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sexta-feira, 28 de abril de 2017

IGREJA N. S. DO CARMO DA LAPA


Nesta foto, da década de 1960, feita por Sascha Harnisch, vemos a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa.

No dia 24 de outubro de 1810, em procissão solene, foi trasladada a imagem de Nossa Senhora do Carmo para o novo templo carmelita. Segundo Augusto Maurício, em "Templos históricos do Rio de Janeiro": "Houve brilhante festa nessa ocasião. D. João, príncipe regente, e toda a corte compareceram à igreja para receber a Santa e assistir à sua entronização.
A imagem foi conduzida sob o pálio juntamente com o SS. Sacramento trazido pelas mãos do Bispo Diocesano, D. José Caetano da Silva Coutinho.
Após a cerimônia religiosa, queimaram-se fogos de artifício, ouviu-se música executada pela Banda Militar e, em seguida, foi oferecida uma lauta merenda aos soberanos e às pessoas que os acompanhavam. Todos comeram e beberam fartamente, e até, por descuido, é claro, um dos convidados reais levou consigo uma das facas do serviço de prata, cujo valor o Convento teve que pagar".
 
Os especialistas poderão identificar os automóveis, entre os quais vemos Anglia, DKW, Nash, Dodge, Aero Willys, Buick.
 
Como já contou por aqui o JBAN, os pais deles casaram-se nesta igreja. Seus avós moravam nas vizinhanças e eram fregueses da Padaria Monroe e da Mercearia do Elias.
 
Os padres carmelitas, desta igreja, administram a obra social São Martinho. Recebem doações do mundo todo e, dizem, alugam aos padres carmelitas as salas no prédio que é dos mesmos padres carmelitas. O edifício é aquele comprido em frente ao Passeio Público; todo dos padres carmelitas. Deu pra entender ? Os padres com o dinheiro da obra social (doação) alugam salas a eles mesmos, contou certa vez o saudoso AG.
 
Citando os antigos comentaristas do “Saudades do Rio”, vale reproduzir um comentário do inesquecível Professor Hermelindo Pintáfona:
 
“Lapidar Catedrádico Litorâneo, Eclesiástico Baluarte da Cultura Guanabarina, Guardião Incansável do Templo do Saber Cidadão, Onipresente, Onisciente e Onipotente Dr. D´,
Mais uma vez respeitosamente adentro ao sacro convívio virtual de seu afamado sítio internético, em busca da plenitude mental e espiritual que o acesso ao Saber e à Cultura do mais alto nível proporcionam a todos os seres viventes e inteligentes. Saúdo-o pelo seu denodo e destemor em exercer actividade de tal responsabilidade e importância para todos nós, habitantes desta Muy Heróica Urbe de Estácio e São Sebastião. As gerações que advirão após a nossa breve passagem por este mundo de Nosso Senhor, saberão reconhecer tão nobre causa e tão extenuante labor desprendido pelo ilustre e insigne luminar, e lhe cobrirão com as merecidas glórias !

A histórica estampa ora apresentada no écran eléctronico de meu maquinismo computacional, me é assaz cara, uma vez que neste belo Templo do Senhor foi realizado o batizado de meu criado e afilhado, o fiel Álvaro, que me guia em segurança por esta industriosa urbe e administra minhas humildes moradas Sebastiana e Serrana. Deixado à porta do Palácio Episcopal de São Joaquim por sua jovem e incógnita progenitora (dizem que era uma pobre freira do Convento de Santa Teresa caída em tentação), o inocente rejeitado foi recolhido pelo santo Cardeal Eugênio, que mo entregou para que o batizasse. Como recusaria tão nobre e pia missão, mormente sendo um pedido pessoal de meu dileto e episcopal amigo ? Os desígnios do Senhor são misteriosos e quis Ele que eu cuidasse daquela pequena alma sem alento nem teto. Cuidado por uma das criadas da Casa Pintáfona, que lhe serviu de ama de leite e mãe adotiva, foi mais tarde enviado para o Seminário São José, onde ficou em regime de internato até ter idade suficiente para auxiliar na lida da casa. Chegamos a pensar em fazê-lo padre, mas vimos que não daria para a coisa. Hoje vive como agregado em minha residência e considero-o como um filho.

Douto e experiente confrade, retorno aos meus inúmeros afazeres. A Ciência é amante caprichosa e não me deixa afastar-me dela por muito tempo. Dirijo-me agora à sala de refeições onde um pequeno lanche aguarda-me. Café das Terras altas da Mantiqueira, pão caseiro com um naco de queijo de Minas, seguido de umas mangas de nosso pomar. Apos um breve repouso retorno aos estudos e escritos. Antes de lançar-me ao catre, leio alguns capítulos dos Santos Evangelhos e entrego-me ao merecido descanso.

Despeço-me rodado, fervido e estacionado,
  Seu Criado,

Dr. Hermelindo Pintáfona”.
 
