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terça-feira, 19 de maio de 2020

CRUZ VERMELHA



A primeira foto é de Malta e mostra a Praça da Cruz Vermelha, na Esplanada do Senado. Bem à direita, na foto, os andaimes seriam das obras do Hospital da Cruz Vermelha, inaugurado em 1923 e que vemos na segunda foto. Neste caso a rua à direita, logo a seguir, seria a Carlos Sampaio. Os trilhos do bonde estão na Avenida Mem de Sá.

Em 1919 deu-se início à construção do prédio do hospital da Cruz Vermelha, projetado pelo arquiteto Pedro Campofiorito. Esse edifício ficou completamente pronto em 1924. No período dessas obras coincidiu com a primeira grande guerra, o que colocou a Cruz Vermelha Brasileira no cenário mundial.

A Praça da Cruz Vermelha surgiu no local onde ficava o Morro do Senado que foi desmontado entre 1880 a 1906. Com o produto do desmonte do Morro do Senado foi possível realizar o grande aterro na área do porto e construir as Avenidas Rodrigues Alves e Francisco Bicalho.

A Cruz Vermelha Brasileira ("In pace et in bello caritas") foi fundada em 4 de dezembro de 1908 e seu hospital prestou bons serviços até o seu fechamento na década de 1970, embora o prédio continue lá, com funções não hospitalares, até hoje.

Teve em seus quadros grandes médicos como Vivaldo Lima Sobrinho, Afonso Teixeira, Moacyr Renault Leite, Arnaldo Bonfim, Newton Paes Barreto, Luiz Paulo Tovar, Orlandino Fonseca, Jamil Haddad, Almir Pereira e tantos outros.

No térreo do hospital funcionavam os Ambulatórios (a partir dos anos 70 o Serviço de Oftalmologia do Professor Joviano Resende, os "Oculistas Associados", referência nacional, ali funcionou) e o setor de Radiologia, do Dr. Thiers.

No segundo e terceiros andares ficavam as enfermarias, algumas enormes (o hospital tinha centenas de leitos).

No andar de cima havia o Centro Cirúrgico.

A Diretoria responsável pelo fechamento do Hospital em anos posteriores enfrentou vários processos na Justiça, por fraude e desvio de dinheiro de campanhas humanitárias. Não sei como terminou esta história, denunciada pela VEJA.

17 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Por vários anos passei pela praça a caminho do Castelo ou Praça XV vindo do Rio Comprido, no 201. Sempre via o prédio da Cruz Vermelha, em condições precárias, e o prédio mais moderno do INCA. Em alguns períodos o trânsito era de dar nos nervos, mesmo com a rotatória e os sinais. Mais recentemente passei a caminho do HemoRio. Também era caminho para o antigo INTO, onde fui algumas vezes.

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  2. Não me recordo de ter passado pelo local...O ultimo parágrafo revela mais uma vez como as coisas acontecem no Brasil.

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  3. Bom dia.
    Confesso que eu acreditava que no Brasil a Cruz Vermelha fosse mais antiga.
    Sei que essa renomada Instituição nasceu após a batalha do Soferino na Criméia, em meados do século XIX.
    Já que surgiu no Brasil em 1908, e aquele edifício na Praça da Cruz Vermelha só em 1924, vale a pergunta: Aonde ficava antes?
    Confesso também que eu acreditava que aquele edifício fosse mais antigo.

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  4. Quando adolescente, torci o tornozelo, que inchou muito e meu pai me levou na Cruz Vermelha, onde trabalhava o grande ex jogador alvinegro e seu amigo, Paulo Tovar.
    Paulo Tovar foi um cara multi esportivo. O revi, já mais velho, sessentão no Clube Weekend, em Teresópolis, do qual era sócio. Jogava voleibol e tênis muito bem, jogava peladas no meio de jovens e assim mesmo ainda se destacava com sua extrema categoria.
    Contava meu pai e depois li, que quando chegou o profissionalismo no futebol, Tovar se recusou a receber salário, pois já era médico formado e futebol em sua concepção era um prazer de amador.

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    1. Trabalhei muitos anos com o Tovar na Cruz Vermelha e no Hospital de Bonsucesso. Ele jogava muito. Mesmo sessentão, nas peladas no sítio dele em Jacarepaguá, onde jogavam muitos profissionais como Cacá, Pampolini e outros do Botafogo, era impossível tomar a bola dele.
      Quanto à questão do salário foi quase assim, mas não foi assim...
      O consultório dele era na Av. Paris, pertinho do hospital onde era chefe do Serviço de Ortopedia.
      Grande figura.

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    2. A família Tovar e bem conhecida aqui em Vix.Quem volta e meia aparece por aaqui é o Claudio,que nasceu em Vix e parece ser irmão do Paulo.Tem um outro Tovar,engenheiro e sócio de uma empresa em Vix,que também jogava bem nos clubes daqui.

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    3. O irmão, que também foi jogador do Botafogo, chama-se ou chamava-se, vez que não sei se está ainda vivo, Rodrigo Tovar. Dizia meu pai, que fora um zagueiro duro, viril e por vezes violento. Não tinha, nem de longe, o futebol do irmão mais conhecido.

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    4. A referência que tenho do Claudio Tovar é ser ex da Lucinha Lins. Eles chegaram a ter um programa na extinta TV Manchete.

