Não posso comentar sobre o Rio de 1965. Mas achei interessante o "paliteiro" de antenas no Corcovado. Com a disseminação do uso do Sumaré como parque das antenas no Rio, essa poluição visual acabou ou, pelo menos, diminuiu.
Na minha infância e tenra adolescência, eu morava na Tijuca, bem praticamente em frente ao local onde havia uma torre de TV no Sumaré. Não me lembro de qual emissora. Às vezes eu pegava uma luneta e ficava olhando-a. Era pintada de vermelho e branco. Se não me engano, era a única (ou no máximo havia mais uma). Hoje em dia aquela torre ainda existe, porém virou uma anãzinha diante das muitas que a cercam. O Sumaré agora é um triste paliteiro. Preço alto pago em nome do progresso.
Belas fotos, mas eu tenho a impressão de que a primeira foto não é de 1965 e sim de 1968 ou 69, e a razão é simples: na foto aparece a favela da Ilha das Dragas removida, tendo já algumas construções de alvenaria, bem como aparecem os acessos do Túnel Rebouças ativos. Não custa lembrar que o túnel foi aberto ao público em 1967...
Lembro que em 1965, esse logotipo do 4o. Centenário da cidade do Rio de Janeiro, presente na segunda foto, era amplamente estampado em bancas de jornais, revistas, outdoors e toda sorte de propaganda. Até um prédio antigo na quadra da minha rua, ao passar por reforma naquele ano, trocou o portão para um novo, confeccionado em ferro com o logotipo Rio Quatrocentão.
Com relação à postagem destaco a importância do designer e ex diretor da Fundação Nacional Pro-Memória, Aloisio Magalhães, responsável pela criação do símbolo do Quarto Centenário do Rio de Janeiro. A matéria a seguir fornece outros dados e/ou informações sobre o tema. http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/rio-de-janeiro/71-um-rio-de-muitos-janeiros/3364-o-rio-de-janeiro-em-seus-400-anos-de-fundacao
Em tempo: Esqueci de registrar que nesse ano trabalhei como mesário nas eleições. Foi a primeira e última vez que votei antes das trevas que tomaram conta do país.
Foi um ano inteiro de atividades, incluindo algumas exposições. O povo contribuiu, adquirindo bônus, em sinal de participação. Hoje em dia algo que parece mentira de pescador...
Naquele ano Lacerda se superou no afã de eleger Flexa Ribeiro seu sucessor. Inaugurou obras como a Avenida Central de Brasil (ainda que parcialmente), concluiu a abertura do Túnel Rebouças com uma grande carreata da qual fiz parte (embora só fosse inaugurado dois anos depois), e inaugurou o Aterro do Flamengo, entre outras, mas quem se elegeu foi Negrão de Lima. Tenho quase certeza que Negrão era parte integrante do plano que entregou de "mão beijada" o sistema de transporte público aos empresários de ônibus. A erradicação dos Trolley-buses e do que restou dos bondes comprova isso.
Eu ainda completaria 7 anos, lembro de muitos detalhes sobre o logotipo sendo utilizado em vários lugares, como citou o Mauro Marcello, principalmente em decalques, chaveiros, cinzeiros e outros utensílios. Porém, como já comentei em outras postagens, infelizmente o mais marcante acabou sendo o acidente do avião da Esquadrilha da Fumaça que presenciei no dia da grande festa na Enseada de Botafogo. Muitos ficaram olhando a água, paralisados, inclusive meus pais, mas eu, criança, custei a entender que o piloto não tinha como aparecer vivo (só no telejornal da noite ficamos sabendo que também tinha um fotógrafo no avião).
Nessa época eu trabalhava na finalização das obras do Aterro do Flamengo e ao ver os aviões manobrando eu peguei o teodolito e fui acompanhando-os pelas lentes. Vi quando o avião veio mergulhando e caiu n'água. Pouco depois apareceu uma lancha da Marinha, mas nada pode ser feito.
Com 7 anos não tinha grande consciência do momento político na época. O 4º Centenário foi de muita empolgação na cidade. No meu colégio primário houve grande festa. Achava o Negrão de Lima simpático e elegante. Essa historia do Rio com os transportes públicos é triste. Me incomoda São Paulo ser mais antiga que o Rio. Ainda mais o dístico do Brasão, non ducor , duco; não sou conduzido, conduzo. Ontem fui a a tarde a expo casa brasileira no MAR. Surpresa agradável ; região limpa, segura, sem papeis no chão, vista bonita.
Também lembro do Lacerda discursando em palanque na inauguração de uma linha de ônibus elétrico na Zona Norte. Falava muito, esbravejando. Meu pai nao concordava politicamente com ele, mas reconheceu sua boa administração na GB. Assim como a vitória do Negrão aqui a do Israel Pinheiro em Minas também contrariou a chamada linha dura do regime de 64.