 


 

12 comentários:

  1. Relembrando o comentário do Gustavo Lemos sobre a questão de esta igreja ter apenas uma torre: "“As igrejas eram construídas com ofertas feitas pelos fiéis, devidamente lançadas no Livro de Tombo, que também registrava as doações de obras de arte e despesas de construção. Oferta não é dízimo, que é utilizado para pagamento das despesas normais, côngruas (salário dos religiosos) e obras sociais. Por sua arquitetura, podemos saber se a igreja foi projetada para uma ou duas torres. A igreja acima no seu projeto teria duas torres e se uma só foi construída é porque faltou dinheiro para construir a outra.
    A construção de uma igreja é aquilo que hoje se chama de "working in progress". Primeiro era construída a nave central, com o objetivo de atrair fiéis. Podemos ver pelos Livros de Tombo que de maneira geral as naves eram construídas com recursos dos irmãos leigos da Ordem e o restante com as ofertas dos fiéis e terças dos testamentos dos que faleciam. A construção levava décadas e até séculos para ser concluída. Havia muita concorrência entre os templos. A obra de um igreja podia ser interrompida em função da construção de outra em que parte dos fiéis aderiam. A fidelidade era com Deus e não com o templo e as pessoas testavam a eficiência de cada igreja e elegiam aquela que atendia às suas preces. É claro que estou a falar de forma genérica e nem tudo funcionava exatamente assim. Existiam os devotos que não trocavam de igreja. As paróquias eram construídas pela população e doadas para a diocese.”

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  2. Bom dia. A foto é seguramente pós 1964.Os especialistas dirão o porque.

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  3. Por partes.Primeiro este carrinho chamado Anglia,mais feio que desastre aéreo.Depois o texto do professor que é um grande espanto.Tem gente no blog que tenta chegar perto e deve morrer de inveja quando as palavras do mestre são aqui firmadas.Do balacobaco o "sitio internético"...E finalmente as explicações sobre a grana e os métodos aplicados para a construção de um templo.Muito bom e penso que pode ainda ser bem aplicado.Vou pensar no assunto e os fiéis mostram que são passíveis de recaídas quando trocam de templo.Uma grande verdade....

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  4. Bons dias,
    Bons tempos os de 1949 até 1961 quando fiz parte da comunidade católica como aluna da Escola Santa Teresa, ao lado da Padaria Monroe e tinha o Frei Guido como confessor. Grandes educadores, freis e freiras católicos faziam do ensino o seu grande apostolado.
    Uma das coisas que aprendi foi o respeito ao pensamento livre desde que não exista afronta a Lei e ao próximo. Também aprendi que "uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas."
    Grande aula, inesquecível!

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  5. Meia dúzia de aproveitadores e espertalhões tentando parar o país com atos de vandalismo e ferindo o direito de ir e vir do cidadão que paga seus impostos.Todos ligados a centrais sindicais e que naturalmente sofrem de alergia ao trabalho.São ligados a alguns políticos que gostam e precisam desta situação para manutenção de seus status.O pais vivendo uma situação sem precedentes e estes parasitas dando a sua contribuição.No Santos Dumont o negócio chegou a complicar ainda mais.Só mandando a borracha nestes fariseus que vivem a sombra de quem acha que tem a força.

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  6. Bom dia a todos.

    Me reservo, por enquanto, a ficar observando os comentários. Dependendo do andamento posso mudar de ideia.

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  7. A foto não é inédita mas é interessante e a data se situa entre 1962, devido ao modelo do Aero-Willys 2600 e 1965 pelo fato de não estarem presentes os de energia elétrica que alimentavam os bondes. A velha Lapa ainda se mantinha em sua forma original antes das demolições absurdas iniciadas por Chagas Freitas. Quanto a "outros assuntos", polêmicos ou não, vou me abster de comentar devido ao clima de animosidade e de ataques pessoais que tem sido constantes "neste sítio".

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    1. "Sítio internético", segundo o criativo Prof. Pintáfona.

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  8. O Aero-Willys é anterior ao modelo 1962, pois ainda tem o friso lateral alto, alinhado com o meio do farol. Pode ser 60, ou 61. Em 62, o friso desceria para abaixo do farol. Não vi Buick. O DKW é posterior a 61 e pode ser até 1964. Tem a lanterna traseira com um acabamento em alumínio, que não existia em 61. Mas não saberia precisar mais sem ver as rodas ou as portas.

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  9. Observador de fofocas28 de abril de 2017 às 15:01

    O clima na cidade está mais calmo agora,mas pela manhã ficou tenso em vários pontos,com escaramuças na Rodoviária e no Aeroporto.Temer e sua quadrilha não vai conseguir aprovar as reformas.A cidade parecia o SDR ontem,onde "o pau cantou em casa de Noca".

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  10. França,Espanha e Inglaterra entre outros países europeus fizeram durante os ultimo anos manifestações contra ações governamentais por mudanças nas leis trabalhistas e previdência,mas a coisa lá parece muito mais organizada e com menos influência politico partidária.Aqui,convenhamos,a coisa é meio direcionada e muito esculhambada.

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  11. O carrão que abriu o bico seria o agora Bode Velho de um sumido comentarista?

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