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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

RUA FIGUEIREDO MAGALHÃES - COPACABANA (2)

Como sequência à última postagem continuamos na Rua Figueiredo Magalhães, com destaque para o desabamento do Edifício “São Luiz Rei de França”, ocorrido em janeiro de 1958.

Além das pesquisas habituais contei com a ajuda dos amigos A. Decourt e Rouen.


FOTO 1: Conforme vimos na última postagem, este trecho após a Rua Tonelero em direção ao Túnel Velho foi prolongado em 1956, alguns anos antes desta foto. 

A primeira rua à esquerda é a Capelão Álvares da Silva e a próxima à direita a Joseph Bloch. O local onde estão as casas à direita é ocupado atualmente pelo Shopping Center Cidade de Copacabana, mais conhecido como Shopping dos Antiquários, construído a partir de 1960 e inaugurado uns poucos anos depois. .

Além dos antiquários abriga um mercado, teatros e o 5º Juizado Especial Cível, muitas lojas de padrão popular, composta de botequins e lojas de miudezas e quinquilharias. No último andar funciona a igreja católica da Paróquia Santa Cruz de Copacabana, que por muitos anos foi administrada pelo saudoso Padre Ítalo.

Aquele terreno com instalações da Light foi ocupado pelo Clube Paissandu de 1932 até 1952, antes de se mudar para as atuais instalações no Leblon. Fotos antigas mostram que o clube também ocupava a área da Rua Joseph Bloch, fazendo fronteira com as casas que existiam na Rua Ministro Alfredo Valadão (rua seguinte, à direita), que era uma continuação da Travessa Sta. Margarida, que liga a Siqueira Campos à Ladeira dos Tabajaras.

FOTO 2: Em janeiro de 1958 começaram os alertas sobre uma ameaça de desabamento do edifício “São Luiz Rei de França”, em fase de conclusão, erguido na Rua Figueiredo Magalhães nº 701, o qual teve seus alicerces traseiros afundados cerca de 30 centímetros.

O prédio em construção, que pertencia à instituição “Casa São Luiz Para Velhice”, possuía 11 andares e estava a cargo da firma Oliveira & Herculano Ltda., conforme noticiava o “Correio da Manhã”.

Nos últimos dias de janeiro, a Prefeitura do Distrito Federal e funcionários da firma Estacas Franki (que, voluntariamente, se colocou à disposição de forma a ajudar a instituição de caridade), buscaram uma solução, mas em 30 de janeiro o problema aumentou, inviabilizando os esforços. O prédio desabou no dia 31/01/1958.

O desabamento teria sido motivado por defeito nas fundações. O calculista, professor da Escola Nacional de Engenharia, dizia que a estrutura do prédio estava perfeita, uma vez que caiu sem que em sua estrutura fosse notada qualquer rachadura.

As fundações da parte de trás do edifício teriam cedido e causado o desabamento. As fundações traseiras teriam sido assentadas numa profundidade de 20 metros, não obstante o terreno ter sido pantanoso. Os prédios vizinhos, que estavam em construção, tinham bases numa profundidade de 32 e 36 metros, segundo reportagem da época do "Correio da Manhã".


FOTO 3: Vemos o edifício "São Luiz Rei de França" a partir da Praça Edmundo Bittencourt (a praça do Bairro Peixoto). Estes seriam os imóveis atingidos pelo desabamento. O de nº 36 da Rua Décio Vilares foi totalmente esmagado, assim como os de números 22 e 26. Outros prédios da Décio Vilares tiveram danos menores.

Transcrevo comentário do Andre Decourt: "O edifício, de propriedade do Asilo São Luiz para a velhice, estava sendo construído em um dos terrenos doados por Felisberto Peixoto na sua antiga chácara em Copacabana.

Durante o início da construção, ainda nas estruturas, no começo de 1958, tinha apresentado um desnível, a obra foi paralisada, mas o edifício se estabilizou, sendo então reiniciada., mas no dia 25 de Janeiro, a estrutura já em fase final de acabamento começou a estalar, apresentar rachaduras e o mais grave, se inclinar em direção à Rua Décio Villares e à Praça Edmundo Bittencourt, no Bairro Peixoto.

