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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

ESVAZIANDO O ARQUIVO (3)

 

FOTO 1: Há inúmeros grupos sobre o Rio Antigo no Facebook. A maioria é muito ruim, com informações e discussões totalmente equivocadas.

Esta fotografia foi postada, a sério, com o título "Passeio do Elefante Dudu, do Gran Circo Bertoni, pelo trecho em frente à Praça do Lido - Copacabana, em  1938."

Ora, esta foto (pescada num dos nossos blogs) foi publicada com esta  legenda, numa gozação do JBAN com o Conde di Lido (Edoardo de Bourbon di Bertonius).

Ora, esta legenda foi na época colocada pelo JBAN, implicando com o nosso Conde di Lido (Edoardo de Bourbon di Bertonius).

Se a desinformação continuar, daqui a pouco o pessoal dos direitos de animais, por conta da exploração dos burricos Lulu&Dudu, vai entrar com processo contra a Cia. Jardim Botânico. Muitos vão querer saber onde comprar “O Pharol” do Ariovaldo Brochado, o redator-chefe, de Dona Neuza, a secretária, Soninha, a estagiária, Aparecido, o motorista, do colunista social Floriano Flores, o Flô-Flô.

Vão querer saber como o piloto cego JBandeira de Mello voava e o que aconteceu com o Abdullah, o terrorista que tinha horror a sangue. E qual foi o fim da Perikitta Gladys, do Tonho Treispeidim, da Gabriela Portátil, a mulher-retrátil. Vão querer fazer um SPA na famosa C.M.I. – Clínica de Mamoterapia de Itaipava. Isto sem falar do preconceito contra o Anão Duarte.

Vão perguntar por que o assassino do General Miranda ainda está solto, em que faculdade leciona o Professor Pintáfona, qual a razão do suicídio do Tertuliano Delacroix.

E se Mme. Simmons ainda acompanha o Professor, se a Giseli Loira foi com o Rafa para a Alemanha e se Josafá Pederneiras retornou ao Rio. Manifestarão preocupação com o destino da telefonista Ana Lucia, se a Karina está na Venezuela. 

Pedirão o endereço do “Fleur de la Passion”, famoso salão do Tutu La Minelli, descreverão o Forte de “Mont-de-la Veuve” e se com o exílio do Rouen seu motorista Claude Maurice está procurando emprego.

Vão querer saber o endereço do consultório da Dra. Psicóloga e da Dra. Eve Lynn. Precisando de empregada, tentarão contato com a Creusa. Perguntarão se Veedol e Ludaol precisam de receitas controladas.

Noivas vão querer casar tendo o Bispo Rolleiflex ou Frei Henrique Boaventura como oficiante. Outras, mais modernas, vão querer a bênção de Manitu. A Demolidora Cerqueira será requisitada para alguns trabalhos.

Pedirão explicação sobre quando a Anta Copacabanensis foi extinta, se o Vittorio realmente voou, como o Peixe-Boi Amazônico de Niterói foi morto, se o Thor da Praia do Canto conhece o Pastor.

Alguns vão querer alugar a Mansão de Lord Joseph no Alto, outros contratar o Dr. Decuca. Vão querer ouvir a soprano La Frusca e perguntar se o Barão de Montenegro mantém o título. Muitos dirão que sentem saudades das fotos de Fidelino (Patricio) Leitão de Menezes e da loja do Del-er-Ahni na Rua da Alfândega. Indagarão por onde andam o Jason Waldvogel, o Príncipe Giovanni di Calabria e a Dona Milúdica.

Só espero que não acreditem que a Tya tinha mesmo uma vassoura voadora.


FOTO 2: Os últimos dias da Av. Atlântica com mão e contramão.


FOTO 3: Obras no Clube Guanabara, no Mourisco, em 1965.


FOTO 4: O clube Costa Brava, localizado em um dos mais belos locais da orla carioca.


