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terça-feira, 12 de maio de 2020

CONGRESSO EUCARÍSTICO - 1955






Conforme nos conta Carlos Reis, em Brasil Revista, o  XXXVI Congresso Eucarístico Internacional, que se realizou nesta mui leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de 17 a 24 de julho de 1955, foi a maior, a mais imponente das assembleias desse gênero, já efetuadas em todo o orbe católico.

A Prefeitura Municipal desta cidade, tomando de ombros um notável empreendimento, conseguiu construir, com desmontes do Morro de Santo Antonio, a magnífica esplanada, onde teve lugar o grande certame.

Duvidou-se, de começo, que se pudesse fazer área, tão espaçosa, em tão curto tempo. Mas Deus, decerto, ouviu as preces dos que se interessavam pelo local.

Levantou-se, no fundo, na parte que toca a orla do mar, o Altar-Monumento, que se protegeu por uma enorme bandeira pontifícia. Neste Altar, ardeu, por sete dias, um círio monumental.

Para acomodação dos fiéis, fizeram-se bancos cuja extensão daria uma fila de 96 quilômetros de comprimento. (...)

No dia 17 de julho, realizou-se a procissão soleníssima da imagem de N. S. Aparecida, a padroeira do Brasil, procissão esta que, partindo da gare da Estrada de Ferro Central do Brasil, se destinou à praça do Congresso. Este cortejo arrastou perto de um milhão de pessoas. (...)

O céu era riscado pelos refletores da Marinha de Guerra, projetando-se no escuro da abóbada celeste as cores do arco-íris. A procissão marítima de transladação do S.S. Sacramento, de Niterói para o Rio, esteve deslumbrante. O ostensório foi conduzido a bordo do caça-submarino "Grajaú". Em 24 de julho encerraram-se os trabalhos do Congresso.

Um número enorme de cariocas compraram a placa que vemos na primeira foto e a afixaram nas paredes externas de suas casas. Ali ficaram por muitos anos.

 

18 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Tenho um conjunto de postais comemorativos, que já foi postado, e a edição especial de Manchete.

    Minha mãe tinha acabado de chegar ao Brasil poucos meses antes e trabalhava no Leme, de babá. Não sei se ela chegou a ir e nem adianta perguntar a ela.

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  2. Bem menino ainda,mas com lembranças firmes da repercussão do evento.Lembro bem das manchetes dos jornais e das revistas,com matérias e fotos em profusão.Também dos souvenirs confeccionados e que se espalharam pelo Brasil.As emissoras de rádio abordando o faton tocando os hinos compostos para a festa.Enfim,a Igreja Católica na década de 50 era outra.Muito forte.Perdeu espaço em função das suas intransigências,penso eu.

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  3. Em 65 anos os tempos mudaram e esses eventos perderam muito de sua intensidade. Em 2013 aconteceu a "Jornada Mundial da Juventude", que teve entre os objetivos cooptar fiéis entre os jovens. Publicações que envolvam a Igreja Católica requerem atenção e cuidado, já que o "gerente é um católico fervoroso", mas nota-se que as igrejas pentecostais seguiram o "filão" e ocasionalmente promovem essas "marchas e congressos" no Aterro do Flamengo. Próceres dessas igrejas se incrustaram em todos os setores da vida pública. Nada contra a fé de cada um, mas apenas contra o "uso político da fé". Além de "pastores", também são comentaristas políticos, "You tubers" ou influenciadores digitais, e é claro, prefeitos, senadores, deputados, etc. Lembra bastante, guardadas as devidas proporções, o período medieval e renascentista onde além do poder religioso os clérigos possuíam "poder temporal": eram condes e barões que prestavam vassalagem, mas eram ambíguos em relação à Curia Romana, possuíam terras, força armada, cunhavam moedas, etc. Era muito poder e muito dinheiro. Eram "outros tempos".

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    1. "Gerente é católico fervoroso" - no que me toca desconheço esta característica há muito tempo.

