Esta foto consta do livro "Trincheira Tropical", de Ruy Castro, que aborda os impactos da 2ª Guerra Mundial no Rio de Janeiro, no período de 1935 a 1945. A leitura é muito interessante.
Vemos os submarinhos alemães U-530 e U-977 apresados ao largo da Ilha Fiscal em setembro de 1945.
Consta que ambos não teriam obedecido a ordem de rendição ao final da guerra e procuraram abrigo na Argentina. A tripulação foi presa e os submarinos foram encaminhados para os Estados Unidos sob uma escolta comandada por Francis Cooper.
A foto é da passagem dos dois submarinos pelo Rio de Janeiro nesta viagem.
Teorias da conspiração sugerem que ambos transportaram altos oficiais nazistas que se esconderiam na América do Sul, preferencialmente na Argentina.
Durante a guerra submarinos alemães, como o U-199 e o U-513, operavam nas costas do Brasil com o objetivo de interromper o tráfego marítimo aliado. Causaram muitos prejuízos, afundando vários navios. Estes dois submarinos destruídos.
O U-513 foi afundado por um hidroavião PBM da Marinha dos Estados Unidos na costa de Santa Catarina por bombas de profundidade e o U-199 por um bombardeiro brasileiro Catalina, pilotado por Alberto Torres, ao largo do Rio de Janeiro. Deste último ataque sobreviveram 12 alemães que foram resgatados após botes lançados pelos aviões aliados.
Durante muito tempo a Argentina serviu de refúgio para nazistas, mesmo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Durante mais de vinte anos o Tribunal Penal de Nuremberg e o "Mossad" empreenderam uma feroz caçada em diversos países da América do Sul, inclusive no Brasil, visando capturar nazistas foragidos. O austríaco Simon Wiesenthal ganhou notoriedade como caçador de nazistas.
ResponderExcluirO Brasil e a América do Sul faziam parte na geopolítica de uma "área de influência" dos EUA a partir da Segunda Guerra Mundial, pois a preocupação de que a Alemanha nazistas estendesse seus tentáculos era grande. A entrada do Brasil no conflito se deveu a vários fatores, inclusive a diversos torpedeamentos na costa brasileira.
ResponderExcluirObrigado pela dica. Gosto muito do Ruy Castro mas não sabia desse livro.
ResponderExcluirNos filmes americanos era comum os bandidos dizerem que fugiriam para o Brasil.
Na vida real os nazistas fugiram para a Argentina pois o Perón era simpático ao nazismo.
Esses U-Boats era um tormento para o tráfego marítimo.
Há filmes excelentes contando a história deles. Um dos melhores foi “Raposa do Mar” com Robert Mitchum.
Semana passada vi um do Tom Hanks chamado Greyhound, médio. .
Bom dia, Dr. D '.
ResponderExcluirQuase comprei esse livro na Bienal. Está nos meus planos.
Semana passada assisti a um programete da TV Senado sobre a entrada do Brasil na II Guerra Mundial. Em uma noite pelo menos três navios brasileiros foram afundados em tese por submarinos alemães.
Foi em 15/08/1942.
ExcluirHoje é dia da educação infantil, dia do feirante, dia da legalidade, dia da banana split (!!!) e dia do soldado, em homenagem ao nascimento do Duque de Caxias, em 1803.
Havia a chamada “rota dos ratos” por onde escapou um dos maiores criminosos de guerra nazista, Franz Stangl, ex-capitão da SS e comandante dos campos de extermínio de Sobibor e Treblinka, responsável pela morte de quase um milhão de judeus. Fugiu da prisão de Linz, na Áustria, seguiu a pé, passando por Graz e Meran, em direção a Florença, saindo pela Itália, tal como a maioria absoluta o fez.
ResponderExcluirJá a "rota ibérica" foi organizada por colaboradores nazistas que viviam na Espanha e utilizavam portos como os da Galícia, presumivelmente com a aprovação do ditador espanhol Francisco Franco.
Embora alguns tenham escapado para o Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Austrália e Oriente Médio, a maioria fugiu para a América do Sul.
A simpatia de Perón pelo nazismo e o fascismo gerou a oferta de um refúgio seguro longe dos tribunais aliados para criminosos de guerra e a recrutamento de especialistas alemães como engenheiros e militares para projetos industriais e de defesa. A Argentina organizava e facilitava a migração, emitindo passaportes forjados através de suas em Embaixadas na Europa, com a colaboração da Cruz Vermelha e da Igreja Católica.
