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sexta-feira, 14 de março de 2025

ANDARAHY / ANDARAÍ

O "Andarahy", atualmente "Andaraí", bairro da Zona Norte do Rio, faz limite com a Tijuca, Vila Isabel e Grajaú.  


Foto de Malta mostrando um antigo bonde da linha ANDARAHY. 

Segundo o Helio, na primeira metade do século XX o trajeto era:         Praça da Independência - Constituição - Praça da República (Bombeiros e Casa da Moeda) - Pres. Vargas (lado ímpar) - Praça da Bandeira - Pará - Sen. Furtado - Amapá - General Canabarro - São Francisco Xavier - Barão de Mesquita - Leopoldo.

Os elegantes passageiros acabaram de passar por um parque de diversões na Praça Tiradentes, esquina de R. Pedro I. Segundo o Helio, o parque visto na foto era o Statd Muchen e, do outro lado da rua, o Teatro Carlos Gomes, caso o ano da foto seja superior a 1908. 

O bonde é da antiga Cia. Ferro-Carril de Vila Isabel, nessa época já comprada pela BEG (Brasilianische Elektrizitäts Gesellschaft), e logo depois açambarcada pela Light. O carro-motor é de fabricação alemã, da firma Van der Zypen & Charlier, de Hamburgo, fazendo parte de um lote de 55 bondes adquiridos dela. 

Enquanto pertenciam à BEG, a numeração de ordem deles era de 1 a 50 (acho que 5 ficaram reservados para canibalização). Ao passarem para a Light, foram renumerados de 386 a 435. O reboque é de segunda classe, fato demonstrado pela disposição e quantidade dos bancos. 

Durante alguns anos, os homens só podiam viajar nos bondes de 1ª classe usando terno e gravata. Na verdade, não havia explicitamente uma primeira classe. Só havia a segunda, indicada pelas palavras "Segunda Classe" pintada na parte lateral superior (junto ao telhado) dos bondes.

Quanto à linha Andarahy - Leopoldo, era uma das mais antigas do Rio, como se vê na foto, que deve ser do ano 1907 mais ou menos. Essa linha recebeu o número 70 em 1943. 

Na Rua Leopoldo, boa parte do trecho era em linha única. Por isso, havia um sinal no ponto onde a linha dupla se transformava em única. Quando um bonde entrava na rua e chegava ao ponto de fusão das linhas, o motorneiro observava o sinal. Se estivesse fechado, indicava que havia um outro bonde no trecho único, e portanto o motorneiro ficava parado esperando o outro voltar. No final da rua havia um rodo, contornado pela esquerda, no qual o bonde ficava parado aguardando a hora de reiniciar o trajeto para o centro da cidade. No local desse rodo havia umas torres da Light (acho que era uma sub-estação). 

Na década de 1960, a linha 70 normalmente circulava usando carro-motor médio puxando reboque. Eventualmente, o reboque podia ser dispensado.Na foto é difícil distinguir, mas esse modelo de carro-motor tinha um farol imenso em cima do telhado, tanto na frente quanto atrás (nessa época, todos os bondes eram bidirecionais). Era um modelo muito feio. Para mim, o mais feio que existiu no Rio. Meus conterrâneos não foram felizes nesse projeto. 

Aliás, olhando bem a foto, vemos os dizeres "Light and Power" no canto inferior direito. O Augusto Malta fotografou muitos bondes na época em que a Light incorporou as antigas companhias Vila Isabel e São Cristóvão. Isto ocorreu em 1907, o que reforça a hipótese de ser este o ano da foto.


O "Andarahy Atlético Clube" foi fundado em 1909 e encerrou as atividades em 1973. O campo era na Rua Prefeito Serzedello Correa, atual Rua Barão de São Francisco. 

Seu jogador mais famoso foi o "Dondon", que foi tema de música de Nei Lopes:

"No tempo que Dondon jogava no Andaraí
Nossa vida era mais simples de viver
Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto tititi
No tempo que Dondon jogava no Andaraí (no tempo)

