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terça-feira, 17 de agosto de 2021

OBELISCO DA AVENIDA CENTRAL

“Obelisco comemorativo da construcção da Avenida Central”. Projeto de Eduardo de Sá foi obra do construtor Antonio Jannuzzi, com pedras oriundas do Morro da Viúva. Foi inaugurado em 14/11/1906.

Na placa afixada consta: ““Sendo Presidente da República S.Excia. o Sr. Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves e Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas o Exmo. Sr. Dr. Lauro Severiano Muller, foi decretada, construída e inaugurada a Avenida Central, executando os trabalhos a Comissão Construtora, tendo como engenheiro-chefe o Dr. André Gustavo Paulo de Frontin, 15 de novembro de 1902 – 15 de novembro de 1906”.

Belo postal do Obelisco junto ao Palácio Monroe. Outro dia um comentarista do “Saudades do Rio” comentou que talvez um dos motivos para a campanha de O Globo a favor da demolição do Palácio Monroe seria que Irineu Marinho, fundador em 1911 do Jornal "A Noite", sofreu uma determinada (?) humilhação no Senado (que funcionava no Monroe) que o desgostou profundamente e da qual jamais se recuperou. O Palácio virou um símbolo da ofensa e a sua demolição uma questão de honra para os Marinho - uma vingança pessoal." Uma outra versão bem conhecida é a que envolve o Presidente Geisel. Foto: "FB Rio de Janeiro em cartões-postais".

Esta foto colorizada é de um livro de História do Prof. Carlos Potsch. Vemos o Centro do Rio em 1950, mostrando o final da Avenida Rio Branco, junto ao Obelisco. Atrás das árvores do Passeio Público, a cúpula do Palácio Monroe, demolido na década de 1970 e, ao fundo, o Edifício Francisco Serrador. Os carros formavam uma "ilha" de estacionamento em torno do obelisco, ao que parece. Devia ser difícil virar a esquina desse jeito.

As grandes ressacas venciam as calmas águas da baia e ultrapassavam arrocamentos e amuradas da Avenida Beira-Mar. no início do século passado.A construção do Aterro em meados do século XX mudou completamente este cenário, sendo raras as ressacas nesta área atualmente. Curiosos observadores do fenômeno se protegem na base do Obelisco.

Outro belo postal, este da coleção do Klerman Lopes. O obelisco circular de granito, com 28 toneladas, foi projeto organizado no escritório téecnico da Comissão Construtora da Avenida Central, cujo chefe era o Dr. Paulo de Frontim e executado pelos Srs. A. Januzzi & Irmãos, tendo como engenheiro de acompanhamento o Dr. Le Cocq.


Outra foto célebre do Obelisco. Como prometido, os gaúchos vão a cavalo até o Obelisco da Av. Central, em 1930. Era o fim da República Velha. Liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha. sob alegação de fraude eleitoral. Também contribuíram a favor do movimento, o desgosto popular em função da crise econômica de 1929 e o assassinato do político paraibano João Pessoa.

A queda da cidade do Rio de Janeiro foi o ponto culminante de revoltas e instabilidades militares que começaram desde o ano de 1920 quando setores do Exército entraram em choque com as oligarquias que comandavam a República. As hostilidades se espalharam pelo país até uma Junta Militar ter sido criada, sendo que no dia 28 de outubro de 1930 o poder foi passado a Vargas. A queda do Rio tem como maior símbolo esta imagem, feita em 03 de novembro de 1930.


 

21 comentários:

  1. Bom Dia! Mesmo não tendo tomado parte,meu Pai contava o que os ferroviários Paulistas fizeram para atrapalhar a passagem de Getúlio por S.Paulo rumo ao Rio de Janeiro.

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    1. Os paulistas nunca se conformaram em perder o poder da política café com leite da primeira república. Vide dois anos depois...

      O obelisco foi feito com pedras do morro da Viúva. Acho que seria inviável com alguma pedra do Castelo, certo?

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  2. Olá, Dr. D'.

    Para quem, como eu, só viu ao vivo o obelisco afastado do mar, sempre causa estranheza ver uma foto das várias ressacas de que o obelisco foi protagonista.

    Já há algum tempo eu não vou ao centro, mas quase sempre que passava por perto eu batia uma foto.