FOTO 4: Vemos os prédios destruídos na Décio Vilares, nos fundos do prédio desabado.  Apesar das tentativas da Prefeitura do Distrito Federal, no dia 30 pela manhã já era quase certo seu desabamento. Os moradores dos pequenos prédios localizados na Rua Décio Vilares, bem como na casa normanda, única da praça, que era localizada no número 22, corriam para salvar seus pertences, mas nem todos conseguiram. Os jornais entrevistaram muitos moradores que perderam muita coisa, inclusive com perda total de imóveis que não estavam segurados .Por volta das 20 horas o prédio caiu, após esmagar seus pilotis.

No local do São Luiz Rei de França, foi construído no final dos anos 60 um grande edifício-garagem, que está lá até hoje.”

O prédio tinha cerca de 40 metros de altura e desabou em 20 segundos, em frente a uma pequena multidão que aguardava a queda, pois na véspera, 30 de Janeiro, a inclinação havia aumentado e o desabamento era iminente. A energia elétrica da região havia sido desligada pouco tempo antes, o que evitou que alguém fosse eletrocutado, pois após o desabamento muitos se aproximaram para "ver de perto".

O prédio representava todo o patrimônio da Casa São Luiz Para Velhice (Instituição Visconde Ferreira D´Almeida). Fundada em 1890 para abrigar os operários daquele nobre, na década de 1950 abrigava 460 velhos desamparados, além de cegos e aleijados, abrigando ainda outras 170 pessoas entre religiosos e empregados. 

Aquela instituição de caridade, sem o menor auxílio do poder público, vivia de donativos. Ao falecer, o Sr. Paulo Felisberto Peixoto da Fonseca deixou um legado de vários lotes de terrenos no Bairro Peixoto para instituições de caridade, entre as quais a Casa São Luiz Para a Velhice, que foi beneficiada com três lotes, onde foi construído o Edifício São Luiz Rei de França. Com outro legado, do Sr. Stanley E. Hime, a instituição iniciou, em dezembro de 1955, a construção do prédio sinistrado. A venda dos apartamentos geraria uma renda que permitiria a Casa não depender só da generosidade de alguns poucos abnegados. E tudo foi para o chão para desespero da diretoria da instituição de caridade.

Desconheço o resultado do inquérito e de eventuais pedidos de indenização.


FOTO 5: Anúncio da venda dos restos do Edifício São Luiz Rei de França.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

RUA FIGUEIREDO MAGALHÃES - COPACABANA

A postagem de hoje foi inspirada numa fotografia do Facebook do Amadeu Hermes, que mostra um trecho da Rua Figueiredo Magalhães entre a Rua Tonelero e a Praça Vereador Rocha Leão, perto do Túnel Velho.

FOTO 1: Esta antiga rua tinha como nº 1 a casa de meu tio-avô James Darcy, cujo endereço não era na Av. Atlântica, mas na Figueiredo Magalhães. A rua, até o ano de 1956, terminava perto da Rua Tonelero, não indo na época até perto do Túnel Velho.

A casa é figurinha frequente nas fotos da Praia de Copacabana na primeira metade do século XX. Cheguei a conhecê-la, mas minha lembrança é bastante vaga.


FOTO 2: Esta é a lateral da casa, que dava para a Figueiredo Magalhães. Lembro ainda do meu medo do cachorro, que latia muito quando tocávamos a campanhia deste portãozinho.

FOTO 3: É a postada pelo Amadeu Hermes. Estamos na altura do Posto Texaco, cujo endereço era Rua Figueiredo Magalhães nº 875, Copacabana, atual endereço do Hospital Copa D´Or.

Um pouco mais adiante, à direita, havia um posto de gasolina Shell e, logo após, um posto de gasolina Shell.Supermercado Merci.

A foto, hoje replicada várias vezes na Internet, foi considerada pelos decanos dos FRA-Fotologs do Rio Antigo, como inédita.

Nesta época a mão de direção já era a atual, da praia para o Túnel Velho.


