Em
setembro de 1920 o Rei Alberto, da Bélgica, visitou o Rio, tendo chegado no
Cais do Porto no couraçado “São Paulo”, enviado para fazer o transporte até o
Rio. Foi uma visita bastante aguardada e, também, polêmica, pois muito se
criticou o valor da verba alocada para a recepção real.
Meses
antes da visita o Ministério das Relações Exteriores solicitou da Prefeitura a
macadamização das ruas do parque do Palácio Guanabara e bem assim a captação das
águas provenientes da montanha que fica nos fundos desse palácio, pois ali se
hospedaria o rei da Bélgica.
Foi
o primeiro soberano a visitar a América do Sul, alardeou a manchete do “Correio
da Manhã”. A programação foi extensa, com desfile militar, sessões
comemorativas em diversos locais, almoço na Embaixada da Bélgica na Praia de
Botafogo, récita de gala no Teatro Municipal para assistir à ópera “Aida” de
Verdi, um torneio de atletismo no campo do Fluminense promovido pela Liga
Metropolitana de Desportos Terrestres, a prova turfística “Grande Prêmio Rei
Alberto” no Derby Club, etc.
Várias
vezes o Rei Alberto dirigiu-se pela manhã, muito cedo, à Praia de Copacabana
para tomar banho de mar, antes mudando de roupa no Palacete Mackenzie. Conta o
“Correio da Manhã” em certa edição que "grande multidão apreciou o banho matinal do soberano
belga, que chegou de volta ao Palácio Guanabara às 9h30".
Em outro dia a Rainha Elisabeth visitou a Tijuca, fazendo o trajeto pela Estrada D. Castorina,
indo à Vista Chinesa, onde o landau em que viajava a soberana fez uma parada.
Sua Majestade não escondeu o grande entusiasmo que lhe causara o soberbo e
magnífico espetáculo. A volta foi feita pela Gávea, visitando as avenidas
Niemeyer e Atlântica. Também fez uma visita ao Instituto Oswaldo Cruz em
Manguinhos.
O
Rei Alberto passeou pela Floresta da Tijuca, onde visitou a Gruta Paulo e
Virginia, a Estrada do Lampião Grande, Furnas e depois inaugurou a Avenida
Niemeyer.
As
fotos do banho de mar em Copacabana foram enviadas pela Lucia Simões e são do
acervo do Sergio Coimbra.
A
foto do Monroe, engalanado para receber os soberanos, é do acervo do Correio da
Manhã.
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Belíssima foto noturna do palácio do Monroe. Quanto ao roteiro executado pelo Rei Alberto, era bem interessante mas impossível na atualidade. Locais perigosíssimos, favelas "agressivas", áreas propensas a assaltos, e todos as mazelas pertinentes e comuns em regiões selvagens e desassistidas.
ResponderExcluirFui ao Google, Suas Majestades aqui estiveram por quase um mês, entre 19/09 e 15/10. Acredito que a água estivesse um tanto fria, o que motivou a presença daquele lençol-toalha que o assessor portava orgulhosamente. Um mês de visita, inimaginável hoje.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirA rainha batiza uma famosa rua de Ipanema. Alguns protestos aconteceram em relação à colonização do Congo belga (ex-Zaire), considerada muito sangrenta, com massacres de locais.
Hoje a miscigenação é uma realidade no país, graças aos movimentos imigratórios dos séculos XX e XXI. O resultado foi visto nas últimas copas.
E se esse resultado for igual ao do Brasil, logo teremos lá bailes funk, MC.Carol, Ludmila, e sessões de candomblé, além da natural e peculiar civilidade...
ExcluirAlém das áreas perigosas já citadas ver um rei na areia de Copacabana no meio do povo seria impensável.
ResponderExcluirSó não entendi o Brasil ter que mandar um navio para buscar o rei.
A programação foi intensa e li que o rei foi a outras cidades além do Rio.
A foto do Monroe dispensa comentários.
O "dreadnought" São Paulo foi um dos três encomendados à Inglaterra em 1906: o segundo foi o Minas Gerais, ambos incorporados em 1910, o terceiro, o Rio de Janeiro, jamais foi entregue, e foi posteriormente vendido à Turquia em 1913. O rei Alberto certamente imaginou que o Rio de Janeiro era uma espécie de "Brazzaville" ao se aventurar em passeios. Errou por dezenas de anos, já que o Rio se tornou anos depois uma versão mil vezes pior do que a capital da ex-colônia belga...
ExcluirJoel, o encouraçado Rio de Janeiro, que seria maiorr e mais moderno do que a classe Minas Gerais, tornou-se o HMS Agincourt, e combateu na Primeira Guerra Mundial.
ExcluirPara que aprecia, há dois projéteis do Minas Gerais e também o fecho da culatra de um dos seus canhões no Museu Naval da Praça XV.
Foi incorporado à marinha britânica após ser confiscado à marinha turca. Combateu em 1916 na Jutilância. Agincourt ou Azincourt foi uma batalha da Guerra dos Cem anos ocorrida em 1415 entre as forças inglesas e francesas, vencida pelos ingleses.
ExcluirExiste uma escola primária em Senador Camará com o nome de Rainha Fabíola, que era rainha da Bélgica. Era espanhola de nascimento. Dizem que ela esteve presente na inauguração da escola, no início dos anos sessenta, junto com o governador Lacerda. Realmente eram "outros tempos"...
ResponderExcluirRei é rei e grana que se gastou com a visita dava para fazer algum investimento mais lógico...Mas a banda sempre toca assim.Gostaria que o Rei da Bélgica colocasse a minha igreja em seu roteiro festivo.De repente um milagre e alguns dividendos com chances até de um intercambio .
ResponderExcluirAquele casarão lá no fundo seria o que foi focado na postagem de ontem?A foto do Monroe dispensa comentários.
Bom dia a todos. A visita do Rei Alberto I na verdade tinha como objetivo do governo brasileiro, que este divulgasse aos empresários Europeus a oportunidade de fazerem investimentos no Brasil a nova República da América do Sul, além do RJ ele também visitou Minas Gerais. E realmente esta visita deu frutos, tanto que cerca de 1 ano após, foi criada em Minas a Siderúrgica Belgo-Mineira.
ResponderExcluirEle morreu em acidente de escalada.
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