O
restaurante Jangadeiro, quando foi inaugurado em 1935, chamava-se Bar Rhenania e
ficava na Rua Visconde de Pirajá nº 80, ao lado do antigo Cinema Ipanema, em
frente ao Chafariz das Saracuras, na Praça General Osório.
Durante
a 2ª Guerra Mundial foi apedrejado e teve seu nome mudado para Jangadeiro. Foi
a "sede" inicial da Banda de Ipanema.
Nas fotos vemos suas
cadeiras de madeira, algumas de armar. Seu chope era fantástico.
Estacionava-se na porta, sobre a calçada, como o Karman-Ghia da foto. “Seu” Victor,
um austríaco, comandava a caixa, depois de ter comprado o bar de seu fundador,
o alemão Müller, em 1938.
Na
segunda metade dos anos 60, “uma banda onde os músicos podem não saber tocar o
seu próprio instrumento, trazendo à frente uma faixa – “Yolhesman Crisbeles -
saía do Bar Jangadeiro percorrendo as ruas do bairro, fazendo evoluções no
Castelinho, dando ligeira parada no Veloso (Rua Montenegro), chegando até a
Praça N.S. da Paz e voltando para o Bar Jangadeiro. É a Banda de Ipanema”.
Antes
disso, em 1962, “Barbudo” (ou “Barbado”), um boêmio de quatro patas, vivia no
Jangadeiro. Cachorro de estimação dos frequentadores, chegou a participar da peça “Ratos e Homens”, de John Steinbeck,
no Teatro Aurimar Rocha, ali na Praça General Osório.
Já
em 1967, com uma faixa abrindo o cortejo – “Homenagem à Imprensa Escrita,
Falada e Censurada” – saiu do Bar Jangadeiros o bloco carnavalesco Grêmio
Litero-Musical e Recreativo. Era liderado por Jaguar, Albino Pinheiro e
Ziraldo. As inscrições para o bloco eram com o garçon Vavá. Hudo Bidet foi
fantasiado de Miss Imprensa. As músicas mais cantadas foram “Máscara Negra”, de
Zé Kéti, e “A Banda”, de Chico.
Em
1971, a especulação imobiliária forçou-o a se mudar para a Rua Teixeira de Melo
nº 20, onde sobreviveu até 1985. Depois ainda se mudou para o nº 53 até fechar
em 1995.
O
Jangadeiro, tal como o Mau-Cheiro e seu vizinho Castelinho, o Zeppelin (na
Visconde de Pirajá), o Veloso (na Montenegro), o Garden e o Alpino (no Jardim
de Alá), o Lagoa, foram os bares dos primeiros chopes dos meus contemporâneos.
|
Duas ou três vezes por ano, depois da pelada do Piraquê, íamos comemorar no Jangadeiros. Numa dessas noites, regadas a Steinhäger e chopp, demorei tanto no banheiro, que os jogadores mandaram um amigo verificar. Eu estava tranquilo e logo saí, mas a preocupação deles era correta. Cheguei em Santa Teresa no meu Galaxie sem um arranhão, mas aquilo foi um porre completo, um dos meus raros, tanto antes, quanto depois. Santa Lei Seca.
ResponderExcluirNo Mau Cheiro não me lembro de ter ido alguma vez. Na volta da praia uma parada no Castelinho, no Veloso ou no Jangadeiro era comum. O Alpino era programa para a noite de domingo sob a vigilância do dono que parecia alemão, sempre encostado na porta de vidro que separava a varanda descoberta da parte interna. Steinhäiger e chope para acompanhar o salsichão cortado. No Garden aos domingos como o doctor já contou por aqui havia uma mesa com os jogadores do Flamengo como Carlinhos, Liminha, Silva. Na juventude fui muito pouco ao Lagoa que passei a frequentar mais tarde assiduamente. Tinha também o Varanda na praça da Paz e um na Barão da Torre na esquina onde hoje em dia fica o Esplanada Grill. E não vamos esquecer do Bofetada na Farme de Amoedo.
ResponderExcluirIpanema era só felicidade, como dizia o poetinha.
Bons tempos mesmo,eramos felizes e não sabíamos.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirÁrea fora da minha jurisdição, vou acompanhar os comentários. Para os especialistas na região: que prédio aparece em obras na segunda foto?
O prédio em obras fica bem no meio do quarteirão da Rua Teixeira de Melo, entre Visconde de Pirajá e Barão da Torre.