FOTO 4: Aqui vemos uma colorização da foto anterior, feita por Alex Rosa (alguns detalhes se perderam na colorização, como aquele luminoso “TÁXI” no teto do DKW ). O Posto Texaco, segundo informação do neto do proprietário (cujo nome acabei por não anotar), chamava-se “Posto Coronado”.

Neste trecho depois dos postos de gasolina, com o encerramento das atividades do Supermercado Merci, existiram uma filial da Casas da Banha, um boliche e o Hotel Copa D´Or, que foi construído no terreno do Posto Shell. No lugar do Merci foi construído o Centro de Convenções do hotel.

Conta o Decourt que o Posto Texaco existiu até 1982, quando foi construído o “flat” Édipo-Rei. Já o Posto Shell foi-se por volta de 1987 para a construção do Hotel Copa D'Or.



FOTO 5: Nesta foto, do acervo do Correio da Manhã, vemos a loja do Supermercado Merci – Mercearias Nacionais, em Copacabana. Esta era, talvez, a maior cadeia de comestíveis do Estado da Guanabara.

Conta o Prof. Jaime Moraes que o MERCI teve a sua origem em um modesto armazém de secos e molhados na esquina de Proclamação com Teixeira de Castro em Bonsucesso, conhecido como "A Venda do Pinho". “Seu” Pinho acabou mudando o nome para Mercearias Nacionais, com algumas poucas filiais na região da Leopoldina. Com o tempo os negócios prosperaram e se transformaram em MERCI.

O endereço desta filial era Rua Figueiredo Magalhães nº 865. Internamente as paredes internas eram de tijolinhos amarelados, piso de granitina e teto com forro de alumínio.

Esta filial frequentava os jornais com notícias como de um assalto em 1971, quando dois jovens, um branco e outro mulato, entre 20 e 23 anos, entraram no Merci, renderam o gerente Virgilio Mário Marques, penetraram no escritório onde se encontrava o contador Adel Pereira Dias e forçaram-no a entregar a féria de Cr$ 70 mil, referente aos dias de sexta-feira, sábado e domingo. O dinheiro ia ser depositado no Banco Souto Maior. O assalto durou três minutos e os bandidos fugiram num Dodge-Dart, identificado como o que foi furtado do motorista Silvino Hipólito de Azevedo Neto, na Praia do Flamengo nº 374.

O motorista reconheceu na galeria de fotografias da 10ª DP, como sendo um dos assaltantes, Sergio Torres, fichado na distrital como assaltante de bancos, ligado ao esquema de subversão. É conhecido por Rui.

Outro assalto aconteceu pouco tempo depois e os policiais achavam que alguns dos assaltantes eram do mesmo grupo anterior. Desta feita eram sete e estavam armados com metralhadoras. O gerente, então Manuel da Costa Matos, foi obrigado a abrir o cofre. Entre os assaltantes havia uma mulher. O grupo fugiu em duas Variant, cujas placas não foram identificadas e em um Volkswagen 1600, vermelho, cuja placa seria GB 18-98-90 ou GB 18+89-90.

Podemos observar na foto que, pela posição do ponto de ônibus, a mão de direção da Rua Figueiredo Magalhães era no sentido Túnel Velho-Av. Atlântica.

Outro incidente, este de grande repercussão, foi em 1973 quando o teto do Supermercado Merci, na Rua Figueiredo Magalhães nº 865, começou a desabar sobre 100 funcionários e clientes. Estalidos que antecederam o desabamento permitiu a fuga de todos. A comissão do Departamento de Edificações concluiu que tanto a estrutura metálica da cobertura como as paredes de frente do fundo foram afetadas e indicou a demolição. Alguns prédios da Rua Décio Vilares, nos fundos do supermercado, também foram atingidos.

Neste mesmo local onde funcionou o Merci, em maio de 2000 foi inaugurado o Hospital Copa D´Or, resultado de um investimento de R$ 50 milhões. Com 218 leitos, centro cirúrgico com 12 salas e serviços de emergência 24 horas para adultos e crianças distribuídos entre 12 andares com 20 mil metros quadrados de construção. A previsão de um heliporto causou polêmica entre os vizinhos do Bairro Peixoto incomodados pelo barulho. 

