A série "Esvaziando o arquivo" contém fotografias que foram garimpadas e que constam nos meus alfarrábios como não publicadas no "Saudades do Rio".
FOTO 1: O Monroe de novo, no tempo que os bondes passavam por lá.
FOTO 2: Detalhe da foto anterior para tentar ver melhor os automóveis.
FOTO 3: Será que o estagiário alemão de ontem legendaria esta fotografia com um "Lagoa Rodrigo de Freitas com o Pão de Açúcar ao fundo"?
FOTO 4: Sem comentários.
FOTO 5: As famosas ressacas da Praia do Flamengo. Esta foi em 1957. Após a construção do Aterro tudo mudou.
FOTO 6: O trânsito confuso à época, início dos anos 60, enquanto se concluiam as obras do Aterro. Vemos a Curva da Amendoeira e a Estátua de Cuauhtémoc, último imperador asteca e líder da resistência contra os invasores espanhóis.
FOTO 7: Publicação da revista "Fon-Fon" mostra os últimos tempos da igrejinha de Copacabana, demolida para a construção do Forte, que já estava em andamento.
Vemos Alcides Costa (empregado da igreja), H. do Espírito Santo (promotor), Almirante Guillobel (provedor da igreja), Eduardo França (vice-provedor) e sua esposa.
FOTO 8: Escola Orsina da Fonseca. Situada à Rua São Francisco Xavier, antigo Instituto Profissional Feminino, inaugurado em 1901. Destaque para arquitetura da entrada principal, gradis de ferro forjadp e exuberante jardim com duas palmeiras nas laterais da instituição.
FOTO 9: Malta, 1906. Vista panorâmica da Avenida Beira-Mar no trecho do bairro de Botafogo. Ao fundo o Morro do Pasmado. A Avenida Beira-Mar foi inaugurada em 12 de novembro de 1906.
A foto 2 é de 1960 em diante. Tem um Simca Chambord, cujo primeiro ano foi 1959. Um belo Chrysler do começo de 1950 encobre o que parece ser um Mercedes-Benz que saiu em 59.
ResponderExcluirA foto 6 é um espetáculo. As entradas do Aterro foram reposicionadas conforme as obras avançavam, já vi um filme em que o acesso era em frente à Dois de Dezembro.
Como era fácil identificar os automóveis! Ao lado do primeiro ônibus, um Mopar 46-47, ao lado do segundo ônibus, um Pontiac saia e blusa, mais à frente, um Buick 46-48 e no cruzamento, um Aero-Willys (parece 62). Parados no sinal, um dos meus queridos, Oldsmobile 1957, ao lado de um Fusca. Mais atrás, um lotação Magyrus-Deutz.
Estacionados, Oldsmobile, Austin ovo-de-Páscoa, um Chrysler grandão e uma ambulância Ford F-100, depois de Vemaguet, Dauphine, um Buicão.
Foto 10 - também já vi, um Cadillac 1952 e um Fusca 57. Ao fundo um Chevrolet 1959, talvez fosse do Ministro da Fazenda..., ou de algum sonegador.
Começando pela última foto, que é de 1959.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirEstranho que a foto de ontem da igreja de São Cristóvão constasse como não registrada, já que é figurinha fácil na internet. Em breve relembraremos a demolição do Monroe que completa 50 anos em 2026.
A foto 5 é do impressionante tsunami que atingiu o Rio em 1957 com dezenas de mortos. Corpos ficaram espalhados pela praia do Flamengo e alguns até pela rua Paissandu. As assistências chegaram rápido vindas dos hospitais Miguel Couto e Souza Aguiar. A população do bairro ficou aterrorizada e muitos moradores da orla fugiram para as montanhas de Santa Teresa. O governo do Distrito Federal declarou estado de calamidade pública e o presidente da República saiu do Palácio do Catete e abrigou-se no Palácio Rio Negro em Petrópolis. Dezenas de projetos foram apresentados após o balanço dos danos, sendo um dos mais notáveis construir uma muralha de concreto na entrada da Baía da Guanabara para servir de proteção, inspirado na Muralha da China. Embora caríssimo, foi aprovado em votação realizada na Gaiola de Ouro e referendada no Palácio Monroe, comissões foram pagas, mas nada foi adiante. Anos depois resolveram construir o Aterro que solucionou o problema a um custo muito inferior.
ResponderExcluirNa foto 6, olhando os quatro ônibus em primeiro plano, de cima para baixo eu arriscaria que o segundo é um Volvo carroceria Carbrasa, talvez da linha 109 - Malvino Reis x Ipanema; o quarto eu diria ser da linha 107 - Estrada de Ferro x Urca, não sei se na época já era da Viação Elite.
