O tema de hoje, motivado pela foto 1 que recebi de meu colega e amigo Odone, é sobre escolas públicas. O assunto é polêmico e teremos opiniões das mais diversas, certamente. As fotos são de duas escolas em Ipanema, que ainda estão em atividade.
É impressionante o nível atual dos alunos e professores da maioria das escolas públicas. Na minha turma de Admissão no Colégio Santo Inácio tive vários colegas oriundos de cursos primários de tais escolas. Lembro-me bem do amigo F. B. O., o "Chico Previdência", um dos mais destacados alunos de minha turma, que fez todo o primário na excelente escola Cócio Barcelos, ali na esquina da Av. N.S. de Copacabana com Rua Barão de Ipanema. Isto sem falar em excelentes colégios públicos como o de Aplicação ou o Pedro II.
Além disso, lá em meados do século XX, um grande número de moças da
classe média fazia o Curso Normal, sejam em instituições públicas como o
Instituto de Educação e, na Zona Sul, a Escola Inacio de Azevedo Amaral, como
em escolas particulares como o Colégio Santa Rosa de Lima, em Botafogo, indo depois
trabalhar em subúrbios (havia o famoso “trem das professoras” que, além delas,
levava militares para Deodoro, daí saindo inúmeros casamentos).
O nível dos professores
era outro naquela época. Hoje, quem são os professores? Gente mal paga, sem
condições materiais nas escolas, desmotivada, vítima da violência e com a
necessidade de acomodar os alunos conforme as facções que dominam suas
comunidades de origem. Alguns idealistas ainda tentam mudar o panorama da
Educação Fundamental, mas a missão parece impossível.
Interessa a muitos o “status quo” atual.
FOTO 1: Vemos a turma da Professora Neide em 1955 na Escola Presidente José Linhares, na Barão da Torre nº 90, quase na esquina de Teixeira de Melo, em Ipanema. Segundo o Odone havia alunos pobres e de classe média.
Odone aparece com 3 divisas na camisa, significando que estava no 3º ano. Ao lado dele há um aluno com medalhas. Era praxe na época que os melhores do mês ficassem com as medalhas. Na verdade elas ficavam sempre com o Alipio (com medalhas na foto) , com o Albano (mais à esquerda) ou comigo. Era um revezamento. O Albano me lembra um colega do Santo Inácio, mas não tenho certeza.
FOTO 2: O “Jornal do Brasil de
26/01/1946 anunciava que neste dia seria inaugurada, com a presença do Prefeito
Filadelfo Azevedo, a Escola Presidente José Linhares, construída pelo Departamento de
Prédios e Aparelhamentos Escolares da Prefeitura do Distrito Federal.
A escola tinha a
capacidade para sete classes e seria o primeiro estabelecimento instalado no
Brasil exclusivamente par o ensino noturno de adultos.
Ao ato inaugural compareceriam destacados elementos do novo mundo oficial.
A imagem é de 2010, do Google Maps.
FOTO 3: Já em maio de 1960 o “Diário
de Notícias” noticiava uma grande “Festa Infantil” organizada pela diretoria do
“Círculo de Pais e Professores da Escola Presidente José Linhares”, que
tinha a professora Jaci Altino Dória como diretora.
Em 1961 havia nesta escola “Cursos de Iniciação Profissional”, como o de “Ornatos e Trabalhos de Agulha”, com o professor Willy da Silva Bonifácio, que prepara alunos para as funções de auxiliar de trabalhos de costura e bordado.
A imagem é de 2024, do Google Maps.
PS: a ideia de colocar um belo grafite em vez de deixar um muro todo branco tevem feito muito sucesso por Ipanema. Acho que há um "código" entre os grafiteiros, que evitam emporcalhar o trabalho dos colegas.
FOTO 4: Vemos nesta fotografia a Escola Henrique Dodsworth, que fica na Av. Epitácio Pessoa nº 474, no Jardim de Alá, também em Ipanema, inaugurada em setembro de 1943.
