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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

INVASÃO EM IPANEMA



 
Em pleno Governo Medici, com o Estado da Guanabara governado por Negrão de Lima, em 1970 um grupo de estrangeiros acampou na Praia de Ipanema.
As autoridades não sabiam o que fazer. A 14ª Delegacia Distrital informou que era responsabilidade da Administração Regional decidir se podiam ficar ali ou não. Esta passou a decisão para o Corpo Marítimo de Salvamento, “pois a ele compete o policiamento das praias”.
Eram argentinos, 25 rapazes e 1 moça, em barracas na areia defronte ao Country Clube do Rio de Janeiro. Diziam não ser “hippies” e nem pertencer a nenhum grupo de contestação. Queriam apenas passar as férias no Brasil. Pretendiam visitar Brasília e as Cataratas do Iguaçu, seguindo depois para o Paraguai ou Uruguai.
Com a indecisão das autoridades, acabaram por passar as férias no Rio. Integraram-se com os cariocas, promoviam noitadas de música e bebida (eram apreciadores da “batida de limão”) e, com pouco dinheiro, pediam carona para conhecer os pontos turísticos do Rio. É claro que diversos foram roubados, tanto no acampamento, quanto em alguns locais como a Central do Brasil.
Curioso, naquela época de tantas restrições, ter sido permitida esta “invasão”.

15 comentários:

  1. Acampar em local publico não é tipificado como ato criminoso e naquele tempo não era diferente. Quanto às "restrições" impostas pelo governo militar, elas não se referiam às competências pertinentes ao Estado. 1970 foi um ano emblemático onde a repressão atingiu seu ápice e o governo militar tinha mais o que fazer e não iria se ocupar com um bando de turistas. A policia, se fosse o caso, saberia dar conta do problema.

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  2. O acampamento nas praias cariocas é proibido pelo Código de Posturas do Município – decreto nº 29.881, de 18 de setembro de 2008. O regulamento trata das posturas e do licenciamento da atividade econômica, proíbe a presença de animais na areia, a venda de produtos perecíveis e define o horário e local para a prática esportiva, entre outras normas de convivência urbana.

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  3. Talvez deixaram os turistas argentinos quietos porque havia governo militar também na Argentina e o governo brasileiro preferiu náo aborrecer seus colegas de regime.

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  4. O famoso Hotel Sereno funcionando e os Hermanos aproveitando.Em tempo de Libertadores não seria impossível um replay.Nao lembrava desta cantilena.Boa...

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  5. Há muitos anos andei acampando em praias semi- desertas do ramal de Mangaratiba. Nenhuma autoridade apareceu. É claro que hoje em dia seria suicidio. Mas acho que no Rio deve ser proibido pois viraria mais uma grande favela.

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  6. A grande vantagem de países desenvolvidos como os de cultura anglo-saxônica é a rigidez das posturas municipais, muitas delas criminalizadas, e a adoção do "ciclo completo de polícia". A Constituição Federal de 1988 agravou ainda mais esse "vácuo de poder" já existente naquele tempo. Atualmente a Guarda Municipal não possui poder de policia nem tampouco a "vadiagem" é punida, apesar da Lei 3688/41, que é a Lei das Contravenções Penais, ainda estar vigendo. Nos EUA por exemplo, a polícia é civil, não existe a figura da "autoridade policial" (delegado de polícia), qualquer policial é competente para atuar em qualquer fato tipificado como crime, que após a investigações iniciais, permanecem à frente das mesmas até a conclusão final. Mesmo em crimes de competência federal, o policial da agência responsável é o titular da investigação até a sua conclusão. Eis a diferença entre um país sério e um simulacro de nação. Mas os ventos estão mudando e o Brasil, depois de erradicar a esquerda, "vai chegar lá"...

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  7. Era um tempo em que a seleção argentina estava mal, tanto que nem tinha se classificado para a Copa daquele ano e por isso eles se comportavam bem. Venciam muito na Libertadores pouco falada naqueles tempos que botinada no adversário era muito tolerada no futebol sul-americano. Depois da Copa de 78 e da Era Maradona os caras ficaram muito mais "marrentos".
    Agora com a crise da Argentina de Macri eles não devem aparecer em grande número por aqui no próximo verão. Talvez o Rio Grande fique cheio de hermanos sem teto, mas nem tanto quanto Roraima está com venezuelanos.

