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quarta-feira, 24 de abril de 2024

GP BRASIL - TURFE

Antigamente o Grande Prêmio Brasil era um dos grandes eventos da cidade do Rio de Janeiro. Era realizado sempre em agosto (agora é no 1º semestre, este ano em junho).

Vemos hoje fotografias dos anos 1950 no Jockey Clube Brasileiro, um dos mais belos hipódromos do mundo.


Na foto acima vemos o Jockey Club Brasileiro no dia do Grande Prêmio Brasil de 1954. No páreo principal, ouviu-se o famoso "Dá-lhe, Rigoni!" e, montando "El Aragonês", com 59 quilos, o famoso jóquei, talvez o melhor "freio" a montar na Gávea, ganhou o páreo.

A seguir chegaram Joiosa, Bakari, Quasi e Yorick. "El Aragonês", um castanho de 5 anos, filho de Ramazon e El-Chú, de propriedade do Stud Piratininga, era treinado por O. Ojeda.

No momento da foto, provavelmente, iria ser corrido um páreo em 1200 metros na grama, pela movimento junto ao partidor (à esquerda, na parte inferior). 

O partidor, naquele tempo, era ainda uma fita e não os boxes metálicos, individuais, de hoje. Por isto, muitas partidas não eram boas, dada a dificuldade de alinhamento dos animais.

Esta bela mulher foi uma ds presentes neste GP Brasil de 1954. Foi uma dos mais espetaculares de todos os tempos. O vencedor, o argentino El Aragonés, foi corrido em último, afastado do penúltimo, tendo virado a reta nessa posição. Foi a maior atropelada jamais vista em um G.P.Brasil ! Foi alcançar a mencionada Joiosa (Stud Rocha Faria) em cima do disco.

Foi a primeira vitória de Rigoni num GP Brasil, o que provocou um delírio entusiástico na assistência. )O magnífico El Aragonês já vencera naquele ano, em SP e com o mesmo Rigoni, o Grande Prêmio IV Centenário, prova com excepcional dotação, superior até ao GP Brasil.

Para os turfistas e apreciadores de corridas da época, a vitória do argentino foi, contudo, imerecida, pois a aguerrida Joiosa, do Stud Rocha Faria, sofreu bastantes percalços durante todo o percurso (3000m), culminando com a queda, à sua frente, de dois concorrentes (Titanic e Efusivo). Isso obrigou seu jóquei, o bridão chileno Emigdio Castillo, a desviá-la do caminho original. Sua atropelada, porém, numa brecha junto à cerca interna, foi tão ou mais espetacular que a de El Aragonês, por fora, com pista totalmente livre. A diferença entre os dois, no disco de chegada, foi apenas de cabeça.


No ano de 1955 o vencedor foi o argentino Mangangá, filho de Gulf Stream e Margarida, estreava na Gávea e o fez de forma espetacular, derrotando Adil, um excepcional cavalo que venceu por três vezes consecutivas o GP São Paulo, em Cidade Jardim, mas nunca conseguiu vencer o GP Brasil. 

Em terceiro finalizou Quiproquó (que chegara em 10º lugar em 1954), com Ballenato em quarto e Profundo em quinto. El Aragonês, montado pelo chileno Luiz González, não atropelou como no ano anterior e terminou fora do marcador.

Em fotos da revista "Manchete" vemos o aspecto do Hipódromo da Gávea em 1955.


O hipódromo lotado aguardava a largada do GP Brasil. A bandeira vermelha hasteada indicava que as apostas já haviam sido encerrada e a largada do páreo era iminente. 

A prova, durante muitos anos, foi disputada em 3000 metros e de uns tempos para cá passou a ser disputada em 2400 metros.

À época, agosto devia ser um mês frio, pois as elegantes usavam e abusavam de roupas de inverno.

Chapéus dos mais diversos tipos e casacos de pele sempre faziam sucesso.


O importante era ver e ser vista. Se tivesse foto nas colunas sociais ou nas edições especiais da "Manchete" ou de "O Cruzeiro", era a glória.




45 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    O feriadão foi bom?

    Lembro de a Globo interromper a programação para transmitir o páreo. Eram tempos de "barbadinhas" no Globo Esporte, geralmente com o Ernani Pires Ferreira. Recentemente o JCB fechou acordo com o Bandsports.

    Vou acompanhar os comentários.

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  2. Acabei de ouvir que houve ontem à noite um acidente no JCB e um jóquei está internado em estado grave no hospital Miguel Couto.

