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quarta-feira, 7 de maio de 2025

BONDES - ISSO VOCÊ NÃO SABIA

 

                BONDES – ISSO VOCÊ NÃO SABIA, por Helio Ribeiro.

O assunto “bondes” já foi bastante explorado aqui no SDR, em postagens não necessariamente dedicadas a eles mas que exibiam suas fotos. 

Por isso, bonde não é novidade aqui. Em 02 de agosto de 2022 o SDR publicou uma postagem minha mostrando nove tipos especiais de bondes, que provavelmente nenhum de vocês chegou a ver rodando nas ruas. Eu mesmo só vi dois deles, pois os demais tinham sido descontinuados bem antes de surgir meu interesse por bondes. Acho que vale à pena vocês verem aquela publicação.

Mas o Luiz me pediu para fazer nova postagem sobre o assunto. Hesitei um pouco, por não querer chover no molhado repetindo o que já é de conhecimento de todos. Assim, resolvi sair do trivial e postar o que provavelmente poucos conhecem.

Sem mais delongas, vamos à de hoje.


 1)      RELÓGIO REGISTRADOR DE PASSAGENS

Acima vemos o relógio que marcava o pagamento de passagens. A cor do mesmo variava de acordo com a companhia e com a época. Na JB, eles eram pretos; na Light, da cor mostrada na foto. Houve uma época em que havia relógios brancos.

A foto é de um reboque muito bem conservado dentro de um colégio em Jacarepaguá. O relógio não está em perfeito estado, porém considerando o tempo em que ele ali está, devemos elogiar a direção do colégio.

Para descrever o relógio coloquei marcações com letras. Vamos a elas.

A – mostrava o número do relógio. O da foto o teve apagado, não sei o motivo. Talvez para não ser possível identificar a que bonde ele pertencia.

B – registrava a quantidade de passagens pagas no percurso de ida ou de volta da linha que o bonde estava percorrendo.

C – continha os dizeres “IDA” ou “VOLTA”, para indicar o sentido do bonde.

D – registrava o total de passagens pagas até o momento, independente do dia ou da linha do bonde. Era um acumulador.

E – era uma chave que ao ser rodada zerava o contador de passagens do percurso e alternava de “IDA” para “VOLTA” e vice-versa. Era acionada quando o bonde chegava ao ponto final.

F – é uma barra metálica chata, prateada. Havia correias que eram puxadas pelo condutor, tantas vezes quantas passagens ele recebia por banco. Puxando a correia, a barra mostrada na foto também era puxada e incrementava o contador de passagens pagas, letra B na foto.

 

2)      CONTROLES DO CARRO-MOTOR

A foto acima mostra a caixa de controle de um carro motor, com dispositivos no topo destinados a permitir ao motorneiro dirigir o veículo. Ao centro vemos a manivela de marcha, com o disco graduado de velocidades (não é expresso em km/h nem em algo semelhante). A posição “N” corresponde ao ponto morto dos carros. Entre as posições 5 e 6 há um intervalo e um aviso para não parar a manivela nele. O motivo é que das posições 1 a 5 os circuitos elétricos dentro da caixa de controle estão com ligação em série, e da 6 até a 8 em paralelo. Ou vice-versa, não sei bem.

Embora a posição mais alta fosse a 8, quando o bonde estava em disparada as pessoas diziam que ele estava em “ponto 9”.

Ao lado direito e pouco abaixo da manivela de marcha vemos a manete de avante/marcha-a-ré. Na foto, está na posição avante. A marcha-a-ré era obtida apertando a pequena peça metálica no topo da manete, destravando esta, e puxando-a para trás (na direção do motorneiro).

Quando o bonde estava parado no ponto final, o motorneiro tinha de colocar essa manete na posição intermediária entre avante e marcha-a-ré, desconectando a parte elétrica da caixa de controle, retirando a manete e portando-a consigo. Assim, se um engraçadinho entrasse no bonde e acionasse a manivela de marcha, o bonde não se moveria.

Ao lado da caixa de controle vemos o manômetro do freio. A manete de freio não aparece na foto. O motorneiro dirigia o bonde sempre com a mão esquerda na manivela de marcha e a direita na manete de freio.

 

3)      CAMPAINHA

Nos carros-motor havia duas campainhas, uma em cada extremidade, perto do teto do bonde, em lados opostos. Uma corda percorria toda a lateral interna do bonde, de modo que puxando a corda a campainha soava. Os reboques bidirecionais também tinham duas campainhas, tal como os carros-motor; os reboques unidirecionais, apenas uma, do lado do estribo.

A campainha do lado direito da marcha do bonde servia a dois propósitos: quando um passageiro desejava saltar no próximo ponto, ele a puxava uma vez; parado o bonde, quando o condutor constatava que todos os passageiros já haviam embarcado ou desembarcado e portanto o bonde podia continuar seu trajeto, ele a acionava duas vezes. Isso era um sinal para o motorneiro de que ele podia movimentar o bonde. Caso este puxasse reboque, o motorneiro aguardava dois toques: um do carro-motor e outro do reboque.

Nos carros-motor, a campainha da extremidade oposta à da marcha do bonde servia para o motorneiro alertar os passageiros sobre algum obstáculo rente aos balaústres, de modo a estes se encolherem no estribo para evitar choque com o obstáculo, como por exemplo carros ou caminhões estacionados, ou tapumes de obras. Esse aviso era dado por toques ritmados da campainha, acionada por uma corda existente na cabine do motorneiro.

 

4)      SINAL NOS DESVIOS

Certos trechos possuíam ida e vinda em apenas um par de trilhos, como por exemplo na subida do Alto da Boa Vista. Para evitar que um bonde topasse com outro em sentido contrário, eram construídos desvios de espaço em espaço, munidos de um sinal dependurado em poste. Quando um bonde entrava no trecho controlado pelo sinal, acendia a luz vermelha. Um bonde em sentido contrário, ao entrar no desvio e ver o sinal aceso, ficava aguardando o que estava vindo.

A foto abaixo mostra um desses sinais.

Nas duas fotos abaixo (a segunda é close de parte da primeira) vemos dois bondes da linha Alto da Boa Vista se cruzando num desvio. Lá no fundo, dentro do círculo vermelho, aparece meio apagado o sinal referido neste tópico da postagem.



5)      UNIFORME BRANCO

Algumas vezes se via um motorneiro usando terno branco, ao invés do tradicional preto. Nunca consegui descobrir se era um uniforme alternativo, ou de verão, ou se era motorneiro aprendiz, ou se não era motorneiro e sim outro tipo de funcionário da empresa.

 

6)      PLAQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO

Os funcionários possuíam no quepe uma plaqueta metálica indicando qual sua função na empresa. Abaixo são mostrados alguns exemplos.




OBS: Não sei o motivo da cor diferente das plaquetas das fotos acima.


 

7)      TEMPO DE SERVIÇO

Durante os anos iniciais da Light, o tempo de serviço do funcionário na empresa era indicado por estrelas na manga do seu uniforme. Cada cinco anos correspondia a uma estrela. Era motivo de orgulho o funcionário ostentar essas estrelas na manga. Vide fotos abaixo.


