Total de visualizações de página

segunda-feira, 20 de junho de 2022

NORMANDIE NO RIO


With a little help from my friends Rouen, Decourt, Nickolas e Carlos Paiva, vemos hoje o famoso “NORMANDIE” em suas andanças pelo Rio de Janeiro nos anos 30 do século passado.


Construído no início da década de 1930, foi lançado ao mar em outubro de 1932 e sua viagem inaugural ocorreu em 29 de maio de 1935.

Desenhado pelo arquiteto naval Vladimir Yourkevitch, o Normandie foi construído para ser "o rei dos transatlânticos", sendo o primeiro a ultrapassar 60 mil toneladas (total de 82.800 toneladas) distribuídos em 308 metros de comprimento e com capacidade para 3.317 pessoas, incluindo passageiros e tripulantes, além de ser o maior turbo-elétrico existente até então.

Com o advento da 2ª Grande Guerra o Normandie foi rebatizado de USS Lafayette com o objetivo de ser convertido em um navio de transporte de tropas. Entretanto, ele pegou fogo durante os trabalhos de conversão em 9 de fevereiro de 1942 e emborcou em sua doca em Nova Iorque.

O Lafayette foi levantado em 1943 e parcialmente desmontado, com alguns projetos sendo propostos para sua recuperação. Entretanto, esses foram abandonados e ele foi vendido como sucata em 1946 e desmontado completamente até 1947.


O Normandie veio ao Rio de Janeiro duas vezes, em 1938 e 1939. O navio não atracou no terminal do Touring na Praça Mauá devido a seu calado. O navio era decorado em art-déco. Consta que foi num “show” a bordo do Normandie que um produtor da Brodway se deslumbrou com a cantora Carmen Miranda e a levou para Nova York.

Medalha comemorativa da passagem do Normandie pelo Rio em 1938.


Medalha comemorativa da passagem do Normandie pelo Rio em 1939.


O Rio da década de 1930 era tão diferente que a Avenida do Mangue era uma atração turística indicada para os passageiros do Normandie.


E terminamos a postagem com esta bela colorização do Normandie feita pelo craque Nickolas Nogueira.

Em 16/02/1938 o “Correio da Manhã” descreveu a chegada do Normandie: “Rompendo vagarosamente a tênue cerração que encobria a visibilidade barra afora, a massa imponentemente bela e de linhas perfeitas do “Normandie” singrou as águas da Guanabara pela primeira vez, quase ao findar a manhã de ontem.

Estava embandeirado em arco e uma longa flâmula tremulava no alto do mastro de popa – o “Ruban Bleu”. Conquistou-a na sua primeira viagem, em 29/05/1936, batendo o recorde de velocidade e de tempo, na travessia da Europa aos Estados Unidos.

O super-transatlântico francês é bem uma das maravilhas da navegação contemporânea. Uma verdadeira cidade que pode ter a população de mais de três mil pessoas.”


22 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Minha memória pode estar me traindo mas, salvo engano, foi postada anos atrás uma série de fotos de um álbum referente a este navio. Acho que pode até ser parte das fotos de hoje.

    Acompanharei os comentários.

    ResponderExcluir
  2. Na falta de avião ... Era chique cruzar o Atlântico.2 semanas . Hoje só petróleo e outras mercadorias . Os cruzeiros revezam passageiros, acho , pois nunca viajei pela costa. Minto , pequeno , minha família foi a Santos no Rosa da Fonseca. Desde o início do século saída e chegada de navios anúnciada em jornais, bem como o nome de alguns passageiros.

    ResponderExcluir
  3. Bom dia Saudosistas. Acho que já teve uma postagem deste navio, não me lembro quando, mas como não sou chegado a cruzeiros e viagens de navio, vou só acompanhar os comentários.

    ResponderExcluir
  4. Um navio desses, perto das verdadeiras cidades flutuantes que são os navios de cruzeiro atuais, não passa de um barquinho de papel.

    ResponderExcluir
  5. Pena que não existe mais navios nesse padrão. Nem mesmo eternamente ancorado para uma visita, como um museu.
    Pelo que vejo na mídia os atuais lembram mais um condomínio residencial com shopping ou algo do tipo.
    A jovem em frente ao canal do mangue está próxima à Praça XI.
    O portão com o brasão da República seria uma relíquia atualmente.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ainda há o Queen Mary, em Long Beach, na Califórnia.