FOTO 6: O Hotel Copa D´Or foi inaugurado em abril de 1988 pelo “Grupo de Transportes Cidade do Aço”, no nº 875. O telefone era 235-6610. Tinha uma piscina e um grande salão de convenções. Seu restaurante, o “Le Jardin” tinha fama, com destaque para a feijoada semanal, que disputava a preferência com a que havia no hotel Caesar Park, em Ipanema. O piano-bar era frequentado pela alta sociedade carioca.

O hospital Copa D'Or originou-se do antigo Hotel Copa D'Or, que foi adquirido pelo médico e empresário Jorge Moll Filho em 1994 e transformado no hospital em 2000. Gaspar D’Orey, proprietário do Hotel Copa D’Or, em Copacabana, resolveu regressar ao seu país de origem, Portugal. Ofereceu ao sócio, Jacob Barata, o Hotel Copa D’Or como quitação de dívida em outros negócios. Mas, somente o hotel, não liquidaria o valor total do débito. Foi aí que entrou na jogada o cardiologista Jorge Moll Filho, a quem o português teria emprestado grande quantia para ajudar na expansão de suas clínicas de diagnóstico, a Cardiolab. Enquanto efetuava pagamento em nome de Gaspar D’Orey, Jorge trocava ideias com Daniel, filho de Jacob e responsável por receber o dinheiro em mãos. Os dois planejavam, contra a vontade de Barata, transformar o hotel em hospital, com objetivo de atender a classe alta do Rio de Janeiro. Na época, existiam poucos hospitais privados na cidade. Em busca de atendimento de qualidade, cariocas se deslocavam para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Após a trágica morte de Daniel, vítima de um sequestro seguido de assassinato, Moll e Barata deram continuidade ao projeto e transformaram o Copa D’Or em hospital que tinha a hotelaria como raiz, equipamentos modernos e serviços de primeira.

Curiosidade: mais ou menos na mesma época da inauguração do Hospital Copa D´Or eu fazia um curso de MBA em Saúde. Talvez por esta sociedade no hospital, a filha de Jacob Barata, que não era médica, foi minha colega de turma.


FOTO 7: O Texaco era o Posto Coronado, que ficava na Figueiredo Magalhães nº 961, telefone 36-2779, conforme o anúncio. Oferecia “consertos e serviços garantidos, além de eletrônicos e Hi-Fi. Também instalava a “Chave Merli” contra roubo (a fechadura Merli era uma tranca de direção. Abaixo há o resultado a uma consulta ao nosso grande especialista Obiscoitomolhado, a quem agradeço a ajuda). Vendia também automóveis. 

A última notícia que encontrei no “Jornal do Brasil” foi da década de 1980, dando conta que era um dos postos Texaco que vendia álcool hidratado. 

O outro era um posto Shell, que ficava em frente ao nº 870 (esta é uma referência encontrada em anúncio de venda de um Karmann-Ghia em 1964). 



FOTO 8: Segundo Obiscoitomolhado aTranca Merli era um conjunto blindado, preso ao painel e que abraçava a coluna. Uma chave de qualidade enfiava uma lingueta de aço.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

RIO - 1954

 

FOTO 1: Em 03/09/2025 esta fotografia foi publicada no "Saudades do Rio", o que motivou a postagem abaixo.


FOTO 2: Recebi esta mensagem de Eustáquio Nardini, que já colaborou outras vezes com o "Saudades do Rio":

"Prezado Luiz,

Sou admirador  e seguidor do Saudades do Rio  e vendo esta foto  (banca de jornal em frente à Biblioteca Nacional, na esquina da Rio Branco com Araujo Porto Alegre) tirada pelo fotógrafo americano Eugene Harris  e que se encontra na Biblioteca da Universidade de Milwakee, sem data definida, resolvi ampliá-la e vi as revistas  à venda na banca.

Constatei que foi tirada na primeira semana  de novembro de 1954. Selecionei, então, 20 edições mostradas na foto e copiei. 

Eu acho que ficaria um bom post para o "Saudades do Rio",  pois mostra um momento da cidade e suas revistas,  como os famosos almanaques dos gibis que sempre saíam no final de outubro com a data do anos seguinte."