FOTO 5: O Clube dos Democráticos, na Rua do Riachuelo. Fazia sucesso nos desfiles de carnaval das Grandes Sociedades.


FOTO 6: Igreja de São João Batista da Lagoa, em cujo projeto participaram os arquitetos Beaurepaire-Rohan (1831), Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1837) e Adolpho Morales de Los Rios (1890). Esta igreja, na Rua Voluntários da Pátria (antiga Rua Nova de São Joaquim), substituiu a capelinha do Engenho de N. S. da Conceição, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, como sede da paróquia criada em 1809 por D. João VI para atender a população dos arredores da cidade entre o Catete e a Gávea. A igreja é em estilo neoclássico.


FOTO 7: A boca do túnel do Pasmado, inaugurado em 1952, do lado das sedes dos clubes Guanabara e Botafogo. Trânsito em mão-dupla. A foto parece ser dos anos 60/70.


FOTO 8: Projeto para balneário na Praia de Santa Luzia em 1913. Não foi construído.

FOTO 9: A Av. Conde de Mearim é a atual Rua Camuirano, em Botafogo.


FOTO 10: Aspecto da região do Mourisco em 1949, antes da abertura do túnel do Pasmado. A antiga sede do Botafogo ainda está lá e o anúncio, famoso, da Salutaris já encantava os cariocas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

ESVAZIANDO O ARQUIVO (2)


FOTO 1: Praia de Copacabana em 1934. Que arranha-céu seria aquele?


FOTO 2: Piscina do Iate Clube do Rio de Janeiro em 1963. Bom mesmo era o que acontecia aí nas noites do famoso Baile do Havaí.


FOTO 3: A "Cascatinha Taunay" na Floresta da Tijuca, em 1963. Você a conhece?


FOTO 4: A Praia do Flamengo e sua mureta antes da construção do Aterro.


FOTO 5: O "pier" de Ipanema no início dos anos 70. Nossa rede de vôlei ficava aí perto desde o início dos anos 60.



FOTO 6: São Conrado em 1973, antes da construção dos arranha-céus daquela orla.


FOTO 7: Copacabana em meados da década de 60, ainda com a Av. Atlântica em mão-dupla.


FOTO 8: Botafogo na década de 60. Ainda antes do aterro que aumentou as pistas.


FOTO 9: O Centro assim é coisa do passado. Nos anos 60 era outro mundo.


FOTO 10: Na década de 60 o Flamengo conquistou dois títulos. O assinalado na faixa à direita, em 1963, na final histórica com o Fluminense (nunca fiquei tão espremido no Maracanã quanto naquele dia), e outro em 1965, anos desta foto.


terça-feira, 30 de setembro de 2025

ESVAZIANDO O ARQUIVO (1)

As fotos de hoje provavelmente são da revista "O Cruzeiro". Caso não sejam, são da "Manchete".

FOTO 1: Túnel do Pasmado, com a antiga sede do Botafogo à direita e a sede do Guanabara à esquerda.

FOTO 2: A Perimetral que de solução passou a ser problema e foi demolida. À esquerda, a Praça XV, à direita e no fundo, o Ministério da Agricultura.

FOTO 3: Um dos frequentes "shows" aéreos que aconteciam na Praia de Copacabana, principalmente nas comemorações da "Semana da Asa".

FOTO 4: Um aspecto do Monumento aos Mortos e do Aterro nos anos 60.


FOTO 5: As obras do novo Hospital Souza Aguiar na Praça da República nos anos 60.

FOTO 6: A loja da OCA, de Sergio Rodrigues, famosa nos anos 50 e 60 vendendo móveis e decorando espaços. Ficava na Rua Jangadeiros, em Ipanema.

FOTO 7: Autorama na Zona Norte. Alguém identifica?

FOTO 8: Aposentados no Posto 6, em Copacabana. Nesta época ficavam junto da areia, perto dos barcos dos pescadores. Há tempos se mudaram para o outro lado da Av. Atlântica, em frente ao atual Hotel Fairmont.

