FOTO 1: Em 2007 nosso prezado amigo Rouen publicou esta fotografia no estupendo "fotolog ARQUEOLOGIA DO RIO" com o seguinte texto:
“Em meados dos anos
1950 eu morava na Av. Rui Barbosa e vivia incansavelmente debruçado na
varanda vendo aquela vista fantástica. Passei a reparar uma mudança na
paisagem em certa área acima da Av. São Sebastião, na Urca. Eram uns poucos painéis esverdeados que
cresciam até formar um enorme retângulo. Ninguém imaginava o que poderia ser.
Até que o jornal “O Globo” inaugurou o “Jornal Luminoso”, no final de julho de
1956.”
Lembro que muito se
discutiu naquela postagem do Rouen como funcionava aquela “geringonça”, com
todos os comentaristas palpitando. Recentemente descobri uma reportagem que
explicava o funcionamento:
“Os jornais luminosos
começaram no Japão, nos anos 50, quando um engenheiro que trabalhava com
projetores coloridos de propaganda, inventou o jornal luminoso colorido.
Utilizando o mercúrio,
que é um metal líquido, para fazer os contatos elétricos, o engenheiro eliminou
a necessidade das chaves individuais de cada lâmpada, tornando possível a
confecção de matrizes mais simples.
Em uma fita de papel “crafto”
especial, medindo 22,5 cm de largura, são desenhadas as letras formando as
palavras e as frases. Com uma ponta de fogo e seguindo a orientação de uma
matriz, o técnico perfura o papel de acordo com o desenho prévio,
correspondendo cada furo a uma lâmpada que se deverá acender no luminoso para a
formação da letra ou do desenho previsto.
Depois de feitas as
perfurações, letra por letra, de todo o noticiário ou do anúncio a ser
reproduzido, procede-se a um lixamento da fita “crafto”, aparando-se as
rebarbas e pulverizando-se sua superfície com um talco especial. Esta fita é
colocada em uma máquina composta de vários cilindros, deslizando rapidamente
até a caixa de comando. A caixa de comando tem forma retangular, medindo 25cm
de largura por um metro de comprimento. Esta caixa tem como fundo uma placa de
cobre com 5040 pontos de contato, ligados às 5040 lâmpadas do gigantesco
luminoso.
A fita “crafto” desliza sobre
a superfície de cobre, separando os pontos de contatos de uma camada de
mercúrio carregada de eletricidade. Essa camada de mercúrio, que pesa vinte
quilos, entra em contato com a chapa de cobre apenas nos pontos perfurados,
estabelecendo assim a ligação e acendendo as lâmpadas correspondentes no
painel. O contínuo movimento da fita, cujas pontas são emendadas, reproduz no
luminoso tudo o que nela estiver gravado.
O primeiro jornal
luminoso instalado no Rio tinha as seguintes medidas: 78 metros de comprimento
por 12 metros de altura (936 metros quadrados), sendo suas letras coloridas
visíveis a mais de quatro quilômetros de distância. Na sua estrutura foram
empregados 2520 refletores de metal, 50 toneladas de ferro e 5040 lâmpadas de
120 volts.”
FOTO 2: A empresa responsável
pelo “Jornal Luminoso” era a “Rainbow”. Este jornal fazia muito sucesso, mas
aconteceu um fato curioso em abril de 1957, como comentou o Decourt: um gaiato qualquer ligou para o operador do
letreiro, dizendo que era da redação de "O Globo", e mandou colocar a seguinte notícia
"Rússia invade Turquia", ou seja, na época de Guerra Fria a 3ª Guerra
Mundial poderia estar começando. A notícia ficou algumas horas no ar,
apavorando muita gente...
FOTO 3: O "Jornal Luminoso da Rainbow" aparece bem à esquerda.
FOTO 4: Mas havia outros luminosos que chamavam a atenção. O anúncio da Salutaris com o copo se enchendo de água com gás, no Morro do Pasmado, era conhecido por todos que passavam pela vizinhança.
Nesta foto vemos ainda o anúncio "Cinzano" atrás do prédio da Policlínica de Botafogo e, mais à direita, as sedes dos clubes Guanabara e Botafogo.
FOTO 5: Ainda na região do Pasmado, vemos os luminosos "Salutaris", "Cinzano", "Coca-Cola", "Mido".
FOTO 6: No Morro da Viúva, antes de ser cercado pelos arranha-céus, havia luminosos "Pilot" e "Chapeos Serricchio". O logotipo da Texaco do Posto Amendoeira aparece só um pouquinho, atrás das árvores.