8)      HOTEL DOS MOTORNEIROS E CONDUTORES

Para se tornar motorneiro ou condutor de bonde era necessário um aprendizado, mais longo e detalhado para os motorneiros do que para os condutores. Pessoas humildes se candidatavam a essas funções. Para abrigá-los durante esse período, a Light construiu um hotel na rua do Bispo, número 87, local onde posteriormente se instalou a Universidade Estácio de Sá. A inauguração ocorreu no dia 16/07/1927. Ali os aprendizes tinham acomodação, alimentação e roupa lavada e recebiam cinco mil réis por dia.

O aprendizado dos condutores abrangia também o modo de tratar os passageiros com urbanidade e correção, cobrando a passagem sem agressividade. Uma vez efetivado como condutor, ele passava a receber dez a doze mil réis por dia e tinha direito a um quarto no hotel, com duas, três ou quatro camas.

Abaixo, fotos do referido hotel, tiradas no dia da inauguração do hotel.

Foto da fachada, na rua do Bispo.


A foto abaixo foi tirada do fundo do hotel em direção à rua do Bispo. A construção em frente ao hotel é a Casa de Portugal, ainda existente no local.


Abaixo uma vista de um pátio interno. Observem ao fundo latrinas e nas laterais e em cima os quartos citados no texto inicial deste tópico.

Outra vista de pátio interno, tirada para a parte traseira do hotel.



Abaixo o dormitório coletivo.




Os motorneiros eram treinados numa escola situada na rua Visconde de Itaúna, na Praça Onze, onde havia um “truck” completo de bonde, suspenso. O prédio onde ficava essa escola foi demolido para a construção da avenida Presidente Vargas. Abaixo, foto de uma reportagem da Revista da Light sobre o treinamento dos motorneiros na citada escola.


9)      BONDE FECHADO

As fotos abaixo, datadas de 27/09/1926, parecem mostrar um protótipo de bonde fechado que seria adotado pela Light. Não foi à frente.


 

10)      REBOQUES DE 2ª CLASSE

Durante muitos anos houve bondes de segunda classe, tanto carros-motor (apelidados de “taioba”) quanto reboques. Destes, havia vários modelos. As fotos abaixo mostram alguns deles.

A foto abaixo mostra um bonde da Companhia Ferro-Carril de Vila Isabel puxando um reboque de segunda classe. Observe os cestos de vime no meio do carro. Havia esse tipo de reboque misto, destinado a transporte de pessoas e pequenas cargas.

Os bondes de segunda classe (taiobas e reboques) foram extintos em meados de 1955.

 

11)   INTEGRAÇÃO COM PASSAGEIROS

Era muito comum a integração dos motorneiros e condutores com passageiros habituais. Na foto abaixo vemos uma comemoração do aniversário do motorneiro carinhosamente chamado de “titio”, como se vê nos dois pequenos cartazes, ocorrida em dezembro de 1932 no bonde Meyer x Triagem, futura linha 81.

 

12)   O PRINCÍPIO DO FIM

A década de 1950 assistiu ao princípio do fim dos serviços de bonde, até então o meio de transporte por excelência na cidade. Vejamos o caso da Light.

Entre 1951 e 1955 foram extintas as linhas:

            35 – Praça XV x Riachuelo

44 – Itapiru x Praça da Independência

49 – Itapagipe

88 – Méier x Praça Barão de Taquara


No dia 17 de agosto de 1955 a Light anunciou a extinção de mais linhas, bem como dos taiobas e reboques de segunda classe:

31 – Lapa x Leopoldina

38 – Praça Mauá x Leopoldina

39 – Praia Formosa x Praça Mauá x Arsenal de Marinha

41 – Praia das Palmeiras

48 – Itapagipe – Bispo

 

No raiar de 1957 já não existiam as linhas:

 

26 – Estrada de Ferro – 1º de Março – Independência

32 – Lapa x Av. Rodrigues Alves

34 – Praça XV x Praia Formosa

37 – Praça XV x Estrada de Ferro

55 – Rua Bela

58 – São Luiz Durão

59 – Pedregulho

71 – Barão de Mesquita – Verdun

73 – Praça Barão de Drummond

89 – Tanque

96 – Madureira x Vaz Lobo

 

Ou seja, das 75 linhas da Light, 20 foram extintas entre 1951 e 1956.

 

-----  FIM  DA  POSTAGEM  -----

113 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    👏👏👏👏👏👏👏👏

    Mais uma aula do Helio. Alguns ítens eu vi no bonde que fica exposto no Centro Cultural da Light.

    A Light foi largando a operação dos bondes à medida em que o fim da concessão chegava mais perto. Outra versão é que a empresa queria reajustar a tarifa mas a prefeitura do DF não autorizava.

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  2. Muito interessante porque há muita coisa que eu não sabia. Andei uns poucos anos de bonde mas lembro bem.
    Eu gostava de ir na frente, logo atrás do motorneiro. Lembro de haver no chão um botão de campainha acionado com o pé.
    A manivela de aceleração atraía minha atenção. Eu queria que o bonde corresse mas em Botafogo, Copacabana e Ipanema. havia pouco espaço para isso pois o tráfego era intenso e em mão-dupla.
    Os motoristas de outros veículos respeitavam as paradas dos bondes o que permitia aos passageiros descer e subir no bonde com segurança. Hoje em dia duvido que as motos respeitassem. .

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    1. Sim, a campainha era a buzina do bonde. Se bem me lembro, havia um outro pedal que era para jogar areia nos trilhos. Era usado em algumas ladeiras ou quando moleques passavam graxa nos trilhos, o que acontecia com alguns estudantes baderneiros.Às vezes até desatrelavam o reboque, o que era fácil caso ele fosse do tipo pequeno, bastando puxar os pinos que o fixavam ao carro-motor.

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  3. Hélio, parabéns pela postagem detalhada, uma verdadeira aula a respeito dos bondes, transporte que desfrutei muito pouco quando criança, na primeira metade dos anos 60. Na foto que mostra a parte traseira do Hotel na Rua do Bispo, percebe-se que as comunidades do Morro da Coroa e Fallet Fogueteiro já começavam a tomar forma.

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  4. Atualmente, com essa avalanche de motocicletas, o número de óbitos diários de motociclistas abalroados por bondes seria o triplo. Tudo por conta dos abusos e transgressões de trânsito cometidos por esta categoria.

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    1. Pode-se dizer de forma redundante que a educação e a civilidade das pessoas era um fato. O espaço entre o meio-fio e os trilhos era grande e nenhum carro ou ciclista o utilizava. Meus tios contavam que havia em Vila Isabel um cidadão de nome Miragaia que certa vez chegou assustado na Padaria Central na Avenida 28 de Setembro afirmando que estava dirigindo seu carro ouvindo rádio e resolveu passar entre um bonde e um poste. Disse que o susto foi tão grande que Orlando Silva que cantava no rádio parou de cantar e reclamou: "Que fino, hein Miragaia! Brincadeira à parte, hoje em dia é comum motos e bicicletas ultrapassarem pela direita, inclusive pela contramão.

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    2. Na 28 de Setembro ocorria um fato curioso: sempre foi uma via com canteiro divisório. Os trilhos, ao invés de passarem próximo aos meios-fios, passavam junto ao canteiro. Assim, o passageiro desembarcava e tinha de atravessar a pista para atingir a calçada das construções. E vice-versa.

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  5. Motoqueiro se acha invulnerável.

    FF: Palácio Capanema será reaberto ao público no próximo dia 20. Incluindo o terraço.

