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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

RUA TEIXEIRA DE FREITAS



As fotos de hoje mostram a Rua Teixeira de Freitas, vizinha do Passeio Público. A primeira é do acervo do Correio da Manhã e as duas últimas foram “posts” antigos, que merecem ser relembrados.
A foto em P&B é de 1956. À direita vemos o prédio da Escola Nacional de Música. A Rua Teixeira de Freitas começa na Av. Augusto Severo e Rua Mestre Valentim, terminando no Largo da Lapa. Antigamente era chamada de “Antigo Beco do Campo dos Frades”.
Quando os padres carmelitas se instalaram em 21/10/1810 na igreja de N.S. da Lapa do Desterro, o largo em que se situava a igreja passou a ser conhecido como “Campo dos Frades” e do mesmo modo veio a se denominar o pequeno beco que dali partia de “Beco do Campo dos Frades”.
Augusto Teixeira de Freitas, baiano, viveu de 1816 a 1883, tendo sido advogado e incumbido pelo governo imperial de redigir o projeto gigantesco de codificação do Direito Civil Brasileiro.
A segunda foto foi enviada pelo Helio Ribeiro e colorizada pelo Nickolas. Vemos a mesma região da Teixeira de Freitas, em 03/02/1950. Ao fundo e à esquerda, o prédio do Silogeu, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na esquina das ruas Augusto Severo e Teixeira de Freitas. Este prédio, construído no início do século XX, no período de Pereira Passos, foi demolido ao final da década de 60.
O ônibus fazendo a curva é um TWIN COACH 41S 1948 e pertencia à Viação Relâmpago, empresa da Cometa. Sua garagem era na Rua Maxwell e a empresa funcionou até 1958. A Twin Coach foi fundada pelos irmãos Fageol, em 1927. Em 1953 a fabricação de ônibus foi vendida para a Flxible (não tem o "e" mesmo), que encerrou as atividades em 1996, por motivo de falência. À direita temos um Ford Prefect 1948, 1200cc, 6 volts, partida na manivela, modelo E93A, produzido em Dagenham - Inglaterra. Entre o Ford e o Coach temos um Chevrolet 1938. À direita do Ford, lá na frente, temos uma Dodge Coronet Station Wagon de 1950/53. Na frente da Station Wagon o automóvel tem todas as características de um Buick 1948 (a volta do para-lamas traseiro invade metade da porta traseira). O Dieckmann ou o Gustavo poderão confirmar estas informações.
A terceira foto é mais uma estupenda colorização feita pelo Nickolas. Publicada originalmente pelo Andre Decourt, a foto é do fotógrafo da ABI Ferreira Júnior e foi enviada pelo afilhado dele, Sidney Paredes.
Vemos um ônibus da Linha Club Naval-Laranjeiras, na Teixeira de Freitas. Segundo Dunlop, os primeiros auto-ônibus trafegaram a partir de 1908, fazendo o percurso da Praça Mauá ao Passeio Público, com algumas viagens extraordinárias para a Exposição Nacional na Praia Vermelha.
Em 1911 estabeleceu-se uma linha regular entre o centro da cidade e a Praia Vermelha. Depois foi inaugurada a ligação por ônibus entre a Rua dos Beneditinos e a Praça da Bandeira. Os ônibus não evoluíram muito até o início dos anos vinte. As linhas pouco numerosas, com carros a combustão, serviam basicamente o centro da cidade.
Entre 1918 e 1928, a população do Rio foi servida, na Avenida Rio Branco, por uma linha de ônibus elétricos, operada pela Light. Eram chamados de "auto-ônibus" e percorriam a Av. Rio Branco de um extremo a outro. Eram providos de rodas de borracha maciça e como o sistema de tração era elétrico (acumuladores), sem barulho, sem vibração, nem fumaça.
Em 1923, os chamados "auto-ônibus do Lopes", de propriedade do comerciante Manoel Lopes Ferreira, passaram a alcançar distâncias maiores, chegando até bairros como a Tijuca e o Leblon (face aos seguidos desastres foram apelidados de "auto-decapitação").  Os subúrbios também passaram a ter suas linhas de ônibus, operadas por Mario Bianchi.
Em 1926, a Light entrou no serviço de ônibus movidos a gasolina, com os carros da Viação Excelsior, como o que aparece hoje na foto. Faziam o percurso entre o Centro e Botafogo (Club Naval-Pavilhão Mourisco), ao preço de 400 réis por passageiro. Todos os veículos eram providos de regulador de velocidade, freios de segurança, caixa coletora para recebimento de passagens, assentos forrados de veludo.
Em 1928 a Excelsior inaugurava, nas linhas Estrada de Ferro-Lapa e Club Naval-Leopoldina, os chamados carros imperiais, de dois andares, o famoso "chopp-duplo".
Segundo o Jaime Moraes, alguns destes ônibus citados, após serem aposentados, voltaram a circular em 1949, na Ilha do Governador, fazendo o trajeto Galeão- Freguesia. Eram cinza claro e cinza escuro, com os para-lamas em preto. O interior conservava o estofamento em tecido no padrão "oncinha".
Helio Ribeiro complementa que este modelo de ônibus era chamado de "Jacaré", mas não sabe o motivo. Foi o primeiro modelo usado pela Viação Excelsior. Depois foi adotado um modelo maior e mais bonito. Entretanto, nenhum ônibus da Excelsior tinha farol. A lenda conta que a iluminação das ruas, seria tão boa que dispensava os faróis. O “400” que aparece no mostrador era o preço da passagem. A placa do ônibus é “A 26”. Essas carrocerias eram feitas nas próprias oficinas da Light.