FOTO 9: A ponte sobre o Canal de Marapendi em 1967.


FOTO 10: A região do Castelinho (as novas gerações não têm ideia deste referencial). À direita, as instalações do Colégio São Paulo, que encerrou as atividades neste ano de 2025.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

LAGOA

Hoje vamos dar uma olhada naquele trecho da Lagoa perto do Túnel Rebouças, mais ou menos paralelo à Rua Fonte da Saudade. As fotos foram enviadas pelos prezados Carlos Ponce de Leon Paiva (talvez da "Manchete") e GMA (do acervo do "Correio da Manhã", hospedado no "site" do "Arquivo Nacional"), além de fotos do "site" da "Pequena Cruzada".

Nossos agradecimentos a ambos.


FOTO 1: Vemos a área perto da Igreja de Santa Margarida Maria, na Lagoa, em meados da década de 60, quando estava prestes a acontecer a abertura do Túnel Rebouças. Já vemos o primeiro grande prédio deste trecho da Avenida Epitácio Pessoa, logo após o prédio menor da Obra do Berço.

Havia na Lagoa e na Fonte da Saudade uma série de casas muito bonitas que, depois, foram substituídas por prédios de apartamentos. Bem aqui à direita, a casa da professora Heloísa, mestre de inglês de tantos alunos. As aulas eram numa sala sobre a garagem da casa dela, em pequenas turmas de cinco alunos.

Mais à direita ainda, neste trecho, funcionou durante anos a CCP - Clínica de Cirurgia Plástica do Dr. William Bonhôte, que durante anos trabalhou no Serviço de Ortopedia do Dr. Arnaldo Bonfim.

 

FOTO 2: Nesta foto, já da década de 70, mais edifícios já substituíam as casas. A da professora Heloísa foi das primeiras a desaparecer. 

À direita vemos a "Pequena Cruzada", uma instituição católica que começou a funcionar em 1921 no Catete para apoiar a população carente. Em 1930 recebeu do Prefeito Prado Junior a doação de um terreno na Lagoa, na Epitácio Pessoa, junto à Rua Vitor Maúrtua, onde permanece até hoje.


FOTO 3: Em 1933 as obras da construção da nova sede estavam em andamento. A inauguração se deu em maio de 1935. Poucos anos depois o prédio começou a apresentar defeitos estruturais, tendo que ser demolido. As internas tiveram que ser transferidas para Petrópolis, enquanto aguardavam nova construção na Lagoa.


Em 1947 foi inaugurado parte do novo prédio e a instituição voltou a funcionar na Lagoa. Nos anos 60, para gerar renda, foi cedido parte do terreno para a construção de um posto de gasolina Esso, hoje funcionando como Ipiranga. Com o valor da locação onstruiu-se um auditório, a casa do zelador e um salão de festas com o qual se passou a obter também uma nova renda. 


A "Pequena Cruzada" continua em funcionamento com o lema de " instituição que visa a inclusão social por educação em tempor integral, com a profissão de fé de sua padroeira Santa Therezinha."



FOTO 4: O prédio da "Obra do Berço", de 1937, foi o primeiro projeto executado de Oscar Niemeyer. Localizado na esquina da Rua Cícero Goes Monteiro com a Av. Epitácio Pessoa, perto da Igreja de Santa Margarida Maria, fica num quarteirão onde só haviam casas até os anos 60. 


O prédio foi construído sobre pilotis em dois blocos, um de quatro pavimentos e outro com dois andares e um terraço-jardim que serve como local de recreação e se comunica com o terceiro pavimento do bloco mais alto.


Segundo nos conta L. Cavalcanti, o edifício foi projetado em estrutura de concreto armado, contendo os elementos fundamentais da gramática moderna: estrutura livre, planta livre, fachada livre, pilotis e terraço-jardim. A fachada noroeste foi protegida da insolação por "brise-soleils" móveis verticais, emoldurados por pequeno friso à sua volta.