Abaixo algumas informações sobre esta escola baseada em "Arquitetura Escolar Carioca 1930-1960", tese de Noemia Lucia Barradas Fernandes.
FOTO 7: Nesta fotografia de 1957 vemos dois alunos da Escola Henrique Dodsworth com seus livros no Jardim de Alá.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirSempre estudei em escolas públicas. Na época ainda primeiro grau, nas escolas Paraná (por um ano, em duas séries) e Rugendas.
No segundo grau, o Visconde de Mauá.
No superior, a UFF.
Meus irmãos também só estudaram em estabelecimentos públicos. Meu irmão até o segundo grau e minha irmã até o doutorado no IME.
PS: tenho duas fotos individuais dos tempos de Rugendas, assim como meus irmãos. Lembro de ter tirado pelo menos uma com a turma toda em um dos anos, mas nunca vi o resultado...
ExcluirInfelizmente não tenho registros da época do Visconde de Mauá.
ExcluirMinha mãe cursou o Ensino Normal no Instituto de Educação do Distrito Federal e ao se formar foi designada para lecionar em uma escola situada além do "Largo do Monteiro". Morando em Vila Isabel, ele tomava um lotação na 28 de Setembro às 05:20 para estar na Central do Brasil a tempo de pegar o trem das 06:00, pois teria que estar na sala de aula às 07:30. Naquela época após conclusão do Curso Normal, as jovens professoras eram automaticamente designadas para uma escola longínqua da "zona rural ou de difícil acesso", pois não havia concurso público e o ingresso no serviço público era automático. A melhor parte desse início de carreira eram os "vencimentos" (servidor público não recebe salário e sim vencimentos), que eram bem atraentes no antigo Distrito Federal.
ResponderExcluirCursei o Primário no Instituto de Educação nos anos 60, uma "instituição modelo", assim como as escolas públicas do Estado da Guanabara, cuja excelência dispensa maiores comentários.
ResponderExcluirFF: Um "arrastão" na Linha Amarela agora pela manhã praticado por criminosos armados com fuzis causou a morte de um Agente do DEGASE. Os criminosos após roubarem dois veículos fugiram para o "complexo da Maré". O Rio de Janeiro é cercado por favelas, que são antros de criminosos da pior espécie, e que merecem ser tratadas como "áreas de exclusão" , pois apesar dos discursos da mídia dando conta de que "a grande maioria de seus moradores é composta de gente honesta", ações nesses locais deveriam ser duríssimas e desprovidas de qualquer viés político/ideológico, já que são "currais narco-eleitorais" que possuem blindagem política e jurídica por razões bem conhecidas.
ResponderExcluirComo o Luiz descreveu acima, eu também fui oriundo de escola pública quando prestei o concurso de admissão para o Colégio Santo Inácio, em 1968. Eu estudava na Ignácio de Azevedo Amaral, na Lagoa e fui transferido para a Escola Shakespeare, recém inaugurada em 1965, na Rua Jardim Botânico, ao lado do Hospital da Lagoa. Todos nós, 5 irmãos, estudamos em escolas públicas no primário e migramos para os colégios particulares para cursar o ginasial.
ResponderExcluirAcho que os CIEPs foram uma grande tentativa e talvez a última de melhorar a Educação. Pena que seu objetivo foi desvirtuado por interesses políticos e acabaram por não dar certo.
ResponderExcluirA destruição do sistema educacional brasileiro tem a ver com o interesse dos "donos do mundo" para evitar que o país se desenvolva, logicamente apoiada pelos "donos do Brasil" para manterem seus privilégios. Povo burro mantém corruptos no poder e freia a Economia.
Concordo. Educação é mais um dos aspectos do Brasil que foram para o brejo. Saúde e segurança são outros. Para os três não há solução, pois não interessa a nenhum governo, desde a ectrema direita à extrema esquerda. Podemos esbravejar à vontade. Vai entrar por um ouvido e sair pelo outro, de quem tem poder para mudar isso. Apenas estaremos exercendo nosso jus esperneandi. Nada mais. Estou fora dessa discussão, para não me aborrecer nem chover no molhado. Até quarta-feira.
