Deve ter sido muito boa esta época de boates dos anos 50. A maioria lugares pequenos, com pocket-shows, para drinques ou jantar, grandes artistas, ouvir ou dançar sambas-canção de rosto colado, bebericar um uísque.
Pelos cartazes acima havia muitas opções. De Yves Montand no Copa a Dick Farney no Hotel Vogue. Silvio Caldas, Dalva de Oliveira, Caymmi, Orfeu da Conceição.
E gostaria de ter conhecido a Montecarlo, que funcionou na Marquês de São Vicente, no alto da Gávea. Era uma grande casa de um banqueiro que convidou o Carlos Machado para adaptá-la para se transformar numa grande casa de espetáculos com vários ambientes luxuosos. Restaurante, bar, boate, um pequeno cassino clandestino e, contam, alguns poucos quartos para “descanso”.
Machado contratava moças belíssimas para animar o local. Entretanto não era para prostituição. Muitas se transformaram em atrizes de sucesso.
O estacionamento era na área vizinha ao Jóquei e um convênio com os taxistas da praça levava os clientes ate a Montecarlo. Os que iam com os próprios carros e se excediam na bebida eram levados de táxi para casa e seus automóveis eram entregues na casa dos clientes no dia seguinte por funcionários da Montecarlo.
A noite do Rio de então era fervilhante e elegante.
Em uma época em que moças não saiam sozinhas e não podiam frequentar certos lugares, as "moças" de Carlos Machado podiam não ser "tão inocentes". Mas era uma época onde havia segurança e que o "maior risco" em uma aventura como essa eram um porre mal curado, um "escândalo familiar", uma gonorréia, uma "crista de galo", ou mesmo uma gravidez indesejada. Uma época "civilizada".
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirHoje irei acompanhar os comentários. Quase nada tenho a acrescentar sobre o tema. Fui uma única vez nos anos 90 em uma casa noturna em Copacabana. Nem sei se poderia chamar de boate. Fui comemorar o aniversário da minha irmã com alguns amigos e o então marido dela...
Bom Dia! Essa diversão não era para o meu bico. Me contentava com os auditórios das rádios Nacional,Tupi e Mairinck Veiga, onde sempre dava para"amarrar uma macaca de auditório".
ResponderExcluirHoje em dia as "Casas Noturnas" se resumem aos "estabelecimentos" situados na zona oeste e primam pela incivilidade, pela selvageria, e pelo consumo de drogas, uma realidade bem diferente da que havia nos anos 50. E falando em "Casa Noturna" eu me lembro que no final dos anos 80 eu às vezes frequentava o "happy hour" do Bierklause, localizado no Edifício São Borja na Cinelândia. Ainda era um tempo civilizado em que os cinemas ainda eram ativos na região. Na última segunda feira à tarde, horário em que a região fervilhava de gente no passado, o quadro era desolador: pouquíssimas pessoas circulando e no espaço onde outrora se erguia o Palácio do Monroe, um bando de desocupados, vagabundos, e crackudos, disputavam animada "pelada" na grama mal cuidada com a assistência de mulheres em igual condição. A sensação de decadência foi indescritível, e acho difícil que possamos voltar a ter um patamar de civilidade ao menos razoável sem que grandes traumas políticos e sociais ocorram.
ResponderExcluirAcho BOATE BIER klause inaugurou ano 90 , fiz som antes era Boate ASSYRIUS
ExcluirSó conheci o Bierklause da Praça do Lido, nos anos 70. Local muito agradável, com boa música e bom chope. Havia um “irmão” em Ipanema chamado Grinzing. Era bem menor, mas muito bom.
ResponderExcluirO Bierklause do Centro da Cidade funcionava na Avenida Rio Branco 277. Era um "subterrâneo" e além do restaurante mantinha uma pista de dança onde um conjunto mantinha a animação, e nos intervalos música mecânica. Atualmente no local um "bingo clandestino" funciona 24 horas.
ExcluirSério é Bingo ???
ExcluirGrande Mestre DI LIDO. Poderia "validar" declaração do Dr.D das 10:14 ?
ResponderExcluirclaro!
ExcluirO Bierklause hoje é a churrascaria Carretão Lido, do meu amigo Pedrinho, filial da minha casa. Grizling é um bairro de Viena, povoado de bares que fervilham à noite. Estive lá, com meus pais, em 1969. Uma espécie de local como o bairro alto de Lisboa, O Soho de Londres, a Bourbon St.de New Orleans ou a Dias Ferreira no Leblon.
ResponderExcluirÉpoca das Boites... Até a Ilha do Governador teve a sua. Era a Flórida, na Freguesia, em uma rua residencial. Com o declinio da moda, foi transformada em depósito de material cenográfico ao antigo Teatro Recreio, e muitos anos depois, virou Igreja
ResponderExcluirBoa tarde a todos. A única que conheci foi a boate do hotel Plaza no final dos anos 70, já com o nome de New Plaza. As demais algumas conheci de reportagens e outras nunca ouvi falar. Vamos voltar mais tarde para ler e aprender.
