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sexta-feira, 13 de julho de 2018

IGREJA DE SÃO PEDRO



 
Ao ver, esta semana, no FB a fotografia colorida, lembrei-me que, há tempos, recebi um e-mail de Feliciano Costa, visitante do “Saudades do Rio”, onde ele dizia: "(...) fui batizado na Igreja de São Pedro quando ainda muito criança. A minha insistência em descobrir fotos da paróquia de São Pedro Apóstolo, localizada na Rua Guilhermina, no bairro do Encantado, no Rio de Janeiro (a atual fica na Rua General Clarindo, em frente àquela), prende-se à curiosidade histórica e o quanto de prazer ela evoca de reminiscências já quase totalmente ocultas em meu cérebro.

As reminiscências vão desde as corridas de bicicleta promovidas pela Igreja São Pedro no final da década de 40 até meados da de 50, para abrilhantamento dos festejos do dia do santo padroeiro. Desde os "sopões" preparados e servidos por moradores das redondezas, também nos dias 29 de junho de cada ano, passando pelas procissões onde as moças "casadoiras" e bem comportadas eram paqueradas por rapazes nem tão bem comportados.

Bem como, já na década de 70, do acompanhamento das minhas filhas nas noites dançantes realizadas no pequeno adro à frente da igreja antiga, para arrecadação de fundos para a construção do prédio novo da paróquia, além do aniversário de quinze anos de uma delas festejado, também, na Igreja São Pedro Apóstolo.

O bairro do Encantado está morrendo e com ele a sua história, acompanhando a agonia da igreja de seu padroeiro. A estação da Estrada Ferro Central do Brasil não existe mais. A Associação Atlética Cultural do Encantado nem sei se existe ainda. O Colégio conhecido como "das Irmãs" (esqueci-me o nome correto) em razão do "progresso" parece-me que foi cortado pela Linha Amarela. Os campinhos de várzea, como o do Vasquinho e o do Tricolor, foram destruídos para a construção de prédios residenciais. O Rei do Bacalhau, onde eram servidos os melhores bolinhos de bacalhau da cidade, parece que não conseguiu manter a qualidade após a morte de seu fundador e está definhando. O cinema Ridan passou a ser mais um templo evangélico, dos muitos existentes no bairro."

Naquela ocasião descobri esta foto em P&B dos anos 60, de autoria de Ilhas Fontes, mostrando a Igreja de São Pedro, no Encantado, inaugurada em 11 de fevereiro de 1931. Foi uma alegria para o Feliciano Costa.

A foto colorida mostra que o descaso só aumentou.

23 comentários:

  1. Aquele subúrbio da linda música Gente Humilde já não existe há décadas.
    E por que a arquidiocese ou o patrimônio histórico não dão um jeito de restaurar esta igreja?

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  2. Bom dia.

    Existem mais de uma igreja consagradas a um mesmo santo na mesma cidade. Os exemplos são vários e conhecidos. No caso de São Pedro, a mais conhecida, a de São Pedro dos Clérigos, foi abaixo na década de 40 para a abertura da Presidente Vargas.

    A cidade como um todo sofre os efeitos da crise, alguns lugares mais que os outros. Querer dizer que é exclusividade de uma região é simplismo ou má-fé mesmo.

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  3. O "Encantado" deveria mudar o nome para "sinistro". Quem teria coragem de ir à essa igreja sem ser assaltado ou coisa pior? Realmente a Linha Amarela "matou" o bairro. A rua Dois de Fevereiro, além de cortar o bairro, possui diversos acessos à Linha Amarela e há muitos anos é um dos locais mais perigosos da cidade. Bem antes da existência da linha expressa em 1988, eu reagi à um assalto dentro de um ônibus na rua citada, atingindo um dos marginais. O bairro é limítrofe com o Engenho de Dentro, Piedade, e Água Santa, bairros igualmente perigosos. A famosa igreja da São Jorge em Quintino, é uma das mais concorridas da cidade e também é próxima do Encantado e situada em região igualmente perigosa.