ExcluirHelio, infelizmente sou obrigado a concordar integralmente com seu texto.
ExcluirO projeto foi bombardeado porque "era do Brizola". Hoje o ensino integral virou quase um mantra dos governantes. Com mais de quarenta anos de atraso.
ExcluirQuando o assunto é "Escola Pública" o assunto invariavelmente descamba para a política. Eram cinco anos ininterruptos nos quais se adquiria de forma sólida e objetiva toda a base necessária para a vida futura. Sempre fui avesso às ciencias exatas, mas faço as quatro operações básicas "de cabeça", para espanto de jovens que, em tese, possuem o 2° grau completo ou mesmo nível superior. As escolas públicas há muito tempo são reféns de doutrinação política que tornaram o corpo discente uma legião de indivíduos inúteis e despreparados para a vida profissional, cujas aspirações profissionais são e de se transformarem em jogadores de futebol ou "influencers digitais", ou "idioters". Experimentem fazer uma compra em um supermercado, padaria, Fastfood, e pagar com uma nota de R$ 50,00: a operadora certamente vai se valer de uma calculadora ou solicitar supervisão para dar o troco. Quanto à História e Geografia a situação é muito pior. E qual é o objetivo disso? Não precisa ser muito perspicaz para perceber: vejam a que ponto chegou a atual situação política, jurídica, e sociedade, do Brasil, a qual só chegou a esse ponto em razão dos péssimos índices de educação, o que torna as pessoas extremamente manipuláveis por grupos políticos. Grande parte do atual corpo discente das escolas públicas do Rio de Janeiro é composto de moradores de favelas dominadas por traficantes, e as instalações escolares e Cieps onde são ministradas as aulas frequentemente servem de depósito para armas e drogas. Tudo com a maior desfaçatez do Poder Público, que obviamente é parte integrante e interessada nesse "circo de horrores".
ResponderExcluirLeiam a síntese da principal "obra" de Paulo Freire, patrono da Educação Brasileira, "A pedagogia do oprimido", e tirem suas conclusões. É fácil, está disponível na internet.
ResponderExcluirOs atuais ocupantes do executivo, legislativo e judiciário federal, estadual e municipal não se elegeriam se a população fosse minimamente escolarizada. Há anos o Brasil caminha em direção à irrelevância no mundo.
ResponderExcluirVolto a citar a minha frase: "o Brasil é um país em empobrecimento acelerado". Seja financeiro, moral e intelectual.
ResponderExcluirMauro Marcello, a "fossa moral, cultural, e financeira", se iniciou há mais de quarenta anos, teve uma forte influência da mídia que se "vendeu a interesses inconfessáveis" e de todo o trabalho de elementos perniciosos que prosperaram a partir da promulgação da Lei 6683/79 e "fincaram as bases da desgraça que se instalou no Brasil. Faça um exame de consciência e veja a cronologia do caos em que estamos vivendo e de quando ele se iniciou. Perdemos a Educação Pública, a Saúde Pública, a Segurança Pública, as Instituições Públicas , o poder de compra a moral, o amor próprio, e muitos ainda sofrem da "síndrome de Estocolmo". Pior não poderia ficar.
ExcluirPerfeitamente, Joel!
ExcluirEu fiz o primário na escola Mem de Sá (depois Estácio de Sá) na Fortaleza de S. João, onde minha mãe era professora. Depois o ginasial no Pedro Alvares Cabral em Copacabana. Nesse período minha tia era professora na Cócio Barcelos. Ambas casadas com militares e moradoras em Copacabana. Fui aprovado no concurso e fiz o científico no S. Inácio, tive dificuldade para acompanhar o ritmo mais puxado nos primeiros meses, depois segui sem problemas e passei para a engenharia da UFRJ entre os primeiros. Lógico que o S. Inácio teve papel fundamental , mas sem a base sólida que adquiri em 2 escolas públicas, isso seria impossível ou pouco provável.