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  3. Desde os tempos do Império a fraude eleitoral conhecida como "eleições a bico de pena" era empregada abertamente no Brasil. Na chamada "República Velha" a política "café com leite" alternava no poder elementos paulistas e mineiros. Getúlio Vargas pôs fim a essa prática. O "voto secreto" passou a constar da Constituição de 1932. O Obelisco atualmente é apenas um tênue "ponto de referência". Aos símbolos históricos no Rio de Janeiro não é dado a devida importância. O espaço outrora ocupado pelo Palácio do Monroe e que é contíguo ao Obelisco serve como "espaço de lazer" para desocupados, crackudos, e demais "profissionais do ócio ou beneficiários de óbolos governamentais".

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  4. A construção da Avenida foi realmente muito importante e mereceu o obelisco. Só não entendi o "obelisco circular" no texto, logo abaixo da foto 5, está se referindo à base onde tem os degraus?
    Em 1930 foi golpe ou contra-golpe contra os barões do café e seu representante Washington Luís?
    Um golpe dos paulistas contra os mineiros já tinha ocorrido em 1929, para manter os privilégios dos cafeicultores.
    Julio Prestes e seus patrocinadores não aguentariam por muito tempo os movimentos extremistas que viriam na década de 30, não só no Brasil, de comunistas e de fascistas (chamados aqui de integralistas).
    Em 24 de outubro foi a Junta Militar e o Oswaldo Aranha teve que negociar a transferência do poder para o Getúlio Vargas, que na verdade oficialmente assumiu em 3 de novembro. Dizem que o almirante da Junta Militar, o Isaías de Noronha, demorou muito a querer "largar o osso" do poder e teria sido por isso a viagem demorada do Getúlio. Pelo menos em território fluminense. Em todas estações ferroviárias uma festa.
    O tenentismo e a necessidade de evitar uma pressão popular maior é que garantiram algumas medidas revolucionárias no governo provisório que veio a seguir.
    Em tempo: nos sites internéticos tem muitas informações incompletas e até mesmo algumas erradas sobre o movimento de 1930. Assim como o levante de 1932, prevalece a visão da mídia dos "quatrocentões" do estranho estado do sudeste.

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  5. Fraude eleitoral é uma prática desprezível em qualquer tempo ou local. À sua simples suspeita todos os meios de apuração devem ser empregados. Mas uma recusa peremptória para dar maior transparência a um processo eleitoral pode esconder objetivos inconfessáveis. O "coronelismo' existente no Brasil e que se mantém até hoje em alguns estados brasileiros, nunca foi totalmente erradicado. A "estatura de uma democracia" pode ser medida pelo número de Constituições promulgadas. A Constituição Norte-Americana promulgada em 1787 possui sete artigos e vinte e sete emendas. Repúblicas cuja democracia é apenas "claudicante ou de fachada" já promulgaram inúmeras 'Cartas Magnas" em curto espaço de tempo. A atual Constituição Federal possui um "calhamaço" de artigos além das "disposições transitórias" e para conhece-la totalmente é preciso dispor de tempo e de um razoável conhecimento da língua portuguesa e tendo em vista o nível cultural da maioria da população brasileira, pode-se avaliar que isso é uma utopia.

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  6. Curioso que o nosso obelisco surgiu bem antes do icônico e famoso de Buenos Aires, construído na década de trinta. Os argentinos, que naquela época ainda respiravam a pujança econômica e a referência de civilização na América do Sul, trataram de fazer um gigantesto marco, que deve ser umas dez vezes maior que este nosso.
    Getúlio, junto com a sua tropa, amarrou os cavalos aí. Derrubava o Júlio Prestes, e com ele a oligarquia dos fazendeiros. Na verdade era briga entre oligarquias, como sempre foi no Brasil: neste caso saía de cena os donos de terra e entravam os militares.
    Enquanto isso, os EUA já tinham realizado a reforma agrária e libertado os escravos ainda na metade do séc XIX, o que fez aquele país dar um salto e disparar. Mas só que a nossa elite econômica ainda não estava preparada para isso... Talvez até hoje...

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  7. Sempre que falam da vitória do Getúlio Vargas, lembro da mudança do Instituto de Educação da Joaquim Palhares para a Mariz e Barros.

    Li em algum local que a sede hoje existente na Matriz Barros tinha acabado de ser construída.

    O então direto do Instituto soube que as trapas do Getúlio Vargas estavam vindo para o Rio e ocupariam a nova construção.

    Ele durante a madrugada, fez roda a mudança.

    Alguém tem mais informações?

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  8. Ricardo, jã fiz um post contando esta história. Mais tarde procurarei o link nos meus alfarrábios.

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    1. Ricardo veja https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2019/11/instituto-de-educacao.html

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    2. Luiz, muito obrigado!
      Agora sei onde eu li! RSRSRSRS
      São tantos posts nesse blog espetacular que não lembrei que já havia sido publicado!