ResponderExcluirQuanto ao lotação Magyrus-Deutz, não eram muito comuns por aqui. Mas havia caminhões do Corpo de Bombeiros com essa marca.
ResponderExcluirNão sei o que o Decio tomou de café da manhã mas quero também.
ResponderExcluirConcordo que a vida era muito mais tranquila naquela época, mas não sei se me acostumaria com ela. Uma vida sem internet, redes sociais, muito recatada, sem graça.
ResponderExcluirDepende daquilo a que você dá valor. Eu valorizo a segurança, o ritmo lento da vida e não a azáfama de hoje, a interação familiar (exemplo: todos juntos assistindo à TV única, e não cada um no seu quarto vendo a sua própria TV), a conversa tête-à-tête e não via zap, as crianças brincando juntas na rua (e não com videogames), o cinema de fim de semana e não a NET o dia todo, as mães sentadas em cadeiras no portão das casas, conversando e tomando conta dos filhos que brincavam na rua, o jogo de futebol na calçada, além da bola de gude, amarelinha, chicotinho queimado, esconde-esconde, bicicleta, a ida ao Maracanã sem medo de confusão, a felicidade de ir ao Holiday on Ice no Maracanãzinho, o Festival Tom e Jerry, etc, etc, etc, etc, etc.
ExcluirHoje nada disso existe. É correria, violência, golpes, assalto, más notícias do mundo todo jogadas na sua cara o tempo todo, medo, insegurança, grades, concertinas, cercas elétricas, saidinha de banco, chupa-cabra, pais matando filhos, filhos matando pais, etc, etc, etc, etc.
Eu preferia a vida de antes.
Hoje até beber uma caipirinha em um bar é risco de vida.
ExcluirAlém de tudo isto dito acima, e o trânsito? As principais vias da zona sul só têm uma faixa para os carros circularem pois as outras são para ônibus e táxis e na da esquerda não se anda, tantos são os veículos parados. As motos e bicicletas elétricas circulam de qualquer forma, cortando entre os carros, andando na contramão. Não há um fiscal de trânsito na cidade.
ResponderExcluirAntigamente você pegava um bonde e ia apreciando a paisagem, as ruas, as construções, as gentes, no andar pachorrento do bonde, tlim-tlim do condutor avisando ao motorneiro para dar partida do ponto de parada, pedindo "dá licença" aos que viajavam no estribo, para embarcar ou desembarcar do bonde.
ExcluirO padeiro deixava na porta o litro de leite da CCPL e um embrulhinho de pães franceses em papel cinza, amarrado com barbante. A desoesa era anotada num caderninho e cobrada no fim do mês. De vez em quando lá vinha o amolador de facas, a carrocinha de Kibon, a matraca do vendedor de pirulitos cônicos de açúcar queimado.
Os pais proibiam amizade com maconheiros, os mais velhos eram respeitados, na casa dos outros só se aceitava comida ou bebida com autorização dos pais.
Carros eram raros, as ruas e as calçadas pertenciam às crianças: futebol, bicicleta, patins, patinetes, e outros folguedos.
Hoje você entra no metrô e aprecia a escuridão do túnel. No ônibus, fica atento a quem embarca tentando adivinhar se não seria um assaltante. No carro, treme a cada vez que uma moto com um garupa se aproxima. E tem acesso de tremedeira se eles param a seu lado.
No noticiário, fica sabendo de terremoto na Turquia, massacre em Gaza, inundações em Bangladesh, furacão em Cuba, tufão em Taiwan, golpe de estado em Mianmar, acontecimentos que antes constavam lá numa página interna de jornal. Hoje são servidos na hora do seu jantar, sem que você possa fazer nada a respeito e wue só servem para estressá-lo.
É, eu preferia o antigamente.
e a foto 9 mostra uma praia de Botafogo recheada de barcos. Ao fundo a arquibancada do Botafogo Regatas, que depois se uniu ao do futebol, situado no terreno da hoje Cobal Botafogo. Essa foto merecia uma bela colorização.
ResponderExcluirBoa noite Saudosistas. Tenho andado numa maratona de problemas a resolver, que não tenho tido tempo de entrar no SDR para comentar.
ResponderExcluirGostei muito desta série "esvaziando os arquivos", pretendo ver desde a primeira postagem, lendo os textos e os comentários dos nossos comentaristas diários.
Talvez na quinta-feira eu consiga este tempo.