Propaganda era reclame e ambulância era dona assistência
Mancada era um baita vexame e pornografia era só saliência
Sutiã chamava-se porta-seios, revista pequena gibi
No tempo que Dondon jogava no AndaraíNo tempo que Dondon jogava no Andaraí
Rock se chamava fox, e tiete era moça fanáticaO que hoje se diz que é xerox, chamava-se então de cópia fotostáticaMotorista era sempre chofer, cachaça era Parati, diga aí
No tempo que Dondon jogava no AndaraíNossa vida era mais simples de viverNão tinha tanto miserê, nem tinha tanto tititi
Vinte e dois era demente, minha casa era meu bangalô
A tama era soco urgente, todo cana duro era investigadorMalandro esticava o cabelo, mulher fazia misamplis, diz aí
No tempo que Dondon jogava no AndaraíNo tempo que Dondon jogava no Andaraí
Hortifrúti era quitanda, jeans era só calça Lee, diz aí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí, no tempo que Dondon jogava no AndaraíLoteria era contravenção, moleque pequeno guri, segue por aíNo tempo que Dondon jogava no Andaraí, no tempo que Dondon jogava no Andaraí"



Rua Maxwell, no Andaraí, pouco depois do alargamento ocorrido no final dos anos 60. Nossos comentaristas especializados na Zona Norte poderão indicar o local exato.


Esta seria a Escola Affonso Penna localizada na Rua Amaral?



Nesta foto em que aparece a Escola Affonso Penna achei que o fotógrafo foi muito feliz ao documentar estas seis pessoas esperando a "condução". Que diferença para as vestimentas de hoje em dia.


Acho que esta foto é do acervo de "O Globo". Mostra a Praça Sachet, no Andaraí.


Acervo de Carlos Liborio. Vemos uma casa da Rua Pontes Correia ( Andaraí - 1927 )  Foi demolida. O dono era amigo do pai do Carlos Liborio e chamava-se Armando. 



76 comentários:

  1. Eu costumo classificar o "Andarahy" atualmente como uma grande "cloaca". Isso acontece em razão da degradação de algumas partes do bairro e da desordem urbana provocada em grande parte por moradores das favelas da região. Tal desordem é mais flagrante e evidente no trecho da Barão de Mesquita entre Paula Brito e Souza Cruz, incluindo-se aí a Praça Sachet.

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  2. Vou fazer um correção: a Escola Afonso Pena fica na Rua Barão de Mesquita em frente à Rua Araújo Lima e a cinquenta metros da esquina com a Rua José Higino, e não na Rua Amaral. A Rua Amaral fica entre a Barão de Mesquita e a Rua Maxwell.

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    1. Joel, minha dúvida, já que não conheço a região, deve-se a esta informação do Google:
      Locais
      Dados do mapa ©2025 Termos
      CE Afonso Pena
      4,9(50)
      Escola pública · R. Barão de Mesquita, 499
      Aberto ⋅ Fecha às 22:00
      LIGAR
      C.E. Afonso Penna
      Nenhum comentário
      Escola · R. Amaral, 40

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  3. Durante o processo de erradicação de linhas de bonde em 1964, as Operação Rio I e II remanejaram, extinguiram linhas, e criaram "linhas provisórias". Em Julho de 1964 a linha 70 Andaraí - Leopoldo teve seu trajeto limitado apenas à extensão da Rua Leopoldo. O bonde apenas subia e descia a rua e tinha como ponto inicial a esquina com a Barão de Mesquita. De acordo com o entendimento da C.T.C, o usuário que precisasse ir ao Centro da da cidade tomaria o 68 Uruguai-Engenho Novo na esquina da Barão de Mesquita, e ao voltar do Centro saltaria na Barão de Mesquita e tomaria o 70 na esquina da Rua Leopoldo para "subir a rua". Em 09 de Setembro de 1964 esse arranjo foi desfeito com a extinção da linha 68 Uruguai-Engenho Novo.

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    1. Joel, o Anônimo de 07:36 sou eu.

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    2. O Google muitas vezes se engana e disponibiliza informações imprecisas.

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  4. Tenho uma foto da Rua Maxwell datada dos anos 20 mostrando o curso do Rio Joana junto ao muro das casas. Vou enviar para o Luiz.

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  5. E no Google Maos aparece:
    C.E. Afonso Penna
    Escola no Rio de Janeiro
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    FOTOS
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    R. Amaral, 40 - Andaraí, Rio de Janeiro - RJ, 20541-155
    Mapa de c.e. afonso penna rio de janeiro

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  6. Bom dia, Dr. D'.

    Passei poucas vezes ao largo do Andaraí, quando pegava o 607. Hoje tenho a impressão de que alguns preferem chamar mesmo de "grande Tijuca". Extensível a outras regiões.

    Hoje é dia de proteção aos animais e dia do careca...