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  6. Vou dar uma saída agora. Lá pelas 10 ou 11 horas vou fazer alguns comentários.

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  7. Eu nunca ultrapasso pela direita e também não "dou passagem pela direita". Acho um abuso!

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  8. O som da campainha e o cheiro do metal no Interior dos bondes são características inconfundíveis e inesquecíveis.

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  9. Devido à pouca idade, sempre que viajei em bondes o fiz em companhia de meus pais ou minhas avós.

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  10. Com a quantidade atual de bandidos e delinquentes, e a configuração dos bondes, poucos pagariam a tarifa. O que ia ter de calote! seria inviável.

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  11. Hoje é dia nacional de prevenção à alergia.

    Em 1927 era fundada a Varig. Fechou em 2010.

    Em 1940 nascia o narrador José Carlos Araújo.

    Em 1950 nascia o cantor Fernando Mendes.

    Em 1958 nascia "Lady Zu".

    Em 1965 os Rolling Stones lançavam "Satisfaction".

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  12. A fotos do desvio no item 4 são de 1965 na Avenida Edison Passos no desvio que havia pouco mais de cem metros adiante da estátua do Leão. Havia também um outro desvio exatamente na "curva do S" em um ponto anterior. Essa foto mostrando dois bondes de modelos diferentes "quase lada a lado", é quase única", pois essa situação só ocorreu durante o ano de 1965. O bonde pintado com as cores da C.T.C conhecido como "Rita Pavone", entrou em circulação em Janeiro de 1965 e fazia parte de um lote de dez que foram reformados para circularem na linha 67 do Alto da Boa Vista. O temporal que ocorreu em 10 de Janeiro de 1966 fez com que a circulação da linha de bonde do Alto fosse suspensa, bem como as de Santa Teresa e de Jacarepaguá. Quando a linha do Alto da Boa Vista voltou a circular pouco tempo depois, já o fez com um trajeto modificado, com apenas os Rita Pavone, e não maís com o antigo modelo, e já não ia até a Praça da Bandeira, retornando pela São Francisco Xavier. No início de 1967 uma nova alteração reduziu o trajeto, que ficou limitado entre o Largo da Usina e o Alto da Boa Vista, e permaneceu até 25 de Dezembro daquele ano, quando foi definitivamente extinta.

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  13. Uma pena que bondes fechados como os do item 9 não circularam no Rio de Janeiro. O da primeira foto são semelhantes os que circularam em São Paulo. Em 1947 o Prefeitura de São Paulo passou a utilizar os modelos fechados do tipo "Central exit", comprados da Prefeitura de N.Y no ano anterior, e que eram conhecidos como "Gilda", em alusão à personagem do filme do mesmo nome e interpretada por Rita Hayworth. Eram bondes exuberantes, pintados de vermelho, e circulavam em bairros nobres.

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  14. Grandes recordações dos bondes, que usei muito para ir e voltar do colégio a partir de 1958. Preferia viajar no reboque do que no carro motor. Neste, preferia ir na "cozinha", na parte de trás, onde ficavam os "fiscais".
    Lembro com saudade do "Taquinho", cujo nome devia ser Tarquínio e que era casado com a Ricardina, empregada desde sempre de uma tia-bisavó que morava na Rua Sorocaba. "Taquinho" era fiscal e usava um carimbo em forma de um estojo de batom para anotar alguma coisa num papel que o "condutor". Possivelmente o que registrava o que o relógio registrador mostrava em algum trecho.
    Outra experiência não tão feliz foi quando resolvi saltar do bonde andando pela primeira vez. Me estabaquei no chão. Só não me machuquei porque o "14" estava na Teixeira de Melo e ia para o rodo bem devagar. Depois aprendi o jeito correto de saltar.
    Eu era proibido de viajar no estribo por meus pais. Mas de vez em quando...

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    1. Fumar e andar no estribo eram os ritos masculinos de ingresso na idade adulta. Havia várias maneiras de viajar no estribo e outras tantas de saltar do bonde andando.

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  15. Mesmo naquela época devia haver muitos calotes tanto dos passageiros quanto dos condutores. Com o bonde lotado o condutor precisaria de uma memória extraordinária para lembrar quem pagou ou não pagou. E o caloteiro poderia dizer que já tinha pagado e a confusão estaria instalada.
    E um absurdo era o motorneiro, o condutor e o fiscal trabalharem de terno. O condutor então nem se fala, dependurado nos estribos, passando em torno dos passageiros que já estavam nos estribos, era uma tarefa exaustiva.
    E ainda vigiava para gritar "Olha à direita!" quando surgia algum obstáculo que poderia fazer um strike nos passageiros dos estribos.
    Parabéns ao Helio pela aula.

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  16. Prezado Décio, grato pelas gentis palavras. Realmente devia ser incômodo trabalhar de terno. Quanto ao "Olha à direita!", o alerta de obstáculo era dado pelo motorneiro acionando repetidamente a campainha, conforme citei no item 3. Cabia ao condutor gritar a frase acima citada. Por vezes o obstáculo estava tão rente que os passageiros no estribo tinham de saltar, contornar o obstáculo a pé e embarcar novamente.

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  17. Quanto a calotes, realmente devia acontecer muito. As más línguas diziam que quanto às passagens cobradas pelo condutor "era duas para a Light e uma para mim". Mas isso já criou problemas com visitantes deste SDR cujos ascendentes eram condutores e não procediam assim.

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  18. Com relação à foto do ítem 4, naquele ano de 1965 minha mãe, meu primo e eu, fomos tomar o "Rita Pavone" no ponto da São Francisco Xavier no Largo da Segunda-feira. Passaram dois bondes de modelo antigo até que finalmente surgiu o Rita Pavone. O dia estava quente, fazia muito calor, e quando o bonde já estava tinha entrado na Rua Muçu, que fica entre dois pontos da Edison Passos, um cidadão vomitou no bonde. O motorneiro esperou chegar ao desvio da "curva do S" para pedir que todos os passageiros descessem para esperar outro bonde. O bonde "infectado" seguiu em direção ao Alto e ficamos esperando outro bonde. Mas o primeiro que apareceu vinha descendo e era do modelo "narraganset" aberto. Minha mãe, que já estava aborrecida com a situação, resolveu que não iríamos maís até o Alto e "fim de papo", voltamos para o Largo da Segunda-feira.

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  19. Vou fazer comentários a respeito de alguns itens da postagem.

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  20. ITEM 1 - Relógio registrador de passagens – havia um aviso numa tabuleta afixada na parte interna frontal de cada bonde com dizeres mais ou menos assim: “AVISO – O pagamento será registrado à vista do passageiro, admitindo-se apenas, para facilitar a cobrança, registrar-se o total por banco”. Isso significava que o condutor poderia cobrar os passageiros de um banco e só depois registrar o total de passagens pagas por eles.

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  21. ITEM 2 – Controles do carro-motor ==> embora não fosse recomendado, acontecia em casos de emergência ou de irresponsabilidade do motorneiro ser acionada a manete de marcha-a-ré com o bonde em movimento, fazendo as rodas girarem para trás e freando o bonde mais rapidamente. Não tenho certeza se para isso o motorneiro tinha de colocar a manivela de marcha em posição neutra, mudando então a manete para marcha-a-ré e só depois voltando a girar a manivela de marcha para uma posição qualquer, forçando as rodas a girarem para trás. Lembro de ter lido num jornal da Hemeroteca da Biblioteca Nacional o caso de uma criança que não foi atropelada justamente porque o motorneiro agiu assim.