ResponderExcluirHá 66 anos uma queda de avião matou alguns artistas americanos, entre eles Richie Vallens ("La Bamba") e Buddy Holly.
ResponderExcluir"The Day the Music Died" foi como ficou conhecido o dia 03 de fevereiro de 1959, com a morte de Buddy Holly, Ritchie Valens, e J.P. Richardson .
ExcluirA expressão foi popularizada na ótima (e longa, mais de 7 minutos) canção de 1971, "American Pie", do Don McLean.
Aliás, "Vincent", do mesmo Don McLean - a respeito do (Vincent) Van Gogh - tem uma letra muito bonita.
O país emergente do futuro é a Índia, sistema educacional MUITO superior ao nosso, especialmente em exatas. Mas no Brasil é deixado de lado, é muito mais fácil formar legiões em cursos sem qualidade suficiente, de humanas.
ResponderExcluirInfelizmente esta é a lógica tacanha que domina o Brasil e que vem desde os tempos do Brasil Colônia e Brasil Império. Não me venham aqui entoar loas ao D. Pedro II, porque ele é a expressão máxima do elitismo reinante. Até meados do Século XIX, os países mais ou menos se equivaliam. Até o Brasil tinha a sua posição de destaque. No século XIX fomos ultrapassados pela locomotiva americana e nunca mais conseguimos nem chegar perto, como hoje estão os países asiáticos, que fizeram a sua "revolução" apostando todas as suas fichas na educação de seu povo. Os números não mentem!
ResponderExcluirComo explicar que a Austrália, com 250 anos de história e que começou como uma mera colônia para degredados (à semelhança com o Brasil), é o que é hoje e nós, do alto de nossos 500 anos somos o que somos? Evoluímos? Muito. Mas continuamos presos a problemas e situações que nos afligem há séculos: corrupção, privilégios, impunidade, etc, etc, etc... Até Capitanias Hereditárias nós temos... vide Maranhão, Rio Grande do Norte, Favela de Rio das Pedras, Alemão, Maré, Complexo de Israel, etc, etc, etc... onde os clãs mandam e desmandam. Até o sistema feudal nós temos no Brasil, com favelas dominadas por "senhores da guerra" e fazendas com trabalho escravo.
BRASIL ! SIL ! SIL !!
Reconhecido desde 2012 como o Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire é considerado o brasileiro mais vezes laureado com títulos de doutor honoris causa pelo mundo. No total, ele recebeu homenagens em pelo menos 35 universidades, entre brasileiras e estrangeiras, como a Universidade de Genebra, a Universidade de Bolonha, a Universidade de Estocolmo, a Universidade de Massachusetts, a Universidade de Illinois, a Open University of London e a Universidade de Lisboa. Em 1986, Freire recebeu o Prêmio Educação para a Paz, concedido pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura. Tem o Prêmio Rei Baudouin pelo
ResponderExcluirDesenvolvimento, dadopela contribuição à pedagogia da alfabetização em Bruxelas.
Freire é estudado em universidades americanas, homenageado com escultura na Suécia, nome de centro de estudos na Finlândia e inspiração para cientistas em Kosovo. De acordo com levantamento do pesquisador Elliott Green, professor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, na Inglaterra, o livro fundamental da obra do educador, ‘Pedagogia do Oprimido’, escrito em 1968, é o terceiro mais citado em trabalhos acadêmicos na área de humanidades em todo o mundo.
Enfim...
Eu respeito a sua opinião, Luiz, mas há muitas coisas a considerar. A primeira delas é saber que tipo de instituições premiaram Paulo Freire e a quem ou o que elas representam. A verdade é que nunca a nível da educação brasileira foi tão baixo, estando no 178° lugar no ranking mundial. Não sei a que ponto você conhece a realidade das escolas públicas do Rio e do Brasil, mas quando adentrar uma escola municipal e conhecer o nível de seus alunos, dos professores, e o ambiente escolar, certamente mudará de opinião. Faça essa experiência...
