A postagem de hoje é uma homenagem ao desaparecido Rafael Netto, o Rafito, companheiro da velha guarda dos FRA - Fotologs do Rio Antigo e membro efetivo do S.E.M.P.R.E.
Rafael, grande figura, assíduo frequentador dos encontros no Alto da Boa Vista, nos idos de 2006 e 2007 tinha o fotolog "Ontem e Hoje", onde fotografava os locais que apareciam nos FRA.
FOTO 1: Publicada pelo Decourt em março de 2007 vemos esta
urbanização realizada pela PDF nos anos 40 a fim de criar um novo paisagismo
para um região certamente conhecida há muitos anos pelos cariocas,
principalmente fotógrafos e pintores.
O projeto de urbanização foi autoria do arquiteto Azevedo
Neto, autor de muitas praças e jardins em nossa cidade.
A vista, sem os grandes prédios construídos na região da
Glória era totalmente desimpedida. Vemos um trecho da Av. Beira-Mar e. lá no fundo. as obras de aterro do Aeroporto
Santos Dunont e a Escola Naval.
Vemos que a urbanização é de extremo bom gosto, as
luminárias presas nas amuradas não tomam espaço da pequena praça e o uso de
blocos de cimento intercalados por grama se mostra muito avançada, pois esse
tipo de pavimento só se popularizou no final dos anos 50.
O lugar antes chamado de Jardim de Santa Tereza hoje é
chamado de Praça Glauce Rocha.
FOTO 2: Aspecto em 2007: a Praça Glauce Rocha é um pequeno mirante na entrada de Santa Teresa, onde se encontram as ruas Taylor e Visconde de Paranaguá, que sobem da Lapa, e Hermenegildo de Barros, que vem da Glória.
Ainda conserva a mesma urbanização de 1940, embora as
árvores tenham mudado bastante o panorama do lugar. Dois dos três postes
permanecem lá, embora com globos modernos. Junto da praça, existem uma bela
casa que pertenceu a Hermenegildo de Barros e, em frente a ela, a casa de
Paschoal Carlos Magno, que abriga o Teatro Duse, fundado pelo autor.
FOTO 3: Em maio de 2006 o “Saudades do Rio” publicou esta foto de
Landau, da década de 1950, mostrando a Centro, visto a partir de Santa Teresa.
À esquerda a Cinelândia e o Hotel Serrador. Mais ao centro, o Palácio Monroe
com sua cúpula. À direita, o Aeroporto Santos Dumont e a Praia da Glória antes
do Aterro do Flamengo.
FOTO 4: Poucos dias depois da publicação da foto anterior o Rafael Netto foi lá fotografar e descreveu o que encontrou.
O pequeno mirante fica na subida entre a Glória e Santa Teresa, no
encontro das ruas Hermenegildo de Barros, Taylor e Barão de Paranaguá. O
mirante se mantém mais ou menos do mesmo jeito, apesar de mal cuidado. Já a
vista do Centro mudou muito, principalmente devido aos grandes edifícios
construídos entre o Passeio e a Glória. Mal se veem os edifícios Brasília e São
Borja (logo à esquerda do poste) e os edifícios Serrador e Mesbla, no extremo
esquerdo da foto, não sobressaem como antigamente.
O poste parece ser o mesmo, apenas o globo foi trocado por um de estilo
moderno, como tantos na região da Glória. Já outro poste que havia mais adiante
não teve a mesma sorte, só sobrou o resto da base, corroído.
FOTO 5: Vemos a região ocupada atualmente pela Praça Glauce Rocha
em foto do dia 16 de março de 1940. O fotógrafo está bem no leito da Rua
Hermegildo de Barros e pega com sua objetiva a parte ajardinada da encosta
onde no topo foi construído um mirante.
Ao fundo vemos as casas de Santa Teresa, um bairro
nobre e longe da violência e da favelização que cada vez mais sufoca um dos
pontos mais simpáticos, pitorescos e bonitos de nossa cidade.
FOTO 6: Em 2007 lá foi o nosso prezado Rafael Netto fotografar o mesmo local e contar o que viu:
A Praça Glauce Rocha é um pequeno mirante na subida de Santa Teresa,
onde se encontram as ruas Taylor e Visconde de Paranaguá (que sobem da Lapa)
com a Rua Hermenegildo de Barros (que vem da Glória).