ResponderExcluirEsta eventual colaboração é bastante polêmica e gera até hoje controvérsias, principalmente quanto à conduta do Papa Pio XII.
Enfim, lembremos que a verdade é a primeira vítima de qualquer guerra.
Getúlio Vargas era um "germanófilo" de carteirinha e tinha forte inclinação para o "fascio". Mas felizmente a História tomou seu curso.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Tema bastante interessante. Numa guerra tudo se fala e nada se sabe. Talvez seja a parte da história mais escabrosa, onde o ser humano é o único que perde de ambos os lados.
ResponderExcluirSerá que haverá o dia em que não teremos mais guerras?
Este ano li um livro especificamente sobre a fuga dos nazistas. Cheguei a comentar com o Luiz, não lembro se o fiz também aqui no SDR. Vou à feira-livre agora. Mais tarde comentarei sobre o que li no livro.
ResponderExcluirLembro da ampla reportagem em 1985, a respeito da morte de Josef Mengele, o Anjo da Morte dos campos nazistas, que viveu no anonimato aqui no Brasil sob o nome falso de Wolfgang Gerhardt. Morreu afogado após um mal súbito numa praia em Bertioga, litoral de São Paulo, em 1979.
ResponderExcluirEm 1963 um tio meu trouxe dos Estados Unidos o submarino Rio Grande do Sul, ex-segunda guerra, mas que fora modernizado.
ResponderExcluirMal chegou aqui, a primeira e linda dama Maria Thereza Goulart, fez questão embarcar e foi fotografada pela Manchete, com grande destaque também para o comandante. Este destaque causou-lhe problemas em casa tão logo a revista chegou às bancas e, pós março de 1964, problemas ainda mais graves no prosseguimento de sua carreira militar.
Antes que este desastre fosse consumado, eu e meu pai embarcamos no S-11 Rio Grande do Sul, em outubro de 1964, para um exercício de torpedeamento fora da Baía - um convite impensável atualmente. Foi um espetáculo, vi tudo funcionando, o espaço exíguo, o quadro transparente em que um tripulante escreve ao contrário, o silêncio e conforto da navegação subaquática, o disparo dos torpedos etc.
O disparo dos torpedos é revestido de muita atenção, pois, mesmo sem a cabeça explosiva, o torpedo poderia furar o alvo, pondo ao mar bravos marujos em um caça minas, e precisava flutuar a uma distância razoável, para não ser perdido e para não se transformar em obstáculo à navegação. A recuperação do torpedo pode levar horas, mas, felizmente, naquela tarde deu tudo certo.
O fim da Segunda Guerra Mundial e o início da "guerra fria", os EUA passaram a ter atenção especial com a América do Sul, e em especial o Brasil. Dentro da geopolítica mundial, o Brasil ocupa um lugar especial na área de influência norte-americana, e os acontecimentos ocorridos desde então, em especial no período de 1961/1964, comprovaram tal assertiva. De acordo com essa retrospectiva, é certo que os EUA pretendem manter esse "status quo" a qualquer preço, principalmente depois de governos sul-americanos, principalmente o do Brasil, estarem flertando abertamente com regimes autoritários e comunistas, procurando deliberadamente motivos para que haja um rompimento unilateral das relações entre Brasil e os EUA. A estratégia é clara...
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ResponderExcluirO livro "A Fuga dos Nazistas da Justiça", de Richard Dargie e Julian Flanders, narra em detalhes como isso se deu. Os valentões, implacáveis, fanáticos, corajosos nazistas fugiram com ratos cinzentos através da fronteira com a Áustria, dali passando para a Itália, entrando na província do Tirol do Sul. Esta província era originalmente do Império Austro-Húngaro até o fim da Primeira Guerra Mundial, com o nome Südtirol, mas após o fim do conflito foi cedido à Itália. Por isso, grande parte da população de lá era de origem austríaca, vale dizer simpatizante do nazismo em boa quantidade. Assim, dava guarida à fuga dos valentões, que entravam na Itália e permaneciam um tempo em Bolzano ou Bressanone, onde os aguardavam mosteiros e propriedades do bispo Johannes Baptist Geisler. Depois seguiam para Roma, onde sob vista grossa do Secretário do Estado Papal, Giovanni Montini, futuro Papa Paulo VI, eles eram abrigados provisoriamente na Igreja de Santa Maria dell"Anima, cujo pároco era o bispo Alois Hudal, de origem austríaca. Após conseguirem documentos falsos emitidos pelo Vaticano ou por eméritos falsificadores, eles os usavam para obter vistos de saída junto à Cruz Vermelha Internacional, cujo presidente tinha um histórico de reuniões com Hitler. Através dos portos de Gênova e Barcelona eles fugiam com o rabo entre as pernas para diversos países, especialmente para a Argentina, Chile e Paraguai, mas não só para esses. Perón havia enviado 5.000 vistos em branco para facilitar a vinda dos corajosos nazistas.
