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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

LAPA




 
Nesta foto, dos anos 30, vemos a Praça dos Governadores, atual Praça João Pessoa, na confluência da então Rua Gomes Freire (viraria avenida em 1940) com a Avenida Mem de Sá. Bem ao fundo temos parte dos Arcos da Lapa.
Podemos observar o ritmo vagaroso da cidade naquela época, com o bonde de registro "361", da linha "Barcas", com todos os passageiros de paletó, dirigindo-se para a Praça XV. Na lateral do bonde um anúncio da peça teatral “O Boccacio”, de Franz Supée, no Teatro República, com a “vedeta” Clara Weiss como protagonista.
Mais atrás, o bonde de registro "385", da linha "Praça da Bandeira", com o motorneiro coçando o queixo, avaliando se ocorreria uma colisão.
À esquerda, mulheres em seus vestidos compridos observam a vitrine de uma loja de roupas. Mais uma vez vemos o hábito de utilizar "sombrinhas" para proteção contra o sol. Observar também o belo poste de luz na esquina.
Alguns desse sobrados devem existir até hoje, alguns recuperados, outros ainda em péssimo estado.
A região da Lapa, Mem de Sá, Gomes Freire e adjacências poderia ser um bairro interessante, que juntasse boemia, artes, velhos casarões, etc, mas após uma tentativa de melhora nos últimos anos parece que voltou a ser uma região problemática.
Conta Berger que, apesar das obras de demolição do Morro do Senado terem sido iniciadas em fins de 1900, foi na administração de Pereira Passos que o seu arrasamento se completou. Foi então que Passos construiu uma importante via diagonal que ligava a Lapa à Tijuca e São Cristóvão, à qual deu o nome de Av. Mem de Sá.

22 comentários:

  1. Boa a menção à abertura da Mem de Sá (que não apareceu em um mapa anterior e deu susto de esfarinhar biscoito) que, com sua modernidade, incluiu duas praças no trajeto, a fotografada e a da Cruz Vermelha. Também na esquina de Senado, Mem de Sá e General Caldwell ( que é rebaixado e vira Tenente Possolo) há um largo semelhante, mas ali ninguém batizou de praça.
    Muitos sobrados da foto ainda estão lá, não há nenhum prédio ali. As árvores é que cresceram muito, quase formam um túnel.
    Os bondes com a frente metálica são muito chiques; outro dia comentei sobre reboques sobreviventes desta época que ainda rodavam em Santa Teresa nos anos 50. Logo atrás do motorneiro havia uma fileira de bancos, o sujeito tinha que se segurar para não cair no colo de alguma dama... Aquela ripa de madeira que serve de segurança para os passageiros voltou a ser usada em Santa Teresa, em ambos os lados e, em cada ponto, o motorneiro e o cobrador levantam uma delas, conforme o lado de acesso.
    Suponho que fosse inverno, pois nunca vi um motorneiro de cachecol.

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  2. Nesta região e adjacências, indo até próximo a ladeira que leva ao Bairro de Fátima, que chamamos de Lapa, na realidade é Centro. Tenho alguns contratos em toda a região e os endereços constam como Centro. Talvez tenha sido Lapa nos primórdios ou então uma espécie de apelido bairrístico que pegou e acabou ficando.

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  3. Bom dia, Luiz, pessoal,
    Completando uma frase do ótimo texto de hoje, ressalto que os dois grandes sobrados da foto principal, o que está atrás do bonde à direita e o que está no canto esquerdo, ainda existem de fato. O primeiro parece ter sido dividido em casa de cômodos / pensão, e está bem degradado. Tem um bar na esquina da Gomes Freire, já no trecho que vai para a rua do Riachuelo.
    O segundo tem interessantes características Art Noveau,um dos maiores neste estilo na região, estando bem estragado atualmente.
    Já os quarteiróes à esquerda do sentido da Av Mem de Sá estão bem preservados, todos são bares e casas noturnas, gerando um movimento extremamente intenso à noite.

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  4. O biscoito viu um cachecol. Olhos de águia.
    Interessante estes sobrados terem sobrevivido até os dias de hoje.
    Acho a Lapa meio perigosa atualmente.

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  5. Nessa esquina em foco existe um restaurante "à quilo" e parece que os imóveis foram descaracterizados. Nesse trecho que vai até a rua dos Inválidos, havia as boates "Cachimbão" e "Carrossel" mas eu acho que já fecharam as portas. Também nesse trecho existe o "Teatro Odisséia", casa noturna voltada para um "público diverso e alternativo". O apelo da "saliência" na região é forte.

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  6. O 50 não deu para desvendar mas indica ser outra atração no Teatro.As tias iam cedo as compras e naturalmente em busca de promoções.So fui a Lapa a noite em uma ocasião e já faz uns anos.Estava legal.

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  7. Bom dia a todos. A Lapa foi estendida no na Prefeitura do Paes, se estendendo até Gloria e até a Cruz Vermelha. A antiga Lapa era dos Arcos até a Igreja dos Mercadores. Todos os prédios visto em destaque na primeira foto ainda permanecem de pé. Já a vida noturna da Lapa, com a crise e a infestação de traficantes e ladrões, vai aos poucos definhando.