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  4. Reza a lenda,que mesmo antes do Congresso ter início,alguns malandros,punguistas,espertalhões se infiltraram no meio da organização para pegar desprevenidos fiéis que aportaram no Rio,vindo do interior do país ou mesmo do exterior.A policia e as autoridades do evento parecem ter tido um trabalho extra.Alguém conhece esta cantilena?Em se tratando de Brasil.....

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    1. Apenas aumentou o que já existia. Muitos "estaduanos" que aqui vieram foram realmente vítimas. "Catarinas","paraíbas", "manauaras", "baianos", etc, foram presas fáceis em 2013. Já em 1955 eu não sei, mas o crime aqui era mínimo.

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    2. Grande Joel: Cheguei aqui nos idos de 57 vindo do Ceará aportando justamente ao lado desse imenso aterro que sediou o CEI. Era o lindo SDU, majestoso, com sua charmosa pracinha com diversos coqueiros que lembrava a Volta da Jurema na Praia do Meireles em Fortaleza. Perigo ainda nem pensar. Fui morar na Usina da Tijuca junto a Fábrica de Cigarros Souza Cruz. Vez por outra ia até a casa da nossa empregada no morro do Borel. Não havia perigo e todo o mundo se conhecia. Mas...veja se seria possível isso hoje?

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    3. Menezes, a Souza Cruz deu lugar ao Carrefour que foi obrigado a fechar em razão da ilustré vizinhança.

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  5. Estava lá, como aluno da Rede Pública de ensino. Como o tempo passa!!!

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  6. Bom dia a todos. Lembro que lá em casa tinha um álbum de fotografias com várias fotografias dos meus país, e tios deste evento, não sei se este álbum foi parar na casa da minha irmã ou se foi mais um que se perdeu numa das mudanças. O Congresso da juventude realizado aqui no Rio de Janeiro, também reuniu muitas pessoas na Cidade vindas do mundo inteiro.

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  7. E depois disso, durante muito tempo, os papas ficaram reclusos em Roma e os padres nas igrejas, o Vaticano não deu atenção ao "maior país católico do mundo" e aí os neopentecostais dominaram a plebe e chegaram ao poder. Fico imaginando a situação das outras religiões, principalmente a espírita, quando o Brasil se tornar "terrivelmente evangélico".

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  8. Sou radicalmente contra a qualquer tipo de proselitismo:"Cada um com seu cada um". Mas para os "crentes o "mundo começou em 1520 quando Lutero pregou suas teses na igreja de Wittemberg, dando a impressão que nada existia até então. Acho que a fé racional e inteligente é o que conta e não apenas "o que está escrito". Tomara que reflitam sobre o significado dessa pandemia e o que ela representa para a transformação e evolução do Planeta.

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  9. Minha primeira visão do Rio de Janeiro nos idos de 57 quando aqui cheguei foi o imenso vazio junto ao SDU. Vindo do Ceará, da janela do Douglas Skymaster do Real Aerovias Brasil, pude verificar e perguntar minha mãe para que servia aquele imenso espaço. Resposta de mãe: Deve ser para brincar meu filho. Dia seguinte já perturbava o Menezão: Pai vamos jogar bola naquele local que vi do avião? Hoje quando passo por lá, sempre lembro-me desse episódio.

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  10. Se não me falha a memória, minha avó me levou um dia a esse Congresso Eucarístico. Eu tinha apenas 8 anos, por isso não estou muito certo do que estou falando.

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  11. Com relação à pandemia, fico muito triste pelo fato de tantos pastores, que operam milagres à vista de todos, nos milhares de templos evangélicos espalhados pelo Brasil a fora, não irem aos hospitais e curarem as vítimas da pandemia.

    Especialmente a IURD, que pela TV transmite tantas curas milagrosas. Quanto insensibilidade e falta de empatia, não é?

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  12. Vejo por 2 ângulos diferentes. Na 4ª foto , em baixo, rara imagem da Delegacia que funcionava na esquina da Rua Santa Luzia com Graça Aranha, hoje edifício Firjan. E no local do Congresso depois foi construída a atual sede do MAM.

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  13. 881 mortos em 24 horas.
    A gripezinha já é uma tragédia.
    E daí? Diria aquele outro

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