FOTO 7: Bem à direita, no alto dos prédios, vemos mais dois luminosos que chamavam a atenção: o da "ESSO" e o do "Novo Mundo".
Aos meus olhos de criança aquele anúncio da Salutaris era espetacular. Ficou lá por muito tempo.
ResponderExcluirJá o jornal luminoso é de se aplaudir. Não sabia como era feito com os recursos daquela época.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirEssa fase eu não peguei, mas atualmente temos anúncios e outdoors para todos os gostos, bons ou maus. Hoje é dia do gari.
Hoje é o centenário de nascimento de Nilton Santos e o clube usou um uniforme lembrando a data no jogo de anteontem.
ExcluirHoje faz um ano de morte do jornalista Antero Greco.
O anúncio do Vermouth Cinzano era enorme e era visto de longe. Jornais luminosos desse tipo seriam inviáveis hoje em dia, pois logo as estruturas seriam furtadas por crackudos e viciados em drogas e vendidas em ferros-velhos. As fotos são ótimas e fazem jus ao conceito divulgado pelo Conde di Lido em tempos mais recentes.
ResponderExcluirTô com o Cesar e aos meus olhos de criança, nos anos 60, o anúncio da Salutaris era sensacional. Eu adorava todos os anúncios coloridos que se "moviam", tala qual o daquela academia da Av. Nossa Senhora de Copacabana esquina com à Djalma Urich, tendo um fortão fazendo muque.
ResponderExcluirInteressante essa tecnologia do jornal luminoso dos anos 50.
ResponderExcluirO trote foi de lascar, afinal a Turquia é um aliado dos EUA desde o final da 2ª. Guerra Mundial.
Uma versão bem dramática do que hoje chamamos de "fake news".
Cinzano, Salutaris no Pasmado e Novo Mundo e Esso na Esplanada são velhos frequentadores das fotos dos FRA's, mas esses do Morro da Viúva apareceram bem menos.
ResponderExcluirAgora o que tem de feio na Urca é um enorme prédio que se vê de longe marcando a paisagem no pé do Pão de Açúcar.
ResponderExcluirAcho que lembro de um anúncio luminoso no Morro do Pasmado do refrigerante Crush, aliás, o meu predileto, tinha uma laranja pingando algumas gotas.
ResponderExcluirBom dia!
ResponderExcluirLembro da Esso, do Novo Mundo e da Academia na Djalma Ulrich. Havia também o luminoso da TV Rio. Mesbla também.
Fiquei em dúvida se era Academia Atlas ou Academia Apolo, na Djalma Ulrich. Consultando os "experts" do FRA o Tumminelli me confirmou ser Academia Atlas.
ResponderExcluirO cara deve estar cansado de exercitar o biceps...
A notícia da invasão da Turquia pela União Soviética em uma época em que a comprovação de uma notícia era lenta, se comparada com os dias atuais, deve ter causado um verdadeiro pânico na Europa e nos EUA. Realmente uma "fake news". No passado, as "cartas anônimas" espalhavam notícias falsas, causavam alvoroço, e até tragédias, principalmente na área conjugal. Por volta de 50 em Vila Isabel, um vizinho de meus avós foi vítima de cartas anônimas seguidas e resolveu ficar de tocaia para conferir, e quando o cobrador da Light bateu à porta de sua casa, o homem imaginou que era o "Ricardão" sacou de um revólver. O cobrador da Light correu, mas a mulher gritou e se escondeu dentro da casa, enquanto o marido disse que ia mata-la. Chegou a disparar um tiro que atingiu o rodapé, mas meu tio ouvindo a confusão, correu em socorro, e com muita conversa conseguiu desarmar o homem. Depois que ficou esclarecido, o homem acabou pedindo desculpas. Ficou a dúvida se ele queria mesmo matar a mulher ou disparou para o chão. Esse mesmo homem protagonizou um outro episódio tragicômico quando após se candidatar à vereador, constatou na apuração que obteve apenas um voto, o dele. Mais uma vez descarregou a sua irá sobre a mulher, que mais uma vez foi salva por vizinhos.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Lembro bem destes anúncios marcaram época na cidade, mas o que eu mais gostava era o da Esso.
ResponderExcluirHoje temos vários anúncios afixados em paredes laterais de grandes prédios do RJ, bom para os condomínios que recebem uma graninha pelo aluguel do espaço.
Hoje pessoal dissemina fake news pelo zap ou Telegram.
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