Agradeço ao Eustáquio Nardini e, abaixo, temos as capas das revistas que faziam sucesso em meados dos anos 1950 e que estavam expostas na banca da Cinelândia.


FOTO 3: A revista "Fantasma" foi criada por Lee Falk e pelo desenhista Ray Moore. Depois teve vários autores. Eu era fã do Fantasma, namorado da Diana Palmer, sobrinha do tio Dave, da "Patrulha da Selva". Guran era o chefe dos pigmeus, Herói era o nome do cavalo e Capeto era o nome do cão. O Fantasma tinha dois anéis, um em cada mão. O da "caveira" que marcava os criminosos e o da "amizade" que estendia a proteção do Fantasma a quem tivesse esta marca.



FOTO 4: O "Almanaque do Gibi" exibia histórias de vários heróis do faroeste. Desde "mocinhos" como Tex Ritter, Hopalong Cassidy, Buck Jones, Tim Holt, Gene Autry, Audie Murphy, até personagens como o garimpeiro Gabby Hayes e Sheena, a "Rainha da Selva", entre outros.


FOTO 5: O "Super-Homem" era outro herói da época. Sob a identidade civil de Clark Kent, Kal-El, filho de Jor-El e Lara, nasceu em Krypton e veio para a Terra. Trabalhou no "Planeta Diário", sob a direção de Perry White. Seu par era a Lois Lane. Seu rival era Lex Luthor.

Já o Batman era parceiro do Robin e combatia o crime em "Gotham City". Na "vida civil" eram o milionário Bruce Wayne e Dick Grayson. O mordomo da "Bat-Caverna" era o Alfred. Os vilões eram o Coringa, o Pinguim e a Mulher-Gato. O Comissário Gordon era o Chefe de Polícia. 


FOTO 6: "O Cruzeiro" foi uma revista semanal de grande sucesso por décadas, editada pelos "Diários Associados", de Assis Chateaubriand. Rivalizava com a revista "Manchete". Ava Gardner, capa desta edição, foi uma das mais bonitas atrizes norte-americanas.


FOTO 7: Não me lembro deste. Era editado pela EBAL - Editora Brasil América Ltda.


FOTO 8: Pecos Bill, o "Furacão do Texas", publicado pela Editora Vecchi, era mais um dos "cowboys" do Oeste Americano.


FOTO 9: Edição Maravilhosa, também da EBAL de Adolfo Aizen, publicava obras literárias em quadrinhos. A "Escrava Isaura", de Bernardo Guimarães saiu na edição nº 92. O primeiro autor brasileiro a ser publicado pela revista foi José de Alencar, com "O Guarani", na edição de nº 24.


FOTO 10: "A Cigarra" era uma revista de circulação quinzenal, inicialmente publicada em São Paulo, no início do século XX. Circulou até a década de 1970. 


FOTO 11: "Aí Mocinho", outra de faroeste com Rocky Lane, Don Chicote, Flecha Ligeira, Bill Boyd, David Crockett, Daniel Boone, Kit Carson, Zorro e Tonto, Cavaleiro Negro (o Dr. Robledo na "vida civil"), etc. Nas suas capas apareciam astros de Hollywood como Joel McCrea, Randolph Scott, Roy Rogers, etc.


FOTO 2: Também da EBAL este almanaque publicava histórias variadas que iam do faroeste com Cisco Kid e Durango Kid a Julio Verne,  e adaptava grandes romances da literatura universal, como "Os três mosqueteiros" para os quadrinhos.


FOTO 13: "Companion" era uma revista mensal americana de grande sucesso tendo tido picos de circulação de mais de quatro milhões de exemplares. Nesta edição o destaque era o casal formado pelo ex-rei da Inglaterra, Eduardo VIII, que abdicou do trono para se casar com Wallis Simpson, uma americana divorciada. Foi um escândalo. 


FOTO 14: "Mandrake", também de Lee Falk e desenhado por Phil Davis, foi outro grande sucesso. Sua namorada era a princesa Narda. Seu auxiliar era Lothar, um príncipe africano.


FOTO 15: Foi uma revista que cobria assuntos variados como política, arte, literatura, cotidiano, etc.