ResponderExcluirUma outra rota de fuga era operada pelo bispo católico Krunoslav Draganovic, antigo membro da organização fascista Ustase. Através de conexões com o Vaticano, ele organizou uma rede clandestina na Igreja de São Jerônimo (San Girolamo), que cobria Itália, Áustria e Alemanha. Durante a guerra o Estado Independente da Croácia havia funcionado como um estado fantoche da Alemanha nazista. Seu líder era Ante Pavelic. A Ustase foi um dos regimes mais letais do século XX. O bispo Draganovic serviu de capelão no campo de concentração de Jasenovac, onde se estima terem morrido cerca de 750.000 sérvios, judeus e ciganos.
ResponderExcluirDraganovic recebeu ajuda de vários prelados católicos de Roma, Gênova e Viena que tinham servido anteriormente na Ustase. No final da guerra, Pavelic e seus corajosos companheiros chegaram à Áustria se borrando de medo e foram alojados num mosteiro em Salzburg. Dali foram para Roma, onde viajavam em carros com placa diplomática do Vaticano, para não serem detidos. Quando Pavelic foi descoberto pelos americanos, Pavelic partiu para a América do Sul, usando dinheiro roubado de vítimas do extermínio e dos cofres da igreja de San Girolamo, entregues a ele pelo padre Dominic Mandic. As passagens foram fornecidas pelo Monsenhor Karlo Petronavic, agente de Draganovic em Gênova. Viajando sob o nome de Pablo Aranyos, deixou a Itália em 13 de setembro de 1947, chegando a Buenos Aires em 6 de novembro a bordo do navio italiano SS Sestriera. Com sua chegada à Argentina, quase todo o seu governo assassino estava em território platino, pois outros membros haviam partido antes dele.
ResponderExcluirEm resumo: milhares de assassinos nazistas vieram se juntar aqui na América do Sul graças à Cruz Vermelha Internacional e ao Vaticano. No Chile até formaram uma comunidade que funcionava nos moldes nazistas e com o bonito nome de Colônia Dignidade. Foi fundada em 1961 por um ex-militar nazista de nome Paul Schäfer, fugitivo da Alemanha Ocidental sob acusação de abuso sexual infantil. Está localizada na comuna de Parral, província de Linares. Seus primeiros habitantes ali chegaram através do Instituto Católico de Imigração.
ResponderExcluirNa época do regime de Pinochet, serviu de centro de detenção e tortura de opositores do regime. Mas há relatos de crimes anteriores a isso. No seu auge, era o lar de cerca de 300 alemães fugidos da guerra. Em 2005 mudou de nome para Vila Baviera, por sugestão do traficante de armas Gerhard Mertins.
Como se vê, "tutti buona gente".
Vale à pena ler sobre ela na Wikipedia.
O Vaticano não pode ser associado a crimes de guerra nem a assassinatos! Isso nunca foi provado!
ResponderExcluirSe você acredita nisso, então que seja. Eu prefiro acreditar em fontes confiáveis do que em crenças religiosas. Leia o livro que citei. Ou é tudo uma imensa mentira ou você está completamente iludido.
ExcluirNem o livro nem eu dissemos que o Vaticano está associado a crimes de guerra e assassinatos (vamos esquecer as Cruzadas, certo?). O que eu disse é que foi cúmplice ativo na fuga de criminosos nazistas para outros países.
ExcluirQuando estive em Vila Monte Verde, no município de Camanducaia, MG, havia várias casas no meio da floresta e da qual só se via parte do telhado. Corria a boca pequena que ali moravam ex-nazistas, escondidos. Vila Monte Verde foi formada em 1938 pelo imigrante letão Werner Greenberg (ou Grinberg, ou Grünberg), sendo que esse sobrenome significa exatamente "Monte Verde". Depois passou a atrair muitos imigrantes letões e alemães, pela semelhança de clima com aqueles países europeus.
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