ExcluirTem uma contradição aqui: o Paulo Freire é brasileiro e é considerado o gênio da Educação; ao mesmo tempo, o ensino público brasileiro é um dos piores do mundo. Qual a explicação? Ou o método dele é adotado aqui e se revela péssimo, ou não é adotado e não faz a mínima diferença ele ter recebido tantos títulos e homenagens.
ExcluirMeu pai explicaria essa contradição de duas maneiras: se o método Paulo Freire não é adotado no Brasil, meu pai diria "Santo de casa não faz milagre" ou "Casa de ferreiro, espeto de pau"; se é adotado, diria "Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento".
ExcluirBranca de Neve, quase todo mundo sabe que o que a esquerda progressista, comunista, progressista, ou algo que o valha divulga e anuncia como benéfico e de qualidade, é falso e falacioso. Praticamente todos aqui neste Blog estudaram em escolas públicas e detém um nível educacional infinitamente superior ao que existe atualmente e podem constatar essa diferença abissal. O Brasil desde 1985 é governado é governado por políticos de esquerda, muitos deles ex-terroristas, e que só fizeram com que o povo perdesse gradativamente o acesso direitos básicos como escolas de qualidade, hospitais públicos eficientes, e uma segurança publica que lhe permitia andar pelas ruas sem sobressaltos. Com uma Constituição falaciosa mais preocupada em garantir direitos para criminosos e vantagens absurdas e imunidades legais para políticos e para juízes, a população vem sofrendo um empobrecimento brutal nos últimos 40 anos em razão de uma carga tributária escorchante. Em suma, perdeu-se o direito de ir e vir em razão da violência resultante de leis ridículas elaboradas por políticos associados ao crime organizado e endossadas por um judiciário "coniventes ideologicamente "ou algo pior", perdeu-se o direito a um atendimento médico decente, e o mais grave: perdeu-se a fé e a confiança em um Estado Brasileiro atolado na corrupção e na impunidade, o que é muito grave. A alienação, a ignorância, e a falta de cultura ainda produziram uma nova classe: a dos que sofrem de "síndrome de Estocolmo". Eu pergunto: não tenho razão?
ExcluirO método de Paulo Freire não é aplicado de forma generalizada no ensino básico brasileiro.
ExcluirQuanto a quem premiou Paulo Freire são instituições de países "comunistas" como a Universidade de Genebra, a Universidade de Bolonha, a Universidade de Estocolmo, a Universidade de Massachusetts, a Universidade de Illinois, a Open University of London, Universidade de Lisboa, o Rei da Bélgica, etc.
Discordo completamente que o nível péssimo dos políticos seja em função da baixa escolaridade da população. Sempre foi péssimo, visto tratar-se de uma "casta", que se multiplica e se perpetua.
ResponderExcluirSe não, vejamos "grandes" políticos do passado recente, apenas como exemplos: Agnaldo Timóteo, Juruna, Romário, Roberto Jefferson, Clodovil, Tiririca, etc. As pessoas que votaram nesses #@$(@ foram nascidas no final dos anos 50, início dos 60.
E ainda hoje nos deparamos com muita "gente boa", formada em bons colégios (sejam públicos ou não), via de regra já veteranos (acima dos 60), que não abre mão (e ainda se orgulha) de votar em demagogos populistas, ou aprendizes de ditador.
Tem toda razão, Wagner.
ExcluirWB, essa carapuça cabe em todos nós aqui do SDR. Não escapa ninguém, aposto. A gente vota no menos bandido, porque os mocinhos não querem se misturar a eles.
ExcluirO nome do jogo, como muito certeiramente dito pelo Masc, é "base". (nas matérias e também disciplina e educação básicas, de base)
ResponderExcluirA possibilidade de boa parte de nossas crianças do ensino público fundamental adquirirem alguma base acabou, e há muito tempo; vêm simplesmente cumprindo tabela e ficam precocemente "fora do jogo", uma expressiva parcela de nossa população que já não tem qualquer futuro, qualquer perspectiva, será (com sorte) mão de obra desqualificada, descartável.