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  4. Relembrando Dr. Hermelindo Pintáfona13 de julho de 2018 às 08:54

    Sacramental Prócer Litorâneo, Encantador Divulgador Cultural Brasílico, Eclesiástico Curador Iconográfico Sebastiano, Capaz, Mordaz e Loquaz Dr. D',

    Respeitosa e virtualmente adentro ao seu inigualável e inatingível Sítio Internético de Convívio, tal qual um pequeno pagão ao receber os sagrados óleos e assim purificar-se do Original Pecado e pertencer à Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

    Recém regresso da Serrana Urbe de Pedro, onde me refugiei nesta passada semana, após tomar o vapor no Trapiche Mauá e a "Baronesa" em Guia de Pacobaíba. As pestilências de nossa Capital Federal têm me preocupado deveras e não perco uma só oportunidade de escapar para os secos, frescos e puros ares serranos. Lamento apenas não poder ficar por períodos maiores ou mesmo estabelecer-me na Imperial Cidade, mas os compromissos assumidos e a minha azáfama e labores científicos impedem-me de fazê-lo. Apesar de ligado à Sebastianópolis por modernos meios de transporte, ainda é um burgo um tanto isolado e pacato por demasia para um homem como eu, ligado aos temas do mundo e em constante contato via missivas ou cabogramas com os principais centros de ciências dos 5 continentes.

    Chegados à Estação Ferroviária, tomamos um tílburi até o Solar Pintáfona, sito à Avenida Ypiranga, que já se encontrava aberto, arejado e preparado para receber-me pela boa Karina, nossa governante. Descendente direta de imigrantes russos, Karina mantém a tudo e a todos sob punho de ferro.

    Após um revigorante banho de sais com as puras águas serranas, uma chávena de chá e um repouso ligeiro, preparei-me para receber meus confrades para uma de nossas tertúlias teológico-literárias que tanto me aprazem e que há muito não fazíamos. Estiveram presentes nosso denso Conde di Lido, recentemente recuperado de uma constipação que levou-o ao hospital, o mordaz Barão de Santa Thereza, que teimava em reclamar do tratamento recebido por parte de Karina, Lord Joseph Eighth, representante de S.M. em terras brasileiras e sua simpática companheira, o vetusto e circunspecto Conde de Madri, o douto Barão de Montenegro e a simpática Baronesa, o representante de negócios dos reinos árabes, Mustafá Al-Dehrani, o floreado Baron du Mont Veuve, entre outros. Passamos juntos boas horas com boa música, bom vinho e discussões de alto teor. A um certo ponto, minha afinada assistente, a sublime Mme. Simmons, brindou-nos com sua maviosa voz e cantou algumas árias e canções renascentistas. A função só terminou já noite alta e todos saíram em busca de seus lacaios e de suas caleças que os aguardavam para o retorno aos seus palacetes, embora a maioria resida nas vizinhanças do Solar Pintáfona. O restante do tempo foi uma sucessão de encontros, almoços, jantares e obviamente a missa solene na Catedral de São Pedro de Alcântara, com já é praxe.

    Insigne Confrade, convocam-me à sala de refeições para o jantar. Ainda em dieta alimentar prescrita pelo bom Dr. D´, Mme. Simmons preparou-me um caldo de frango, seguido de um panaché de legumes com um naco de pescado e de sobremesa um creme brulée, que muito me apraz. Após a salutar refeição, e antes do merecido repouso noturno, retorno à atividade laboral, pois dedico-me à leitura e interpretação de textos tibetanos e estudo a sua relação com os relatos sagrados das religiões animistas da África Central, com o Corão e cultos Aztecas.

    Despeço-me Ungido, Purificado e Batizado.

    Seu Criado,

    Dr. Hermelindo Pintáfona

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  5. Relembrando Renato, o otimista13 de julho de 2018 às 08:59

    Há 10 anos o Renato já escrevia: "O subúrbio da Central vem se descaracterizando dia após dia. Era incrivelmente uma área bem urbanizada, ruas com calçamento inicialmente de paralelepípedos e posteriormente asfaltadas, iluminação com uns pratos em ágata branca para proteger da chuva, casas bem cuidadas, umas mais simples que outras, mas todas possuíam uma varanda frontal, calçadas bem varridas por seus moradores (não esperavam pela prefeitura), muitas árvores frutíferas plantadas nos fartos quintais, as crianças brincando nas ruas e calçadas, as festas junina coletivas.