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  22. ITEM 4 – Sinal nos desvios ==> a rua Leopoldo, no Andaraí, tinha no seu primeiro quarteirão dois pares de trilhos, porém eles se juntavam e dali em diante, até o rodo no fim da rua, só havia um par. Eu podia jurar que havia um sinal logo na entrada dela. Porém um grande conhecedor de bondes me garantiu que não havia nada ali. Como ele residiu durante vários anos nas imediações, acreditei nele. Narrou-me que numa ocasião um bonde entrou no trecho de par único e mais adiante topou com outro descendo. Aí aquele teve de dar marcha-a-ré até o trecho de par duplo no início da rua. Dar marcha-a-ré em bonde era complicado, porque o motorneiro não tinha visão da traseira e o condutor precisava orientá-lo. Se houvesse reboque, pior ainda. E no início da marcha-a-ré a alavanca coletora de energia virava de posição, forçando bastante a fiação até completar a virada.

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  23. ITEM 9 – Bonde fechado ==> em 1929 foi formada nos EUA a President’s Conference Committee (PCC) com a missão de projetar bondes mais silenciosos, confortáveis, fechados, rápidos na aceleração e na frenagem, operados por motorneiros sentados e usando pedais. Esses bondes ficaram conhecidos como PCC e foram um sucesso mundial. Cerca de 5.000 PCC’s foram construídos nos EUA e 15.000 na Europa. Não sei se o modelo da foto desse item 9 seria do tipo PCC. Também não sei por que não emplacou (ainda bem!) no Rio de Janeiro.

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  24. ITEM 11 (1) – Interagração com passageiros ==> era muito comum os motorneiros e condutores passarem a conhecer os passageiros habituais de certos horários. No início da década de 1960, semanalmente eu ia com minha mãe levar roupa lavada e passada na casa de um casal de velhinhos residente na rua General Caldwell, entre Frei Caneca e Mem de Sá. Pegávamos o reboque do bonde 66 – Tijuca já à noite. Pelo horário, o condutor costumava ser o mesmo. Ele me tratava de “major” e eu retribuía do mesmo jeito. De vez em quando ele batia papo conosco, porque naquela hora o bonde descia bem vazio, ainda mais no reboque. Às vezes, na volta pegávamos o mesmo bonde de novo. O tempo que ficávamos entregando e pegando nova leva de roupas era o tempo de o bonde ir até as Barcas e voltar.

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  25. ITEM 11 (2) – Interagração com passageiros ==> numa das vezes em que pegamos o mesmo bonde do major na volta, aconteceu uma tragédia. O bonde estava trafegando entre o Tijuca Tênis Clube e a rua José Higino, e havia um caminhão-baú estacionado no meio-fio. O motorneiro deu o aviso com os toques ritmados de campainha, como citei no item 3 desta postagem. O major não ouviu. O resultado é que ao passar rente ao caminhão ele bateu com a cabeça no baú, rodopiou o corpo pelo balaústre e caiu no chão. O bonde parou. Levaram-no para a calçada. Ele estava com um pequeno ferimento na testa, porém estava calado e muito branco. Passaram-se meses sem que o víssemos no bonde. Um belo dia ele voltou a trabalhar, mas estava com problemas na fala. O choque deve ter causado concussão cerebral. Fiquei muito triste.

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  26. ITEM 11 (3) – Integração com passageiros ==> na década de 1940 minha avó trabalhava na Lavanderia Alva, situada na rua Soares Cabral, perto da esquina de Álvaro Chaves. Morávamos na Pinheiro Machado número 75, quase em frente à Álvaro Chaves. Então era rápido minha avó ir até a lavanderia, a pé. Mas em 1950 nos mudamos para a Tijuca, na rua Dona Delfina. Aí ela precisava acordar âs 4:30h da manhã. Fazia café e ia a pé até o ponto de bonde, na esquina das ruas Uruguai e Conde de Bonfim, para pegar o 66 – Tijuca. Saltava na rua da Carioca e ia até o Tabuleiro da Baiana, pegar o 2 – Laranjeiras ou o 3 – Águas Férreas. Como era muito cedo, no 66 eram sempre o mesmo motorneiro, condutor e passageiros. Às vezes ela se atrasava um pouco e o motorneiro, não a vendo no ponto, fazia um pouco de cera aguardando-a. Ou então ia andando devagar e se a visse atravessando a rua ou indo atrasada para o ponto, ele parava o bonde e esperava que ela embarcasse.

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  27. Essa integração com passageiros quase foi extinta com o tempo, mas ainda persiste em alguns casos. Durante vários meses, por volta do ano 2012, eu pegava para ir trabalhar o ônibus da linha 455 - Méier x Copacabana, horário especial, com saída na esquina aqui próximo de casa. Os passageiros eram todos moradores da área e se conheciam. Um dia resolveram comemorar o aniversário de um deles dentro do ônibus. Levaram um bolo e refrigerantes e fizeram a partilha do bolo entre eles, cantando a tradicional música de aniversário. Eu era um estranho no ninho e fiquei apenas com água na boca.

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  28. Joel, 09:55h ==> aqueles bondes paulistanos eram os Centex, abreviação de Central Exit. O apelido deles era "camarão", em virtude de sua cor vermelha. Havia uns bondes bem mais antigos, um pouco parecidos com os do Rio, porém menores, que me parece resistiram até o final do serviço de bondes lá na cidade.

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    1. Hélio, os bondes de modelo "Camarão" eram mais antigos, diferentes, e não possuíam porta central. Os Central exit eram maiores e tinham a cor vermelha. Por volta de 1963 a Prefeitura de São Paulo alterou a cor alguns bondes do modelo Central êxit para um tom alaranjado semelhante aos "Camarões", mas muitos continuaram na cor vermelha.

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  29. O comentário do Helio me lembrou do início dos ônibus elétricos. O 16- Largo do Machado-Ipanema, vinha por Copacabana, entrava na Farme de Amoedo, Alberto de Campos, Montenegro e Epitácio Pessoa. Passava em frente de minha casa às 6:30h. Vinha pegando alunos e alunas que se dirigiam a Botafogo e adjacências, Santo Inácio, Pedro II, Imaculada Conceição, Santa Rosa de Lima, Jacobina e muitos outros menores de Botafogo. O motorista conhecia-nos a todos e "fazia cera" quando alguém se atrasava um pouco. Eram outros tempos.

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  30. Luiz D', 09:58h ==> quando eu ia para o Colégio Pedro II também gostava de ir na cozinha. Ou no estribo, após certo tempo. Exceto se meu amor estivesse dentro do bonde, e aí eu viajava sentado num banco, para admirá-la silenciosamente. De vez em quando conseguia trocar um longo olhar com ela, para meu delírio e arrepio no corpo inteiro. Mas só conseguir isso quando ela estava sentada no banco dos sem-vergonha, de frente para o resto dos bancos, ao lado da irmã, de quem por incrível que pareça gostei antes dela, sem saber que eram irmãs.