E aqui tenho a convicção de que importa menos o método adotado e muito mais a prioridade que teria que ser dada à formação e remuneração dos professores, manutenção das instalações escolares, carga horária maior, uniformização do ensino em todas as regiões, enfim : "... apostando todas as suas fichas na educação de seu povo." como disse o Anônimo das 10:22.
Prioridade ! Se não houver, a situação apontada pelo Mauro Marcello
( ..."o Brasil é um país em empobrecimento acelerado". Seja financeiro, moral e intelectual." ) será irreversível.
A Educação sofreu perda de qualidade no mundo inteiro nos últimos 100 anos.
ResponderExcluirAté o início do século 20 a educação atendia apenas as elites, inclusive na Europa.
A partir da implantação da "Educação para todos" a qualidade começou a cair.
Mais recentemente o objetivo é quantidade e não mais qualidade.
Estive lendo um livro que retrata a Europa na virada do século 19 para 20.
A educação secundária, em 1900, que era concluída aos 18 anos de idade, incluía 6 anos de grego e latim, alemão, francês, cálculo diferencial e integral, história universal, grega e romana, além de história e língua do próprio país. Nos anos 50, no ginásio tive 4 anos de latim e no científico: 1 ano de espanhol e três anos de inglês e francês. Hoje mal se aprende a própria língua nas escolas.
Aos governantes pouco interessa uma sociedade esclarecida, pois fica assim mais fácil de manipular. Criou-se no Brasil, a falsa ideia que apenas o diploma superior é sinônimo de sucesso na vida, quando sabemos que não é totalmente verdade, com isso a desvalorização do profissional de Educação, a super valorização de atividades que não requerem estudo nenhum (jogadores, modelos e grupos musicais)em detrimento ao saber, a desigualdade social, a fome, a miséria, a falta de exemplo na própria família, a banalização da vida, os baixos salários para quem passou décadas estudando, a corrupção, as estatísticas, uma vez que o ensino virou quantitativo, percentuais de matriculados, percentuais de aprovados, mas nunca se refere em percentuais de aprendizado. Esses números significam mais créditos nos orgãos fomentadores nacionais e até mesmo internacionais que são desviados e nunca são utilizados para o seu verdadeiro propósito. Para os governantes é ganho duplo: mantêm a sociedade alienada e de quebra ainda vem muita bufunfa por trás disso.
ResponderExcluirQuem perde? o mercado de trabalho através da desqualificação, o cidadão por não poder galgar degraus na escala social, e o país como um todo.
Concordo com o Mário, qualquer que seja o método, sistema ou como quiserem, se não houver valorização do professor nada se conseguirá. O que se observa atualmente é que os profissionais proeminentes e bem sucedidos em suas áreas passam longe da vida acadêmica, com isso as vagas de professores acabam sendo ocupadas por profissionais que, em tese, não são os mais capacitados, e serão os alunos menos capacitados destes que herdarão as novas vagas, formando-se assim uma grande bola de neve. Esse fenômeno é muito nítido no Hospital do Fundão onde os médicos podem ou não serem professores e, sempre que podem, optam pela condição de "meros" médicos, devido à baixa remuneração dos professores.
ResponderExcluirHá uma lenda de que no Japão, os professores são os únicos que não se curvam diante do imperador, não deve ser verdade absoluta nas demonstra como o professor é respeitado por aquela sociedade.
ExcluirPerfeito, sem bons professores, como formar bons profissionais?
ExcluirE para conseguir bons professores. há que se estimular que os melhores profissionais, os que sabem fazer e que gostem, tenham prazer em transmitir conhecimento, o façam.
Isso é conseguido com:
- a valorização e o respeito pela atividade, o reconhecimento de sua importância, que compreende necessariamente as boas condições de trabalho e a recompensa financeira, remunerando de maneira justa o esforço, junto com a recompensa intelectual, a vida entre pares, com troca de experiências/ vivências em ambiente de constante aprendizado.