    Passar as férias em casa de parentes no subúrbio era motivo de alegria: brincava-se em largos espaços gramados, subia-se em mangueiras para comer os frutos coletados direto da árvore, nos ralávamos com os tombos em solo arenoso, escalávamos os morros, aos domingos íamos na praça da matriz comer algodão doce, pipoca, quebra-queixo e bala puxa-puxa. Não se via miséria, no máximo pobreza, mas com o mínimo de dignidade humana.

    Eu passava horas no jardim de um tio-avô admirando o pequeno chafariz cuja água jorrava da boca de um sapo esculpido em metal. Ele era artista plástico e o jardim era decorado com diversos motivos infantis esculpidos em cimento, gesso e metal: cogumelos, gnomos, os 7 anões e a Branca de Neve, muito sapo espalhado pelo jardim, um pequeno carrinho de mão com dezenas de réplicas de ferramentas, além de outras coisas que não me lembro agora. E a mangueira! Cada fruto pesava uns 750g de tão grandes e doces, antes do almoço eram proibidos e depois impossível de serem totalmente degustados.

    Se faltava praia, sobrava liberdade e segurança para brincar na rua até 21-22 hs, quando não sentávamos na calçada e escutávamos os casos e histórias contadas pelos mais velhos. As festas religiosas eram carregadas de muita fé e devoção, anjinhos, filhas de Maria de branco, uma representando Maria Magdalena Arrependida, a tropa de choque das carolas de terço e rosário, as igrejas sempre bem cuidadas e ornamentada

    Não se viam roubos, assaltos e furtos. Trocas de tiros, balas traçantes, barricadas, desordem urbana, lixo nas ruas, mendigos, favelização desordenada. A impressão que me dá é a de que o brasileiro, via de regra, suporta com muita complacência todas as mazelas possíveis e imagináveis do se viver mal.

    A forma despretensiosa com a qual se joga um simples pedaço de papel no chão me causa espanto. Não é apenas a falta de civilidade, mas sim a idéia incutida de que um outro alguém deverá coletar o seu lixo, provavelmente um outro alguém que este cidadão julga ser inferior a si mesmo, mas como cada um pensa dessa forma, nunca surgirá esse alguém inferior e o lixo fica ali na via pública até que depois ganhará a rede de esgoto entupindo-a e gerando os alagamentos em tempos de chuva forte. A naturalidade deste processo é que é assustadora. Na UERJ até meados de 1981 não havia latas de lixos nas salas de aula e poucas eram vistas pelo campus. De tanto reclamar, reivindicar, encher o saco, a direção as colocou disponíveis no instituto. Se a universidade não dava o exemplo, como aqueles alunos propagarão esta idéia de limpeza coletiva?

    No AIRJ, em minha última passagem, havia dezenas de copos, garrafas plásticas, caixinhas de sucos e embalagens abandonadas nos assentos tendo algumas lixeiras no saguão. Os aviões parecem chiqueiros de tantas migalhas. Parece-me que o povo come meio biscoito e a outra metade cai fora da boca, o que é isso? Parkinson coletivo? Não!!!! é porque sabem que deverá vir uma equipe de faxineiros limpar suas cacas. Esta é a mentalidade do tupiniquim povo brasileiro!"


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  6. Os comentários do "Dr. Pintáfora" e o das 08:59 mostram como era o Rio em tempos passados. É irrefutável o argumento de que o caos se iniciou em 1985. Mesmo aqueles que são renitentes contumazes hão de convir que as "diretas já" foram o início da derrocada da democracia e do estado de selvageria em que vivemos. É possível ver através desses comentários citados o abismo que se abriu entre estes e a atualidade. Entretanto é cada vez maior o clamor da população de bem pela volta dos militares. Mesmo os "esquerdopatas" percebem que as forças armadas e as polícias são o anteparo entre tudo o que acreditamos e a barbárie. Mesmo aqueles que vivem em locais mais carentes de serviços, segurança, transporte, ou/e tenham tido uma formação acadêmica corrompida com falsos conceitos ou ideais através de uma doutrinação tendenciosa em "pseudo universidades", tem a oportunidade de refletir sobre o terreno pantanoso no qual pisam. O que esperam do futuro? Que seus filhos sejam contaminados pela "ideologia de gênero", ou que morram à míngua por terem seus bens confiscados pelo regime que tanto idolatram, ou serem obrigado a dividir a sua casa um uma família de "caucasianos" ou de crackudos?

