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terça-feira, 1 de junho de 2021

ESCOLA VISCONDE DE CAYRU


Foto de Malta, 1923. 

A Escola Profissional Visconde de Cayru foi criada em 12 de setembro de 1918 pelo Conselho Municipal do antigo Distrito Federal, a partir da transformação de uma Escola Primária que funcionava na Rua Dias da Cruz. 

Posteriormente, a escola mudou-se para o outro lado do bairro do Méier, instalando-se na Rua Soares nº 95. Nessa época a escola era exclusivamente masculina. Os cursos profissionalizantes permaneceram até 1954, mantendo-se depois apenas o curso ginasial. 

Em 1958 foi construído o conjunto de prédios que, atualmente, abriga a unidade de ensino. Em 1958, o Ginásio Municipal Visconde de Cairu foi transformado em Colégio Municipal Visconde de Cairu e, após a criação do Estado da Guanabara, recebeu a denominação de Colégio Estadual Visconde de Cairu.

O prédio da foto pertence atualmente ao colégio Benevenuta Ribeiro.

O prédio segue a arquitetura básica dos colégios do período Passos, mas com soluções mais modernas, como um maior número de janelas. Só no período Prado Júnior as escolas saíram desse padrão, indo para estilos diversos, como Normando, Neo-Colonial e até mesmo Déco.

19 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Tive colegas de primeiro grau que depois foram estudar no Cairu. Eu fui para outro Visconde, o de Mauá.


    O dia hoje vai ser difícil, como foi ontem, quando recebi a mais triste das notícias. Nos próximos dias minha participação neste sítio será incerta.

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  2. Essa escola na verdade fica na região alta que divide o Méier com o Lins de Vasconcelos. Uma região de altíssimo risco. As escolas públicas estão em estado terminal, tanto em seu mobiliário quanto nas suas instalações. Os furtos de equipamentos e de fios e cabos elétricos são uma constante e nada é feito para reverter essa realidade. O comentário do Hélio Ribeiro ontem foi bem apropriado e traduz essa triste rotina. FF: Em uma decisão incoerente e suspeita, o Brasil vai sediar a Copa América. Mas fica a pergunta: que interesses estão por trás de tal decisão? Será que isso não vai "aumentar ainda mais o risco de contaminação pela Covid-19?" Há estados onde as restrições à circulação de pessoas é grande, mas parece que a realização dessa Copa América é "mais forte do que qualquer vacina". Realmente o Brasil supera qualquer espectativa...

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    1. Interessa a quem vai receber muitos $$$ com esta Copa além de ser uma manobra diversionista. Circo para o povo já que o pão está raro. Foi impressionante a rapidez com que o Brasil superou a expectativa.

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  3. Augusto,minha solidariedade também.

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  4. Bom dia a todos. Fui uma vez nesse colégio quando estava no ginásio, jogar futebol de salão, o time dessa escola era bem fraquinho. Pelo que me lembro ficava numa rua de ladeira bem diferente desta da foto, como lá se vão quase 50 anos pode ser que minha memória visual esteja me traindo.

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    1. Lino, repare que na esquerda da foto, ali no gradil, parece ser o final de uma ladeira. Acho que sua memória visual não o traiu.

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  5. Vai aparecer alguém dizendo que nessas épocas o ensino era maravilhoso e tal. Não se esqueçam em geral não era grátis e o analfabetismo imperava.
    Nosso maior atraso é esse na educação. Carregamos isso há 500 anos.
    Com nossos atuais governantes não vejo muito futuro. Apesar de considerar o Brizola péssimo o CIEP era um excelente projeto. Porém como sempre os seguintes governadores não continuaram com o projeto, nem CIEP, nem creche nem nada.
    Os resultados estão aí....tráfico e milícia.

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    1. Prezado Alencar, acho que você está confundindo "qualidade de ensino" com "universalidade de ensino". Não há dúvidas de que a qualidade do ensino antigamente era muito melhor do que atualmente. Basta assistir a programas de TV onde são feitas perguntas banais sobre assuntos que eram ensinados nas escolas, e ver que os respondentes não têm a menor ideia de qual é a resposta certa. Também basta ver a ortografia e gramática de comentários no WhatsApp, em jornais, em sites do YouTube, etc, e ver os assassinatos em primeiro grau, com agravantes, que são feitos ao nosso idioma. Esses assassinos não são favelados semianalfabetos, e sim pessoas que cursaram normalmente até o ensino médio.

      Mas se você compara a universalidade do ensino, pode ser que tenha razão ao considerar que antes era menor do que agora. Não tenho como confirmar, já que eu era criança na época.

