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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

IPANEMA



 
Foto 1: Nesta foto do Acervo do Colégio Notre Dame vemos a Praça Nossa Senhora da Paz (antiga Praça Coronel Henrique Valladares), em Ipanema, no início do século XX. A esquina em primeiro plano é a da Rua Barão da Torre com Rua Joana Angélica. Uma Ipanema quase só de casas ou prédios baixos, antes da especulação imobiliária do final dos anos 60 e da década de 1970. Foi a época da destruição do bairro antigo por construtores como Sergio Dourado. A Praça foi ajardinada pela primeira vez em 1932. Em 1936 o Prefeito, Cônego Olimpio de Mello, alterou o nome de Praça Coronel Henrique Valladares para Praça Nossa Senhora da Paz.
Foto 2: Foto do Acervo do Colégio Notre Dame vendo-se a Igreja de Nossa Senhora da Paz, na Rua Visconde de Pirajá esquina da Rua Joana Angélica, desde o terraço do Colégio Notre Dame (Rua Barão da Torre). Foi construída a partir de 1918, em homenagem à paz depois da 1ª Guerra Mundial. Foi projetada por Gastão Bahiana, numa releitura do estilo neobizantino. Tornou-se a matriz da paróquia de Ipanema em 1920. Pode-se observar que na Rua Joana Angélica, só há construções baixas na quadra entre a Rua Visconde de Pirajá e Rua Barão da Torre, permitindo a visão da Igreja. Hoje só existem edifícios altos neste trecho. À direita da Igreja vê-se o prédio onde funcionou o Colégio São Francisco de Assis e, bem à direita, parcialmente, o prédio do Cinema Pax. A Igreja de Nossa Senhora da Paz, na década de 1960, teve como vigário o controvertido e polêmico Frei Leovegildo Balestieri, que ali instalou ar-condicionado para conforto dos fiéis ("quem gosta de calor é o Diabo no inferno!"). Também criou a "missa do iê-iê-iê" e instalou ao lado da Igreja a Casa Nossa Senhora da Paz, com serviços médico-assistenciais. Dando vazão a seu lado empresarial, montou uma pequena indústria de azulejos no subúrbio, ganhou o controle do guarda-volumes na Central do Brasil e construiu o Center Hotel no Centro da Cidade. Em 1952 já havia inaugurado o Cinema Pax e, anos depois, abriu um rinque de patinação (o Gelorama), um boliche e um teatro de arena, tudo para arrecadar fundos para a Igreja. Chegou a ser sócio do Canecão. Exagerando, imaginou demolir a Igreja para a construção de um "shopping", onde ao lado de butiques e lanchonetes, haveria uma capela, segundo Rui Castro. Uma violenta campanha d´O Pasquim sustou a idéia e a Igreja está lá até hoje. Acho até que o "nosso" frei foi incluído naquele mural do Ziraldo no Canecão...
Foto 3: O Cine Pax, visto à esquerda em foto da década de 1950, bonito prédio "art-déco", com suas colunas no alto da escadaria, foi inaugurado em 30/10/1952 e funcionou até 1977, quando foi substituído pelo Novo Pax, que foi demolido em 1979 e em seu lugar surgiu o Forum de Ipanema, um "shopping" luxuoso, nas galerias de um arranha-céu. Mais adiante, acho que no prédio que está em construção na mesma quadra, funcionou o cinema Roma-Bruni a partir de 1971, depois Bruni-Ipanema e, finalmente, Star-Ipanema.

10 comentários:

  1. Essa é uma região onde circulei em três períodos distintos de minha vida: O primeiro deles em 1970/71, quando estudei no Colégio Brasileiro de Almeida, em seguida em 1977 quando me consultava uma vez por semana com o psicanalista Flávio Roque no edifício Cidade de Ipanema, e entre 1985 e 1989, quando conheci minha ex-mulher que residia na Barão da Torre. Nos três períodos as características foram bastante modificadas, ainda que fossem infinitamente melhores que as atuais já que "os tempos eram outros".

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  2. Ao antigo Gelorama eu fui uma vez levado por meus pais em 63 ou 64 e talvez pela minha pouca idade e inabilidade, levei uma sucessão de tombos. Da igreja tenho péssima recordação em razão do entrevero que tive com um certo "Frei Luiz", indivíduo arrogante que eu tive o prazer de mandar em 1987 "em alto e bom som" e na frente de umas dez pessoas, para o "local das pontes partidas" e por isso fui "excomungado". Frequentei no passado o antigo "Pizza Palace" na praça mas apenas uma vez fui ao antigo Hipopotamus, já que "não era para o meu bico". Depois que fechou o local abrigou outros estabelecimentos, um deles de "frequência suspeita". Atualmente passo muito raramente por essa região.

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  3. Bom dia a todos. Estas fotos creio serem inéditas no SDR, a foto 1 é uma maravilha, como deveria ser maravilhosa a Ipanema desta época. A foto 2, as madres que rezavam neste terraço, com a vista ao redor, tinham a sensação de estarem no paraíso. A foto 3 um crime contra o bairro e a cidade, a demolição do prédio do cinema Pax, se não me falha a memória foi neste cinema que assisti o filme Artur um milionário. E o calor na cidade nestes últimos dias incomoda até o diabo que foi expulso da igreja do Conego Leovegildo.