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  3. Diante das fotos dessa postagem tem-se a impressão de que trata-se de um país europeu e que provavelmente o Luiz se enganou e "fez confusão na hora de publicar". Brincadeiras à parte, é triste constatar o quanto o Rio de Janeiro decaiu "em todos os sentidos", fazendo lembrar o célebre filme de John Ford: "Como era verde o meu vale".

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  4. É um esporte muito arriscado e os jóqueis são muito corajosos. O turfe está em baixa, com o hipódromo quase deserto. Hoje em dia é mais jogo com casas de apostas credenciadas e jogo pela internet. Quase ninguém conhece os cavalos ou sabe de sua filiação. Os jornais não publicam nenhuma reportagem. Não há programas no rádio e a TV Turfe tem baixa audiência. A Band passou a transmitir só alguns páreos e usa som e imagem da TV Turfe.

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  5. Não duvido que o JCB fature mais com eventos paralelos, como shows ou o Rio Open de tênis.

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  6. É bom mesmo que o Jóquei fature de algum modo e sobreviva porque deve haver muitas empresas de olho naquele espaço todo para construir um novo bairro na zona sul. Há tempos um daqueles hospitais famosos de São Paulo queria construir uma unidade perto do lado da Lagoa.

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  7. Há algum tempo chegaram a cogitar mudar o Rio Open para o Parque Olímpico (onde tem quadras de tênis) no final do atual contrato. Mas a localização atual é "privilegiada" e há resistência e interesses envolvidos...

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  8. Nos anos 50 o Rio de Janeiro era a vitrine do Brasil e a Capital da República. Nos dias de hoje é a capital do crime e das organizações criminosas, onde seus verdadeiros chefes são parte integrante do Poder Público, possuem "imunidades legais", e estão acima da Lei. Alem disso mais de 60% do território do Município é controlado por organizações criminosas e onde o Estado não tem acesso nem tampouco controle. É impossível "descer mais fundo".

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  9. Bom Dia ! Quando era jovem , como muitos que aqui comentam , joguei nos cavalos e também no "bicho". Hoje estou tentando a sorte na Quina. Na Sena acho muito mais difícil.

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  10. A profissão de jóquei é arriscadíssima, o sacrifício para manter o peso exigido é enorme e a remuneração, exceto para poucos, é ínfima. O que, provavelmente, os torna vulneráveis a aceitar subornos para adulterar os resultados dos páreos.
    É famosa aquela troca de palavras entre dois jóqueis que lideravam um páreo:
    - "Passa, passa, que eu estou no "bolso", Não posso vencer", dizia o que estava em primeiro na reta final.
    - "Não posso, eu também estou no "bolso".

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  11. Em 1956, esse mesmo Rigoni, jóquei do El Aragonés, sofreu uma queda numa prova de 1200 metros e ficou afastado das pistas por mais de um ano, com sérios danos na coluna vertebral. Junto com ele, cairam mais 3 jóqueis, sendo que um deles, Geronimo Cabrera, com muita gravidade, ficando internado no Hospital dos Acidentados. Não me lembro se veio a falecer por causa desta queda.

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  12. Comecei a acompanhar o turfe nos anos 50. O locutor do JCB era o Teófilo de Vasconcelos. Os jornais tinham uma página inteira com colunas sobre turfe, como a do "Pangaré", escrita pelo genail Haroldo Barbosa, além do cronometrista Oscar Griffits que informava o tempo dos treinamentos. No rádio, além da Rádio Metropolitana com o Bolonha e o Vareda, a JB com o Ernani Pires Ferreira e o comentarista Domingos Pontes Vieira, se destacava. o Luiz Reis, o "Cabeleira", jornalista re compositor e o "Professor" Sergio Rezende, tinham colunas nos jornais e no rádio. Várias revistas semanais se dedicavam exclusivamente ao turfe.
    E não podemos deixar de lembrar, ao lado do Adil, grandes campeões dos anos 50 e 60. Citando de memória aí vão Narvik, Escorial, Farwell, Zenabre, Sabinus, Fiapo, Gualicho, Quiprocó, Xaveco, Majors Dilemma, etc. Em anos mais recentes, se é que podemos chamar a década de 80 de recente, tivemos o Itajara, que arrastava multidões à Gávea.
    Entre as grandes éguas que vi correr estão Emerald Hill, Off the Way e Anilité. Por motivos afetivos, por pertencerem a um amigo, a dupla Ana Bolena e Ana Queen, tinha minha admiração.
    Lá em cima, na primeira foto, há a descrição de que Rigoni montava no regime de "freio". Já não montam mais com este tipo de equipamento. Hoje só sobreviveu o regime de "bridão".