Aqui um parênteses: o regime de dedicação exclusiva dos professores de universidades públicas, que já nos anos 70 passou a remunerar bastante bem os que por ele optaram e desestimulou fortemente os professores de dedicação parcial, pelo menos na engenharia, foi um verdadeiro "tiro no pé" na qualidade dos cursos.
Os professores que eram bem sucedidos profissionais, empregados ou (muitos) donos de seus próprios negócios, os que "sabiam fazer porque faziam no dia a dia", foram indo embora ou se aposentando sem substituição à altura.
Eu discordo em parte do comentário das 11:20, pois os que votaram em energúmenos como Romário, Tiririca, Juruna, Brizola, e outros, foram aqueles que foram às ruas para pedir "diretas já" em 1979/80 sem avaliar as consequências do que poderia advir.
ResponderExcluirMarcos Francisco Martins, filósofo, mestre e doutor em Educação, mete o dedo na ferida ao dizer que "o aspecto essencial da hegemonia da classe dirigente está em seu monopólio intelectual”. Então, por que promover a igualdade por meio da escola? O que interessaria à classe dominante perder sua hegemonia no campo ideológico do saber? Não seria interessante dar um instrumento intelectual (saber) às massas, pois tal fato desestruturaria a concepção dicotômica da sociedade."
ResponderExcluirO historiador e doutor em Educação José Eustáquio Romão, amigo pessoal e especialista na obra de Paulo Freire, por sua vez, disse numa entrevista à BBC que ""Paulo Freire nunca foi aplicado na educação brasileira. (...) Ele entra (nas universidades) como frase de efeito, como título de biblioteca, nome de salão."
Ou seja, Paulo Freire é apenas adorado e incensado no Brasil. Mas seu método nunca foi aplicado aqui.
Nem aqui nem em qualquer lugar.
ExcluirParece aquela história do cara que inventou um motor de carro que funciona a base de água. Nunca foi fabricado nenhum carro com base nisso. Ficou só na teoria. Ou na lenda.
ExcluirO que chamam de método Paulo Freire nada mais é do que o plágio de um sistema que foi utilizado na Austrália para alfabetizar operários de uma construção que eram analfabetos.
ResponderExcluirOntem li no Estadão que nos EUA os jovens da geração Z estão sendo dispensados das empresas, e algumas sequer os contratam. O motivo é que são desprovidos de iniciativa, não se adaptam às normas corporativas, usam vestimentas e linguagem impróprias no trabalho, tem dificuldades de relacionamento com os colegas, não cumprem horário, atrasam-se para reuniões, não lidam bem com a hierarquia nem com colegas de outras gerações.
ResponderExcluirFF: Seria o Carlos Correa que comentou às 08:58 o mesmo que atuou como vereador na Baixada Fluminense no início dos anos 80 ou é homônimo?
ResponderExcluirA única geração que dá certo, que prospera no mercado de trabalho, independente da idade, é a Geração SF - Sem Frescura, que trabalha, que sabe que trabalhar "dá trabalho" , que sabe que uma boa parte do trabalho será repetitivo, cansativo mas tem que ser feito, que chega na hora, que fica depois da hora se necessário, que respeita a hierarquia, que consegue se relacionar decentemente com os colegas de trabalho, que tem prazer em fazer um trabalho bem feito, que não culpa o mundo pelos seus problemas.
ResponderExcluirAs outras gerações são as 3m, gerações "mimimi", não vão dar certo, nunca deram, se auto extinguem....
Boa tarde Saudosistas. Como todos sabem estudei até a Universidade em escolas públicas. Para dizer a verdade jamais li alguma obra de Paulo Freire, logo não tenho qualquer base para avaliar se o que ele propõe é bom ou ruim.
ResponderExcluirQuanto a degradação da educação no País, concordo com tudo o que foi dito acima por todos.
Contarei uma história sobre a minha visão de educação, o mundo está em constante evolução e muito do que se ensinava nas escolas de antigamente já não se faz importante hoje, grego, latim, história antiga e outras matérias, no entanto outras matérias foram criadas e se tornaram muito mais importantes para a vida nos dias de hoje, como informática, lógica, etc.