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  31. Luiz D', 09:58h ==> todo condutor levava no bolso do terno uma espécie de tabuleta com um tipo de formulário preso a ela com elástico. Quando um fiscal embarcava no bonde, o condutor lhe entregava a tabuleta. O fiscal contava rapidamente os passageiros, olhava o registro no relógio do bonde, anotava alguma coisa no formulário, dava um carimbo com algo parecido com um batom, devolvia a tabuleta ao condutor e saltava do bonde andando. Atravessava a rua e esperava o próximo bonde em sentido contrário. Assim o dia todo.

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  32. Havia várias maneiras de andar no estribo, sendo que algumas só eram possíveis se houvesse espaço suficiente para elas. Vou descrever as que recordo, citando a posição do corpo do pingente, de suas mãos e braços e de suas pernas:

    1) Corpo de costas para a rua, pés no estribo inferior, mão direita segurando um balaústre e a esquerda segurando o balaústre seguinte.

    2) Corpo virado para o sentido de deslocamento do bonde, pé esquerdo no estribo superior, direito no inferior, mão esquerda segurando no balaústre da frente, costas apoiadas no balaústre seguinte, braço direito dobrado para cima, antebraço dobrado em 90 graus ao lado da cabeça, com a mão segurando no balaústre onde suas costas estavam apoiadas.

    3) Corpo de frente para a rua, pés no estribo inferior, mão esquerda segurando o balaústre da frente, ombro direito apoiado no balaústre seguinte, braço direito dobrado para cima, antebraço dobrado em 90 graus ao lado da cabeça, mão segurando no balaústre onde o ombro estava apoiado. Variante 1: ombro direito encaixado atrás do balaústre, braço direito livre; variante 2: pé esquerdo no estribo inferior, perna direita dobrada com o pé apoiado no estribo superior. Era a minha posição favorita ao andar no estribo. Maior charme. kkkkkk

    4) Quando o estribo estava cheio, aí não tinha escolha: corpo de costas ou de frente para a rua, ambas as mãos segurando um balaústre, pés no estribo inferior.

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  33. Integração com passageiros >> quando parei de ir ao trabalho de carro, em 2006, pegava diariamente o 439 , Vila Isabel-Leblon. Sempre gostei de viajar num banco individual, antes da roleta, próximo a entrada e ao motorista. Quase sempre pegava o mesmo caro com o mesmo motorista. Assim sendo, ficamos "amigos" e o o papo fluía bem, cara alegre, comunicativo e cheio de histórias prá contar. Certo dia, me perguntou se eu iria ao aniversário de sua filha, na comunidade do Tuiuti., onde morava. Eu falei que claro que iria e só perguntei se teria vaga para estacionar o meu carro e ele disse que sim, pois morava bem no início da comunidade e reservaria uma vaga em frente a sua casa. Quando lá cheguei com minha mulher e meu enteado a vaga estava reservada. Quando ele me viu, seus olhos lacrimejavam e ele me confidenciou que jamais imaginou que um cara do Leblon iria a uma festa em sua casa. Foi um delicioso churrasco, literalmente na laje. Tenho contato com ele até hoje.

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  34. Esses equipamentos dos bondes me trazem à memória as traquinagens da turma do CP II. Para começar há que se lembrar que o condutor era único, mesmo quando havia reboque, e o mesmo alternava durante algumas paradas, era nessa hora que a galera fazia o mesmo, só que em sentido oposto. Imagino que eles já contavam com esse calote, pois a fama de violentos era notória. Depois, já contando que o condutor estava no outro vagão, sempre algum gaiato puxava algumas vezes aquela correia de contagem com o típico barulho irritante, isso quando o fiscal não estava presente.
    Já o código usado pelo condutot avisando ao motorneiro que podia partir, também foi adotado posteriormente pelos tocadores de ônibus que ficavam na entrada pela porta traseira.

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    1. A turma do CP II era terrível. Não aprovava seus métodos. Como citei, às vezes desengatavam o reboque, outras vezes passavam graxa nos trilhos. Uma vez, num sábado à tarde, saí do CP II da Marechal Floriano e peguei o 68 - Uruguai x Engenho Novo na esquina da Presidente Vargas com a Passos. Uma turma de desordeiros do CP II também embarcou. Quando o bonde entrou na Passos, eles começaram a desenroscar as lâmpadas e atirá-las na rua. E cortaram o cordão da campainha do motorneiro, a que avisava sobre obstáculos ao lado da via.

      Doutra feita, também na mesma linha de bonde e num sábado, uma turma do CP II embarcou no reboque. Por algum motivo, o bonde parou na Presidente Vargas esquina com Pereira Franco, onde havia uma garagem de bondes. O reboque ficou na reta da Pereira Franco, que na época era uma das ruas do baixo meretrício. Havia alunas no reboque, e os alunos começaram e mexer com as prostitutas. Já viu o nível do que aconteceu, não é? Xingamentos de lá para cá e vice-versa.

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    2. Não era comum haver só um condutor quando o bonde puxava reboque. Não lembro de ver isso.

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    3. Também não lembro. Acho que eram dois condutores.

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  35. Havia várias maneiras de saltar do bonde andando.

    1) SALTANDO DE FRENTE (1) ==> Simplesmente pular do estribo para o chão, com o corpo levemente inclinado para trás e voltado para o sentido de deslocamento do bonde. O pé de batida no solo era o direito.

    2) SALTANDO DE COSTAS ==> Segurar um balaústre com a mão direita, rodar o corpo até ficar de costas para o sentido de deslocamento, inclinar bastante o corpo para a frente e saltar. O pé de batida era o esquerdo.

    3) SALTANDO DE FRENTE (2) ==> Corpo voltado para dentro do bonde, segurar um balaústre com a mão esquerda, o outro com a direita, inclinar o corpo para a esquerda, passar a perna esquerda por trás da direita, soltar a mão do balaústre da direita, rodar o corpo para o sentido do deslocamento, soltar a mão esquerda e pular. O pé de batida era o esquerdo. Era a minha preferida.

    4) SALTANDO DE LADO ==> Como os fiscais saltavam enquanto bonde estava bem lento, eles usavam uma outra técnica: de frente para a rua, braços segurando balaústres adjacentes, soltavam a mão direita, inclinavam o corpo para a direita, perna direita passada na frente da esquerda, soltavam a mão esquerda e pulavam de lado. O pé de batida era o direito. Às vezes faziam o mesmo, porém começando com o corpo de costas para a rua, soltando o braço esquerdo, inclinando o corpo para a esquerda, perna esquerda passando por trás da direita, soltando a mão direita e pulando de lado. Nesse caso, o pé de batida era o esquerdo.

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  36. Ótima postagem do Hélio.
    Só lembro do relógio registrador e do controle do carro motor, pois eu era muito novo.
    Os outros itens tem grandes novidades para mim, principalmente o hotel e a escola.
    Acredito que o modelo "Rita Pavone" seria o padrão dali pra frente, se a Light não acabasse com suas linhas.
    Vai ver não valia a pena as reformas para a adaptação de todos os bondes com o valor da passagem da época.
    Seria a evolução para uma cobrança mais eficiente de passagens, mas mesmo assim só com um bom reajuste no preço.
    Essa evolução pulou direto para o VLT atual.