26 comentários:

  1. É impressionante a diferença da aparência da rua ao longo do tempo. A última foto mostra um aspecto digno de uma cidade européia. Chamada "superpopulação" que invadiu o Rio certamente "não tem a mesma classe e aparência" dos que aparecem na foto 3. Ternos bem cortados denotando um padrão inimaginável nos dias de hoje, mostram que está "bem aquém do desejado". Como diria o Jorge Doria, "onde foi que eu errei?".## A garagem da Cometa na Rua Maxwell de lugar ao Supermercado Guanabara.

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  2. Este refúgio junto ao Passeio Público está na minha memória desde criança. Saltava aí quando ia ao dentista na 13 de Maio.
    Como sempre fico impressionado com a descrição dos automóveis antigos. Não consigo nem mesmo identificar todos os modelos existentes hoje em dia, quanto mais os antigos.

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  3. Fiquei curioso como numa fotografia de 1950 poderia haver um Dodge 1953. Fora isso, está tudo certo, embora os Ford Prefect tivessem partida elétrica e aquela carroceria do Buick azul claro tenha estado disponível entre 1942 e 1948.
    Na primeira foto, vemos um furgãozinho Fordson e um Cadillac conversível, parece 1950, sem a luz de ré na lanterna.

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  4. Bom dia, Luiz, pessoal,
    Eu lembro que a terceira foto já foi tema de pegadinha, tipo "onde é?". A partir da primeira publicação, surgiu uma dúvida que até hoje não foi sanada : que prédio é aquele à direita, onde passam duas senhoras?
    Parece algo grande, com direito a gradeado delimitando o terreno e um arco de volta plena, janelas de bom tamanho, indicando um pé direito considerável. Ou era um prédio público ou um palacete de alguém com muito dinheiro.
    Eu não tenho certeza se a foto original mostrava mais para cima, para ajudar na identificação.

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  5. Na semana passada estive assistindo (mais uma vez) o imperdível "Maria 38", onde parte da trama se passa nessa região. É um filme que deve ser visto muitas vezes, principalmente pelos apreciadores da memória do Rio de Janeiro e onde é possível mensurar o quanto foi perdido. Registre-se também a música à cargo de Lirio Panicalli.

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  6. "Bom dia".

    Passava de vez em quando a caminho da zona sul e fui só uma vez em um prédio nessa rua tentar estágio lá nos anos 80. Infelizmente já não lembro o nome da empresa de tecnologia, mas acho que o sumido JBAN saberia dizer.

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  7. O Biscoito saiu da embalagem e mandou ver. É que o gerente mandou o relatório dos autos sem autorização.Grande espanto!!!
    Vi o filme Maria 38 no mês passado e de fato dá para sentir mais de perto o SDR... Conheci um Jacaré que era fácil saber a causa do codinome:bocarra.

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    1. A apresentação de Moreira da Silva cantando "Na subida do morro" é imperdível. Tem todo o "savoir fair" do velho malandro tão comum naquele tempo. Hoje as ruas da Lapa são repletas de moradores de rua, crackudos, "caucasianos" em sua maioria, e usuários de drogas. A presença do "Lapa presente" contribui de forma decisiva para que a região ainda mantenha alguma dignidade...

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  8. Bom Dia! Dentro da Cidade Ligth,na parte jacaré,onde antes foi um Jockey tinha a oficina de reformas e modernização dos bondes, Foi ali que foram montados estes ônibus.Como a Ligth tinha outros modelos de ônibus e pela localização da oficina, este modelo ficou conhecido como Jacaré.