A Obra do Berço foi fundada em 1928 por Marianna Sodré e Lysia Cezar de Andrade. Começou em Laranjeiras oferecendo serviço ambulatorial de pré-natal e puericultura, fornecendo leite e enxovais para bebês. Em 1938, inaugurou sede própria na Lagoa, onde está desde então. A creche teve, durante muitos anos, em seu grupo de diretoras, ex-alunas do Sacré-Coeur de Jésus, entre elas minha madrinha.




FOTO 5: Este trecho da Lagoa, vizinho ao prédio da "Obra do Berço", antes da abertura do Túnel Rebouças, tinha pouquíssimo movimento de veículos.



FOTO 6: Estamos em 1955. O poste à esquerda está na esquina da Epitácio Pessoa com a Fonte da Saudade, onde há décadas há um posto de gasolina.



FOTO 7: Na década de 1970 houve uma explosão de construção de edifícios na região. O trecho, atualmente, tem um trânsito caótico, sempre engarrafado, tal o número de veículos que se dirigem para o Túnel Rebouças.

sábado, 27 de setembro de 2025

O PHAROL


O PHAROL, em edição extraordinária, informa que mudou o endereço do "site" do concurso sobre trailers cinematográficos, produzido pelo Helio Ribeiro.

Os interessados devem acessar:

concursodecinefilia.blogspot.com


Esperamos por vocês lá no novo endereço. Não faltem!

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

CORCOVADO

A primeira trilha que levava até o alto do Morro do Corcovado foi aberta por D. Pedro I por volta de 1824. Anos depois, D. Pedro II, incentivado por Pereira Passos, autorizou a construção e inaugurou a primeira estrada de ferro, com locomotiva a vapor, que seguia até o topo.

No século XVI, o cume do Morro do Corcovado, a 710 metros acima do nível do mar, havia sido batizado de Pináculo ou Pico da Tentação. No século XVII foi rebatizado de Corcovado, devido à sua forma semelhante à corcova do camelo.

A ideia de se construir uma estátua no alto do Corcovado foi do Padre Pierre Marie Boss em 1888: "O Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra, alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso - Quando virá? Há tantos séculos espero! Sim, aqui está o pedestal único no mundo. Quando virá a estátua, como eu colossal, imagem de Quem me fez?"

O padre morreu sem ver seu sonho construído. Na década de 1920 o projeto foi adiante e fez-se um concurso.


FOTO 1: Esta fotografia, enviada por Cristina Pedroso, apareceu na "Revista da Semana" de 1º de setembro de 1923. Era o projeto vencedor, de Heitor da Silva Costa. para o monumento do Cristo Redentor que incluía, além da figura de Cristo, o globo e a cruz, símbolos da redenção. 

Segundo a revista, esta como outras extravagantes idéias, que seriam desastrosas, foram sabiamente rejeitadas em favor da solução bastante satisfatória que ao final foi adotada. O desenho final do monumento é de autoria do artista plástico Carlos Oswald e a execução da escultura é responsabilidade do estatuário francês Paul Landowski, com a ajuda do calculista Albert Caquot.

Enquanto a estrutura ia sendo preparada, na França a estátua em gesso era moldada. Veio depois para o Brasil dividida em várias partes numeradas que Heitor Levy produziu em concreto armado, em Niterói, sendo posteriormente transportadas e montadas no local.

O monumento ao Cristo Redentor no morro do Corcovado tornava-se a maior escultura art-déco do mundo.

Carlos Reis, em "Brasil Revista" assim se expressou sobre este monumento: "Quando a gente brasileira inaugurou no alto do Corcovado a estátua do Cristo Redentor não fez, apenas, a implantação do grande movimento, mas deu uma prova provada da religião que existe no âmago do nosso coração, no cerne da nossa alma, desde os primeiros dias de aventura cabralina. 

