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segunda-feira, 4 de março de 2019

BAILE DO MUNICIPAL




 
Antigamente o domingo de carnaval tinha como ponto alto o baile do Teatro Municipal. Um crime contra o patrimônio da cidade, na minha opinião. Depois do tombamento do teatro foi proibida a realização do baile neste local.
No seu auge, nas décadas de 1950 e 1960, o Baile do Municipal reunia o "high-society", convidados estrangeiros e muitos foliões da classe média. Rendia divertidíssimas entrevistas na TV Tupi ou na TV Rio, que improvisavam contratados seus para servir de intérprete. João Saldanha, jornalista e técnico de futebol, era um que se destacavam "falando" macarronicamente diversos idiomas.
Boa parte dos homens usava "summer", as mulheres iam produzidíssimas, o lança-perfume corria solto e o concurso de fantasias eram um grande sucesso. Em seus últimos anos era construída uma passarela por onde entravam os convidados, para delírio da turma de gargarejo. A Cinelândia ficava lotada.
Consta que o primeiro baile de carnaval no Rio aconteceu em 1840, no Hotel Itália. Nos primeiros tempos dançava-se especialmente a polca e as mocinhas fantasiavam-se de Gitanas, Rosas, Noite, Mouriscas, enquanto os homens de Jóquei, Satanás, Ministro, Contrabandista. Em 1932 foi criado o Baile dos Artistas no Hotel Phoenix, mas o grande acontecimento deste ano foi a realização do primeiro baile do Teatro Municipal.

11 comentários:

  1. Relato do Conde di Lido4 de março de 2019 às 06:50

    "Um dos maiores sonhos da minha adolescência era ir a um baile do Municipal. Sonho meio que inatingível uma vez que custava uma nota preta além de exigir smoking que eu só conhecia por fotos de revistas.

    Havia algum tempo eu tinha conhecido uma pessoa sensacional chamada Hilton Gomes, o “Papinha”, que apresentava o Jornal Nacional junto com o Cid Moreira e era o apresentador oficial da Globo de todos os eventos extraordinários, inclusive do Baile do Municipal.

    Por uma destas coisas que não se explicam, encontrei o Papinha na praia na manhã do Baile de l967. Quando ele soube da minha fissura para ir ao baile me disse: “Encontra comigo na porta dos fundos do Municipal às 5 horas da tarde para entrar junto comigo e o pessoal da Globo. Só tem um problema: vá de smoking, pois acho melhor que, uma vez lá dentro, você não saia mais. Eu vou sair e voltar mais ou menos às 22 horas, porém, nesta hora, a fiscalização é pesada. De tarde não tem problema. Você tem smoking?”. Não tinha, mas disse que tinha. Tinha poucas horas para conseguir um. Não consegui.

    A Casa Rollas tinha alugado tudo o que havia e os dos amigos não cabiam. Aí veio a idéia luminosa da minha mãe. Eu tinha um terno azul-marinho e ele virou um lindíssimo e exclusivo smoking “made in Italy” após a aplicação nas golas, punhos e calça, de uma fita de gorgurão de seda também azul-marinho, comprada às pressas na Mme. Rosa. Eu tinha o mais belo smoking do baile! O problema foi ter que ficar meio que escondido das 17 às 22 horas nas coxias do teatro.

    Valeu! O baile, em detrimento da destruição do teatro, era uma coisa fantástica!"

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  2. Fui a um baile infantil no Municipal, em 64, ou 65. Achei ótimo, mas não repeti a dose, talvez por falta de fundos. Os bailes no Ginástico eram gratuitos, mas a vantagem do Municipal é que ninguém era de ninguém.
    Nessa época, as escolas de samba desfilavam na Rio Branco, mas você tinha o transporte e acesso sem turbulências. Chegava em casa alta madrugada e meus pais dormiam sossegados; afinal, o que poderia acontecer a um garoto?