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  9. Os "jacarés" que rodara na Ilha do Governador em 1949- 1950 foram apelidados pela população de "Detefon", devido a fumaça que emitiam.
    Lembro dos ônibus da Viação Relâmpago em vermelho e prateado. Pode ter sido de outra empresa e eu, garoto ainda confundi as coisas.

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  10. Bom dia a todos. Como eram lindos estes postes da primeira fotografia, e com melhor iluminação do que os postes atuais, visto que estes devido a falta de podas, quase sempre tem a sua iluminação bloqueada pelos galhos das árvores. A 1ª foto vemos na esquina do lado direito, o bar onde era vendido a famosa água hidrolitol, do outro lado o salão de sinuca que me deu branco e esqueci o seu nome. Como seria bom se nossas ruas ainda permanecessem com esta qualidade de asfaltamento.

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  11. O biscoito errou na correção. O Luiz disse que a caminhonete Dodge era um modelo 50/53 e está certo. O ônibus Jacaré tinha chassi Guy e motor Daimler. A carroceria de madeira era feita nas oficinas da Light em Triagem, assim como os bondes.

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    1. Acho que obiscoito e o Gustavo estão certos em suas observações. Há a informação de que a caminhonete Dodge era modelo 50/53, mas a informação do Hélio era que a data da foto era 1950. Possivelmente, considerando que o Hélio não erra, a legenda da foto do Correio da Manhã estava errada, o que aliás é comum de acontecer.

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    2. Acho que a identificação dos veículos inicial foi do Renato Libeck, nosso correspondente em Lavras-MG.

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    3. Gustavo, para se chegar nas camionetes Dodge vendidas aqui, é preciso pesquisar em Plymouth Suburban. Até 52, a lateral das station era como essa que aparece na foto, mas o modelo 53 já tinha a traseira inclinada e não vertical.
      As camionetes Dodge americanas eram um modelo superior e tinham um nome, Sierra, e não eram nada parecidas com a foto.
      Eu não quis identificar o modelo, justamente por ser de um modelo um tanto misturado. O que eu escrevi foi que numa foto de 1950 não poderia ter um carro do ano 53, nem de 52 e nem de 51 (ambos ficaram subentendidos)

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    4. O Biscoito não assistiu o meu filme.

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    5. O carro da foto pode ser 50. Pesquise.

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    6. Certamente. Não identifiquei ano por não conhecer bem os Mopar. Mas poderia ser 50, 51 ou 52. Porém sendo a foto de 1950, os 51 e 52 ainda não tinham entrado em produção.

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  12. O bus da Relampago era creme e cinza.Pergunto ao Biscoito que empresa tinha a cor do bus da foto em vdrmelho e creme.

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    1. Se a foto foi colorizada não era necessariamente da cor apresentada, mas fruto da imaginação do artista Nickolas.

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  13. Boa tarde. O ônibus semi-encoberto na foto inicial parece um Camões. Sobre a Station: o modelo 53 era diferente. E não tnha a divisão do pára-brisas.

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  14. O coletivo da Relâmpago da foto com essa carroceria era o 102 que fazia a linha Saenz Pena- Largo do Machado.

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  15. Em 1958 a cidade dispunha de un satisfatório sistema de transporte coletivo. Bondes, ônibus, lotações, trens, e barcas eram suficientes para que ninguém ficasse à pé. Era possível ir de trem à qualquer lugar que se imaginasse? E agora? Políticas equivocadas, corrupção, vaidades, e muito mais, tornaram a malha rodo-ferroviária brasileira uma das piores do planeta. A cidade mais que triplicou e o sistema viário foi reduzido drasticamente. Eu pergunto: "Onde foi que erramos?"

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  16. Boa noite ! Será que o Saudades do Rio tem alguma foto do assim chamado "chopp-duplo" ?

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  17. Você tinha uma malha ferroviária mais abrangente nas décadas de cinqüenta até a primeira década de 2000. Mas, ainda moleque andei de trem na década de sessenta, quando minha mãe ia na Rua da Alfândega: trens sujos; portas abertas; pingentes queimados na pantográfica elétrica; aleijados, muitos amputados, se arrastando por esmolas; um calor infernal; homens "sarrando" as mulheres; atrasos eternos; sinais vermelhos dessincronizados, com longo tempo de espera; superlotação; estações com plataformas inseguras; desrespeito a prioridades de idosos, grávidas e deficientes; muitos passageiros caloteiros; um futum malcheiroso em todos os vagões; e por aí vai. Recentemente tive que "descer" de Campo Grande à cidade e resolvi ir de trem. Putz, pelo que vi dos trens e o serviço, sinceramente, muitas vezes tenho que concordar com o "do contra"...

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