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  13. Certa vez assisti um documentário sobre a vida dos jóqueis, fiquei impressionado, iniciam a carreira muito jovens, além dos requisitos físicos, a vida é duríssima, começam a trabalhar duro às 4 hrs e nada de folga nos fins de semana. São milhares de corridas, só para se ter ideia, o lendário Rigone, segundo sua biografia, teve só de vitórias mais de 1.800.

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  14. O recordista mundial de vitórias como jóquei é Jorge Ricardo, brasileiro, ainda em atividade aos com mais de 13 mil vitórias. Tem 63 anos de idade.

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  15. Numa das poucas vezes que fui ao Jóquei e me dei bem foi na estreia da égua Miss Elegante e o jóquei também era estreante Não sei se vou escrever certo, A. Hodeker.

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    1. Arno Hodecker foi um jóquei conhecido, que depois virou treinador. Já faleceu. Seu filho, que tem o mesmo nome, é treinador na Gávea atualmente.

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  16. Observador de observadores24 de abril de 2024 às 12:38

    Hoje tem mais um tema para enriquecer o meu blá blá e o meu sambarilove. Desse eu não entendo, mas pra quem não sabe nada tá bom. Meus palpites não dão em nada mas eu tô firme na enrolação. Daqui a pouco morre alguém e aí vai ter assunto até amanhã.

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  17. Cadê obiscoitomolhado?

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  18. Taí um tema que merecia a apreciação do DI LIDO. Serie ele apreciador dos cavalos?

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  19. Não seriam as corridas de cavalos uma forma de maus-tratos aos animais?
    Por que é permitido que os cavalos sejam submetidos a treinamentos extenuantes e depois sejam vítimas de inúmeras chicotadas durante os páreos?
    Com frequência podemos ver cavalos sacrificados na própria raia por conta de fratura das pernas.
    Hemorragias pulmonares são registradas nos livros de ocorrências com grande frequência.
    Ficam confinados em boxes diminutos apenas para divertir os humanos.
    É tudo muita crueldade.

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  20. Boa tarde.
    Nunca fui ao Jockey, o que - juntamente com a ida ao Pão de Açúcar, também nunca visitado por mim - preciso resolver nos próximos 20 anos ...

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  21. Mário, ir ao Jockey num domingo à tarde, principalmente num dia lindo de Outono é ótimo programa. Tem estacionamento (eu acho), é gratuito, não é cheio, tem diversas barraquinhas, às vezes recreadores para as crianças e assistir de perto os cavalos correrem a cada meia hora é muito bonito.

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  22. Sim, deve ser muito agradável.
    Já fui ao restaurante Rubayat (acho que escreve assim) e vi os cavalos passarem bem de perto (tomei um susto).
    Vou programar uma visita.

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  23. Visitei o Jockey em 2022. Não era dia de corrida, mas me deixaram entrar para conhecer as arquibancadas e o entorno delas. Estavam justamente montando as instalações para algum evento extra.
    Não sei se o Getúlio gostava de turfe e se esteve naquele GP Brasil de 1954, mas 4 dias depois a rotina dele iria ser atropelada a partir da ocorrência na Rua Tonelero, até que tomasse um decisão trágica.

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  24. Apesar de a postagem ser sobre corridas de cavalos, hoje é o dia do boi e do churrasco. Em alguns lugares usam carne de gato ou cavalo...

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    1. Me parece ironia, celebrarem o dia do boi e do churrasco no mesmo dia.

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    2. É estranho, mas de repente uma coisa levou à outra... só não sei dizer qual. Uma reportagem do JH mostrou uma cidade do RS considerada a "capital nacional do churrasco", mas não cheguei a ver.

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    3. Insistindo no assunto, hoje (25/04), "comemora-se" o dia do corno.

      Calma, eu explico...

      Hoje é dia de São Marcos e, em Portugal e na Espanha, é costume desde o século XIX levarem chifres de animais para serem benzidos. Geralmente quem levava eram homens casados. Daí...

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  25. E por falar em Portugal, meio século de democracia em Portugal com o fim do salazarismo, da ditadura do atraso com o pior estilo do que é uma republiqueta das "bananas", se fosse na América, só que bem mais atrasada em relação ao continente lá deles.
    Espanha idem com o franquismo, proporcionalmente uma das mais sanguinárias do século 20, que terminou no ano seguinte.

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    1. Antônio de Spínola25 de abril de 2024 às 12:12

      A política de Salazar contribuiu para que Portugal deixasse escapar as possessões africanas, e com isso perdeu prestígio e dinheiro, mas enquanto governou manteve manteve o país a salvo de influências políticas nefastas.