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  3. Ir ao baile do Municipal "não era para qualquer um" e o relato do Conde de Lido é bastante verosímil. Minha mãe e minhas foram algumas vezes à esse baile na condição de assessora do então secretário de turismo do Estado da Guanabara Levy Neves. Como não podia deixar de ser, havia organização, e o evento jamais foi superado ou mesmo igualado no calendário da cidade. Os convites eram disputadíssimos e seu preço era astronômico. Apesar da segurança ser de primeira, os incidentes se limitavam a desentendimentos entre bêbados mais exaltados ou algum penetra, pois no mais ,todos conheciam seus lugares". Bem diferente dos dias de hoje.## Como uma tragédia "mais do que anunciada", um conflito de traficantes travestido de "bate-bolas" ocorrido em Marechal Hermes ontem deixou um saldo de dois mortos e vários feridos. Fato corriqueiro e normal na região dos "subúrbios da Central", violenta e sem lei, onde seus habitantes merecem sentir o "peso da Justiça". Certamente comemoravam a ida só velório de algum presidiário. ..

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  4. Não vejo a menor graça num baile desses.

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  5. Bom dia, Dr. D'.

    Neste fim de semana tivemos a versão carnavalesca do site do Decourt. Foi um rio que passou na Sapucaí.,. Expectativa quanto a hoje.

    O temporal foi "democrático". O desfile na Intendente Magalhães estava ameaçado. Não sei se teve pois as ruas da região estavam impraticáveis.

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  6. Ia ficar muito satisfeito de ir para o gargarejo.Devia ser um espanto a movimentação dos convivas.

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  7. Bom dia a todos. O Saudades do Rio em pleno funcionamento no carnaval. Discordo da ideia de que o Carnaval antigamente era mais tranquilo do que nos dias de hoje. A população era menor e o carnaval se concentrava no Centro da Cidade, principalmente na Pça. XI, Pres. Vargas, Rio Branco, Cinelândia, bairros próximos como Catumbi e Santo Cristo. Porém nestes locais a sujeira, o cheiro de urina, nas ruas era igual ou pior do que hoje, pois naquela época não haviam os banheiros químicos. Os blocos eram muito mais violentos do que hoje em dia, os pequenos blocos de bairros caso se encontrassem durante o desfile, sempre ocorria briga e a rivalidade entre os grandes blocos essa então era muito pior, como o caso do Bafo da Onça, Cacique de Ramos e Boêmios de Irajá. Consumo de drogas era também igual a hoje, talvez não houvesse a diversificação, porém cheirinho da loló, lança perfume e maconha, eram usados nos grandes blocos a vontade.

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  8. A moça que desce a escada do Municipal é mesmo de virar a cabeça.

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  9. Nunca tive o prazer de ir à um baile dessa magnitude. Frequentei muito os bailes do Municipal, não o teatro, mas o clube da rua Paddock Lobo. ### Em 1976 eu aluguei um smoking no Rollas para ir ao baile de gala do Colégio Militar. Como não podia deixar de ser, a organização era modelar. Quanto à foto do casal vestido à rigor no SDR de ontem e que foi ironicamente atribuíbo o comentário de "casa grande brincando de senzala", não sabe o quão foi feliz o comecomentarista, pois era esse mesmo o entendimento que a maioria possuía da desigualdade existente. Só que para diminuir essa desigualdade seria preciso mais do que um discurso falacioso e vago. Seria preciso investir em educação de qualidade. Trocando em miúdos: Nivelar por cima e não fornecendo incentivos à vagabundagem e ao ócio acompanhados de uma doutrinação às avessas e atribuindo "supostos direitos" que na verdade são um incentivo à luta de classes. Naquela época tínhamos pobres, é verdade, mas pacíficos e ordeiros. Hoje em dia temos MAIS POBRES do que no passado, com MENOS educação, e tomados de um ódio inexplicável àqueles que trabalham e produzem. Para tal foram criadas as famosas "cotas", que são como a Avenida República do Paraguai, que leva do nada para lugar algum. E "la nave vá"...

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  10. Neste baile do municipal, por exemplo, todos queriam "nivelar por cima", ou seja, preto e pobre não entravam....kkkk

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  11. Assunto polêmico hoje no http://www.rioquepassou.com.br/2019/03/04/mirante-do-pasmado-final-dos-anos-70/?fbclid=IwAR1J5fKcxuZLWPMRzF1qFsiKMXOZV3_9D36dcRj_yHcVU9fHIJVHpYKQ4E8

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