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  8. A Tijuca de antanho começava na Rua Uruguai, e hoje em dia começa no Estácio e Praça da Bandeira. Com a Lapa ocorre o mesmo, já que seus limites foram generosamente estendidos. Hoje em dia as ruas Taylor, Joaquim Silva, e Augusto Severo, são consideradas Lapa. A violência e o consumo de drogas fazem do local uma região perigosa e apesar de contar com a "segurança presente", a 5 DP na Avenida Gomes Freire tem uma incidência de ocorrências de crimes altíssima, ainda que inferior à delegacias de áreas conflagradas e situadas em regiões perigosas como a 32,33,34,35, e 36 DPs.

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  9. "Parece que voltou a ser uma região problemática"
    Sempre foi!! Historicamente falando.
    Como em todo o RJ, hoje em dia não há um lugar a salvo nesse Apocalipse urbana e dos trópicos.
    O que Pereira Passos fez, deveria ter sido feito em toda a cidade e nos Governos sucessores.
    Muita coisa precisa ser posta no chão e ter, de fato, um choque de ordem.
    Interessante com esse dito "prolongamento" dos bairros. Não sou contra a isso e nem a favor. Indiferente. Mas vale citar aqui que muitos bairros deixaram de existir, especialmente na Zona Norte: Andaraí, Magno, Derby Club, Quintino, Penha Circular, dentre outros.

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    1. Este comentarista faz parte dos que sabem das coisas e não precisa de lenço para ficar chorando umas porcarias que tiveram destino certo.Pode jogar no meu time parecendo ser também Do Contra.

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  10. Ontem parece que encaixou pois vinha engasgando em articulações entre novatos e remanescentes e sem um padrão mais definido.Muita gente cara para pouca bola até então e vamos ver como vai ficar nesta baba do carioca e perigo mesmo é Libertadores e Nacional.Não podemos ficar naquela de ajuste como falava o Mosquito sem pilha e a corneta está afinada.

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  11. Pelas roupas do pessoal e a total ausência de automóveis essas fotos são do início dos anos 20, no máximo.
    Acho que o pessoal vai mudando as "fronteiras" dos bairros conforme os interesses dos negócios imobiliários. Atualmente eu diria que a Barra da Tijuca é a que mais cresce territorialmente.

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    1. Paulo Roberto, eu jamais moraria na Barra. Talvez se tivesse menos idade, mas tudo lá é distante e estou ficando comodista, gosto de "rua" e na Barra "não existem ruas" da forma como conhecemos. Se tivesse "posses" suficientes compraria um imóvel para os finais de semana, mas como sou funcionário público aposentado e não gosto de "fazer dívidas" nem compro nada à prazo, prefiro morar na "tríplice fronteira" e viver a 10 minutos da Praça S.Peña ou a cinco de Vila Isabel, e cinco da estação do Engenho Novo. Tem "condução na porta" qualquer lugar inclusive Boiuna, Curicica, "Pau da Fome", e "Santa Maria", etc. Tem favelas, tem insegurança, mas nada que se compare às cercanias de Jacarepaguá, CDD, Est. do Pontal, ou mesmo os distantes subúrbios da Central. Tenho

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  12. Essa estensão dos bairros é um fenômeno acho que visto mais no Rio. A Barra da Tijuca limitava-se ao Jardim Oceânico, passando pelo cebolão no lado da praia, área da reserva e início do Recreio; hoje vai até Curicica e um pedaço das "Vargens".

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  13. Curicica desapareceu, virou Barra, pelo menos para os moradores. Jacarepaguá, Freguesia, Tanque, etc seguirão o mesmo caminho

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  14. Engenho Velho, Fábrica das Chitas, Andarahy Pequeno, Andarahy, Aldeia Campista, Chácara do Portão Vermelho, e Arraial do Tijuco, eram bairros e sub-bairros distintos que hoje compõem a "Grande Tijuca"...

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  15. As 18, 19 e 20a DP são "um espanto"...

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  16. Um amigo comprou um apartamento que informaram ser Jardim Guanabara; o primeiro carnê do IPTU que ele recebeu descrevia que o imóvel era localizado na Cacuia, bairro bem menos valorizado.

    Outros bairros que "sumiram" foram Vila Kosmos, Vigário Geral (o nome ficou só para a favela, a parte "urbana" passaram a chamar de Jardim América, Capelinha (entre Realengo e Mallet), Dona Luíza (ao lado de Sepetiba). E tem os bairros que o nome não "cola", como Gericinó; Cesar Maia criou este bairro, um desmembramento de Bangu, local onde fica localizado o complexo dos presídios, com o objetivo de eliminar o estigma com o nome de Bangu, mas não adiantou, pois a imprensa quando se refere ao local fala "Complexo prisional do Gericinó, em Bangu..."

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  17. Boa Noite! José Bonifácio, Todos os Santos, Botija,Terra Nova,Engenheiro Leal também sumiram. Hoje mais uma empresa de ônibus jogou a toalha. Desta vez foi a Estrela Azul. Com essa já são 14 que desde que o antigo Prefeito Dudu inventou este sistema de consórcios,que nenhum empresario queria. Eles foram intimados pelo antigo Prefeito que tinha a fixação em implantar o BRT. Quem conhece um pouquinho de transportes logo vê que esse BRT para funcionar corretamente deveria ser uma ferrovia metropolitana (metrô) com os ônibus circulando em no máximo três bairros abastecendo os trens.Até onde sei, mais 4 empresas de ônibus do Rio de Janeiro estão se preparando para encerrar as atividades ainda este ano.

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