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    5. Conheci o Rodrigo no sítio de Jacarepaguá. Não sei se o Claudio Tovar é parente do Paulo Tovar.

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  5. Conheci o prédio e a CVB em 1952, 'quando fui socorrido e extremamente bem atendido no setor de Ortopedia. Já na década de 1960-70, conheci o Dr. Thiers, através de seu filho, Dr. Felisberto. A CVB era uma Ilha de Excelência na área de saúde.

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  6. Em frente fica o INCA e mais adiante, na Henrique Valadares havia o IASERJ, que foi demolido e extinto {na prática" pelo mega criminoso e traficante Sérgio Cabral. O hospital da Cruz vermelha não sei a quantas anda, mas o INCA está na penúria. Tenho um grande amigo que não possui plano de saúde, está com dois tumores cerebrais, mas a consulta foi "agendada para Junho". É justo, afinal o dinheiro da saúde pública precisa financiar os "mimos" de deputados e senadores, e "outras extravagâncias". Mas esse povo tem o que merece. "Justo Veríssimo" nunca foi tão real.## A Praça da Cruz Vermelha se tornou um "sub-bairro" que ficou conhecido no passado como local onde residiam "pistoleiras", pederastas, travestis e afins, já que a sua proximidade com a velha Lapa oferecia um certa comodidade. Mas famílias "de bem", e "moças de família", residem até hoje em alguns dos belos edifícios "art-deco" que existem na região. Entre as Ruas do Senado, Inválidos, Resende, Frei caneca, e do Riachuelo, esse "sub-bairro" possui ainda alguns condomínios de apartamentos de bom padrão e ainda um comércio razoável. Trabalhei por muitos anos nessa região e conheço-a bem.

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    1. Joel, toda esta região que eu pensava ser o bairro da Lapa, na realidade e para minha surpresa, é Centro. Depois de entrar na empresa que hoje estou, os contratos pactuados com clientes nesta região, todos os endereços e ruas são considerados como Centro. Acho que Lapa é nome fantasia.

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  7. Bom dia a todos. A foto de hoje é de uma área que eu conheço muito bem, inclusive a conheci com o traçado mostrado nas fotos. Porém em ambas as fotos não está a estátua da Ana Neri, que ficava na pracinha bem em frente ao portão principal do hospital. Já que também se falou de futebol, no local morava muitos amigos que jogavam um bolão na época, Beto, Olho, Porró, Carlinhos D'Ayara, Jorginho Bessa, Célio, Madalena, Jorge Caveira, bons tempos em que o Cento da Cidade e seu entorno era bastante residencial. Conheci o centro da cidade onde todas as ruas do Saara, eram residenciais, inclusive com o único time da cidade que disputava e foi campeão do D.A., que se chamava Senhor dos Passos, formado pelos funcionários das lojas do Saara, como se pode imaginar era uma seleção de peladeiros de todo o Rio de Janeiro, vale também lembrar que logo ao lado ficava a Vila Ruy Barbosa, a maior vila residencial que já existiu no Rio de Janeiro, onde hoje foi construído o complexo administrativo da Petrobras.

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    1. Lino. Essa Vila Rui Barbosa era aquela que durante décadas ficou um terreno baldio nas Ruas Senado, Inválido, Henrique Valadares, e uma outra que não sei o nome. Se for essa, ela acabou quando? Certa vez fiquei sabendo que o Silvio Santos havia nascido ali.

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    2. No lugar do terreno baldio está o prédio da Petrobrás. FF: A Rede Globo, sempre buscando chocar a sociedade com uma programação polêmica onde procura desqualificar a moral e os bons costumes, dessa vez se decepcionou. Na novela Novo Mundo, novela de época ambientada no Rio de Janeiro de 1821, não conseguiu (ou não pôde) retratar as aventuras de Pedro e Domitila. Não que a emissora não quisesse, mas "o homem era demais".Transava com Domitila, com a irmã Benedita, e de quebra com Leopoldina. O alcoviteiro Chalaça partilhava por vezes o leito com o imperador e uma ou outra amante. Nem mesmo a Globo conseguiu superar tais "façanhas". Descobri através de pesquisas que além de tudo espancava Leopoldina. Supõe-se que sua morte em 1826 se deveu a um desses espancamentos. Com tais predicados é explicável a razão da "qualidade" do DNA brasileiro. Bem diferente de um Ricardo Plantageneta ou de um George Washington.

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    3. Wolfgang havia feito um texto enorme detalhando sobre como era a Vila Ruy Barbosa, mas ao tentar publicar o mesmo se perdeu, uma pena. Mas vou responder a sua pergunta, lá moraram as seguintes pessoas que se tornaram ilustres ou já eram ilustres e moravam lá. Heitor Villa-Lobos e família, Mario Lago e família, Luiz Mendes, Dayse Lúcidy, Caruso, Reginaldo Fortuna, Sílvio Caldas, Herivelto Martins e Dalva de Oliveira, Roberto Figueiredo, Silvio Santos, Osvaldo Nunes e tantos outros que se destacaram na música e no teatro.

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  8. Nos fundos do prédio, virado para as ruas Ubaldino do Amaral e Carlos de Carvalho, funcionou uma creche.

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