FOTO 16: "Popular Mechanics Magazine" é uma revista de ciência e tecnologia popular, com temas sobre automóveis, casa, ao ar livre, eletrônicos, ciência, faça você mesmo e tecnologia. Também abordava tópicos militares, aviação e transporte de todos os tipos, espaço, ferramentas, etc.


FOTO 17: Na "Mindinho" o principal personagem era o coelho Pernalonga, mas também apareciam o Hortelino Troca-Letras, o Gaguinho, o Frajola, o Patolino, o Coiote, etc.


FOTO 18: A "Collier´s" era uma revista americana de variedade e jornalismo investigativo. Nesta edição da foto gostaria de ter lido o resultado da reportagem "Which In-Law irritates you?": Mother-in-Law, Sister-in-Law, Father-in-Law, Brother-in-Law?


FOTO 19: "Radio & Television News" deve ter tido seu sucesso nos anos 50, pois coincidiu com o surgimento da televisão no Brasil.


FOTO 20: "Photoplay" foi uma grande revista de cinema, adorada pelos fãs. Na capa desta edição vemos Anne Baxter que, entre outros grandes papéis, foi Nefertiti, esposa de Ramsés II (Yul Brynner), em "Os dez mandamentos".


FOTO 21: "Pequenina" era uma versão menor de "Edição Maravilhosa", com a quadrinização de grandes clássicos da literatura universal.


FOTO 22: "FON FON" foi uma revista muito interessante. Com assuntos relacionados à literatura, mundanismo e atualidades, merece ser consultada por todos os apreciadores do Rio de antigamente.


FOTO 23: "Vida Doméstica" era uma revista dedicada à mulher. Mas na época da ditadura Vargas, conta Ruy Castro, que Lourival Fontes do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), conseguia tudo, até colocar o retrato de Vargas nesta revista.


FOTO 24: "Radiolandia", da Rio Gráfica Editora, foi lançada em 1952 para ser concorrente da "Revista do Rádio". Na foto da capa vemos uma jovem Doris Monteiro (que mais velha ficaria muito mais bonita e charmosa).

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ATENÇÃO: NO SÁBADO COMEÇA O CONCURSO SOBRE "TRAILERS" CINEMATOGRÁFICOS NO BLOG concursocinefilia.blogspot.com

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

CARROCINHAS

 

FOTO 1: A carrocinha de Coca-Cola na Praia de Ipanema. Na época se usava garrafas de vidro, retornáveis. Não havia as atuais barracas de venda de bebidas na areia.

FOTO 2: Publicada no FB do A. Hermes e colorizada por R. Carvalho. Vemos as carrocinhas do Guaraná Caçula da Antarctica e da Coca-Cola na Praia Vermelha. A lata de lixo onde está encostado o banhista com a bóia tem a inscrição "(Mantenha) limpa sua cidade". 

O patrocínio, visto abaixo desta legenda, era da loja "Cassio Muniz", grande patrocinadora de eventos como o "TV Rio Ring", campeonatos de pesca de corrico e de linha de fundo em parceria com o "Jornal do Brasil", o "Audições Cassio Muniz-Philco" na TV. Tinha lojas na Rua Senador Dantas nº 74, na Av. N.S. de Copacabana nº 782, entre outras.

FOTO 3:  A carrocinha do sorvete Rico (acho que publicada pelo Augusto). Na época, ou pouco depois, alguns cantavam "Kibon, Kibon, Kibon, Kibon, nem Rico, nem Yopa, bom mesmo é Kibon" no ritmo de uma música americana que fazia sucesso naqueles tempos. 

FOTO 4:  Não me lembro a origem desta fotografia, com o mês escrito em Inglês. Vemos a antiga calçada, estreita, da Avenida Atlântica. As garrafas, nesta época, eram as de vidro de 190ml.


FOTO 5:  Onde estaria esta carrocinha de mate? No Tabuleiro da Baiana?


FOTO 6:  Esta é das primeiras colorizações do Conde di Lido. Carrocinha que, geralmente, vendia laranjada. A higiente era meio precária, pois trocavam o copo de papel, mas não lavavam a base de metal.


FOTO 7:  A bagunça começava. A carrocinha da Kibon nas areias de Ipanema.