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    1. Prezado Paulo, o grande diferencial dos bondes da Light/JB era que no mundo inteiro só eles eram abertos e portanto bem ventilados (em caso de chuva, a história era outra). Quando os museus norte-americanos especializados em bondes souberam da extinção deles aqui, acorreram para adquirir exemplares e levar para seus museus, por serem espécimes únicos. Nessa época a JB já tinha sido extinta e seus bondes queimados alegremente pelo Estado. Foi quando a CTC começou a acabar com os da Light que os museus tomaram conhecimento. Adquiriram 12 bondes bidirecionais e os levaram para seus museus. No meu site há fotos de todos eles, tanto na chegada ao porto de Nova Iorque num navio do Lóide quanto no transporte de trem para os museus e quando já ali chegados.

      Alguns foram reformados, uns mais descaracterizados do que outros, e rodam em ocasiões especiais na área destinada ao museu a que pertencem. Outros nunca foram reformados. Apenas um rodou em linha urbana, o 1794, mas tão descaracterizado que dá pena. Era da MATA (Memphis Area Transit Authority), no Tennessee. Havia outros bondes rodando ali, de outras procedências e modelos. Não sei se ainda rodam, porque foi suspensa a circulação após a morte por eletrocução de um ou mais usuários. Depois de três anos, se não me engano, os bondes voltaram a circular, mas não sei se o 1794 era um deles.

      Eram 10 bondes médios e 2 pequenos. Os médios eram todos da linha do Alto da Boa Vista. Os pequenos já tinham saído da Light e rodavam na Ilha do Governador. Eram o 322 e o 441. Sendo que o 322 pegou fogo quando estava num depósito. Não sobrou nada, só as ferragens.

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  37. Para o colégio o ponto de embarque era na N.S. de Copacabana entre o cinema Metro e a Rua Santa Clara. Bem em frente às Lojas Brasileiras.
    Na volta o desembarque era entre Raimundo Correa e Dias da Rocha, em frente à Spaghettilandia.
    Este ponto era de embarque quando ia para Ipanema ou Posto 6, para ver algum filme no Caruso, no Ipanema, no Pirajá ou no Astória. Era raro ir de bonde até o Leblon.
    Contando, os mais jovens não acreditam ter sido possível ter mão-dupla com bondes na N.S. de Copacabana, Visconde de Pirajá, Ataulfo de Paiva, São Clemente, General Polidoro, Voluntários da Pátria, entre outras.

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  38. As autoridades do turismo poderiam pensar em mais linhas turísticas com bondes abertos, além dos que rodam em Sta. Teresa.
    Bonde fechado combinava com a temperatura em São Paulo.
    Li que, se não me engano em Lavras, MG, que existiam bonde de verão, abertos, e os de inverno, fechados.
    Mas isso é mais fácil em cidades menores, de poucos bondes e linhas com extensão bem mais curtas.

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    1. Como mostro no meu site, o fechamento podia ser por arame entrecruzado (tipo alambrado), por chapa metálica inteiriça, ou meio a meio (metade inferior de chapa e superior de arame). Mas nunca o fechamento era até o teto, e sim apenas até meia altura. De forma que o bonde continuava ventilado, embora menos do que se fosse totalmente aberto.

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  39. Achei particularmente interessantes as estrelas na manga dos funcionários da Light, indicando a quantidade de quinquênios na empresa.

    E o hotel na rua do Bispo.

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  40. Gostaria de tirar uma dúvida conta o Hélio, a novela das 7 na Globo se passa em 1958 no Rio , nela aparecem bondes com alimentação feita através de 2 hastes como os "chifres" dos trolleys, só me lembro de ter visto aqui aquele modelo que lembra um trapézio, a novela fou fiel ou usa filmes de SP ?

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    1. Nunca houve no Rio bondes com duas lanças (as hastes). Os primeiros bondes da JB usavam uma lança. A Light nunca fez uso disso, mas experimentou pantógrafo (como os trens elétricos). A Light optou pela alavanca ou arco ("bow", em inglês), da Siemens. Vou assistir hoje a essa novela para ver o que você citou. A Globo costuma fazer "bondes" por conta própria, que nada tem a ver com os originais. Além disso, costuma também usar placas de carro antigas que destoam do ano do modelo dos próprios carros mostrados. Já vi carros da segunda metade dos anos 1940 usando modelo de placa que deixou de existir em 1941.

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    2. Obrigado Hélio, foi o que imaginei, não se trata de bondes feitos pela Globo são vídeos antigos reais, espero que vc consiga, são flashs bem rápidos.

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    3. Hélio, preciso corrigir caso queira assistir à novela, o horário correto é 18:00, o nome é Garota do Momento.

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    4. Uma das novelas de época da Globo usava um bonde cenográfico que passava em todos os espaços da rua, menos nos trilhos...

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  41. A lateral esquerda dos bondes tinha uma “cortina” que podia ser abaixada em caso de sol forte ou de chuva.
    A lateral direita acho que não tinha, até porque impediria a entrada/saída dos passageiros.

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  42. Helio, aquele freio mecânico em forma de roda era um convite para ser girado. O que havia ao lado do motorneiro era por ele controlado. Mas se não me falha a memória havia também nos reboques. Ficava desativado? Acho que mexíamos nele, mas nada acontecia.

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    1. Sim, havia também nos reboques. Mas não sei se ficava desativado. Talvez tivesse de ser girado muitas vezes para atuar.

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  43. Mauroxará Cheguei agora do meu bordejo diário. Como já falei ontem cada dia vou numa cidade diferente. Mangaratiba não tem lotérica. quem quiser usar os serviços terá que ir em outra cidade que fica a uns 50 km. vou dar uma descansada e mais tarde volto para ler os comentários

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  44. srs, os bondes da minha Paulicéia eram iguais aos cariocas? obrigado

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    1. Iguais, não, Hugo. Não sou conhecedor dos bondes de SP, a menos pelos que vi em fotografias. Parece que havia três tipos: um modelo pequeno, aberto dos dois lados, que lembrava os bondes médios do Rio.

      Havia o modelo Centex, fechado, com entrada em porta central e saída por duas portas nas extremidades. Também não tinha equivalente no Rio.

      Mas tinha um modelo aberto, comprido, muito parecido com os bataclãs do Rio, que eu chamo de bondes grandes, embora fosse apenas impressão visual, porque o comprimento deles era idêntico ao dos médios, inclusive com a mesma capacidade de lotação. Esse modelo, sim poderia facilmente ser confundido com um bataclã do Rio caso a pessoa não estivesse familiarizada com o assunto.

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    2. Até onde eu sei, os bondes do Rio não tinham equivalente em nenhuma outra cidade brasileira. Podia até haver modelo parecido, mas igual não havia.

      Não porque o Rio fosse especial, mas em virtude da grande quantidade de fabricantes de carroceria Brasil afora, era difícil haver modelos iguais.

      Os bondes do Rio, contrariando o senso comum, tinham toda a carroceria construída aqui mesmo na Light e JB, sendo os bancos de peroba do campo. Só os primeiros modelos da JB eram americanos, isso no fim do século XIX e início do XX.

      Uma fabricante de vagões ferroviários começou a fabricar carrocerias para os bondes do Rio, mas depois as próprias empresas se encarregaram disso. Entretanto, os carros-motor da JB eram diferentes dos da Light: tinham parabrisa, o letreiro era grande e recuado, as chapas dianteira e traseira eram divididas em três pedaços. Já os da Light não tinham parabrisa, o letreiro era pequeno e avançado, as chapas dianteira e traseira eram inteiriças.

      Só no início dos anos 1940 a Light começou a colocar parabrisa nos seus carros-motor. Isso demandou uma pequena modificação nas chapas dianteira e traseira.

