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quarta-feira, 11 de maio de 2022

LEBLON

Esta foto é do "Correio da Manhã" em 1964 e servia para ilustrar uma reportagem em que os moradores da Rua Aristides Espínola reclamavam do trânsito e do barulho dos bares.

Realmente era um absurdo a mão-dupla nesta rua estreita do Leblon. Quanto ao barulho não havia dúvida que existia e persistiu por muito tempo.

Na primeira esquina à esquerda, antes da Rua Ataulfo de Paiva, ficava o Real Astória (RÁ para os "descolados"). À direita, não me lembro o que havia na época.

Nas esquinas após a Ataulfo, à esquerda, ficava e ainda fica a Pizzaria Guanabara. Foi um "point" e tanto por décadas. Várias vezes foi autuada pela Vigilância Sanitária, mas seus frequentadores fiéis não se incomodavam. À direita, na época, ficava o "Portinho", como carinhosamente chamávamos o "Bar e Restaurante Porto do Mar", que tempos depois adotou o nome de "Diagonal", por ficar na diagonal do RA (Real Astória).

Lá no "Portinho", durante muitos anos "escritório" de nossa turma de colégio e faculdade, pontificava o garçon Martinez. 

Era um tempo em que o Leblon era pouco badalado, onde o "Degrau" ainda ficava do lado par da Ataulfo, onde era ótimo frequentar o cinema Leblon e o cinema Miramar, na praia. 

Para um bom almoço se podia ir para a Dias Ferreira, onde ficava o "Final do Leblon", um pequeno restaurante de bairro, em frente ao "Pronto" (este ficava na mesma calçada da badaladíssima, na época, "La Mole"). 

Hoje em dia o Jobi brilha ao lado de outros bares como o Bracarense e o Clipper. Na época desta foto, e um pouco mais adiante no tempo, também faziam sucesso no Leblon os restaurantes "Panelão", "Caldeirão", "Helsingor", "Manolo", "Antonio´s", "Alvaro´s", "Le Chateau" e tantos outros. 

Já neste século o Leblon entrou na moda e foi invadido por restaurantes chiques, prédios altos, gente estranha e "snob", e foi perdendo aquele ar tão gostoso e pacato dos anos 60 e 70 do século XX, quando havia o pequeno comércio, sem "shoppings", nem grandes sofisticações. 

PS: até a velha carrocinha de leite ainda servia os moradores do Leblon.


 A reprodução do Google Maps mostra o mesmo ângulo atualmente. No lugar do Real Astória há um grande prédio com lojas no térreo. À direita, na primeira esquina, há um BB Lanches. Do outro lado da rua sobrevivem a Pizzaria Guanabara e o Diagonal (no lugar do "Portinho".

20 comentários:

  1. Os carros de leite como os da foto pintados de azul e branco eram puxados à mão e podiam ser encontrados na cidade inteira. No canto direito da foto é possível observar um Trolley-bus. O formato do teto e das janelas é inconfundível. Poucas vezes fui ao Leblon no período "pré Rebouças" mas lembro bem do pouco movimento.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Leblon igual a bairro de passagem quando voltava para casa, vindo de Botafogo, principalmente. Usava o 2113 (depois 332) e via o movimento da Delfim Moreira e Bartolomeu Mitre.

    Vou acompanhar os comentários.

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  3. Em tempo, acredito que em breve aparecerá a identificação dos veículos da primeira foto. Eu já contribuo identificando a kombi. Detalhes como ano de fabricação deixo para especialistas como o biscoito...

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  4. Um dos grandes problemas do Leblon é a falta de vagas para veículos, problema esse agravado em razão do grande número de prédios que não dispõem de garagem. Ir ao Leblon de carro "é uma África". Até o final da década de 90 era possível estacionar sobre as calçadas ou "com duas rodas", mas com a implantação do CBT em 1997 e com a "sede de dinheiro" dos "Prefeitos da hora", encontrar uma vaga na maioria dos locais é como encontrar uma nota de R$ 4,00.

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  5. O Real Astória, Ataulfo de Paiva 1235, do Juan Gomes Ferrero, tinha bons vinhos espanhóis e paredes com "posters" da Espanha. Um dos pratos famosos era o camarão à paulista, com queijo e arroz à grega. Aliás, era daqueles restaurantes que tinha um cardápio enorme, com muitas opções. Colado no Real Astória havia o Baco, onde o pianista Luís Reis, o popular Cabeleira, tocava todas as noites. Cabeleira também era comentarista de turfe, ao lado do Bolonha.
    O gerente mencionou alguns restaurantes do Leblon dos anos 70 mas havia muitos mais: o Antonino, o Un, Deux, Troix, o Antonio´s, o Recreio do Leblon.