      O fato incontestável é que hoje, aos 74 anos e com a memória já começando a ratear, eu consigo responder àquelas tais perguntas com MUITO MAIS precisão do que os atuais jovens frutos da educação moderna. E posso comparar até com minhas enteadas, que não são tão jovens assim (31 e 36 anos) e estudaram em colégio particular que não era dos piores. Eu sei e me lembro de muito mais coisas do que elas. E não é por vivência, não. É por ter aprendido no colégio, mesmo.

      Isto posto, concordo com o Joel quando ele fala sobre o ensino antigo. Entendo que ele se refere à QUALIDADE do ensino e não à UNIVERSALIDADE, que é o ponto defendido por você.

      Em resumo: eu dou razão a você quanto à universalidade, mas você há de dar razão a mim e ao Joel quanto à qualidade.

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    2. Vou além nessa "universalidade", já que há muito mais por trás disso e isso pode pode ser visto na escrita, na fala, no gosto pela arte, na literatura, e principalmente no viés ideológico. Em escolas públicas hasteava-se a bandeira e cantava-se o hino nacional, havia aulas de caligrafia, "ditado", cópia, interpretação de texto, e principalmente leitura. A compreensão das coisas é fundamental para a solidez do aprendizado. O resultado disso é óbvio. Isso era qualidade. Atualmente e escrita muitas vezes é incompreensível, a leitura é ruim, a pontuação e as vírgulas são desconhecidas da maioria, a caligrafia pode até ser bonita mas a dos "excepcionais" também é, e o resultado é de apavorar. E quanto aos "gostos musicais", Karol Kon Ka, Anitta, e "Louro do Borel que o digam. Com relação a uma "interpretação de texto" de um jovem de escola pública, o resultado é mais ou menos esse: Uma professora em sala de aula escreveu a seguinte frase:"Pedro beijou Maria". E aí perguntou ao ao Paulinho: "Onde está o sujeito nessa oração"? Ao que o Paulinho respondeu: "Onde está eu não sei mas que ela deu uma mamada isso deu". Esse é o "quantitativo" que povoa as salas de aula...

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  6. Sua memória está boa: a Rua Soares, para onde se mudou a escola em questão, é realmente uma ladeira.

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    1. Na verdade a ladeira em questão é a rua Felipo Cavalcante, onde fica a entrada da garagem do Visconde de Cairu. A entrada principal, para alunos, visitantes e diversos profissionais fica na rua Soares e não é uma ladeira. Sou vizinho da escola Visconde de Cairu há 50 anos. Hoje é uma escola abandonada, mas até os anos 80 era uma escola de ponta, com um concurso dificílimo par alunos que ali almejavam estudar. Uma pena no que se transformou...

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  7. Em verdade, essa escola fica na fronteira entre Méier e Engenho Novo, numa parte do bairro que é em elevação, mas urbanizada e acessível a todos, pedestres e carros, com predomínio de moradias de classe média. Fica muito perto da Frei Fabiano, uma rua em pirambeira que já foi tema aqui no blog.

    Concordo com o José Rodrigo. Perdemos várias oportunidades de transformar nosso País pela Educação. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, com participação do Anísio Teixeira e da Cecília Meirelles, entre outros, defendia escola pública, laica, obrigatória, gratuita e em tempo integral, mas foi boicotado pela igreja e pela elite, embora o movimento fosse liderado por pessoas da própria elite. Isso foi em 1932, ano em que a ditadura Varguista ainda tinha pleno apoio de milicos e da elite. Anos mais tarde, o nazimiliquismo se vingaria do trabalhismo de Vargas e instauraria uma ditadura pra chamar de sua. Os ditadores que queriam "salvar a democracia" (rsrsrs) derrubaram uma lei de 1961 que obrigava o investimento de 12% do PIB em Educação. Ao final do governo Figueiredo (o ditador de sunga e barrigão), os investimentos em educação somavam parcos 2,5% do PIB.

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    1. Luiz Antônio, respirei sensatez com este teu comentário. Há coisas tão simples e lógicas que poderiam ter sido feitas em nosso país, mas que, infelizmente, sempre esbarram em interesses de castas. EUA, Japão e outros países avançados fizeram a reforma agrária; Coréia, Alemanha e outros fizeram a revolução educacional; mas, se você pregar qualquer coisa nestes temas rapidamente é tachado de "comunista"...
      Às vezes aquela famosa e enigmática frase "forças estranhas" do Jânio faz algum sentido.
      E vamos seguindo assim, "passando a boiada"...

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    2. Exatamente, Wagner. Quem lê, por exemplo, as reformas de base propostas pelo governo de João Goulart (tem no site da FGV) não vê nada de absurdo ali. A reforma agrária que se propunha era em moldes capitalistas, com indenização dos proprietários, conforme depoimento de vários integrantes do governo Jango, como o Almino Afonso e o Waldir Pires. O próprio Jango era um estancieiro gaúcho. Outra proposta: reforma urbana. Alguém, vendo nossas comunidades apinhadas de gente, miséria e violência, acha que não precisaríamos de uma reforma urbana ampla, técnica e com bases humanistas?