E, lá do alto da montanha, do gigante de pedra que domina a entrada da Guanabara, o mais lógico, o mais racional, o mais eloqüente dos fundadores de religião faz ver aos homens, mesmo aos incréus, aos que se fingem alheios à existência do Criador, que Deus é o soberano da vida, o Senhor do Mundo, o dominador da Terra. 

(...) 

A subida, a doce ascenção dessa viagem, mormente nos dias claros, nos dias de escampos, nas primeiras horas das manhãs de primavera, infiltra no íntimo do ser humano um bem-estar suavíssimo, uma pletora carinhosa de vontade de viver." 

FOTO 2: Foram realizadas várias campanhas para pagamento da obra, como esta que vemos na foto: "Dae um óbulo para as obras do monumento". 

Após diversos estudos, optou-se pelo revestimento da estátua com pedra-sabão. Foram montadas em tela, pelas senhoras do Círculo Católico, em triângulos de três centímetros de lado e sete milímetros de espessura. Por questões de equilíbrio da estátua de 1100 toneladas e 38 metros de altura, um dos braços é 40 cm maior que o outro. 

FOTO 3: A inauguração deu-se em 12/10/1931, começando às 10 horas com a oração cerimonial proferida pelo Legado Pontifício e Arcebispo do Rio de Janeiro D. Sebastião Leme e, a seguir, com missa celebrada pelo Núncio Apostólico, representante do Vaticano, D. Aloisi Masella.

FOTO 4: Por iniciativa dos Diários Associados, Assis Chateaubriand contatou Guglielmo Marconi, o inventor do telégrafo sem fio, para ligar a iluminação através de um impulso elétrico a ser captado por uma estação em Dorchester, na Inglaterra e transmitido para o Rio. Mas houve uma falha  no sinal vindo da Itália e, discretamente, uma subestação na Taquara (Jacarepaguá) emitiu o sinal...


FOTO 5: Sidney Paredes enviou para o Decourt esta fotografia feita por seu tio Ferreira Junior, que trabalhava para a ABI. Chama a atenção o fato de todos os senhores não parecem turistas ou visitantes comuns, pois todos trazem objetos nas mãos, como máquinas fotográficas, pastas, tripés, estojos metálicos. Há inclusive um padre entre eles. Seria uma visita de órgãos da Imprensa e de algumas autoridades às obras de construção da estátua?


FOTO 6: A elegância ímpar dos primeiros visitantes do Corcovado há quase cem anos, em foto enviada pelo JRO.


FOTO 7: Até da década de 1970, mais ou menos, era um passeio espetacular e fácil ir ao Corcovado. Deixava-se o carro no estacionamento, subia-se várias escadas e se chegava a pouco mais de 700 metros de altura, de onde se descortinava uma vista excepcional. 

Hoje em dia, com o número enorme de turistas, o programa é um pouco mais complicado, tanto para subir no trenzinho, quanto ir de van. Mas não deixa de ser um espetáculo.

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Quando foi a última vez que você foi ao Corcovado?

Fontes: "Brasiliana Fotográfica", "Estrada de Ferro do Corcovado - 100 anos de eletrificação", "Foi um Rio que passou", "O Cruzeiro".

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

SANTA TERESA

A postagem de hoje é uma homenagem ao desaparecido Rafael Netto, o Rafito, companheiro da velha guarda dos FRA - Fotologs do Rio Antigo e membro efetivo do S.E.M.P.R.E.

Rafael, grande figura, assíduo frequentador dos encontros no Alto da Boa Vista, nos idos de 2006 e 2007 tinha o fotolog "Ontem e Hoje", onde fotografava os locais que apareciam nos FRA.


FOTO 1: Publicada pelo Decourt em março de 2007 vemos esta urbanização realizada pela PDF nos anos 40 a fim de criar um novo paisagismo para um região certamente conhecida há muitos anos pelos cariocas, principalmente fotógrafos e pintores.

O projeto de urbanização foi autoria do arquiteto Azevedo Neto, autor de muitas praças e jardins em nossa cidade.