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    3. O fato de os bondes da Light não terem parabrisa até princípios dos anos 1940 expunha o motorneiro e os passageiros do primeiro banco às intempéries: vento, chuva e frio. Quando chovia, o motorneiro tinha de usar uma capa impermeável. Não sei como isso durou tanto tempo assim.

      Outra característica: quando era necessário mudar a chave em um entroncamento de trilhos, o motorneiro da JB tinha de descer e usar uma alavanca para isso, que ficava dependurada na parte dianteira externa do bonde, ou então pedir auxílio ao condutor para esse mister. Já os da Light, como não tinham parabrisa, a alavanca era bem mais comprida e o próprio motorneiro podia de dentro do bonde mesmo mudar a chave com a alavanca, que também ficava dependurada tal e qual nos bondes a JB.

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    4. Hugo, vide meu comentário abaixo, das 17:54h.

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  45. Hoje, se houvesse bonde fechado, a discussão sobre ar condicionado também iria ser grande?

    Quando o VLT foi lançado havia a discussão sobre a quantidade de "evasão" de passagens, que seria enorme, etc. Hoje, quase dez anos depois, o registro é dentro da média de outros países e até menor do que de alguns.

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  46. Interessantes e bucólicos eram também os bondes de Petrópolis. Tinham bitola métrica, eram fechados, e o sistema dispunha de seis linhas. Nas vias por onde circulavam os bondes não havia linha dupla, somente linha singela. Circularam de 1912 a 1939.

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  47. Estou viajando e só pude entrar agora.
    Aula do Helio e participação notável dos comentaristas.
    O SDR mais vivo do que nunca.

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  48. Para ver a semelhança entre o modelo bataclã do Rio e um parecido de SP, faça o seguinte:

    a) no link https://saopaulosao.com.br/os-bondes-em-sao-paulo-e-uma-parada-que-existe-ate-hoje-na-praca-joao-mendes/ navegue até aparecer a foto do bonde número de ordem 1189.

    b) no link https://www.sebonascanelasleiloes.com.br/peca.asp?ID=22663195&ctd=481 veja o bonde número de ordem 2016.

    São parecidos, mas não idênticos.

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  49. Cheguei agora e li todos os comentários. Uma aula magna do Hélio e muitos comentários dos velhinhos como eu que andaram de bonde no Rio.
    Hélio, o que aconteceu com os funcionários quando todos os bondes foram desativados? Motorneiros, condutores, fiscais, pessoal da manutenção. foram aproveitados na CTC? Foram aposentados? Foram jogados no olho da rua, como se diz em Portugal?

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    1. Zenon, ao que eu sei alguns foram aproveitados na CTC. Havia muitos que já tinham idade avançada, provavelmente foram aposentados. E certamente outros foram mandados embora.

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  50. Colaborador anônimo ==> vi o episódio de hoje de "Garota do momento". O bonde apareceu durante 1 segundo, já no fim do capítulo. Ele é do Rio, sim. Mas não deu tempo de ver se havia lanças sobre o carro-motor.

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  51. Boa noite Saudosistas. Postagem de bondes, com aula do mestre Hélio Ribeiro, é igual a jogo de Flamengo em final de campeonato, garantia de casa cheia.
    Tive uma chave dessas de relógio de bonde durante muito tempo, não sei o que fiz dela, ou se perdi.
    Vou ler o restante dos comentários e aprender mais um pouco.

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  52. Observador Esportivo7 de maio de 2025 às 19:19

    Nenhum time das consideradas melhores ligas de futebol, a inglesa e a espanhola, na final da Champions.

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  53. E deu PSG na final, justamente quando se libertou dos "craques".
    Vai ser uma grande final, em Munique.
    Dito e feito, meu neto mal chegou do colégio, ligou para mim, falando que o Inter é o melhor time da Champions, que o Lautaro é que é craque, que vai ser a campeã da Champions este ano.
    Muito legal ver ele vibrando com futebol, afinal eu também era assim na idade dele.

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  54. Excelente aula do Sr. Hélio Ribeiro. Para fixação e ulteriores conhecimentos, fica a dica de assistir o vídeo do Arquivo Nacional, disponível no Canal TV de Tubo, realizado no Museu do Bonde RJ, em 1977. Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=Pj-YNIByPoQ
    Saudações.

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  55. sr Hélio ribeiro eu vi o link recomendado, são informações importantes e abrangentes para uma pesquisa sobre transporte urbano na cadeira de arquitetura e urbanismo da faculdade. grato uma vez mais.

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  56. Vi o link indicado pelo Anônimo das 22:00 e achei fraco. Poderia ter sido muito melhor.

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  57. Fizeram barba, cabello e bigode na Venezuela. O Vasco feliz foi o do adversário.

    O Central - Córdoba, via Flamengo, passou de novo.

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  58. O Helio literalmente não perdeu o Bonde!!! Sucesso! História com H!

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  59. Observador Esportivo8 de maio de 2025 às 07:45

    E vários jogadores do Flamengo sofreram tentativa de assalto esta madrugada ao voltar da Argentina, na Linha Amarela. O carro do goleiro Rossi foi alvejado com vários tiros.
    Se até os jogadores do Flamengo são vítimas, o que dizer dos simples mortais?

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  60. Quando o assunto são os bondes do Rio o sucesso é garantido. Vocês lembram dos anúncios? O mais famoso acho que era o do Rhum Creosotado. Também era comum o da Academia Moraes que dizia "Quantas oportunidades você perdeu por não saber dançar?". Lembro ainda do Creme de Arroz Colombo com a figura de um bebê bem nutrido, do anúncio da horrível Emulsão de Scott.
    Na frente dos bondes sempre havia do lado esquerdo um enorme anúncio geralmente de marcas de cigarros.

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    1. Isso mesmo, Julio. Os anúncios eram famosos. Tinha o seguinte:
      "Pros artistas do pincel
      Acabou-se a carestia
      Porque na casa do Abel
      de Barros e Cia
      Tem tintas, óleos, vernizes
      Pra dar de graça ao freguês
      É na rua Buenos Aires
      233"

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  61. Perfeita essa frase "quantas oportunidades você perdeu por não saber dançar". Eu me encaixo muito bem nela. Os caras que sabem dançar bem encantam as mulheres mesmo não sendo bonitos e agarram todas as oportunidades que aparecem.

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    1. Exatamente, Mauro Marcello. Um homem que sabe dançar "tem meio caminho andado". Mas é importante saber que no universo da dança de salão, "se entrar de sola" pode se dar mal e ficar mal visto.

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    2. Somos dois, Mauro Marcello.

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  62. O do Rhum Creosotado era famoso:
    "Veja ilustre passageiro
    O belo tipo faceiro
    Que o senhor tem a seu lado.
    E no entanto, acredite,
    Quase morreu de bronquite
    Salvou-o o Rhum Creosotado"

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  63. E tinha o anúncio com o macaco Simão. Esse não lembro como era.

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  64. E quem se lembra da rinoceronte Cacareco, que recebeu 100 mil votos para vereador em 1959, na cidade de São Paulo?

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  65. Hoje é dia Internacional da Cruz Vermelha.

    Em 1886 era vendida em Atlanta a primeira garrafa de Coca-Cola.

    Em 1945 a Alemanha assinava a rendição e terminava a IIGM na Europa. Hoje é comemorado o Dia da Vitória.