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  4. Ótimas fotos de uma Ipanema que não existe mais assim como de freiras usando hábito preto. Este frei era da pá virada. Há inclusive uma história (que não sei se é verdadeira) que corre por Ipanema de que depois de uma campanha de arrecadação de fundos para obras da igreja o frei viajou para a Itália onde quase morreu após ingerir uma quantidade descomunal de morangos...
    No lugar do Hippo há agora 3 restaurantes: Olivetto, Pietro e Esch Café. Um investimento e tanto após alguns desastres comerciais neste ponto.
    O Pax era uma delícia nos velhos tempos. Diziam que os padres censuravam alguns filmes.

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  5. "Segundo rumores", um fato acontecido há cerca de uns sete anos e que não foi noticiado nos jornais causou um certo "desconforto" para uma autoridade municipal da gestão de Eduardo Paes. Tal "autoridade" que era frequentadora de um "estabelecimento" na Praça em questão, na rua Barão da Torre, era notória em mandar a Guarda Municipal multar e rebocar veículos na região do Leblon e particularmente em frente à 14 DP e à DAS. Não adiantaram os protestos dos proprietários dos veículos, pois a tal "autoridade" alegava que "cumpria a Lei". Pois um belo dia a "autoridade" foi ao tal estabelecimento na rua Barão da Torre e que era destinado ao público gay. Em um determinado momento o "cidadão" saiu do estabelecimento em companhia de um "parceiro" e se dirigiu à um veículo estacionado na calçada em frente para "tocar instrumento de sopro". Só que ele já estava sendo "acampanado" por alguns policiais e em dado momento foi dado o "flagrante" com direito a foto, reportagem, etc. Depois da ameaça de levarem o fato à DP e convocarem a TV Globo, "ficou o dito pelo não dito" e "nunca mais os carros estacionados no Leblon foram incomodados". Não posso atestar a veracidade da estória, já que eu não estava presente mas segundo o dito popular, "onde há fumaça há fogo"...

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  6. Frequentei a Barão por muitos anos pois meus compadres moravam la quse na esquina com a Dumont.Levava minha afilhada Andreia pra passear no Jardim de Alah ou na praia quando a situação er bem melhor anos 70/80. Minha comadre ai da tem uma casa na Barão que está a venda já que preferiu deixar Ipanema e foi morar na Barra. Não sei qual situação pior abandonar Ipanema ou morar na zona oeste. Andreia estudou no Notre Dame. Bons tempos

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  7. Trocar Ipanema pela Barra, francamente.

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  8. As postagens de hoje e em especial as referencias ao Frei Leovegildo só confirmam que o religioso era sócio e garoto propaganda da Calango,"onde o fresco fala mais alto".A diretoria hoje tem contatos via satélite com o Comandante Brasa lugar tenente do dono do inferno que manda força bruta para torrar os miolos da galera.Tá tudo confirmado no PC do Ceará,individuo,enquanto Ceará,o Estado,queima em outro sentido.Grandes espantos!!!!

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  9. Pastor véio de guerra. O clima tá ótimo e a Calango está mais enrolada que charuto na boca de bêbado para atender todo mundo. É sempre assim, os cabras deixam para o verão suas resoluções e no verão 40 querem que se resolvam em meia hora. Mas vou toureando a situação. Lá se vão 40 anos dentro disso. Mas agora tenho uma nova atividade que também tenho que está de bem com São Pedro. Energia solar. Quanto mais sol melhor. Então se Deus me conceder saúde vou encarar mais essa parada. Outra coisa Pastor, não descuida do teu AC na Igreja pois os Tarjas Verdes são exigentes. Quanto ao que acontece no Ceará nem na época do cangaço era mais complicado. O bando de Capitão Virgulino eram freiras comparadas com os arruaceiros de hoje. A coisa tá preta.

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  10. FF: Quem conheceu Ipanema em um passado recente certamente sente a abissal diferença. Mas não era tão calmo assim. Nos anos de chumbo no início dos anos 70, nas chamadas "expropriações" praticadas pela esquerda armada, nem as boutiques da moda escapavam. No assalto à boutique "Biba" situada na rua Garcia D'Ávila em 1972, um bando de cinco assaltantes roubou dinheiro, jóias, e roupas da afamada loja, e para fugir trocou tiros com a polícia e baleou um P.M. Essa e outras narrativas podem ser encontradas no livro "Exílio na Ilha Grande" de André Torres, que é um importante documento que narra a trajetória de um bandido carioca entre 1966 e 1974. É um retrato fiel da repressão, dos presídios, e da realidade da polícia de então com toda crueza. O ponto culminante é o levante nas penitenciárias da Frei Caneca ocorrido em 1974 e que parou a Guanabara. Levante esse no qual eu fui surpreendido dentro do 219 no Largo do Estácio. Leitura imperdível.

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