A vista, sem os grandes prédios construídos na região da Glória era totalmente desimpedida. Vemos um trecho da Av. Beira-Mar e. lá no fundo. as obras de aterro do Aeroporto Santos Dunont e a Escola Naval.

Vemos que a urbanização é de extremo bom gosto, as luminárias presas nas amuradas não tomam espaço da pequena praça e o uso de blocos de cimento intercalados por grama se mostra muito avançada, pois esse tipo de pavimento só se popularizou no final dos anos 50.

O lugar antes chamado de Jardim de Santa Tereza hoje é chamado de Praça Glauce Rocha.


FOTO 2: Aspecto em 2007: a Praça Glauce Rocha é um pequeno mirante na entrada de Santa Teresa, onde se encontram as ruas Taylor e Visconde de Paranaguá, que sobem da Lapa, e Hermenegildo de Barros, que vem da Glória.

Ainda conserva a mesma urbanização de 1940, embora as árvores tenham mudado bastante o panorama do lugar. Dois dos três postes permanecem lá, embora com globos modernos. Junto da praça, existem uma bela casa que pertenceu a Hermenegildo de Barros e, em frente a ela, a casa de Paschoal Carlos Magno, que abriga o Teatro Duse, fundado pelo autor. 

FOTO 3: Em maio de 2006 o “Saudades do Rio” publicou esta foto de Landau, da década de 1950, mostrando a Centro, visto a partir de Santa Teresa. À esquerda a Cinelândia e o Hotel Serrador. Mais ao centro, o Palácio Monroe com sua cúpula. À direita, o Aeroporto Santos Dumont e a Praia da Glória antes do Aterro do Flamengo.


FOTO 4: Poucos dias depois da publicação da foto anterior o Rafael Netto foi lá fotografar e descreveu o que encontrou.

O pequeno mirante fica na subida entre a Glória e Santa Teresa, no encontro das ruas Hermenegildo de Barros, Taylor e Barão de Paranaguá. O mirante se mantém mais ou menos do mesmo jeito, apesar de mal cuidado. Já a vista do Centro mudou muito, principalmente devido aos grandes edifícios construídos entre o Passeio e a Glória. Mal se veem os edifícios Brasília e São Borja (logo à esquerda do poste) e os edifícios Serrador e Mesbla, no extremo esquerdo da foto, não sobressaem como antigamente.

O poste parece ser o mesmo, apenas o globo foi trocado por um de estilo moderno, como tantos na região da Glória. Já outro poste que havia mais adiante não teve a mesma sorte, só sobrou o resto da base, corroído.



FOTO 5: Vemos a região ocupada atualmente pela Praça Glauce Rocha em foto do dia 16 de março de 1940. O fotógrafo está bem no leito da Rua Hermegildo de Barros e pega com sua objetiva a parte ajardinada da encosta onde no topo foi construído um mirante.

Ao fundo vemos as casas de Santa Teresa, um bairro nobre e longe da violência e da favelização que cada vez mais sufoca um dos pontos mais simpáticos, pitorescos e bonitos de nossa cidade. 


FOTO 6: Em 2007 lá foi o nosso prezado Rafael Netto fotografar o mesmo local e contar o que viu:

A Praça Glauce Rocha é um pequeno mirante na subida de Santa Teresa, onde se encontram as ruas Taylor e Visconde de Paranaguá (que sobem da Lapa) com a Rua Hermenegildo de Barros (que vem da Glória).

Mesmo com tantos anos entre as duas fotos podemos perceber que tudo o mais continua o mesmo, a muralha de contenção de pedra, os postes no mesmo lugar, o calçamento de paralelepípedos e as antigas casas ao longo da rua. Apenas a escadinha que contorna a esquina perdeu o muro de proteção.

À esquerda um legítimo "auto vintage", uma Variant 1972 com uma cor típica da época.

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Para terminar, uma foto do local já na segunda década do século XXI


FOTO 8