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  8. Bom Dia! Em tempos mais "seguros" já acampei em praias de Maricá,Macaé,S.João da Barra. Uma que lembro sempre é Garatucaia,que fica a meio caminho de Mangaratiba. Rendeu em 4 dias uma quantidade boa de peixes.

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    1. Garatucaia é meio caminho entre Mangaratiba e Angra dos Reis, já no município deste, e ao lado de Conceição do Jacareí que pertence à Mangaratiba. Lembro de de ter ido lá no carnaval de 1977 e de 1979 num Dodge Dart do meu tio, com umas 10 pessoas dentro. Sem acampar, porém eram muitas as barracas na segunda vez. Lá o mar é agitado e passei aperto a única vez na vida, nadando calmamente em paralelo à praia até conseguir um jeito de sair para chegar até a areia. Como era muito jovem não quis demonstrar que estava difícil para não dar vexame.
      Atualmente o local está cheio de construções, com os moradores dificultando o acesso.

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  9. Ué muitos foram roubados, como se vivíamos no paraíso de paz e prosperidade....com certeza existia alguma lei ou regulamento com proibição desse ato. Ocorreu o de sempre nenhum orgao quis assumir a responsabilidade. Ocorreu o famoso impurra-impurra, ninguém assumiu e assim ficou.

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  10. Bom dia a todos. Acampamento na praia era coisa muito comum nas turmas de rua nas décadas de 60 e 70, cheguei a acampar em Piratininga e Itaipuaçu nessa época. Em Piratininga toda a noite os soldados e um oficial do quartel que existia lá (não sei se ainda existe), toda noite dava uma incerta na nossa barraca, para ver se tinha maconha, em compensação de dia íamos ao quartel para nos abastecer de água tratada, passamos a semana do carnaval neste intercambio, de dia íamos ao quartel, a noite eles visitavam nossa barraca. Já quanto a morosidade da tramitação de projetos de lei no Brasil, podemos ver que se passaram só 38 anos para aprovarem uma Lei sobre o assunto, aqui quando se trata de decisões do setor público, parece aquela piada do inferno brasileiro e do inferno europeu.

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  11. Em 1958 um dos meus tios "ganhou" da prefeitura local, um terreno na beira da praia de Saquarema. A condição era para que o beneficiário construísse uma casa em um breve período. Ele passou um bom tempo acampando naquela praia então deserta, e nunca teve qualquer tipo de problema de segurança. E mesmo depois da casa construída não havia energia elétrica e telefone. Hoje em dia residir em uma casa é muito perigoso, mesmo nas grandes cidades. FF: Ontem, depois de ameaças nas redes sociais, o "elemento socialmente perigoso" Guilherme Boulos promoveu uma grande passeata nas ruas do Centro com o objetivo de "resistir ao resultado das urnas", onde inclusive incentivou os integrantes do movimento criminoso do qual é presidente, a invadir e ocupar a casa de Jair Bolsonaro. A Polícia Militar dissolveu a baderna e não se tem notícia de presos...

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  12. Acho que já contei aqui que uma vez acampei em "Saí", perto de Muriqui. Consta que o nome de "Saí" veio de um cartaz que um funcionário da Estrada de Ferro colocava na sua casa junto à linha do trem para avisar que não podia receber encomendas.
    Passamos uns 4 dias numa praia deserta e não vimos ninguém neste período. O único incidente foi que um dos amigos começou a falar que à noite poderíamos ser assaltados e até baleados por bandidos. Aí ele preparou uma série de bombinhas enfiadas em cigarros acesos e enquanto ele punha pilha no pessoal os cigarros iam sendo consumidos. Aí as bombinhas estouraram parecendo tiras e foi um pânico geral. Depois, conhecido o autor, foi devidamente castigado e atirado vestido no mar.

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  13. Peralta, o implicante31 de outubro de 2018 às 13:07

    Tia Nalu vive acampada há seis meses.Em Curitiba.

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  14. "Boa sorte a todos".

    Ontem a invasão foi em Porto Alegre e hoje é na estranha cidade.

    Minha ausência nos últimos dias se deve a uma convalescença. E não vou me intimidar com quem não sabe ganhar.

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