    FF: há exatos 70 anos minha mãe saía de seu vilarejo a caminho de Lisboa para fazer a sua viagem definitiva ao Brasil.

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    1. 14/03:

      1879 - nascimento de Albert Einstein.

      1985 - Tancredo internado na véspera da posse.

      1933 - nascimento de Quincy Jones.

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    2. Bom dia, Augusto,
      Você provavelmente já deu essa informação antes, de que vilarejo e região de Portugal sua mãe é originária ?

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  7. Hoje é dia de quase folga, boa para ler sossegado os bons textos do SdR. Na foto do canal, uma Vemaguet RIO, 1965, ano exclusivo do parachoque mais fino.

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  8. Da mesma forma que é difícil, polêmico e incerto definir os limites do Rio Comprido com a Tijuca, também o é definir os limites do Andaraí com a Tijuca. Acessando o google maps, eis os limites: de Vila Isabel descendo em direção à Tijuca: começando a partir do trecho de apenas dois quarteirões da Rua Teodoro da Silva considerado como Andaraí, entre as Ruas Irati e Mendes Tavares. Começando pela Rua Irati, a sequência é: Pontes Correa, Maxwell até a Agostinho Menezes, à esquerda Barão de Mesquita, à esquerda Rua Uruguai, à direita Rua Maria Amália, Fernandes Vieira e Tenente Marques de Souza, adentrando o Morro do Cruz. Descendo pela Mendes Tavares, na sequência: Duquesa de Bragança, Barão de Mesquita, Ferreira Pontes, Botucatu, Adolpho Caminha e fechando o traçado novamente no Morro do Cruz.
    O Joel, que é nosso expert em Tijuca e adjacências, pode opinar se concorda com este traçado.

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    1. Mauro Marcello, "a grosso modo", o Andaraí teria início na esquina da Araújo Lima com Barão de Mesquita e compreende.um espaço que abrange a Rua Uruguai até à esquina com a Avenida Maracanã por um lado, incluindo-se aí o Morro do Cruz, e sendo limitado pela Rua Ferreira Pontes, que é o limite com o Grajaú. Do outro lado, a esquina da Barão de São Francisco com a Teodoro da Silva estabelece o limite do Andaraí com Vila Isabel.

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  9. Sobre o comentário de 07:43, até hoje no Google Maps a Avenida Brasil aparece como "Mário Covas"...

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  10. A foto 5 é dos anos 50 e as pessoas em pé estariam esperando um bonde ou lotação em direção ao Centro da cidade. À esquerda e fora da foto a cerca de duzentos metros, fica o Quartel do 1° Batalhão da Polícia do Exército. Curiosamente, o local é considerado limite da Tijuca com o Andaraí, pois do lado oposto está a esquina da Rua Araújo Lima, considerado com limite entre os dois bairro.

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  11. Jogando lenha na fogueira, e a Aldeia Campista, hein ?
    Trechos reproduzidos de:
    https://blogrioadentro.wixsite.com/rioadentro/single-post/2017/03/25/aldeia-campista-sumiu-do-mapa-mas-continua-viva-nas-ruas
    A Aldeia Campista, parece um nome familiar?
    Este recanto carioca fica - ou ficava - em uma das regiões mais tradicionais e urbanizadas da capital do estado. Embora não seja mais considerada um bairro, a Aldeia para antigos moradores ou saudosistas ainda está no mesmo lugar, EM TERRITÓRIOS QUE HOJE PERTENCEM OFICIALMENTE AOS BAIRROS DO ANDARAÍ E VILA ISABEL.
    Sem limite físico definido, o que se tem certeza é que o bairro nasceu depois da instalação da fábrica da Companhia de Fiação e Tecidos Confiança, em 1885. A indústria trouxe desenvolvimento para o entorno e ajudou a povoar a região, que ganhara 12 anos antes o bairro de Vila Isabel, planejado e construído por Barão de Drummond.
    No entorno da fábrica, foi erguida uma vila operária de casas amarelas que ajudou a formar a vizinhança da Aldeia Campista. Os habitantes dali acabaram formando um bairro de classe média e média baixa ao longo das décadas, ao contrário da vizinha Tijuca (classe média alta). O convívio dos moradores e as relações que estabeleciam acabou virando renomada literatura brasileira.
    Nelson Rodrigues transformou a Aldeia em histórias que publicou durante décadas nos jornais e livros. Os contos de A Vida Como Ela É, por exemplo, mostram hábitos e comportamentos da localidade, como os nascimentos feitos por parteiras, os velórios realizados em casa, os vizinhos fofoqueiros e intrometidos, a forte boêmia nas décadas de 30 a 50, entre outras características.