Mesmo com tantos anos entre as duas fotos podemos
perceber que tudo o mais continua o mesmo, a muralha de contenção de pedra, os
postes no mesmo lugar, o calçamento de paralelepípedos e as antigas casas ao
longo da rua. Apenas a escadinha que contorna a esquina perdeu o muro de
proteção.
À esquerda um legítimo "auto vintage", uma
Variant 1972 com uma cor típica da época.
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Para terminar, uma foto do local já na segunda década do século XXI
Linda a primeira foto. O local estava muito bem tratado.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirNunca estive em Santa Teresa, mas minha irmã foi algumas vezes, até recentemente. O bairro é reduto de um destacado comentarista.
Realmente a página do concurso se escafedeu... Teria o Lavra incorporado no Helio?
ATENÇÃO: o endereço da página do concurso mudou para concursodecinefilia.blogspot.com.
ResponderExcluirTenho dois sobrinhos que moraram numa vila agradável, na Hermenegildo de Barros. Quando não fazíamos churrasco, íamos a pé até Santa Teresa pela Hermenegildo e cortávamos caminho entrando na Travessa Cassiano, que é bem íngreme. Augusto, não sou fã de Santa Teresa, mas vale uma visita até lá. Morar no Rio de Janeiro e não conhecer este ponto turístico? te dou uma dica gastronômica: vai no Bar do Mineiro comer um bolinho de feijoada. Todos que eu levei adoraram o passeio.
ResponderExcluirLuiz, desculpe usar o SDR para fazer este aviso. O motivo da mudança foi tentar corrigir akguns problemas de comportamento rebelde do blog. Outros continuam ocorrendo.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas.
ResponderExcluirConheço bem Santa Tereza, uma pena que o bairro assim como toda a cidade tenha sido tomado pela marginalidade.
Certos fatos a gente nunca esquece: quando, após vencer muitos problemas, lancei meu site sobre bondes e o divulguei aqui no SDR, só recebi elogios. Exceto do Rafael Netto, que criticou a simplicidade do site. Esta foi fruto não só do meu desconhecimento da arte de design de sites como também da minha intenção de fazer algo bem simples para as pessoas navegarem nele, até porque normalmente quem se interessa por bondes é a velha guarda, sem muita intimidade com tecnologia.
ResponderExcluirHelio, o Rafito é uma figura. Os comentários dele nos diversos fotologs muitas vezes eram polêmicos. Mas pessoalmente é uma doce figura. Estivemos muitas vezes juntos nos almoços do Alto da Boa Vista e toda a turma, apesar de implicar muito com ele, tinha um grande carinho por ele.
ExcluirConheço Santa Teresa por motivos suficientes para saber da dura realidade da região. Estive lá há pouco tempo para fazer um passeio de bonde. Tomei o bonde Dois Irmãos na Carioca, saltei no Largo do Guimarães, esperei o Paula Matos, fui até o Largo das Neves, e retornei. É um bom lazer. Infelizmente a degradação do bairro é um realidade. Eu me lembro que nos idos de 1971 eu morava no Largo da Segunda-feira e resolvi ir com um amigo caminhando até Santa Teresa, e fomos pela Haddock Lobo, Rua do Bispo, Largo do Rio Comprido, Rua das Estrela, Barão de Petrópolis até a entrada do túnel, subimos até o Largo do França, Almirante Alexandrino, Largo do Guimarães, Rua Áurea, Rua Rua do Oriente, Largo das Neves, Rua Padre Miguelinho, Rua Catumbi, mas quando chegamos na Salvador de Sá por estarmos cansados, tomamos o ônibus. Atualmente nem em pensamento faria esse périplo, em primeiro lugar pelas horrendas favelas da região, e também porque a idade não permite.
ResponderExcluirQuanto a Santa Teresa, não tenho intimidade com o bairro. Passei várias vezes por lá, mas sempre fazendo o trajeto entre Laranjeiras e o centro. A única vez em que levei o namorado paulista da minha enteada para andar de bonde, em 2009, ficamos no meio de um tiroteio e o bonde teve de interromper por duas vezes a marcha, para se proteger entre edifícios. Já narrei isso aqui há tempos.
ResponderExcluirNa época em que eu era escrivão de polícia, pintou minha transferência para a 7ª D.P., a de Santa Teresa. Era muito tranquila. Corria o ano de 1975. Mas eu nem quis ouvir falar nisso: pedi exoneração do cargo.