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  7. Esse tempo que citou o Renato já não existe mais há tempos.
    Lembro-me de um lotação da linha se não estou enganado , Encantado -Praça 15.

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  8. Bom dia a todos. Conheço esta igreja, passava sempre em frente a ela quando ia ao restaurante Rei do Bacalhau, já faz tempo que não vou a este restaurante. Quanto ao problema da degradação dos bairros da região da Central e da Leopoldina, é decorrência do desleixo dos governos Cariocas juntamente com a promiscuidade entre políticos, segurança pública e criminalidade.

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  9. Como construíram outro templo acredito que a igreja abandonada já não pertence mais à paróquia e o atual proprietário não tem dinheiro ou considera que não vale a pena investir na demolição e construção de um prédio, por exemplo.
    No site da arquidiocese só é citada a igreja nova, conforme link abaixo:
    http://arqrio.org/igrejas

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  10. É o que digo:o dízimo é vital.A arrecadação deve ter ido para o buraco com a desvalorização do bairro diante dos problemas citados e ainda existem as igrejas alternativas.Lamentavel que tenha mudado para pior.
    Mais um texto fora de série e fora do sério do Dr.Hermelindo.Verdadeiro espanto!!!!

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  11. Pelo que vi rapidamente num tour virtual no Street View, pelo menos nas ruas um pouco afastadas da Linha Amarela, o Bairro do Encantado não está assim tão ruim.

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  12. Bom dia!
       Não é bem assim. A Igreja nova está bem ali perto e não sabem ou não podem dar um destino à carcaça da antiga.

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  13. Bom Dia! A foto 2 nos mostra como eram fortes as construções do início do século passado. Atualmente o aspecto está bem pior,mas cair só se alguém empurrar. Como uma nova Igreja foi construída quase ao lado desta,e já está funcionando,acho que não será do interesse de ninguém recupera-la.

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  14.    A Igreja nova está do outro lado da calçada, bem em frente:

       https://goo.gl/maps/VLQRmUa7s2Q2

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  15. Não querendo ir na onda do "do contra" acho que muitos bairros, apesar dos pesares, melhoraram. Realmente a região da Leopoldina e parte da Zona Norte degradaram-se, sobretudo as áreas próximas aos morros. No entanto, grande parte de Jacarepaguá, Recreio, Barra e Campo Grande se transformaram completamente para melhor. E esses locais representam quase 50% de área e população do município.

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  16. Neste link a antiga está à esquerda e a nova à direita:

       https://goo.gl/maps/ADvkVsqszNr

    De qualquer maneira não é de responsabilidade do poder público.

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  17. Pelo que estou informado pelo meu X-9 a Igreja do Pastor está em piores condições já que os fieis usam tarja verde como ele mesmo fala. Um espanto.

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  18.   Quanto ao pode público cabe a fiscalização. A construção antiga pode desabar além do que deve estar cheia de pragas. Como é religioso não pagam imposto algum.

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    1. A dúvida é se a igreja abandonada ainda pertence à Arquidiocese do Rio, considerando-se que construíram uma nova e bem maior ali do lado.

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    2. É bem provável que a igreja nova esteja ligada à alguma tarja.Sao operadoras da fé que levam a falência os verdadeiros profetas que labutam pensando apenas no bem estar do semelhante.Dura realidade que o Ceará,indivíduo,ainda tripudia....

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    3. Paulo, realmente. A construção e o terreno podem pertencer a outrem.

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  19. A culpa foi do Concílio Vaticano II.

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  20. Que linda a fotografia da antiga igreja!

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