Acho que no Brasil, o que falta é vontade das autoridades de tornarem a educação pública de boa qualidade, tomando como base criar a infraestrutura, como qualificação de professores, bons salários e principalmente um grade curricular que atenda as necessidades do mercado.
Fala-se muito em bom salário, infraestrutura adequada e grade curricular atualizada. Mas esquece-se que o professor é agredido, que os pais dos alunos têm mais autoridade do que o mestre, que o diretor não apoia as medidas coercitivas do professor, que nas escolas públicas muitos alunos são filhos de bandidos e se comportam como os pais, que há tráfico de drogas dentro e fora da escola, que o bullying impera sem restrições (inclusive contra os professores), que a baderna é generalizada. Alguém acha que um bom salário compensa trabalhar num ambiente assim, correndo risco de agressão, desmoralização e até de morte?
ResponderExcluirEnquanto as escolas forem sucursais do inferno, não tem santo que dê jeito.
Conheço casos de crianças relativamente próximas a mim que sofrem bullying. Uma é por causa de sua magreza e porte mignon. Não deixam que ela participe de algumas brincadeiras. Está mudando de escola por haver passado para o ensino médio e está tremendo de medo de sofrer o mesmo na nova escola. Outra é por ser de religião umbandista.
ResponderExcluirEntão temos crianças com medo de ir à aula, e professores idem. Isso se resolve como? Com computadores na sala, com bons salários?
Quando estudei em escola pública, todos nós nos levantávamos ao entrar o professor e o cumprimentávamos. Durante a aula, as carteiras não podiam ser retiradas do lugar. Nem rabiscadas. Ao fim das aulas do dia, alinhávamos as carteiras porventura desalinhadas, colocávamos a cadeira embaixo dela e saíamos.
ResponderExcluirNa entrada as turmas formavam no pátio interno. Ao toque da campainha, cada turma tomava o rumo de sua sala, em silêncio e obedecendo à formação. Todos sentávamos e ficávamos aguardando a entrada do professor, sem baderna.
E hoje? Como é isso?
Então, antes de bons salários e infraestrutura e grade curricular, seria (notaram o tempo verbal?) necessário restaurar a disciplina e o respeito ao professor e aos colegas. O que não acontecerá jamais. Portanto, vamos continuar descendo a ladeira.
Hoje em dia, disciplina é vista como limitação de liberdade, violação de direitos, ditadura disfarçada, militarismo. Crianças não podem ser contrariadas, já diz o ECA. Vamos ladeira abaixo, com pé no acelerador. Lá na frente tem um muro de aço reforçado com 1 metro de espessura.
Lembro que no primário as turmas formavam em ordem de altura começando pelo menor. E com distância dada pelos braço direito esticado, encostando a mão no ombro do da frente. Eu mesmo começo a achar que isso é uma falsa lembrança minha, não deve ser verdade, kkk...
ExcluirA solução é chamar o Mark Thackeray ou o John Keating para dar aulas.
ResponderExcluirMuita gente votou no Romario pelo que ele fez no campo de futebol, não no campo político. O Agnaldo Timóteo (e outros artistas) foi eleito por fãs.
ResponderExcluirFalando em educação, em muitos lugares começou hoje a proibição de uso de dispositivos eletrônicos durante o horário escolar, incluindo intervalos. Como esperado, reclamações e apoios.
ResponderExcluirGuaracy, tudo que você disse é a mais pura verdade.
ResponderExcluirE por ser, não existem soluções/medidas isoladas que façam as coisas mudarem.
Daí, ao mesmo tempo, os salários e qualificação dos professores teriam que melhorar, a grade curricular teria que melhorar, a segurança dentro e no entorno das escolas teria que melhorar, a complacência com o mau comportamento sob a a desculpa do politicamente correto teria que acabar, um nível mínimo razoável de aprendizado teria que ser exigido, e por aí vai.
Impossível?
Não.
Improvável?
Infelizmente sim, porque sequer é tentado.