Recebi um email do Eustáquio G. Nardini, que já colaborou com o “Saudades do Rio” enviando fotos sobre um Museu de Cera na Rua do Passeio e sobre uma filmagem na Rua Gomes Freire.
Desta feita mandou fotos
sobre o “Hangar´s Bar”, que tinha sido citado numa postagem sobre a “Ilha dos
Pescadores”, na Barra da Tijuca.
Um grande avião C-82, como este do anúncio, foi
comprado, em meados dos anos 1960, à Cruzeiro do Sul por Ari Rocha Araújo e
Arlindo Matos, e foi levado à Barra desmontado em várias partes. Ali, depois de
remontado, virou o “Hangar´s Bar”, onde garçons e garçonetes trabalhavam vestidos de “pilotos” e “aeromoças”,
tendo especialidades como os coquetéis “Óleo Hidráulico” e “Gasolina 130”.
Inicialmente o bar/boate seria
instalado na Lagoa Rodrigo de Freitas, mas não se conseguiu a licença. Levado para a Barra, o interior do avião foi totalmente decorado: do teto pendia um paraquedas branco,
armado. As mesas, lilás, amarelo e laranja, separadas por trançados de nylon.
Iluminação indireta e todo o material à prova de fogo.
Este era o aspecto do avião quando da inauguração do bar/boate na Barra da Tijuca. O "Hangar´s Bar" funcionou de 1965 a 1968 e um dos comentaristas do "Saudades do Rio" já escreveu que frequentou o local.
O avião foi colocado nos
terrenos de Francisco Peixoto, que se tornou sócio do empreendimento, na então
Avenida Projetada C.
A foto acima é da revista "O Cruzeiro" e a Irene é a Irene Ravache. A reportagem destacava a jovem de 22 anos que já fazia sucesso em novela da TV Globo.
Vemos o filme "Cuidado! Espião brasileiro em ação!", de 1966, que tinha o "Hangar´s Bar" como um dos cenários.
"Cuidado, Espião Brasileiro em Ação!" é um filme de comédia de espionagem brasileiro de 1966, escrito e dirigido por Víctor Lima. O filme se passou no Rio de Janeiro, no antigo estado da Guanabara, e foi lançado em 1º de dezembro de 1966.
A ilha dos Pescadores eu conheço mas deste Hangar nunca tinha ouvido falar.
ResponderExcluirFico me perguntando se o investimento compensou pois comprar um avião não deve ser barato. Ainda mais tendo que desmontar, montar, transportar, decorar, etc.
Mas foi uma ideia diferente.
Nesta época, anos 60, a região era um deserto e pouco iluminada. Nem imagino quem poderia frequentar este local à noite mesmo sendo tempos mais tranquilos. Moça de família é que não era. BR-6, avenida Projetada, isso aí era local de difícil acesso e não podia dar certo.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirAcho que funcionou na época "errada". Se fosse algo mais recente talvez tivesse durado mais tempo.
Quando criança, fui jantar com meus pais na Ilha dos Pescadores, creio que em 1968, mas não me lembro desse hidro-avião.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Não é do meu tempo, não sei porque tenho uma antipatia com a Ilha dos Pescadores, só fui lá uma vez e não gostei, coisa de sensibilidade, não bateu comigo o lugar.
ResponderExcluirPeço licença ao Gerente para fazer uma correção: a atriz Irene Ravache que aparece na foto 4, não fazia sucesso na TV Globo, onde foi trabalhar muitos anos mais tarde, pois tinha contrato com a TV Tupi, com participação em diversas novelas. Em 1968 ele fez importante participação na novela Beto Rockfeller. ### A TV nos anos 60 não detinha a preferência popular, e em razão disso dependia de patrocínio de empresas norte-americanas como a Gessy-Lever para suas produções. Um dessas produções foi a novela "A Cabana do Pai Tomás", baseado no livro da escritora Harriet Beecher Stowe, e que foi exibida em 1968/69. Uma das exigências da Gessy-Lever foi que a produção "não tivesse um ator negro no papel principal". A TV Globo resolveu o problema "pintando de preto o ator Sérgio Cardoso", apesar de inúmeros atores negros de inegável talento disponíveis no mercado.
ResponderExcluirPeço licença ao Gerente para fazer uma correção: a atriz Irene Ravache que aparece na foto 4, não fazia sucesso na TV Globo, onde foi trabalhar muitos anos mais tarde, pois tinha contrato com a TV Tupi, com participação em diversas novelas. Em 1968 ele fez importante participação na novela Beto Rockfeller. ### A TV nos anos 60 não detinha a preferência popular, e em razão disso dependia de patrocínio de empresas norte-americanas como a Gessy-Lever para suas produções. Um dessas produções foi a novela "A Cabana do Pai Tomás", baseado no livro da escritora Harriet Beecher Stowe, e que foi exibida em 1968/69. Uma das exigências da Gessy-Lever foi que a produção "não tivesse um ator negro no papel principal". A TV Globo resolveu o problema "pintando de preto o ator Sérgio Cardoso", apesar de inúmeros atores negros de inegável talento disponíveis no mercado.
ResponderExcluirJoel ==>8:44 Não era hidroavião, era um modelo militar de carga que na FAB foi nomeado como C-82.
ResponderExcluirTenho a mesma dúvida do Cesar: será que o investimento compensou? Pelo visto, não, já que só funcionou durante meros três anos.
ResponderExcluirEu sempre reparo em alguns detalhes: no caso do elenco listado pelo gerente, deu pra notar que o nome dos artistas está em ordem alfabética pelo sobrenome e não pelo nome. Isso é muito comum em produções americanas, inclusive quanto ao pessoal técnico e da logística.
ResponderExcluirBares, botecos, boates nunca foram lugares de minha preferência. Só em raríssimas vezes fui a algum. Um deles foi o do Osvaldo, na Barra, famoso pelas batidas, se não me engano. Não gosto de ambientes barulhentos onde predomina a bebida alcoólica.
ResponderExcluirBoate, só fui a uma. Já narrei aqui onde ela era e o que aconteceu lá.
Minto: duas, sendo uma em Belém, no bairro da Condor, local mal afamado. Por sinal, o nome do bairro deriva de uma rampa de acesso de hidroaviões do antigo Sindicato Condor.
O grupo de mergulhadores profissionais contratado para fazer um trabalho subaquático na empresa quebrou toda uma boate lá em Belém. Acho que era a de nome Pagode Chinês, mss não tenho certeza. A firma teve de pagar o prejuízo.
ResponderExcluirTempos depois alguns deles pegaram malária. Ficaram pele e osso, quase morreram. Tiveram de voltar para o Rio.
Vi várias vezes esse modelo de avião passando pelo céu do Rio, muito provavelmente da FAB.
ResponderExcluirA ideia de bar e/ou restaurante em avião é uma boa sacada, mas exige um bom capital inicial. Também já vi fotos de pousadas, fora do Brasil.
Beleza tranquila é uma boa definição para Irene Ravache, com jeitinho de moça casadoira.
Além de Beto Rockefeller, outra novela que lembro com ela é O Machão, também na TV Tupi, onde ela contracenava com Antônio Fagundes em seu primeiro sucesso na telinha, se não me engano.
A Globo fez uma versão dessa estória, O Cravo e a Rosa, eu acho.