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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

PIPAS





Um dos maiores prejuízos para a memória do Rio foi o provedor Terra ter eliminado os FRA – Fotologs do Rio Antigo. Perdemos registros incríveis.

Revendo meus arquivos encontrei informações preciosas sobre estas pipas no “Arqueologia do Rio”, do Rouen. Foi um comentário do Sergio Lopes, neto do criador destas pipas, tipo águia, que foram um símbolo das praias do Rio durante uma época, principalmente em Copacabana.

A primeira foto é de Fulvio Roiter, um italiano que aqui esteve nos anos 50 e 60. A segunda foi publicada pelo Decourt. As demais em P&B são do acervo do Correio da Manhã.

As pipas eram confeccionadas por um espanhol, Miguel Lopes Ibanez, com tecido, arames, cordonê (uma linha pouco mais fina que um barbante e mais grossa que linha convencional ou a famosa linha 10) e madeira.

Tudo era feito de forma artesanal, desde o corte do tecido, corte da madeira e do alumínio. Eram fabricadas mais de 20 mil por ano. Tudo começou na década de 1940, quando o Sr. Ibanez fabricava aviões de isopor e bolas de pano. Na década seguinte começou a fazer as primeiras pipas, tendo a tipo águia ficado na linha de produção até o fechamento da fábrica em 1991.

Estas pipas fabricadas na Fábrica Dolores Domingues Moreno E, além de encontradas por todo o Brasil, foram artigo de exportação para o Japão, Ilhas Canárias, Estados Unidos, etc. Havia também outros modelos de pipas, tais como a estrela, peixinhos, Superman, águias de plástico, etc...


18 comentários:

  1. Acho que foi o Lino, um especialista no assunto, que comentou que estas pipas não permitiam fazer grandes acrobacias e eram muito lentas e pesadas, no máximo serviam para arrastar de um lado para o outro.
    As pipas tipo pião eram as que a garotada mais gostava de soltar e cruzar. Feitas com varetas de bambu, linha e papel fino para encapar. Se usava linha 10 que era transferida do carretel para uma lata vazia (normalmente de óleo), também tinha gente que usava linha cordonê 00, bem mais grossa e que dificultava na hora de cruzar. O cerol era feito de vidro moído na linha do bonde e depois peneirado em uma meia velha de mulher, depois misturado a cola de madeira derretida com água, normalmente em uma fogueira.

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  2. Bom Dia! falei com meu filho que mora em Valencia,na Espanha. Será que por lá alguém sabe da paternidade dassas pipas?

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  3. Bom dia.
    Essas pipas simplesmente sumiram do ambiente na Atlântica.

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  4. Eram pipas para turistas sem qualquer maneabilidade e muito pesadas para qualquer tipo de acrobacia. Sua estrutura era de uma espécie de junco com miolo macio conhecida vulgarmente como "flexa" e revestida de tecido fino ordinário e multicolorido. Eram a marca de Copacabana.

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  5. Olá, Dr. D'.

    Nunca fui fã de pipas, talvez por não ter espaço suficiente onde cresci para empiná-las. Atualmente pipas são sinônimo de linha chilena e cerol, grandes perigos para pedestres e principalmente (moto)ciclistas.

    Aqui é só não chover que aparecem as malfadadas...

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  6. Como garoto do subúrbio, convivi muito com as pipas. Vi meus irmãos fazerem todo esse ritual citado, da confecção dos "piões", até a preparação do cerol. O cheiro nauseabundo da cola de madeira quente não sai da memória. Mas, eu mesmo nunca gostei muito de pipas; preferia bola de gude. Sempre gostei mais de brincadeiras de "mira", talvez por isso que depois fiquei meio viciado em sinuca.
    Aliás, esse post de hoje daria uma série interessante sobre as brincadeiras antigas no Rio... Uma sugestão.

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  7. As pipas ficavam em segundo plano, pois a minha diversão maior era o futebol no campinho, na pracinha, na calçada, nas ruas ou em qualquer lugar que pudesse reunir pelo menos 4 moleques em torno de uma bola.

    Apesar de não ter sido um “pipeiro” de mão cheia, gostava de acompanhar os mais velhos e passar algumas horas, curtindo aquele vocabulário específico e ver as “cruzadas”, passar cerol na linha, fazer rabiolas, descarregar o deizão, ou o tubo de linha 4, cortar e aparar lá nos cafundós do Judas, “guentar” linha dos outros, estancar na mão, com a linha fazendo aquela “barriga”, jogar no cabresto, chapar a pipa do outro, cair na braçada e trazer as pipas na mão, desenrolar aquele emaranhado de linha, subir nas árvores e em telhados para pegar aquele “jequinho”, enfim... uma infinidade de termos.