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  6. Fui inúmeras vezes ao Final do Leblon, bons pratos, preços pagáveis, estacionamento fácil. Hoje, por ali, só se encontra um bom prato. Mas, sem enrolação, a foto de hoje mostra um pouco mais do que o cantinho do chifrudo.
    Uma Kombi 1961 e um Lincoln Cosmopolitan 1949 fazem um lado do carrinho de leite, enquanto um Citroën Légère até 51, um Simca Chambord e um Dauphine fazem a contramão. Mais atrás vejo um sedã dos anos 30 (Packard) e um Buick 47 conversível. incrível como em 1964 os automóveis de 15 ou mais anos ainda estavam em bom estado.

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    1. Incrível é saber que em 64,ainda rodavam e em bastante número carros dos anos 30....e eles ainda foram até os anos 70....

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  7. Boa lembrança esta do Cabeleira. Era amigo do também comentarista Pangaré, que escrevia três vezes por semana sobre turfe no Globo. Hoje não há mais menção ao turfe naquele jornal.
    Quando foi que acabou o serviço dessas carrocinhas de leite? Antigamente não entregavam o jornal, se bem me lembro, só leite e pão.

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    1. Ultimamente só havia menção a turfe no Globo ou outro veículo do grupo quando havia um páreo homenageando algo do grupo Globo ou por causa do GP Brasil.

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    2. As carrocinhas nem sempre entregavam pão. No final dos anos 60 caminhões das distribuidoras de leite passaram a deixar engradados com sacos plásticos de leite durante a madrugada na porta dos estabelecimentos ainda fechados. O interessante é que ninguém furtava um saco sequer. Atualmente ainda existem padeiros que entregam pães variados em frente aos edifícios.

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  8. Martinez com "z" certamente era Espanhol.
    Sobre a Pizzaria Guanabara além de suja tenho minhas dúvidas se aquele chiclete pode ser chamado de Pizza.
    Faltou contar que nessa esquina eta o Baixo Leblon, até os anos 90 a rua fechava de tanta gente.

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    1. Eu gosto da pizza da Guanabara, mas li que a pizzaria ao lado é muito boa, mas ainda não provei. No ano passado a Guanabara estava fechada, ai pedi uma pizza no Diagonal, horrível, intragável! Atualmente ambos lugares parecem um deserto, não sei como e nem pra que mantem as portas abertas.

      Nunca vou me esquecer do re-encontro com a linda e exuberante Ludmila no Diagonal, meses depois de termos viajado juntos na caçamba de um caminhão nos Andes, durante a viagem no trem da morte para a Bolivia e Peru.

      Ah, que saudade!

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    2. Diagonal é aquele bar onde pessoal Vai por não achar lugar nos outros.

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  9. Bom dia a todos. O Leblon dessa época parecia um bairro da zona Norte ou Subúrbio. Falando em Restaurantes da rua Aristides Espínola, foi esquecido o recentemente fechado Antiquárius (era o melhor Português do Brasil), com todos os problemas do Leblon ainda é o M2 mais caro do Brasil.
    FF. Como foi comentado sobre turfe, no domingo assisti o Kentucky Derby na TV (um dos 5 maiores GP de Turfe do Mundo), o vencedor foi um azarão que atropelou por dentro na reta final nos últimos 100 metros, pagou a mixaria de 170:1, quem acertou ficou rindo a toa.

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    1. Lino, um grupo que era do Antiquarius abriu o "Entre Amigos", na Paulo Barreto nº 64, em Botafogo. Está muito bom e os preços são um pouco mais baratos do que, comparativamente, eram no Antiquarius. As croquetes de carne continuam imbatíveis.

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    2. Dr. D' já estive algumas vezes no Entre Amigos, realmente é muito bom, e os preços melhores ainda em comparação com o Antiquarius. Mas para mim atualmente o melhor Restaurantes Português é o Gruta de Santo Antônio em Niterói. O Bacalhau a Lagareiro deles é de comer de joelhos rezando, o único defeito é que é bem carinho.

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  10. Muito simpático o Leblon até 6ª de manhã. daí em diante o público muda e até melenudo pobre tem circulado, bem como moças da falecida Help. Modismo é foda. Enquanto isso o Marcus Gasparian luta para manter a única livraria de rua do bairro, a Argumento. Não dá pra barrar ninguém, mas fica intransitável nos fins de semana, fica desagradável. porém 2ª de manhã cedo é uma quarta feira de cinzas. Parente meu mora lá e vive essas flutuações de público.

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  11. Cadê o especialista em carro. Queria saber se aquele Americano do canto esquerdo é um Hudson ou Nash.

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  12. Que beleza, Kombi Corujinha, Simca, Citroën, Lincoln e Gordini ou Dauphine.

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