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  9. Hoje é um dia alegre para um chutador automobilístico. Só é possível devido à personalidade evidente de cada marca e até de cada ano.
    No primeiro plano, por trás de um sedãzinho inglês azul, vemos um Chevrolet Bel-Air 1953, muito charmoso e que fez muito sucesso aqui no Rio. O carro azul escuro é um Mopar 50-51 e o lotação é um Chevrolet Advanced Design, de 48 em diante. Mas é na fila do estacionados que está o filão... depois do preto, que pode ser muitas coisas, vem um Chevrolet 49; depois um Ford Consul 51, depois do azul, um Austin A-40 Devon, Buick 47 preto, Mopar (parece Dodge) 50 e Ford 51, azul.. depois não sei mais.

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  10. Coronelismo atualmente habita no Centrão, em variadas siglas. Enquanto o povo eleger uma boa bancada dessa turma eles serão o verdadeiro poder dominante, já que podem negociar cargos do executivo em troca de muitos votos no Congresso.
    Se os candidatos a presidente apoiados por esses partidos perderem no primeiro turno, eles apoiam qualquer outro no segundo. Se perder de novo é só esperar o eleito precisar deles, antes ou depois da posse.
    O problema do Roberto Jefferson é que ele quer ser mais "realista do que o rei", ou melhor, mais radicalista que o radical, para o "seu" PTB ter mais protagonismo junto ao governo federal. Concordo até que pirou por isso.

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    1. Embora Roberto Jefferson tenha "passado da conta" o que se discute é a ilegalidade do ato e a sua consequente inconstitucionalidade. De acordo com as normas constitucionais "até então vigentes no Brasil", a abertura de qualquer procedimento investigativo e sua persecução penal compete ao Ministério Público, que possui prerrogativa para tal. É vedado a qualquer membro do poder judiciário "instaurar inquéritos ou promover qualquer tipo investigação sob pena de incorrer em "usurpação de prerrogativa constitucional" ou de função, ocorrendo aí um "vício na origem", um "Ato jurídico anulável", ou seja "juízes só podem agir quando provocados por iniciativa do MP e "só se manifestam nós Autos". A competência de atos praticados membros do STF terminaram por romper com a Constituição Federal. A harmonia e o equilíbrio entre "Poderes Harmônicos" da República deve ser preservada, e sua "quebra unilateral" pode gerar graves consequências. Para aqueles que colocam as regras constitucionais "acima de qualquer preferência ou partido político" isso é um fato que pode gerar sérias consequências.

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    2. O problema é que o Aras não toma nenhuma ação que contrarie o Bolsonaro e seus acólitos. Se deixar por conta de a PGR tomar alguma medida contra abusos como o do Roberto Jefferson ou do Bolsonaro, o Brasil vira um Afeganistão, porque o Aras e a PGR jamais, em tempo algum, tomarão iniciativa de coibir tais atos. O Aras quer de todas as maneiras ser reconduzido como PGR, e para isso depende do Bolsonaro em primeiro lugar. Portanto, jamais contrariará o presidente ou seus adeptos. Se depender dele, Aras, o Bolsonaro e seus acólitos estão livres para fazer o que quiserem.

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    3. Isso aí, Hélio; mandou muito bem. Se não tiver a ação do STF estaremos ferrados. Toda essa campanha do capitão contra eles é porque foram os únicos que ele não conseguiu comprar...

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    4. Depois desse comentário eu faço uma pergunta:"Em qual planeta você vive?" Seria um "Planeta vermelho?

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  11. Bom dia a todos. O obelisco é uma referência na Av. Rio Branco, deve ser protegido por forças ocultas, visto que neste tempo todo desde a sua construção, jamais vi um automóvel ou ônibus bater nele.
    Já quanto a história da nossa política com as frequentes derrubadas de governos, "revoluções", golpes e contra golpes, e depois de viver muito mais do que viverei até o fim dos meus dias, cheguei a seguinte conclusão: O problema do Brasil é que em todas essas ocasiões, saiu do poder um brasileiro e entrou outro brasileiro para governar.

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  12. Um colega meu, gaúcho, uma vez disse, gozando os cariocas, que os gaúchos invadiram o Rio e amarraram os cavalos no obelisco, sem resistência. Aí eu respondi: "Vocês, gaúchos, adoram um símbolo fálico". O colega ficou sem resposta.

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    1. Mestre Hélio, diz o ditado, quem fala o que quer, ouve o que não quer.

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