FOTO 8:  Um solitário pipoqueiro à espera de fregueses na Praia de Copacabana. Se fosse um vendedor de algodão-doce merecia não vender nada. Que coisa enjoativa.


FOTO 9:  Uma enferrujada carrocinha de Coca-Cola no Arpoador, tendo ao lado um triciclo talvez da Geneal.

FOTO 10:  A carrocinha da Kibon, na esquina das ruas Rainha Elizabeth e Canning, em Ipanema, guardada por um menino.


FOTO 11:  Uma carrocinha da Kibon e uma que vendia "Mate Gel" (seria mate gelado?). Na da Kibon encontrávamos os sorvetes que, à época, tinham nome: “Jajá”, de coco; “Kalu”, de abacaxi; “Tonbon”, de limão; além dos tradicionais “Chicabon” e “Eskibon”. Este numa caixinha de papelão azul e amarelo, retangular, embrulhado num papel. 

Eram vendidos nas carrocinhas amarelas com os sorveteiros de uniforme branco. Conservados por meio do gelo seco que ficava dentro de uns estojos de metais acondicionados na carrocinha. 

Sobre as carrocinhas ficavam as balas da Kibon: as coloridas, chamadas de “Delicados”. Saquinhos com  amendoim doce (que eu detestava). As jujubas moles. Barras de chocolate com leite e umas outras barras com recheio de baunilha envolvidas com chocolate. Espetados nas caixas de papelão, os pirulitos de variados sabores. E os chocolates Kibamba e Kikoisa, este com marshmellow.


FOTO 12: Na calçada da praia vemos a carrocinha e os engradados com os cascos de Coca-Cola. Nem gosto de lembrar daquele tempo em que tinha que carregar os engradados com as garrafas vazias para trocá-los por garrafas cheias.

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ATENÇÃO: Sábado terá início o concurso sobre "trailers" cinematográficos no blog criado pelo Helio RIbeiro: concursocinefilia.blogspot.com 

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO - TIJUCA

 

O templo atual da igreja de São Sebastião foi construído em 1928, em estilo neobizantino, de autoria de Ricardo Buffa, ficando na Rua Haddock Lobo, na Tijuca. Guarda em seu interior as relíquias do Morro do Castelo: a lápide do fundador Estácio de Sá, a imagem original de São Sebastião trazida de Portugal e o marco da fundação da cidade,

A igreja primitiva foi construída no Morro do Castelo no século XVI e foi demolida em 1922. A igreja raramente é lembrada pelo nome do santo, sendo muito mais conhecida como "Igreja dos Capuchinhos", em referência aos frades responsáveis por ela.


Igreja de São Sebastião, na Tijuca vista pela parte póstero-lateral esquerda. Ao fundo, vê-se o morro do Turano e, mais atrás, à sua esquerda o Sumaré, residência do Exmo. Sr. Cardeal. Foto do frei Gregório Albo.


Os padres Capuchinhos, tendo à frente frei Isaías de Ragusa e frei Jacinto de Palazzolo, capitanearam a obtenção dos recursos para o novo altar, que foi inaugurado em 14/10/1949 pelo Cardeal D. Jaime de Barros Câmara, com a presença do General Dutra, senadores, ministros de Estados e enorme assistência de fiéis.

A Matriz de São Sebastião de Haddock Lobo tem este titulo desde 06/6/1947. As sete imagens da fachada são: ao centro São Sebastião, lateralmente, à direita, Nossa Senhora, São Pedro e Santo Antônio e, à esquerda, São José, São Paulo e São Francisco. 

Há uma crença de que, a cada primeira sexta-feira do ano, a Bênção dos Capuchinhos dá sorte. 


Depois da demolição da igreja do Morro do Castelo o Convento e a Igreja funcionaram provisoriamente, de 1922 a 1931, na Rua Conde de Bonfim, esquina de Almirante Cochrane, enquanto era construída a Igreja de São Sebastião da Rua Haddock Lobo. 

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ATENÇÃO: Por facilidades técnico-operacionais o concurso sobre "trailers" cinematográficos será realizado no blog de endereço concursocinefilia.blogspot.com criado especificamente com essa finalidade.