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  8. Conforme lista da secretaria de educação da prefeitura o endereço desse prédio é Rua Felipe Cavalcanti, nº. 10, Méier (muito bem, tem que ter o acento para encontrar). E conforme indicado no texto, agora é a Escola Municipal Benevenuta Ribeiro.
    O Visconde de Cairu, por ser estadual, não entra na lista, mas ele sim, tem entrada pela Rua Sagres.
    E com certeza ambos são cercados por ladeiras em todos os lados.

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  9. Penso que de todos os comentaristas talvez eu seja o mais habilitado para comentar sobre esse educandário. A razão é simples. Com muito orgulho fui aluno desde a sua inauguração (1958) das novas instalações, até 1961 quando me transferi para o Colégio Estadual Sousa Aguiar no centro da cidade. Em primeiro lugar de fato esse colégio tem sua origem na Escola Técnica Visconde de Cayru, como ficou conhecida popularmente. Ainda em 1958 conheci as antigas instalações no antigo prédio, com seus equipamentos para o ensino técnico. Naquele momento uma nova iniciativa surgiu para aprimorar o ensino secundário nas escolas estaduais, tendo o Visconde de Cayru como padrão de excelência. Na ocasião foi nomeado diretor o professor de português/literatura Enéas Martins de Barros, autor de livro didático de português, entusiasta de qualquer atividade lúdica/educativa, em especial as esportivas. Isso motivou o desenvolvimento de membros do corpo discente que, tempos depois, se destacaram em suas modalidades. O espectro dessas iniciativas se ampliou a ponto de ser o único educandário da rede estadual a abrigar um inédito Clube de Aeromodelismo, do qual fui fundador e presidente.

    Seu corpo docente era, em sua maioria, composto de profissionais altamente preparados, alguns catedráticos do Colégio Pedro II, e até estrangeiros de origem como, curiosamente, um professor de física e desenho francês que era conhecido por ter sido contemporâneo de Santos Dumont. As atividades desses profissionais eram facilitadas pela qualidade das novas instalações como, por exemplo, salas de química e física, com equipamentos de última geração e até, novidade na época, de sala especial para o que se convencionou chamar de Estudo Dirigido. Funcionava assim: Durante o período letivo diariamente haveria um professor de plantão para orientar o aluno com alguma deficiência em matéria específica. Na entrada da sala estava fixada em um quadro a escala de plantão para cada matéria.

    O Cayru também se destacou nos desfiles oficiais da época pelo treinamento que recebeu de seus professores de educação física, alguns com formação militar, que impunham a necessária disciplina, sem exageros, para o devido garbo nas apresentações.

    Tive a honra de ter uma foto do colégio de minha autoria utilizada na capa do convite de formatura do secundário de uma das turmas. Também, na condição de praticante de artes marciais, fui o introdutor das primeiras tentativas do ensino dessas artes nas aulas de educação física.

    Muito teria o que contar sobre essa saudosa época, como a formação de corais e outras atividades ligadas à música, mas o espaço é curto.

    Há quem atribua o início da decadência dessa prestigiosa escola à introdução do ensino em horário no turno. Penso que seria uma explicação muito simplória para justificar toda uma deterioração do ensino público.

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  10. (correção): ...horário noturno. Em tempo: Na modalidade planadores o colégio participou de competição em 1960, patrocinada pela loja Hobbylandia, ficando em terceiro lugar na colocação final.

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  11. Sou vizinho da escola Visconde de Cairu desde os anos 60. Estudei na escola municipal Benevenuta Ribeiro de 1968 a 1978. A Benevenuta Ribeiro é essa escola da foto e realmente não posso afirmar se antes era nominada de Visconde de Cairu. Essa escola fica realmente em uma ladeira chamada rua Felipo Cavalcante. Nessa mesma ladeira se encontra a entrada do estacionamento da Visconde de Cairu, que dá acesso às dependências da escola. A entrada principal da Visconde de Cairu é pela rua Soares, que não é uma ladeira. Vele lembrar que a Benevenuta Ribeiro é uma escola municipal e a Visconde de Cairu é uma escola estadual. Ambas ficam no mesmo terreno. Até os anos 80, a Visconde de Cairu era uma escola de ponta, com um concurso dificílimo para entrar. Vale ressaltar que o diretor é ator Jorge Fernando estudou na Visconde de Cairu quando jovem e foi no teatro dessa escola que teve as primeiras experiências teatrais. A escola tinha um teatro muito bem equipado que, hoje, infelizmente, como todo o resto, está abandonado. Muito triste o que fizeram com Essa escola.

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