    Em 1975 nascia Enrique Iglesias.

    Em 1980 a OMS anunciava a erradicação da varíola.

    Em 2014 morria Jair Rodrigues.

    Em 2023 morria Rita Lee.

    PS: no domingo fez cem anos da principal vista de Albert Einstein ao Brasil.

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    1. A Cruz Vermelha é uma instituição respeitável.
      Foi a Coca ou a Pepsi que foi a pioneira em colocar gás e fazer remédio para má digestão virar refrigerante?
      Sobre a guerra, não sei se foi um divisão inteira, mas muitos militares da Alemanha ainda lutavam na Tchecoslováquia contra os soviéticos no dia 9 de maio, tentando escapar e se render só aos americanos e/ou ingleses, que não aceitaram.

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    2. Paulo, prefiro não abrir questão contra a Cruz Vermelha. Tem passado imundo. O gerente sabe a que me refiro.

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    3. Me referi ao presente.
      Mesmo assim acho que no balanço geral salvou muita gente nos muitos confrontos de sua existência.

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  66. Sobre a Alemanha do Terceiro Reich, andei lendo textos de um diplomata americano que serviu lá antes da guerra.
    Descendente de alemães e especializado no comércio entre seu país e o Eixo, Douglas Muller, antes mesmo dos EUA entrarem na guerra, já previa que a Alemanha não teria matéria-prima suficiente para sustentar uma guerra de longa duração e que a invasão da URSS era muito mais que um simples combate aos comunismo, era a necessidade de minérios e petróleo, mesmo em tempo de paz posterior.
    O aço alemão ficou com baixa qualidade por falta de composição ideal para blindar carros de combate, por exemplo.

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  67. Há um livro interessantíssimo sobre Berlim no pré-guerra: "No jardim das feras", de Erick Larson.
    É uma obra de não ficção.
    O livro relata a história da família Dodd, embaixadores dos Estados Unidos na Alemanha de Hitler, e a atmosfera da época. Embora pareça uma narrativa de suspense, a história é baseada em documentos e relatos reais, como cartas e diários.

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  68. Partes de textos de Douglas Miller:
    "Nada é bastante bom para o Estado Maior alemão, essa orientação produziu a mais maravilhosa máquina militar até hoje construída, mas também levou obcecados oficiais alemães para o hospício"
    "Se a vida fosse uma ciência os alemães teriam batido a todos nós, porém a vida é uma arte, não pode ser só ensinada, deve ser sentida e compreendida. Isso é uma sorte para o resto da Humanidade"
    Os livros são "O Calcanhar de Aquiles da Alemanha Nazista" e "Nada de Negócios com Hitler", baseado nas necessidades do comércio exterior do Terceiro Reich. Negócios que eram a especialidade do escritor, que sabia que era essencial cortar o "oxigênio" dos nazistas, antes mesmo da declaração de guerra.

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    1. Esse livros só em sebos, mesmo que virtuais. Ou perdido em algum site.

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  69. Parece que agora acertei. Estou voltando agora do rolé que faço cada dia num lugar diferente. Hoje fui visitar as terras Petropolitanas. Os bondes fizeram parte da minha infância e parte da juventude. Na semana passada fui matar a saudade dos mesmos fazendo uma viagem redonda ( ida e volta ) em um bonde de Sta Tereza.

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    1. Em qual das linhas? Para maiores de 65 anos a viagem é "de graça", pois o preço real é de R$ 20,00.

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    2. Dois Irmãos . Na Leopoldina tem 5 unidades desses bondes abandonadas. Parece que foram colocadas ali para serem descartadas. Se assim o foi , onde jogaram fora os reboques que nos bons tempos todos os carros-motor os tinham. Quando vejo um bonde passando,sinto muita saudade dos tempos em que a pintura deles era verde. FF Estava voltando de Petrópolis quando ouvi no telefone da passageira ao meu lado que o novo PAPA tinha sido escolhido.

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    3. Alguns reboques foram colocados em praças públicas, para curto deleite das crianças e alegria dos depredadores e incendiários. Outros foram adquiridos ou presenteados a empresas particulares, clubes ou pessoas físicas de posse, residentes em propriedades com área livre. O restante foi entusiasticamente queimado em grandes fogueiras de São João, junto com os carros-motor. No caso da JB, as fogueiras aconteceram no depósito do Caju; no caso da Light, em Triagem, Penha e outros lugares.

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    4. Mauro xará, os reboques do sistema de Santa Teresa "desapareceram" após o temporal ocorrido em 10 de Janeiro de 1966. Antes do temporal o sistema possuía 35 bondes, a maioria com reboques, e quatro linhas. Quando o sistema voltou a funcionar foram suspensos os ramais de Muratori e do Silvestre, restando Dois Irmãos e Paula Matos. Em 1998 foi estabelecido o ramal do Silvestre e assentados os trilhos novamente na Francisco Muratori, mas o tráfego não foi restabelecido na época e o ramal do Silvestre foi suspenso "por razões de segurança". Na época da tragédia ocorrida em 2011 "supostamente" orquestrada por políticos associados a Sérgio Cabral e à Fetransport, operavam apenas seis bondes sucateados. Graças à Associação de Amigos e Moradores de Santa Teresa o sistema não foi definitivamente erradicado. O sistema voltou a funcionar "à meia boca" com "réplicas modernas" com apenas três bondes em horário reduzido até o Largo do Guimarães durante anos. Atualmente funcionam o Dois Irmãos, o Paula Matos que voltou a funcionar no mês passado, o Muratori que voltou a funcionar mas está suspenso, e o Silvestre está prestes a ser reinaugurado. Vale lembrar que Santa Teresa se transformou em uma enorme favela dominada pelo crime organizado, e qualquer passeio por lá pode se transformar em uma tragédia.

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    5. Joel, acho que você poderia fazer uma postagem sobre os bondes de Santa Teresa. Nunca me interessei por eles, por isso não me acho em condições de assumir essa tarefa. Mas vejo que você conhece bem o assunto. Se topar, eu te dou umas dicas de como elaborar uma postagem e enviar ao Luiz.

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    6. Aí, Luiz, o Joel pode contribuir para o SDR com o assunto do meu comentário acima. Que tal dar uma "imprensada" nele a respeito? kkkkkkk

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    7. Os bondes que atualmente estão largados na antiga Leopoldina estão previstos para serem largados agora em Deodoro junto com as carcaças dos trens.

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    8. PS: pelo menos era a ideia há dois meses. Se mudou alguma coisa não sei dizer.

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  70. Ihhh.... ferrou, Joel! kkkkk

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  71. Final da Liga Europa será dia 21 em Bilbao entre Tottenham e Manchester United, que confirmaram o favoritismo vencendo novamente os seus jogos de hoje.

    O irônico e que se fosse pelo campeonato inglês seria um "confronto direto". O Manchester United está em 15⁰ e o Tottenham uma posição abaixo...

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    1. Pela segunda vez seguida nenhum representante da supervalorizada Premier League na final do principal campeonato europeu, mas na "segunda divisão" da Europa os finalistas são dessa liga da elite inglesa, porém com péssima campanha.

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  72. Hélio, sobre o seu comentário das 18:02: Eu não sou nenhum especialista no assunto, apenas tenho algum conhecimento sem maiores pretensões. Mas vou pensar no assunto.

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