Em 1965 eu morava em Botafogo e me lembro muito bem que quando voltavamos do I.E minha mãe ia ao comitê eleitoral de Flexa Ribeiro, que ficava na Praia de Botafogo esquina de Voluntários da Pátria, onde lhe eram entregues pequenas flexas douradas usadas como broche usadas como propaganda eleitoral. Como a maioria das professoras, era eleitora de Flexa Ribeiro. Não adiantou, o carioca quase sempre votou mal. Dezessete anos depois em 1982 "manteve a tradição", votou pior ainda, e a cada ano eleitoral a catástrofe se perpetua. E é bom lembrar que em 1960 a eleição de Lacerda só aconteceu em razão do lançamento da candidatura de Tenório Cavalcanti que acabou "dividindo os votos" do comunista Sérgio Magalhães e possibilitou a vitória de Lacerda por uma margem ínfima de cerca de cinquenta mil votos.
eu, velho pra c..... presenciei os quartos centenários em SP , onde morava e o do Rio. O de SP foi uma festa incrível. A Rochedo fez milhões de quadradinhos de papel alumínio e soltou de um helicóptero em cima da cidade. Uma maravilha ver os papéis brilhando no ar até chegarem ao chão. Não sai da minha memória.
Boa Noite! Nesta época eu estava com 23/24 anos, e dirigindo um taxi estava encantado como "chovia o belo sexo na minha horta". FF. Mais um dia de vento e chuva,será efeito do aquecimento global?
Em 2015 tivemos uma pálida comemoração dos 450 anos, com um logotipo de gosto duvidoso lançado pelo então (e atual) prefeito. De positivo, os lançamentos literários no embalo da data festiva. Acredito que o mesmo tenha acontecido em 1965, pois consegui alguns exemplares da época.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirNão posso comentar sobre o Rio de 1965. Mas achei interessante o "paliteiro" de antenas no Corcovado. Com a disseminação do uso do Sumaré como parque das antenas no Rio, essa poluição visual acabou ou, pelo menos, diminuiu.
Na minha infância e tenra adolescência, eu morava na Tijuca, bem praticamente em frente ao local onde havia uma torre de TV no Sumaré. Não me lembro de qual emissora. Às vezes eu pegava uma luneta e ficava olhando-a. Era pintada de vermelho e branco. Se não me engano, era a única (ou no máximo havia mais uma). Hoje em dia aquela torre ainda existe, porém virou uma anãzinha diante das muitas que a cercam. O Sumaré agora é um triste paliteiro. Preço alto pago em nome do progresso.
ExcluirBelas fotos, mas eu tenho a impressão de que a primeira foto não é de 1965 e sim de 1968 ou 69, e a razão é simples: na foto aparece a favela da Ilha das Dragas removida, tendo já algumas construções de alvenaria, bem como aparecem os acessos do Túnel Rebouças ativos. Não custa lembrar que o túnel foi aberto ao público em 1967...
ResponderExcluirLembro que em 1965, esse logotipo do 4o. Centenário da cidade do Rio de Janeiro, presente na segunda foto, era amplamente estampado em bancas de jornais, revistas, outdoors e toda sorte de propaganda. Até um prédio antigo na quadra da minha rua, ao passar por reforma naquele ano, trocou o portão para um novo, confeccionado em ferro com o logotipo Rio Quatrocentão.
ResponderExcluirCom relação à postagem destaco a importância do designer e ex diretor da Fundação Nacional Pro-Memória, Aloisio Magalhães, responsável pela criação do símbolo do Quarto Centenário do Rio de Janeiro. A matéria a seguir fornece outros dados e/ou informações sobre o tema. http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/rio-de-janeiro/71-um-rio-de-muitos-janeiros/3364-o-rio-de-janeiro-em-seus-400-anos-de-fundacao
ResponderExcluirEm tempo: Esqueci de registrar que nesse ano trabalhei como mesário nas eleições. Foi a primeira e última vez que votei antes das trevas que tomaram conta do país.
ExcluirTrevas? Que trevas? Não seria uma "catarata" toldando sua visão?
ExcluirAté aqui os imbecis opinam.
ExcluirConcordo com você...
Excluirhttps://m.youtube.com/watch?v=0PzQAeF1hNU
ResponderExcluirFoi um ano inteiro de atividades, incluindo algumas exposições. O povo contribuiu, adquirindo bônus, em sinal de participação. Hoje em dia algo que parece mentira de pescador...