ExcluirEsqueci que o dono do bar é da região...
ExcluirMe lembro bem do Jangadeiro, já que passava por ele diariamente a pé em 1970 quando ia para o Colégio Brasileiro de Almeida na Saddok de Sá. Além de não ter idade para frequenta-lo na época. Mas mesmo que pudesse não o faria, já que nunca gostei de bebida alcoólica. Mais adiante havia a Camisaria Sol de Ipanema, cujo dono Antonio era casado com uma prima de meu avô. Quanto à música Mascara negra de Zé Kéti, a versão proibida pela censura era tola, idiota, mas naquele tempo as coisas eram sérias. Mas aproveitando o ensejo vou acrescentar um comentário sobre a necessidade ou não de uma censura. Está sendo veiculado na internet uma imagem da última ceia de Jesus Cristo em versão "gay", com os apóstolos nus e se acariciando. Também o T.J de Pernambuco determinou a OBRIGATORIEDADE da exibição de uma peça teatral na cidade de Garanhuns, onde Jesus Cristo é gay, apesar dos protestos da sociedade local. Esses fatos são absurdos são uma prova de que "está tudo errado" e são obra do aparelhamento até de elementos do judiciário. A sociedade civil está doente e elementos doutrinados e infiltrados em partidos como PT, PC do B, Psol, Rede, etc, são igualmente doentes. Muitos aqui tem formação católica e até estudaram em escolas eclesiásticas. A censura nesses casos não faz falta? Por mais liberais que se possa ser, há limites. Este comentário não possui qualquer viés de "pregação política" e sim de exaltação à moral, aos bons costumes, e às práticas cristãs
ResponderExcluirAcho que comecei atrasado nessa seara. Fui uma única vez nesse Jangadeiros, tomar um refrigerante com colegas de escola, estávamos estudando ali perto. Freqüentei muito no endereço seguinte. Os demais eram pontos de parada obrigatória depois da praia ou sábado à noite. Nunca fui no Mau Cheiro, mas o Castelinho, o Sobradinho (ao lado, era esse o nome?), o Varanda da Barão, tinha outro na Barão onde só ia à noite (qual o nome?), o Veloso até durante a semana, depois de jantar em casa. No Jangadeiros que freqüentei, na Teixeira, tinha um garçom que deixava um copo de cachaça ou Steinhager na nossa mesa e cada vez que passava perto dava uma bicada. Era velho, magro, meio careca com cabelo comprido atrás, acho que chamávamos de Cabelinho.
ResponderExcluirA mistura de Steinhaiger com chope ou qualquer outra bebida,pode ser fatal...Me aventurei uma vez e paguei preço alto.Nunca mais.**Não conheci nenhum destes bares que marcaram época no Rio e foram palco de grandes cantilenas.Uma pena.
ResponderExcluirUm certo ar de "fim de festa" nas fotos 1 e 3. Porém, como tem muito freguês com blusa de frio, com certeza não era época de bares lotados.
ResponderExcluirE na foto 2, além do provável frio, estava chovendo.
ExcluirFinalmente vi uma boa atuação do time sob o comando do mosquito sem pilha.Boas passagens de bola,campo bem preenchido e laterais com boa evolução.Tomou o gol no primeiro tempo de bobeira mas já dominava e o placar só veio a configurar a supremacia. É fato que o Sport tá naquela de horror mas valeu em relação aos jogos anteriores.Tenho duvidas se este Vitinho é tudo o que estão falando e se vale a nota que foi investida.Agora começa a pedreira e aí é que vamos saber da verdade.Olho no lance e corneta calibrada para zoar a galera.
ResponderExcluirFrequentei muito jovem com meus pais e depois com amigos,lembro de um garçom"Cabeça" que não deixava eu comer panache de legumes,dizia que eu não ia gostar
ResponderExcluirmorava eu na rua Prudente de Moraes 266/101, preciso dizer mais alguma coisa. Hoje velho e exilado choro de saudades dessa época,e digo mais: quem não conheceu , não viveu os verdadeiros prazeres da vida
ResponderExcluirno varanda que pertencia ao sidney do the fox e o gerente/promoter era o BORIS
ResponderExcluirNo lugar do Esplanada Grill funcionava a Taberna do Barāo,que tinha coelho à caçadora no cardápio.Ia muito lá,comi quase todos os itens do menu...
ResponderExcluirUm dos restaurantes mais agradáveis que frequentei��⏳☹️