Rua Siqueira Campos em diversas épocas.
A primeira foto é da Estação de Bondes em Copacabana, em 1894. Os bondes para Copacabana percorriam as ruas da Passagem, General Polidoro e Real Grandeza e passavam defronte do Cemitério de São João Batista, em Botafogo. Depois de atravessar o Túnel Velho e desembocar na Ladeira do Barroso (atual Rua Siqueira Campos), seguiam em direção à estação final de Copacabana. Construída em estilo chalé, ficava na esquina das atuais Av. N.S. de Copacabana e Rua Siqueira Campos, defronte da hoje Praça Serzedelo Corrêa.
 A elegante estação, toda de madeira, situada na esquina da Rua Siqueira Campos com a de N.S. de Copacabana, recebeu em 06/07/1892, às 14h30min, a comitiva de dez bondes especiais que tinham partido da Rua Gonçalves Dias pouco depois das 13h, para a viagem inaugural até Copacabana."
Quando da inauguração daquele prédio de madeira, anterior ao mostrado na foto de hoje, foi lavrada a seguinte ata:
"Aos seis dias do mês de julho de 1892, neste lugar denominado Copacabana, da freguezia da Lagôa da Capital Federal, estação terminal da linha da Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico, presentes os Exmos. Srs. Marechal Floriano Peixoto, Presidente da República, Ministros da Guerra, da Marinha e do Exterior, Presidente e mais Membros da Intendência Municipal, Dr. Engenheiro Fiscal e seus ajudantes, General Estevâo José Ferras, Dr. Barão de Ribeiro de Almeida, Coronel Malvino da Silva Reis, Dr. José Cupertino Coelho Cintra, gerente da Companhia, e mais pessôas gradas, foi inaugurado o tráfego da linha ferro-carril, depois de preenchidas as formalidades regulamentares e de ter sido inspecionada e aprovada pelo Sr. Dr. Engenheiro Fiscal dos Carris Urbanos e Suburbanos, por parte da Intendência Municipal.
E, para constar, eu, Frederico Augusto Xavier de Brito, servindo de Secretário "ad hoc", lavrei êste têrmo que assino com as autoridades e cidadãos que a êste ato compareceram." Texto do livro de Dunlop. Foto de J. Gutierrez. Acervo George Ermakoff.
A segunda foto mostra a nova estação em 1921. A urbanização já estava 100% concluída nesse trecho, da pavimentação até a arborização, passando pela rede de bondes e iluminação elétrica nas vias. Vemos também a rede de cabos telefônicos e de baixa tensão. Os transformadores já eram embutidos em volts subterrâneos até a Rua Tonelero, onde a rede passava a ser aérea com os transformadores nos postes. Isso com um bairro de pouco mais de 20 anos de ocupado. A terceira foto também é desta estação.
A quarta fotografia é de Gervásio Batista, de 1955, vemos o tradicional "Ponto de 100 réis", na esquina da Avenida N. S. de Copacabana com a Rua Siqueira Campos, sendo demolido. Neste espaço foi construído o Centro Comercial de Copacabana. O "Ponto de 100 réis" ficava numa das esquinas da Praça Serzedelo Correa, local central do bairro, onde está a Igreja Matriz e onde, nos primeiros tempos de Copacabana, ficava a ramificação dos bondes que vinham pelo Túnel Velho e se dirigiam para o Leme ou para a "igrejinha" do Posto 6. Ao lado dos sobrados em demolição podemos ver o edifício da Companhia Telefônica Brasileira, que está de pé até hoje.
Esta denominação de "ponto dos 100 réis" existia em vários locais da cidade. Sua origem está ligada às linhas de bonde e ao preço da passagem. As linhas muito extensas costumavam ter um ponto a partir do qual era necessário pagar outra passagem, ou seja, mais 100 réis. Mesmo quando o preço deixou de ser esse, a denominação permaneceu. Quem andou de bonde, nos anos 40 e 50, não pode esquecer o "Ponto 100 Réis", também chamado "Ponto de Seção".
Sem dúvida, um dos mais famosos era o do cruzamento do "Boulevard" (Av. 28 de Setembro) com a Rua Sousa Franco, onde existiu o Petisco da Vila. Lá chegando (os bondes 74 - Vila Isabel x Engenho Novo e 75-Lins de Vasconcellos), o condutor zerava o relógio-marcador e começava a cobrar nova passagem de todo mundo.
Outro Ponto 100 Réis ficava na Estação São Francisco Xavier, no final da rua de mesmo nome e o começo da 24 de Maio, onde os passageiros do 76- Engº de Dentro, 77- Piedade e 78- Cascadura tinham de abrir a carteira novamente.
Outro ainda no lado de Botafogo do Túnel Velho, onde nova passagem devia ser paga na década de 50. Os bondes da Ilha do Governador, também possuíam quatro seções, a Cem Réis cada uma (100 Réis = 1 Tostão = 10 centavos).
A última foto é uma maquete do Centro Comercial de Copacabana, que está até hoje no mesmo local.

domingo, 25 de agosto de 2019

LUTO

 
O "Saudades do Rio" está no ar há mais de 15 anos, passando por diversas plataformas.
 
Por aqui passaram e passam muitas pessoas, algumas se tornaram amigas, outras que chamo de "bons companheiros" e, é verdade, alguns "complicados".
 
Este convívio quase diário gera um tipo de relacionamento que não sei bem como expressar, mas que de alguma forma faz parte da gente.
 
Acabo de saber do falecimento da esposa de simpático comentarista que não conheço pessoalmente. Mas quero deixar aqui um pequeno gesto de solidariedade, não publicando temporariamente as fotos do Rio Antigo.
 

MARACANÃ


 
A primeira foto foi publicada ontem pelo prezado H. Hübner com a legenda "Maracanã - década de 50: Aqui vemos uma curiosidade decorrente da não previsão de substituição de atleta durante o jogo no futebol naquele tempo: A NÃO EXISTÊNCIA DO FOSSO DO BANCO DE RESERVAS QUANDO DA CONSTRUÇÃO DO MARACANÃ ORIGINAL!".
 
O desaparecido Rafael Netto corroborou o texto. E eu discordei.
 
Como pode ser observado, havia sim espaço para os reservas. Na boca do túnel ficavam o técnico (João Saldanha, na segunda foto), o diretor de futebol e o médico. Atrás ficavam os PMs. Os demais, depois dos PMs, logo sairiam dali. Vemos a bolsa de gelo do massagista, que ficava naquele fosso ali atrás, junto com os reservas (quando da introdução da Regra 3), radialistas, outros PMs, operadores de rádio, etc.
 
Cheguei a ficar neste fosso num jogo do Flamengo. A visão era péssima, junto ao solo. Não se tinha nenhuma noção de profundidade e as jogadas do outro lado do campo não eram vistas claramente. O técnico não tinha a menor noção da tática da equipe.
 
Talvez por isto as instruções fossem bizarras. Certa vez um técnico do Flamengo chamou um reserva, já no final de um jogo duro. Antes de entrar o jogador se agachou para ouvir as instruções. Curioso, apurei o ouvido e, após dar uns tapinhas nas costas do jogador, o técnico deu a formidável instrução: "Entra e mete os peitos!".