ResponderExcluirSou da safra de 1958, portanto 18 anos em 1976. Essas já tinham evaporado. Gostaria mesmo de ter conhecido o Zepellin. Amigo veterano e craque na night, com muuuuita historia pra contar pra quem mandei o link, me lembra do Little Club, bottles, bacarat, fred’s, scotch, catacumba. Cada encontro uma história deliciosa. Os temos eram outros. Night era night, glamour, conquista , lazer, ilusão, sonho .
ResponderExcluirOs franceses foram os responsáveis pela utilização do termo "boate" para designar um tipo de estabelecimento comercial que se caracterizava pelo funcionamento de um restaurante em horário noturno, combinado com eventuais atrações artísticas. Com o advento da Segunda Guerra, e a necessidade de se abrigarem dos bombardeios, surgiram o que mais tarde se popularizou como "caves", espécie de porões onde, primordialmente, eram armazenados os produtos das vinícolas. No final dos anos '50 esses locais se tornaram famosos na França por receberem os músicos de jazz americanos que emigraram para a Europa à procura de trabalho, escasso nos EEUU pela ascensão do rock-and-roll.
ResponderExcluirNos EEUU esse tipo de estabelecimento se popularizou durante os feéricos anos '20, e mais tarde, com a edição da chamada "Lei Seca", proliferaram os bares clandestinos, que nem sempre eram noturnos. Em anos posteriores ficaram conhecidos os famosos "nigth clubs", que o cinema tratou de glamourizar com produções como, por exemplo, "Casablanca", com seu característico piano, abajures nas mesas, etc., o perfil típico do estilo ianque. Outra característica do estilo norte americano foi a introdução do chamado "american bar", com seu balcão e tamboretes individuais com o objetivo de abrigar os clientes que estariam esperando vagas nas mesas. Com o tempo esses locais se tornaram uma marca registrada dessas casas, ressaltando o talento dos "bartenders" no preparo dos drinques e sua paciência em ouvir as lamúrias dos clientes.
No Brasil, apesar de existirem algumas casas parecidas antes da guerra, foi após esse conflito que esse tipo de casa noturna proliferou, ainda nos moldes mostrados na grande tela. Não demorou para que a terra de Pindorama fizesse algumas adaptações (tipo de iluminação, atração artística, frequência etc.) e surgissem o que o popular apelidou de "inferninhos", muito bem definido pelo jornalista Sérgio Porto como sendo "o lugar onde o diabo não entra para não se comprometer."
Pessoalmente não conheci a maioria das casas citadas por ainda não ter a idade para frequenta-las mas, a partir dos anos '70, na condição também de músico, conheci as mais famosas e alguns dos artistas que se apresentavam, inclusive em São Paulo. Aqui no Rio dois bairros se destacavam na boemia: Leme e Leblon. Uma curiosidade: Quando a primeira vez fui à Lapa, ainda em total decadência, conheci um legítimo cabaré dos velhos tempos (Novo México). Ainda muito jovem, o ambiente e a iluminação, de um azul fúnebre, me assustaram e saí de lá o mais rápido possível.
Recentemente houve uma tentativa fracassada de reabilitar um modelo tradicional de casa noturna com a inauguração da "La Boate", no Lido, do empresário mineiro, e carioca por adoção, Omar Peres.
Por fim considero que será muito difícil a recuperação da vida noturna do Rio nos moldes como existiu no passado. Mas... quem sabe?
que aula, Docastelo! O "La boate" era perto da minha casa. Era uma proposta para atrair pessoas mais velhas, saudosas dos velhos tempos. Ficava onde era o "Le bec fin" restaurante muito frequentado pela alta sociedade carioca. Deu errado... Aliás, devem ter salgado o terreno, pois tudo que foi tentado no local, faliu...
ExcluirOk, Conde. Fui seu vizinho, lembra? Morei no prédio ao lado da tal boate, o edf. Ouro Preto (nº 174), onde havia a loja de antiguidades do Cláudio, que se suicidou em uma noite de Natal. Hoje é uma loja de artigos de umbanda. O Omar Peres ainda tentou montar um restaurante especializado em comidas árabes, tendo como sócia a deputada Jandira Feghali. Também não deu certo. Em 2019 era uma casa de degustação e venda de vinhos. Passei por lá recentemente mas não lembrei de conferir o que existe hoje em dia. Como se costuma dizer parece que há uma "caveira de burro" enterrada no local. Abraços.
Excluirhoje é uma filial do Só a rigor....
ExcluirFalando em rádio Tupi, a partir de segunda, parte da programação poderá ser vista na Claro NET, canais 25 e 525...
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