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    2. Fui muito a Portugal, antes e depois de Salazar. Foi impressionante a transformação. Do atraso total, em todos os campos, para um país acolhedor, desenvolvido e que, com as verbas da Comissão Europeia, construiu magníficas estradas, reformou cidades, transformando-se num destino turístico de primeira linha.

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    3. Infelizmente não tenho esperança de um dia conhecer a terra de meus pais. Meus primos foram antes da pandemia. A virada de Portugal se deveu principalmente ao processo de entrada na União Europeia, tendo que cumprir vários requisitos para ser aceito. Mas viva a Revolução... dos Cravos.

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    4. Aliás, nesta semana mesmo, Portugal fez um "mea culpa" (meio tardio) das atrocidades cometidas durante o período colonial contra indígenas e povos africanos. Portugal foi o país que mais traficou seres humanos na história.

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    5. Estás errado! Não tenho cá essa estatística, mas há outras nações que atuaram mais na traficância. Sei que prao Brasil foram traficados quase um milhão de africanos.

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    6. Considerando que o Brasil era colônia portuguesa até o sec.19, podemos dizer que realmente Portugal tem culpa no cartório, pois como sua colônia, o Brasil é o país que mais traficou escravos entre os séculos 15 e 16, passando dos 5 milhões de pessoas. Também pode-se destacar a Grã-Bretanha, responsável por traficar 3,2 milhões de africanos, e a colônia espanhola no Uruguai, com cerca de 1 milhão de indivíduos escravizados.

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    7. Você está equivocado. A Inglaterra sempre combateu o tráfico de escravos (pelo menos oficialmente), e no Uruguai, no Chile, e na Argentina, o tráfico negreiro foi insignificante, e a prova disso é que a presença de negros e pardos nesses países é quase nenhuma.

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  26. Muita gente do bicho no Jóquei. Não costumo apostar, mas acho lindo ver a largada de perto no starting gate. Foi-se o tempo do Haras São José e Expedictus, Mondesir, etc. Hoje Haras Scafura. A área do jóquei é cobiçadissima daria um bairro.
    No passado, a conferir, cogitou-se de aterrar a Lagoa Rodrigo de Freitas, e lá construir a UFRJ...

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  27. Bom dia Saudosistas. Nos anos 70 e 80 apostei muito em corridas de cavalos, fui levado as apostas pelo Gilberto (já falecido), apostávamos no ponto de bicho (tinha comissão de 10%) nas apostas feitas com eles, fazíamos apostas do ponto de bicho durante a semana, finais de semana eram quase todos no jóquei.
    Cheguei a ver o Rigone em final de carreira no início dos anos 70, porém o jóquei que mais gostava era o Juvenal, embora admirasse vários outros, como: Ricardinho (chegou a correr nos USA), Goncinha, P Alves, C Lavor, J Machado e outros que eu achava bom jóquei, mas não eram confiáveis, J. Pinto era um deles.
    FF. O dia do Churrasco infelizmente foi cancelado, será remarcada nova data, tão logo o Lula libera a Picanha, afinal churrasco sem picanha não é churrasco. rs, rs, rs...

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  28. Sweepstake... um nome mágico na minha infância, nunca apostei em cavalos, só conheço cassino no cinema, sou avesso a jogos, mas vi corridas de cavalos e sempre achei empolgante. Em My Fair lady, adorei a cena em Ascot!
    Mas, vamos trabalhar, na foto que aparece a pista tem uma fila de carros americanos junto à cerca, a maioria Chevrolet; na fila em primeiro plano estão os Mopar e, entre eles, um Jaguar escuro, Mk V.
    Na foto a seguir, bem melhor, vemos um show de 1950s.
    A coluna do meio começa com Morris Oxford (verde-claro), Morris Minor (parece conversível), Mercury 52, Mercedes-Benz 300b (Adenauer! a primeira que vejo no SDR), Cadillac Coupé de Ville 51-52, Chevrolet 52, Chevrolet 48, Mopar 53 e fecha com Chevrolet 54, linda fila!
    A fila ao fundo tem um Austin no meio dos americanos. Parece um Volvo 444 ao lado dele, mas não garanto.
    E, em primeiro plano, um Chevrolet 51 branco do lado de um Volkswagen

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  29. Quando obiscoitomolhado sai da caixa é um "show" de informações automobilísticas.

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  30. A respeito de escravos e da Inglaterra pode-se ver os prós e contras em https://amp.dw.com/pt-br/reino-unido-encara-sua-hist%C3%B3ria-da-escravid%C3%A3o/a-53846519

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