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  12. E da wikipedia:
    Aldeia Campista é um bairro não-oficial da cidade do Rio de Janeiro,[1][2] sendo hoje um sub-bairro de Vila Isabel e Andaraí.
    Fundado em 1897 por Domingos Pereira Nunes, usineiro de Campos, que loteou grande área entre a Tijuca e Vila Isabel, formando o Bairro Aldeia Campista. Foram abertas as Ruas Pereira Nunes, Tomás Coelho, Ribeiro Guimarâes, Costa Pereira, Padre Champagnat, Adalberto Aranha, Antônio Salema, Ambrosina, Gonzaga Bastos, etc.
    Surge com a implantação da Fábrica Confiança, edificação atualmente ocupada pelo Extra Hipermercados, ao final do século XIX, com a consequente construção de casas para os operários. Atualmente é parte de um conglomerado de bairros denominado de Grande Tijuca. Pertencia outrora à Freguesia do Engenho Velho.
    Localiza-se nas fronteiras, encravado, nos bairros da Tijuca,[1][2] Maracanã, Andaraí[1] e Vila Isabel.[1][2]
    Sua região é formada por ruas residenciais que interligam esses bairros, tais quais Gonzaga Bastos,[2] Agostinho Menezes, Maxwell,[2] Pereira Nunes,[2] Dona Maria, Senador Muniz Freire, Araújo Lima, Amaral, Ribeiro Guimarães, Almirante João Cândido Brasil, Goiânia, entre outras.

    Nesse sub-bairro também se localiza a Paróquia Sangue de Cristo, igreja construída pelos padres da Congregação do Preciosíssimo Sangue de Cristo, à rua Adalberto Aranha, nº 48.
    Foi imortalizado nas crônicas e contos de Nélson Rodrigues. O autor, que em 1916, nesse local fixou residência, inspirou-se no cotidiano de Aldeia Campista para escrever Engraçadinha, que se passa numa praça já não mais existente, além da maior parte da série A vida como ela é.

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  13. Luiz, estou estranhando as palavras "Statd Muchen". Não seria "Stadt München", que significa "Cidade de Munique"?

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    1. Helio, achei que fosse você quem tinha escrito isto numa publicação de 2014. Anotei o comentário, que estava junto com o do bonde e achei que era seu...

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  14. Um time do Departamento Autônomo do futebol carioca tinha o nome de Confiança. Acompanhei muitos jogos do time juvenil do Flamengo pelos subúrbios, contra o Confiança, Manufatura, Mavilis, Anchieta e até com o Campo Grande (que subiu para o Campeonato Carioca no início dos anos 60). Não sei como está hoje o campeonato "amador" no Rio.

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  15. Luiz, no seu comentário das 07:36 você citou o endereço da Rua Amaral 40. Salvo engano, no endereço citado funciona a Escola Chico Anísio.

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  16. Mário (08:47) - minha mãe era de Viseu, concelho (com C) de Moimenta da Beira, povoado de Segões. Minha prima esteve lá há alguns anos e está praticamente deserto, com os mais idosos.

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    1. Há um pouco mais de "movimento" durante algumas festas religiosas. Minha irmã tem contato via Instagram com alguns parentes distantes, em todos os sentidos...

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    2. Essa situação é uma realidade que pude verificar "in loco" na viagem do ano passado, as pequenas aldeias e vilas "abandonadas" pelas novas gerações, parecem cidades fantasmas, ninguém na rua, pouquíssimo comércio funcionando.
      Até em lugares maiores, como a cidade de Almeida por exemplo, o fenômeno aparece.
      Em longa conversa com o dono (já idoso) de uma loja de artesanato e roupas finas para crianças em Almeida, ele - ao nos mostrar cestos, panos de prato e lenços bordados à mão, enxovais para bebês confeccionados e bordados à mão - nos disse que pouquíssimas pessoas e já bem idosas ainda confeccionavam esses produtos, mas que dentro muito pouco tempo já não haveria mais ninguém.
      A loja ele iria fechar dentro de pouco tempo, já que se mostrava quase economicamente inviável e seu único filho trabalhava em Informática e morava com a mulher e o neto em Singapura ....
      Em Idanha a Velha, o estabelecimento aberto em um sábado à tarde era o único bar da aldeia, exibindo na tv um jogo de futebol para 4/5 pessoas, todos homens e mais velhos do que eu.
      O dono do bar (herdado do pai) que tinha uns 40 e poucos anos me disse que ele era o morador mais moço da aldeia e que não sabia até quando conseguiria manter o negócio.

