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sábado, 3 de junho de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: CARRINHO DE FEIRA


Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”.
 
E de lá sai esta foto destes carrinhos de rolimã que ficavam nas feiras. Eram feitos por moleques que ficavam nas extremidades das feiras com estes carrinhos de madeira, com uma sola de sapato de borracha à guisa de freio, que levavam as compras até às casas das "madames".
 
Me faz lembrar de uma série de personagens que, como eles,  praticamente desapareceram nestes últimos cinquenta anos e que fizeram parte do cotidiano de muitos de nós: os operários das obras de Copacabana, com seus "emplastros de sabiá" que tratavam a "espinhela caída" ou o "peito aberto".
 
Os quase desaparecidos amoladores de facas, com sua tradicional melodia tocada com a lâmina de ferro. Por onde andarão as vendedoras de maçãs carameladas da porta do Metro, os empalhadores de cadeiras, os bombeiros com aquela tocha de acetileno em miniatura, o funileiro que consertava panelas, o padeiro que fazia entrega em casa com o enorme cesto de palha cheio de pães?
 
E o leiteiro, que puxava aquela carrocinha cheia de litros de leite, com não sei quantas divisões? Para onde foram os mata-mosquitos com sua farda cáqui e suas bandeirinhas amarelas com haste de madeira que ficavam pregadas nas portas das casas enquanto faziam seu trabalho? E os funcionários das carrocinhas que recolhiam os cães soltos nas ruas?
 
De que vive o garrafeiro que gritava: "compro garrafas, revistas, livros velhos"? Ou o vassoureiro com todo tipo de vassouras, andando pelas ruas?
 
Desapareceram os bondes e com eles o condutor, o motorneiro e o fiscal. Assim como os coroinhas que respondiam a missa em latim e os escoteiros, que nunca mais vi pelas ruas. Acabaram-se as lavadeiras com suas enormes trouxas equilibradas na cabeça e o vendedor de casquinha na praia, que apareceu em foto aqui há algumas semanas.
 
Nestes tempos de e-mail e telefone celular já não há espaços para os entregadores de telegramas da Western Union e suas bicicletas. E sumiram as duplas de Cosme & Damião e os lanterninhas dos cinemas. E não se escuta mais o apito do guarda-noturna defronte às casas que tinham uma plaquinha de metal com a inscrição "GN" presa na parede.
 
Cadê os fotógrafos lambe-lambe, os tocadores de realejo com o periquito da sorte, os vendedores de bilhetes de loteria?
 
E, para terminar, um “ONDE É?” para a foto de hoje.

36 comentários:

  1. Bom dia. Essa esquina é na Praça Sete em Vila Isabel: A rua que segue em frente é a Barão de São Francisco e a que está fora da foto à direita é a Barão de Cotegipe.

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  2. Esse local foi alterado e a Praça 7 hoje em dia é um grande ponto final de ônibus. A quantidade de carrinhos de feira se deve ao fato de que na Barão de Cotegipe havia até pouco tempo uma feira aos Sábados. A proximidade do morro dos Macacos "dá o tom" da frequência...

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    1. Só lembrando que trabalhei por muitos anos na feira livre e me orgulho de ser um serviço onde as donas de casa pode comprar suas frutas e verduras fresquinhas sempre, a feira livre eu vc e muitos vamos morrer e ela vai permanecer sempre.

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  3. Colaborador Anônimo3 de junho de 2017 às 08:52

    Esquina dos Barões de Drumond com São Francisco em Vila Isabel

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  4. Muito bom texto. Lembro da Loteria do Faraco, em Petropólis, que me traz lembranças como o vendedor de queijo minas num samburá forrado com folha de bananeira.

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    1. Colaborador quase anônimo.3 de junho de 2017 às 10:55

      Faraco era um bicheiro que atuava no antigo Estado do Rio. Essa loteria era mais um dos conchavos dos governos corruptos das "terras d Amaral Peixoto"

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    2. O amolador de facas ainda passa na vizinhança. Há também o empalhador de cadeiras. O trenzinho que circulava por Petrópolis era patrocinado pela Faraco Loterias.