ResponderExcluirQuando eu tinha uns 10 anos de idade, minha família resolveu fazer uma excursão ao Corcovado. Morávamos na Tijuca. Ao que me lembro, íamos minha avó, minha mãe, minhas tias, o marido de uma delas, meu irmão e minha prima pequena na época. Não me lembro se meu padrasto e meu tio também foram.
ResponderExcluirPegamos o bonde 66 - Tijuca até o Largo da Carioca e embarcamos no bonde de Santa Teresa, linha do Silvestre, onde descemos. Dali fomos subindo pela linha do trem do Corcovado. Quando um deles se aproximava saíamos dos trilhos para lhe dar passagem. Na época ainda era aquele trem de madeira envernizada.
Na volta, se bem me lembro, descemos no trem.
Os tempos mudaram. Na época de colégio, por várias vezes saímos do Santo Inácio pelo morro dos fundos do colégio, passávamos pela favela Dona Marta e íamos caminhando até o Corcovado. Hoje, nem pensar.
ResponderExcluirVolta e meia dou bordejo por Santa Teresa. Havia (há , fui checar) o Mirante do Rato Molhado, logo acima da rua da Delegacia. Seria esse?
ResponderExcluirEstive no fim de semana da ARTRIO em Santa e estava abarrotado. Recentemente uma agencia indicou para um casal francês conhecido meu o Hotel Chez Georges, um charme, mas nem o cabrito vai com facilidade. Levei-os ao Hotel Arp e ficaram maravilhados querendo se hospedar lá na próxima
Mas lá agora tem cinema, e bons restaurantes. Seria uma boa opção viária o trajeto Centro -Barra lá por cima. Sobe Rua Cândido Mendes e desce no Itanhangá, mas o problema é sair ileso e com o mesmo patrimônio material. Bogotá tem um anel viário em volta da cidade. Lembro do Plano Doxiadis.
Recomendo a expo da engenheira Carmem Portinho no MAM . Algumas imagens inéditas do Rio e de plantas e projetos, que já compartilhei com nosso guru Luiz.
Boa tarde/noite a todos!
ResponderExcluirJá fui a Santa Teresa inúmeras vezes, a última no meio do ano para acompanhar uma exposição da minha sobrinha, no Museu da Chácara do Céu. O dia estava ótimo, clima ameno, muita gente perambulando pelas ruas do bairro. Muitos turistas de outras cidades, mochileiros, gente "descolada". Enfim, uma sensação de tranquilidade!
Augusto, vá num domingo de tempo bom, existem atrações de todo tipo, gastronômicas, culturais, vistas bacanas. artesanato, muito a se ver. Só não chegue muito cedo, pois o bairro é meio boêmio. Hora do almoço, aproveite a dica do Mauro e se divirta.
Luiz, boa noite, tudo bem? Eu acompanho as suas postagens desde a época do Fotolog. Sempre fui mais de acompanhar do que de postar. Fiquei curioso com a sua publicação de hoje. Você ainda tem acesso as conteúdos dos antigos Fotologs ou elas ainda estão disponíveis em algum lugar?
ResponderExcluirNão estão disponíveis.
ResponderExcluirCom alguns “bugs” tenho cópia parcial do meu, do Tumminelli, do JBAN e do Rouen.
E de algumas postagens mais antigas de todos, por bairros, compiladas pela tia Milu.
Oi Luiz, boa tarde. Que pena que nem tudo foi salvo na época, mas o pouco que foi é de grande valor. Será que é possível de alguma forma, no futuro, você disponibilizar esse material? Obrigado.
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirHoje a Rádio Tupi completa 90 anos. Meio-dia será celebrada uma missa na Catedral Metropolitana pelo arcebispo do Rio e a partir de 14h na Confeitaria Colombo será lançado um livro sobre a rádio.
Incrível, nas fotos 5 e 6, os postes ainda estão no mesmo lugar mas receberam luminárias. Este trecho devia ser bem escuro.
ResponderExcluirParabéns a Rádio Tupi, da qual sou assíduo ouvinte. Lá está a melhor equipe esportiva do rádio. Todos os domingos ouço o programa "Bola Em Jogo", comandado por Eraldo Leite, ladeado pelos comentaristas Gérson, o Canhotinha de Ouro, o irreverente Dé, o Aranha e Rubem Leão.
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