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    3. Vi que Segões fica a 20 km (ao sul) da sede da Freguesia de Moimenta da Beira e a 40 km (ao norte) da cidade de Viseu.

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  17. Assisti algumas transmissões de jogos do América com público no morro ao lado do campo. Provavelmente década de 70 e pela TV Tupi.

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  18. Fui uma única vez assistir a um jogo no campo de Campos Sales. Flamengo x América, acho que um amistoso. Lembro bem do morro. Ficamos numa arquibancada perto do morro. No Flamengo, poucos titulares, entre eles o grande Dequinha, centro-médio, que jogou na seleção.

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    1. Era realmente o estádio da Campos Sales ou da Barão de São Francisco? Ambos têm um morro ao lado.

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    2. Até 1962 os jogos do América eram realizados na Rua Campos Sales. A partir daquele ano os jogos do América passaram a ser realizados no campo do 'Andarahy", comprado naquele ano. Na Rua Martins Pena, via que fazia limite com o campo de futebol, há uma espécie de outeiro.

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  19. Meus dois primeiros filhos nasceram na Tijuca, no Hospital Panamericano, na Rua Moura Brito. Fiz o registro de nascimento deles no cartório que ficava ali por trás do campo do América. Há muito tempo que não passo por ali.

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  20. Na Praça Sachet, na esquina esquerda da foto, atrás da Kombi, havia um daqueles pontos de táxi antigos, com uma caixa metálica de cor prata com um telefone da CTB dentro, fechada a cadeado. Só os motoristas tinham a chave. Quando se precisava de um táxi, ligava-se para o telefone e um carro era enviado.

    No caso da minha família, minha tia morava na rua Andaraí, número 45, e eu morava na rua Dona Delfina. Muitas vezes minha tia buscava meu irmão e eu para irmos passar uns dias na casa dela, no Andaraí. Então às vezes pegávamos o bonde 68 - Uruguai x Engenho Novo ou o 72 - Meyer x Saens Peña na rua Uruguai e saltávamos na esquina dela com a Barão de Mesquita, no assim chamado "ponto de cem réis". Aí pegávamos o 70 - Andarahy x Leopoldo até o fim da linha e caminhávamos a pé até a casa dela.

    Outras vezes meu tio ligava para o tal ponto de táxi da Praça Sachet e pedia o carro do "seu" Mesquita, um senhor de uns 60 e poucos anos. Ele ia nos pegar no carro dele, um Chevrolet 1941.

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  21. Na foto da rua Maxwell, o edifício de 3 andares mais um térreo comercial fica na esquina da rua Amaral. A construção junto ao Corcel é a dos mórmons (Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias), super-bem conservada até hoje. A sucessão de telhados ao lado da Rural hoje em dia é uma bagunça de casas mal-ajambradas. A curva fica bem em frente à antiga Fábrica de Tecidos Confiança, depois supermercados Boulevard, hoje em dia atacarejo Assaí.

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    1. 'Atacarejo' é com certeza um dos neologismos mais feios da língua portuguesa.

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    2. Também acho. Essa ideia de criar certos neologismos ou traduzir literalmente palavras do inglês para o português, inventando novas, é horrenda. Eu tinha um colega que cansava de usar "realizar" em frases como "Hoje realizei que não vai dar para tirar férias no mês que vem", como tradução de "to realize", que significa "dar-se conta" e não "realizar".

      Outro neologismo pavoroso é "empoderar" e seus derivados, como tradução de "to empower".

      Há várias palavras em outros idiomas que parecem com palavras em português mas cujo significado é totalmente diferente. Um exemplo é "to pretend", que significa "fingir" e não "pretender". Um outro, em francês, é "depuis", que não quer dizer "depois" e sim "desde".

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    3. Empoderar é dose ....

      E quem acha bonito e traduz literalmente "at the end of the day" e fala:

      No final do dia, ele era culpado.
      ao invés de:
      No fim das contas, ele era culpado
      (At the end of the day, he was guilty.)