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  5. Bom dia a todos.

    Onde é? Não sei... Mas algumas das figuras descritas pelo Dr. D' no texto ainda marcam presença aqui pela vizinhança, principalmente o vassoureiro. Os carrinhos foram substituídos pelos triciclos que ficam parados nas saídas dos supermercados.

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  6. Hoje mesmo fui a feira e os garotos permanecem lá,só que com carrinhos de ferro,dos usados na construção civil.Hoje até isso está complicado,pois quando vc "contrata" um garoto para levar as suas compras pode estar "explorando um menor" ...Muito boa a relação de atividades que praticamente desapareceram com a modernidade.Esta semana mesmo foi comentado aqui a respeito dos alfaiates,que embora seja uma profissão mais específica que as relaciondas,também desapareceu praticamente.Com a mudança de hábitos entre os antigos usuários destes serviços,hoje temos a figura do motoboy,que assola qualquer região do país no serviço de entregas e complicam o transito.Em tempo:Emplasto de sabiá é memo um grande espanto!!!!

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    1. Belletti, se você pedir "contratar" um desses menores para fazer um carreto na feira, estará sujeito a sofrer um assalto ou algo pior. Aqueles meninos que prestavam esse serviço no passado atualmente se dedicam à atividades "mais nobres e lucrativas" como olheiros, aviões, fogueteiros, etc. A própria feira livre é um dos maiores absurdos do Século XXI, tanto pela sujeira como também pela desordem urbana.

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    2. Quantas saudades.aqui em São Paulo dia de domingo eu pegava meu carrinho com patinetes e ia abordar os clientes "" vai carretos moça """ tinha até uma freguesa japonesa que todo domingo eu levava suas compras, com o dinheiro comprava algumas frutas verduras e legumes para casa.e ninguém se dizia explorado

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  7. Peralta, o implicante3 de junho de 2017 às 11:28

    Dona Xepa foi inspirada na Tia Nalu.Vai sempre no final da feira.

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    1. Peralta, sua peste implicante, tia Nalu acha a feira uma aglomeração colorida e divertida, com o alarido dos feirantes e a variedade dos produtos. A feira aqui perto de casa, a cada dia fica menor.
      Contudo, ó moleque Peralta, tia Nalu não frequenta a feira. Nem no início e nem no final.

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  8. Leiteiro,garrafeiro,motorneiro Tia Nalu não sabe onde andam,mas com o torneiro ela convive.

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    1. Moleque Travesso, tia Nalu, a gentil, prefere nem responder à sua provocação. Mas pede que, por favor, não ofenda os profissionais que trabalham em tornos.

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  9. Bom tarde a todos. Como falado no texto, sobre alguns vendedores e serviços, também algumas profissões desapareceram, tais como: datilógrafo, digitador, engraxates de cadeira. Já alguns serviços se fossem praticados nos dias de hoje o contratante correria sérios riscos, como por exemplo o carregador de compras, depois da primeira esquina, eles desapareceriam e garantiam a feira de casa, sem custo nenhum.

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    1. Pois é, Lino. Mais um exemplo da brutal perda em termos de qualidade de vida.

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  10. Colaborador Anônimo3 de junho de 2017 às 12:46

    Tentando mais uma vez.....os prédios ao fundo continuam de pé como pode se ver no SV, quase no mesmo ângulo: goo.gl/xUCVS0

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  11. Dr. D.,lembrei do linotipista.Convivi com alguns como Alemão, Dequinha e Nego.Grandes operadores da antiga imprensa.