ResponderExcluirNaquele ano Lacerda se superou no afã de eleger Flexa Ribeiro seu sucessor. Inaugurou obras como a Avenida Central de Brasil (ainda que parcialmente), concluiu a abertura do Túnel Rebouças com uma grande carreata da qual fiz parte (embora só fosse inaugurado dois anos depois), e inaugurou o Aterro do Flamengo, entre outras, mas quem se elegeu foi Negrão de Lima. Tenho quase certeza que Negrão era parte integrante do plano que entregou de "mão beijada" o sistema de transporte público aos empresários de ônibus. A erradicação dos Trolley-buses e do que restou dos bondes comprova isso.
ResponderExcluirO Negrão foi eleito? Tenho na memória que ele foi colocado ali pelo Planalto.
ExcluirFoi eleito, contrariando a ditadura. Deu origem ao AI 2 como represália.
Excluiradoro art-deco, mas acho o cristo um horror.
ResponderExcluirEu ainda completaria 7 anos, lembro de muitos detalhes sobre o logotipo sendo utilizado em vários lugares, como citou o Mauro Marcello, principalmente em decalques, chaveiros, cinzeiros e outros utensílios. Porém, como já comentei em outras postagens, infelizmente o mais marcante acabou sendo o acidente do avião da Esquadrilha da Fumaça que presenciei no dia da grande festa na Enseada de Botafogo. Muitos ficaram olhando a água, paralisados, inclusive meus pais, mas eu, criança, custei a entender que o piloto não tinha como aparecer vivo (só no telejornal da noite ficamos sabendo que também tinha um fotógrafo no avião).
ResponderExcluirNessa época eu trabalhava na finalização das obras do Aterro do Flamengo e ao ver os aviões manobrando eu peguei o teodolito e fui acompanhando-os pelas lentes. Vi quando o avião veio mergulhando e caiu n'água. Pouco depois apareceu uma lancha da Marinha, mas nada pode ser feito.
ExcluirCom 7 anos não tinha grande consciência do momento político na época. O 4º Centenário foi de muita empolgação na cidade. No meu colégio primário houve grande festa. Achava o Negrão de Lima simpático e elegante. Essa historia do Rio com os transportes públicos é triste. Me incomoda São Paulo ser mais antiga que o Rio. Ainda mais o dístico do Brasão, non ducor , duco; não sou conduzido, conduzo. Ontem fui a a tarde a expo casa brasileira no MAR. Surpresa agradável ; região limpa, segura, sem papeis no chão, vista bonita.
ResponderExcluirTambém lembro do Lacerda discursando em palanque na inauguração de uma linha de ônibus elétrico na Zona Norte. Falava muito, esbravejando. Meu pai nao concordava politicamente com ele, mas reconheceu sua boa administração na GB.
ResponderExcluirAssim como a vitória do Negrão aqui a do Israel Pinheiro em Minas também contrariou a chamada linha dura do regime de 64.
Em 1965 eu morava em Botafogo e me lembro muito bem que quando voltavamos do I.E minha mãe ia ao comitê eleitoral de Flexa Ribeiro, que ficava na Praia de Botafogo esquina de Voluntários da Pátria, onde lhe eram entregues pequenas flexas douradas usadas como broche usadas como propaganda eleitoral. Como a maioria das professoras, era eleitora de Flexa Ribeiro. Não adiantou, o carioca quase sempre votou mal. Dezessete anos depois em 1982 "manteve a tradição", votou pior ainda, e a cada ano eleitoral a catástrofe se perpetua. E é bom lembrar que em 1960 a eleição de Lacerda só aconteceu em razão do lançamento da candidatura de Tenório Cavalcanti que acabou "dividindo os votos" do comunista Sérgio Magalhães e possibilitou a vitória de Lacerda por uma margem ínfima de cerca de cinquenta mil votos.
ResponderExcluireu, velho pra c..... presenciei os quartos centenários em SP , onde morava e o do Rio. O de SP foi uma festa incrível. A Rochedo fez milhões de quadradinhos de papel alumínio e soltou de um helicóptero em cima da cidade. Uma maravilha ver os papéis brilhando no ar até chegarem ao chão. Não sai da minha memória.
ResponderExcluirBoa Noite! Nesta época eu estava com 23/24 anos, e dirigindo um taxi estava encantado como "chovia o belo sexo na minha horta". FF. Mais um dia de vento e chuva,será efeito do aquecimento global?
ResponderExcluirEm 2015 tivemos uma pálida comemoração dos 450 anos, com um logotipo de gosto duvidoso lançado pelo então (e atual) prefeito. De positivo, os lançamentos literários no embalo da data festiva. Acredito que o mesmo tenha acontecido em 1965, pois consegui alguns exemplares da época.
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