      No final do dia, cabe aos alemães decidir.
      ao invés de:
      No fim das contas, cabe aos alemães decidir,
      (At the end of the day, it's up to the Germans to decide.)

      ou ainda

      No final do dia, com negócios, tudo se resume a uma coisa: lucro
      ao invés de:
      Em última análise, com negócios, tudo se resume a uma coisa: lucro.
      (At the end of the day, with business, it's all about one thing: profit.)

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  22. Falando em rua Maxwell, ontem fiquei sabendo de fatos inacreditáveis: meu cardiologista teve seu carro roubado no Carnaval do ano passado, bem em frente ao Norte Shopping, na antiga avenida Suburbana. Tiraram-no do carro e levaram tudo.

    Ele então resolver comprar dois novos veículos, ambos blindados, um para ele e um para a esposa. De lá para cá (um anos, mais ou menos), já tentaram 3 vezes roubar os carros com eles dentro. A primeira vez novamente em frente ao Norte Shopping, a segunda vez na rua dos Araújos (Tijuca) e a terceira vez aí na rua Maxwell.

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    1. A única solução - definitiva - é se mudar para Oslo.

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    2. Hélio, veja no seu ZAP uma foto da Maxwell.

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    3. Mário, eu ainda prefiro alguma cidade da Nova Zelândia, de preferência na Ilha Sul, já que a Norte é sujeita a vulcões e terremotos. Nela eu vi os vulcões Tarawera, Ngauruhoe, Ruapehu e Egmont, para mim o mais bonito de todos, o único com a forma característica de cone. E o Whakaari matou 22 visitantes em 2019, ao entrar em erupção fraca quando eles estavam perambulando por perto.

      O Tarawera sepultou um lugar dito fantástico, em 1886, denominado "Terraços Rosa e Branco", a maior atração turística do país na época, bem como a aldeia maori Te Wairoa, cujos restos podem ser visitados, hoje chamados de "Buried Village".

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    4. É também uma boa escolha.
      Nova Zelândia então.
      Christchurch.

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    5. Ah, e perambular por perto de um vulcão ativo não me parece uma boa ideia mesmo que ele esteja adormecido há décadas ...

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    6. Christchurch, Canterbury, Nova Zelândia
      Janeiro 23° / 12°
      Julho 11° / 1°
      Oslo, Noruega
      Julho 23° / 14°
      Janeiro 0° / -5°

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  23. Helio, 13:31 - Campos Sales. Anos 50.

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  24. Hélio - 15:23 - sobre esses falsos cognatos entre as línguas o que eu acho mais engraçado é a palavra 'cachorro', que em espanhol (não sei se em todos os países hispânicos) quer dizer 'filhote'. Me surpreendi quando ouvi a primeira vez um argentino se referindo a um gatinho como um 'cachorro de gato'...kkk

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    1. Sim, e algumas pegadinhas:
      oficina = taller escritório = oficina
      óleo = aceite azeite = aceite
      projeto = diseño desenho = dibujo

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    2. Copo = vaso / Vaso sanitário = copo
      (esse é horrível kkk)

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    3. E tem as palavras do português de Portugal:
      Bicha / Fila
      Pica / Injeção
      Grelo / Tipo de verdura portuguesa
      Propina / Gorjeta
      Puto / Adolescente
      Punheta / Prato típico com bacalhau
      Porreiro / legal

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    4. Grelo = brócolis.

      Dióspiros = caqui.

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    5. PS: quando era bem mais nova, minha irmã tinha um caderno (ainda em Madureira) com as expressões que minha mãe falava. Infelizmente se perdeu há muito tempo...

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    6. Dióspiros é muito bom !
      Fico imaginando alguém perguntando: " - esse dióspiros está bem maduro ? "
      ( ou "- vais passar manteiga ou margarina no cacete ?" )

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  25. Embora não gostem que se fale de futebol, este é pródigo em usar novas palavras: fulano está performando bem, beltrano está na volância (jogando de volante), sicrano está com alta minutagem. Por outro lado, abandonou termos em inglês. A nova geração não sabe o que é corner, center-half, center-forward, off-side, ganhar o toss, etc.
    E o grande Washington Rodrigues criou os "arquibaldos" (quem vai de arquibancada", "geraldinos" (quem ia na geral), "murilos" (os indecisos, que ficavam em cima do muro).
    Além do Claudio Coutinho com seus "overlappings" e "ponto futuro".
    E vá explicar a alguém que não acompanha futebol o que é "orelha da bola", "sem-pulo", "bicicleta", "caneta", "chuveirinho", "cavadinha", "carrinho", "véu da noiva", "onde a coruja dorme", "mão de alface", "frango", "elástico", etc.