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  12. Boa tarde a todos!
    O texto do Dr. D’ nos leva a boas recordações. A “cantiga” do amolador era ouvida de longe, e lembrava às pessoas que facas e tesouras deveriam ser afiadas. O estranho carrinho de uma roda só era virado e se transformava em um cavalete; a roda (grande, semelhante a uma de carroça) era girada com um pedal comprido, de vai-e-vem, e uma correia acionava o esmeril. Bacana era ver as faisquinhas que saíam da lâmina.
    “Oitenta” era o apelido do garrafeiro que passava com sua carroça puxada a cavalo. Voz grave e poderosíssima, falava, como que normalmente: ”— Olha o ferro velho!”, e era ouvido na outra extremidade da rua Pereira Alves. Garrafas, velharias e jornais eram recolhidos e ainda se ganhava um trocadinho. Era o início da reciclagem.
    O tripeiro vinha num triciclo com baú e o peixeiro com um carrinho de mão. Há algo, que não me lembro, a respeito de folhas de bananeira (e qualquer quintal tinha bananeiras) para forrar o carrinho ou cobrir o peixe. E cada um com sua balança de mola.
    Fugindo um pouco (ou muito) ao tema de hoje, além da feira havia a venda. Com feijão, milho etc. em sacos de estopa de borda enrolada. Balcão de bebidas com tampo de mármore. A garrafa de pinga com uma casca de limão (ou laranja?) enrolada dentro E o caderno! Todo mês eu ia à venda do “Seu” Manduca” para pagar a conta da D. Eulalia da Rocha Pereira Alves (a família deu nome à rua), minha tia-avó. Sempre ganhávamos uma lata de goiabada de brinde.

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  13. E os fotógrafos de rua, as baianas com fogareiros para as cocadas, as ciganas que liam a sorte, o vendedor de rosas nos bares.

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  14. E havia os "malucos de estimação", quase toda rua tinha um, sempre inofensivo, geralmente querido e ajudado por todos os moradores. Na Aldeia Campista tinha o "Capitão". Em Copacabana, no Posto 4, tinha o "Chita". O homem imitava a macaca do Tarzã perfeitamente. Inclusive era um atleta. Dava saltos maravilhosos. Todo menino tentava imitar mas era impossível. O estranho é que morava na Urca mas ia à praia em Copa de dava seus shows aí. Havia o "Marechal", que andava com uma panela na cabeça, assumindo poses militares e também o "Boeing", um camarada enorme que andava o dia inteiro a uma velocidade de 1km/h. E o "Baltazar", que ficava furioso se alguém o ajudasse a atravessar a rua. Abria qualquer fechadura e vivia do conserto das mesmas, bem como da cópia de chaves de todo tipo. Já o "Zezito" foi trazido de Alagoas para ser segurança do Julião, um político da época. Quando chegou ao Rio, fez tanta loucura, que soltaram-no na rua. O "Horácio", doido de pedra que fazia ponto em frente ao Santo Inácio, durante a missa ficava sentado lá atrás, pegando mosca e dando esporro nelas. Às vezes dava broncas homéricas em pessoas imaginárias. O "Ventania, também de Copacabana, cara muito forte, bonérrimo, ajudava todo mundo mas, não batia bem. Não era maluco. Digamos, meio amalucado. Havia, também, o "João Belo" que corria do Leme ao Posto 6, pela areia dura, de costas. Ele se dizia Campeão Mundial de Corrida de Costas. E o famoso "Éter", também em Copacabana. Aliás, maluco é que não faltava por ali.
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  15. Observador Esportivo, o verdadeiro3 de junho de 2017 às 17:42

    Que jogo do Real Madri. Depois de um leve sufoco inicial no segundo tempo deu um show. Meyer quatro na Juve é uma façanha. Mais gols que a Juve tinha levado em todo o campeonato. O CR é marrento mas é um grande atleta e exímio finalizador.

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    1. Observador Esportivo, o verdadeiro3 de junho de 2017 às 17:44

      Meter quatro gols ...

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  16. Empalhador de cadeiras havia um até relativamente pouco tempo, pelas imediações de Almte Tamandaré com Catete!

    Amolador de faca, já era muito raro mas ainda se via vez ou outra por aqui, com aquele som fino e agudo, faz tempo que não vejo.