    Ainda hoje vejo muita gente soltando pipa aqui perto, nas férias principalmente.

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    1. Botar o irmão mais novo para correr atrás da pipa 'avuada'.

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  8. Pipas sempre foram
    a alegria da garotada e continuam sendo. Cerol no trilho de bonde e linhas esticadas nas calçadas sempre existiram e o perigo era mínimo. No passado sobravam terrenos ociosos para esse lazer e em algumas regiões eles ainda existem. Apesar disso há locais onde soltar pipas é proibido em razão das linhas chilenas, principalmente em áreas da zona oeste onde são coibidas pela Milícia. É natural que muitos não conheçam esse tipo de lazer...

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  9. Nunca gostei de pipas, meu negócio era jogar bola, bola e bola!
    Minha mãe até comprou pipas para eu e meu irmão caçula soltarmos nas areias da praia do Leblon. Mas definitivamente, essa não era a minha praia!

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  10. Pipa nunca foi minha praia. Nem da garotada lá da rua, cujas árvores eram muito frondosas e as copas quase se tocavam, não havendo aberturas para empinar as pipas.

    Mas quando eu ia à casa da minha tia, na subida do morro do Andaraí, a história era outra: muitos garotos empinando pipas. Céu todo à disposição deles.

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  11. Passei muitas tardes saudosas de domingo soltando pipa no Aterro, também gostava de soltar balão (que naquela época se comprava no jornaleiro). Uma vez ganhei uma dessas pipas de Copacabana, que a gente chamava de papagaio.

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  12. Não sei se era comum, mas pipa sem rabiola chamávamos de papagaio, que é o nome da nossa pipa em outros estados.
    Praticamente não soltei pipa, mas usei a minha altura acima do normal para pegar algumas "avoadas", que geralmente entregava para um dos meus primos. Eles moravam em ruas com mais espaço para isso.
    Futebol, em qualquer espaço, ping-pong e futebol de botão foram os mais frequentes em minha vida. Na escola teve o basquete. E nos meus últimos anos de solteiro, o vôlei em tempos influenciados pela chamada "Geração de Prata". Essa modalidade, a nível amador, atraiu muita gente porque permitia rapazes e moças no mesmo time, o que dava mais chance para a paquera.

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  13. Lembro que meu pai comprou uma ou duas dessas no início dos anos 60. Eram muito pesadas, o controle era muito ruim, mas na época eu era pequeno e o tamanho delas enchia os olhos e me achava o máximo quando conseguia controlar por alguns momentos. Bastava pouco para me sentir poderoso...

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  14. Soltei muita pipa na rua Propícia quando ainda era de terra. Moía vidro depois do Largo do Engenho Novo quando o bonde diminuía a velocidade antes de entrar na Souza Barros.

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    1. Rua Propícia ainda de terra? Provavelmente na época não passava por baixo do viaduto da rua Vaz de Toledo. De cima deste se tinha uma amplíssima paisagem descortinada, com visão de todo o Sumaré. Lugar ideal para se soltar pipa. Quando eu morava na rua Gregório Neves, do terraço da minha casa dava para ver esse viaduto, com a gurizada lá em cima empinando pipas.

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    2. Você devia moer o vidro entre o Largo do Engenho Novo e o cruzamento com as ruas Propícia e Silva Freire. Ali passavam várias linhas de bonde: 76 - Engenho de Dentro; 78 - Cascadura; 79 - Licínio Cardoso; 81 - Méier x Triagem; 82 - Méier x Tiradentes; 99 - Méier x Praça Mauá. E a 83, linha extraordinária.

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  15. Gostava muito de pipas, mas era muito ruim. Gastei muito dinheiro com elas. Não ficava muito tempo com uma no céu. Sempre que cruzava, eu voava. Meus amigos me zoavam muito.

    Morava em frente do cemitério israelita em Inhaúma. Meus amigos sempre iam lá soltar pipas e falavam de um túmulo de uma bruxa que tinha no local.
    Nunca tive coragem de entrar. Rsrsrsr

    No meu tempo a pipa sem rabiola se chamava raia.

    Perfeita a relação de expressões do Guilherme.

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