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    1. E 'lençol' passou a ser 'ovinho'...

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    2. ... e bochecha da rede (essa é ótima).

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    3. O linguajar antigo dá uma certa saudade. Eu gostava dos "neologismos" e expressões usadas por Waldir Amaral como "o visual é bom", "tem bala na agulha", "choveu na hora", sem contar o "indivíduo competente". Não gostava da narração de Jorge Curi pela sua falta de profissionalismo, pois torcia abertamente pelo Flamengo e era tendencioso em seus apartes. Eu gostava muito do João Saldanha em seus comentários, pois não tinha "papas na língua" e era extremamente correto. Uma pena que era declaradamente comunista e não escondia seu viés político.

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    4. Pior do que "bochecha da rede", acho "orelha" ou "cara" da bola...

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    5. Wagner, eu entendia "ovinho" como bola entre as pernas do adversário pega do outro lado. Hoje eu escuto chamarem de "janelinha"...

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    6. Acho que tem gente que chama de 'caneta'.

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  26. Este comentário foi removido pelo autor.

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  27. Eu quando criança no Maracanã, nos anos 60, lembro de meu pai falando center-half, goalkeeper, off-side e eu fazia a associação do que era, vez que acabara de ver o lance. Pouco tempo depois, ele passou a falar o português do futebol. Impedimento ele adorava falar banheira, igual ao saudoso Mario Vianna. Eu sempre falei corner e não escanteio.

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    1. Até porque escanteio é feio "prá chuchu".
      Tiro de canto' (ou 'tiro esquinado' como já cheguei a ouvir) também é horrível.
      Para mim continua sendo corner.

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    2. Cheguei também a ouvir para goleiro: guarda-valas e arqueiro.

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  28. O termo corner foi a que durou mais.
    Beque (zagueiro) me parece uma versão aportuguesada de "back".
    O apelido "beque de fazenda" é para quem chuta a bola para o "lado que o nariz está virado", de bico, com força e sem controle. Uma hora, por "falta de giz no taco", acaba entregando para o adversário ou, pior, fazendo gol contra.
    Até para acertar o adversário não têm muito critério.
    Chamar de "zagueiro de fazenda" não tem graça nenhuma.

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  29. Ouvi uma história que um antigo filósofo popular do futebol contava sobre o desespero de um técnico após seu time levar alguns gols logo no início do jogo gritou para seus comandados: "arrecua os arfs para evitar a catástrafe".
    Demorei a entender que "arfs" seriam os "halfs".

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  30. Boa noite Saudosistas. Tudo já dito sobre o Andaraí, o que mais tinha conhecimento era do "Dondon" que na verdade não era esse jogador todo, muito embora ficou eternizado na música do compositor Nei Lopes. O campo do Andaraí depois foi comprado pelo América, onde cheguei a jogar diversas vezes.
    Talvez poucas pessoas do grupo saibam, mais tem um grupo de pesquisadores do futebol Carioca, que identificou uma série de times que existiam no RJ no início do século passado que desapareceram, bem como contam as suas histórias e como eram as suas camisas de jogo, entre eles está o Andaraí, Confiança, Mangueira, Vila Isabel, Haddock Lobo (este se juntou ao América), o único time do futebol brasileiro cuja a cor da sua camisa era marrom. Pelo que li na reportagem parece que em breve irão fazer a venda da réplica dessas camisas.

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  31. E, fora do futebol, às vezes me pego falando palavras em desuso. Outro dia estava comentando com os meus filhos que o Emílio Santiago era um grande "crooner". Daí a minha filha disse que desconhecia essa palavra pra descrever um vocalista. Coisa de velho...

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    1. Não sei porque a palavra me faz lembrar cantor exclusivamente de boate.

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  32. Os jornalistas esportivos atuais são muito repetitivos.
    "O time 'tal' dorme na liderança" para os que passam na frente da tabela no início da rodada. Já vi os sites Uol e GE escreverem exatamente essa mesma frase na mesma hora.
    "Times A e B brigam na parte de cima da tabela". Ou "de baixo".
    "O time "C" prefere jogar mais verticalmente". Como assim? Dão chutes para o alto?
    E por aí vai.