      Excluir
  6. Imagine o que pensariam aqueles destemidos navegadores do século XV e XVI, em suas frágeis caravelas e semelhantes, ao ver um Titanic, um Normandie, em Queen Elizabeth, e outros. Sonho ou pesadelo?

    ResponderExcluir
  7. E que dizer dos polinésios, dos vikings, dos fenícios, dos chineses, dos árabes, enfrentando tempestades oceânicas em seus frágeis barcos? Quantos morreram?

    ResponderExcluir
  8. E mais modernamente, porém a título de experiência ou prova, o Thor Heyerdahl ou o Amir Klynk? Me incluam fora disso.

    ResponderExcluir
  9. Passei a vida toda falando mal dos cruzeiros, dizendo que jamais entraria em algum. Pouco antes da pandemia fui convencido por uma amiga para, junto com outros dois casais, embarcar num para ir de Copenhagen a São Petersburgo. Era uma companhia muito boa, a Crystal Cruises, com cerca de 700 pessoas a bordo. O mais incrível é que era tão bem organizado que, fora a hora do jantar, você pouco via as outras pessoas. Tudo funcionava à perfeição à bordo e em terra. Fiquei absolutamente encantado com o tratamento dado pela tripulação, pela qualidade do serviço, pelo maravilhoso passeio.
    O único defeito foi que não consegui achar nada para reclamar...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cruzeiro via Mar Báltico. Imagine um através de oceanos. Um colega de trabalho se inscreveu e foi aceito na tripulação de uma dessas cidades flutuantes. Estava conhecendo o mundo a bordo. Perdi contato com ele.

      Excluir
    2. Um amigo do meu irmão fez aquela viagem famosa a bordo de um navio da Marinha, ao fim do curso na Escola Naval. O navio teve o leme avariado no Mar do Norte, durante uma tempestade. Os escafandristas não podiam fazer o conserto por causa do mar revolto. Durante três dias o navio ficou à matroca, mera casquinha de noz rodopiando e balançando nas ondas. Vade retro.

      Excluir
    3. Mestre Hélio 3 dias a deriva no Mar do Norte com ressaca eu chamaria a família inteira do Raul. rs, rs, rs, rs,

      Excluir
    4. Eu também pensava que nunca iria num cruzeiro, porém apareceu um preço muito bom numa cabine com varanda no Queen Mary II e passamos 11 dias maravilhosos no Caribe, foi difícil voltar a terra firme.

      Isso foi a quatorze anos atrás, e ainda tenho no armário roupas novas chiques com etiqueta que comprei para o cruzeiro.

      Excluir
  10. O Eduardo Bueno escreveu uma trilogia sobre os primórdios do Brasil. Um dos livros se chama "A Viagem de Descobrimento". Narra os primeiros tempos da navegação da época da Escola de Sagres. Muito bom.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Li um livro muito bom sobre esse assunto: “Fernão de Magalhães - Para Além do Fim do Mundo”, por Laurence Bergreen

      Excluir
    2. Achei interessante. Vou tentar comprar.

      Excluir
  11. O livro deve ser interessante. Já li alguns sobre esta viagem. No último a viagem é contada pelo ponto de vista de Elcano. É um bom livro.

    ResponderExcluir
  12. O Normandie, a meu ver e no de muitos apreciadores de transatlânticos, foi um ponto fora da curva em termos de luxuosidade.

    Videos e fotos fazem transparecer uma aura de requinte que nenhum ou quase nenhum transatlantico da mesma ou de outra época conseguiram alcançar. Foi uma experiência para poucos, seja pelo preço, seja pela sua curta existência.

    ResponderExcluir
  13. O que eu citei é Fernão de Magalhães: A magnífica história da primeira circum-navegação da Terra

    ResponderExcluir
  14. Luiz, mandei uma msg ontem no comentário do Hélio sobre a trilogia do Eduardo Bueno.

    Disse: a trilogia é ótima. Recomendo!

    Não apareceu para vc?

    ResponderExcluir