    Linotipista, Belletti? Acho que Machado de Assis chegou a exercer essa profissão, confere? Talvez na Garnier? Pelo prefixo, deveria ser o Lino a conviver...rs

    Lavadeira fez parte da minha infância, até meus 10anos, talvez um pouquinho menos. Vinha a Dona Geralda,já era uma senhora, ou talvez nem tanto, mas na minha visão de criança e talvez pela vida esforçada que ela levava, os anos mostrados em sua fisionomia fossem mais do que os cronologicamente reais... com a trouxa exatamente como o Luiz relata, tudo dobrado, empilhado, e embrulhado( lembro de um papel cinza e um plástico cobrindo, será?),equilibrava sobre a cabeça( acho que não existiam sacolas na época) Minha mãe fazia duas listas, uma ficava com a lavadeira, outra com minha mãe( para depois conferir, na entrega). De vez em quando apareciam peças que não eram nossas e uma ou outra nossa que também extraviava, mas nada que na semana seguinte já não ajustasse...Tempo e profissão que Às vezes já trazia uma neta, iniciante na mesma ocupação da avó, ou apenas "trouxe minha neta para ajudar"

    Bons tempos! De vez em quando eu pergunto: Por onde andará Dona Geralda? Ou já se foi,que é o mais provável, ou...aproximadamente noventa anos?!

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  17. Do jeito que vai, breve também estaremos perguntando o que foi feito dos jornaleiros. Pelo menos na função original de vendedor de jornais e revistas.

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  18. Evelyn não sei desta faceta do Machado de Assis,mas pode ser real.Achava o maior barato o serviço dos caras.O pior era a carga de chumbo.E tome leite e cachaça!!!!***Vc me fez lembrar de duas lavadeiras.Dona Madalena ainda na infância e Dona Duquinha,esta até mesmo depois de casado...Vida que segue.***O pior de tudo é que politico passou a encarar a ação como profissão.Hoje temos politico profissional...

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  19. Observador anônimo4 de junho de 2017 às 12:46

    Este "onde É?" foi uma mãe. A resposta já vem na foto.

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  20. Seis pontos em doze disputados.Cinquenta por cento.E o professor Pardal continua inventando.....

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    1. Belletti, o Professor ainda não entendeu que é preciso ganhar. Se empatar todos os jogos um time faz 38 pontos e é rebaixado invicto.
      10 minutos do Vinicius é melhor que 90 minutos do Éverton, Gabriel, Berrio, Ederson, etc. Não vê que o Arao está em péssima fase, que com o Marcio o time não anda.
      Como já disseram aqui o Guerrero fica mais só que o Robinson Crusoe sem rádio de pilha.

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    2. Escutei a entrevista do O.O. Flamenguista, o Flamengo jogou muito bem, dominou o jogo, merecia ter ganho, mas o gramado prejudicou os nossos jogadores nas finalizações. Pergunto será que ele chegou a conhecer o Maracanã em final de temporada, pleno verão nos anos 60 e 70?

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    3. Quem lembra do Shike da cocada, ele andava mais pela Cidade e a Tijuca, não sei se ele andava pela Zona Sul. Dizem que acabou sendo preso, pois vendia além de cocada uma erva para fazer cigarros do capeta.

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  21. Boa tarde a todos!
    Lavadeira? A doce e saudosa Elisa! Morava na mesma rua e não precisava rol. A Roupa era bordada com as iniciais num cantinho.
    Também passava, de tempos em tempos, um senhor mirradinho com uma maleta, gritando, em crescendo: "Conserto máquina de costuuuuraa!!!".
    E o sorveteiro da Kibon, com uma daquelas carrocinhas arredondadas. Seu nome era Geraldo e o apelido (insuportável para ele): Injeção. Brigava muito quando era assim chamado pela meninada.
    Ê tempo bão!

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  22. Santos detonou Dorival Jr. Levir favorito, mas por enquanto o Santos vai de ditado popular: "É "Elano" que se "aplende"..."

    O Sheik estreou hoje na Ponte e conseguiu a proeza de mudarem o uniforme para não ficar igual ao do Vasco, invertendo a faixa diagonal...

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  23. Estava comentando agora sobre estes carros de feira e acabei parando neste Blog.

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  24. Era a maior briga na feira, quando um pegava a freguesa do outro. E quando o filho da freguesa ia dentro do carrinho ? Kkkkk

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