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  33. A maior mancada que já ouvi foi há décadas um locutor esportivo se referir ao time da Bélgica dizendo "o time belgicano". E um sujeito, narrando desfile de escola de samba, traduzir a sigla GRES que elas costumam ter por "Grêmio Recreativo Esportivo e Social".

    E o âncora do Jornal Nacional (não lembro quem era na época, ano de 1972) na maior sinuca para dizer o nome do chefe mafioso Tommaso Buscetta, que se estou certo a pronúncia do sobrenome é Bucheta, mas o âncora escapava da sinuca pronunciando Busqueta.

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  34. Uma mancada internacional foi o Nixon, comparecendo ao funeral do De Gaulle, dizendo "Este é um grande dia para a França".

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  35. Outras:

    1) Yogi Berra, treinador de beisebol, referindo-se a um file de Steve McQueen: "Ele deve ter feito esse filme antes de morrer".

    2) Arthur Balfour, famoso político britânico: "Por que judeus e árabes não podem se reunir e discutir a questão como bons cristãos?".

    3) Edward Davis, chefe de polícia de Los Angeles, em 1973: "Sequestradores de aviões devem ter direito a um julgamento rápido no aeroporto, com justa observância dos preceitos da lei, sendo enforcados em seguida."

    4) Ladrão perante a corte, negando ter sido o autor do roubo, dirigindo-se à vítima: "A senhora olhou bem para minha cara na hora em que roubei sua bolsa?". Pegou 10 anos.

    5) Governador Pat Brown, comentando uma inundação local: "Este é o pior desastre que aconteceu na Califórnia desde que fui eleito."

    6) Jornal Times de Londres: "Faleceu um grande irlandês. Queira Deus que muitos outros iguais a ele, que amaram sabiamente seu país, possam segui-lo."

    7) Eleitor de um pequeno jornal do Wisconsin, meados da década de 1800: "O fiel cão de guarda ou a boa esposa, esperando à porta para dar, com um honesto latido, as boas-vindas ao dono da casa".

    8) Sir Boyle Roche, político britânico: "Um homem não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, a menos que ele seja uma ave".

    9) O grande jogador de beisebol Dizzy Dean, após ter sido atingido com uma bola na cabeça: "Os médicos tiraram chapas de raios-X de minha cabeça e nada encontraram."

    10) Morsey's Geography, o principal livro de geografia nos EUA na década de 1900: "A cidade de Albany tem 500 moradias e 2400 pessoas, todas com o traseiro voltado para a rua."

    11) Informe militar durante a Guerra do Vietnam: "O grupo de infiltração era composto por um terço de homens, um terço de mulheres e um terço de funcionários do partido." E mais adiante: "Essa unidade tinha um efetivo estimado de 2000 homens, dos quais 300 eram mulheres".

    12) Joyce Kithira, vice-diretora de um internato feminino no Quênia, comentando um ataque ao dormitório das moças por uma turma de rapazes, que estupraram 71 e mataram 19: "Os rapazes nunca quiseram fazer mal algum às moças. Eles queriam simplesmente estuprá-las".

    13) Tabuleta numa estação ferroviária: "Cuidado! Tocar nesses fios provoca morte instantânea. Quem for flagrado fazendo isso será processado."

    14) Philip Streifer, Superintendente das Escolas, Barrington, Rhode Island: "Não tendo encontrado candidatos qualificados para o cargo de diretor, o Departamento Escolar tem o grande prazer de anunciar a nomeação de David Steele para o cargo".

    15) George Wallace, governador do Alabama, discursando para uma plateia de negros: "Claro, pareço um branco, mas o meu coração é tão negro como o de vocês".

    16) Chuck Newitt, jogador de basquetebol do North Carolina State University: "Minha irmã está esperando um bebê, e não sei se vou ser tio ou tia".

    17) Lei antiga do Kansas: "Quando dois trens se aproximarem em um cruzamento, ambos devem parar por completo e nenhum dos dois deve reiniciar a viagem até que o outro tenha passado."

    18) Presidente Gerald Ford: "Se estivesse vivo hoje, Lincoln rolaria em sua tumba".

    19) Deputado Charles Vanik, do Ohio, quando soube que Spiro Agnew, denunciado por corrupção, pediu que seu processo fosse julgado pela Câmara e não por um tribunal regular: "Ele está tentando tirar a decisão das mãos de 12 homens honestos e entregá-la a 435 congressistas".

    20) Candidato ao Congresso no Texas: "Esse patife ordinário devia ser escoiceado até a morte por um asno - e eu sou o indicado para fazer isso".

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