Total de visualizações de página

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

LAGOA RODRIGO DE FREITAS

Vemos hoje aspectos das grandes mortandades de peixes que aconteciam na Lagoa Rodrigo de Freitas e que, felizmente, são cada vez mais raras.

Originalmente a Lagoa era uma lagoa mesmo ou laguna?

Se tivesse comunicação com o mar, seria uma laguna com água salobra; se não tivesse, seria uma lagoa de água doce. Em geomorfologia lagoa e laguna são conceitos diferentes. Nos dias atuais, tecnicamente a nossa lagoa é uma laguna, já que possui água salobra e se comunica com o mar através de canais.


A Lagoa passava a maior parte do tempo com a água com pouca quantidade de sal, principalmente no verão, época de mar calmo e muita chuva, que aumentavam consideravelmente a vazão das bacias, principalmente dos Macacos. Mas no inverno a situação se invertia, as ressacas reabriam a comunicação do mar com a lagoa e a vazão dos rios diminuía muito. Saturnino de Brito, com sua obra saneadora regularizou o regime do inverno para o ano todo, com os canais e as comportas mantendo a lagoa sempre com um teor de sal maior. Assim se diminuía o lodo, se evitava os mosquitos e também a mortandade dos peixes, o que acontecia sempre no verão desde os primórdios da cidade.


Este  trecho me deixou em dúvida onde exatamente é. Parece-me ser a área próxima ao Túnel Rebouças.

Segundo o livro LAGOA, trata-se de uma laguna. No "Plano da Lagoa Rodrigo de Freitas", de Carlos José de Reis e Gama, Tenente-Coronel Coni e Capitão Marques Augusto, de 1809, vê-se com clareza o cordão arenoso, ainda estreito e sem aterros, que interrompeu as trocas entre águas do mar e da laguna. Continua o texto do livro: A laguna aos pés do Corcovado, tendo em sua retaguarda o Maciço da Tijuca exercendo função estrutural, ela também foi sendo fechada à medida que a ação geológica do mar construía uma restinga frontal apoiada nas pontas do Arpoador e do Vidigal. Inicialmente, o extenso cordão arenoso que hoje tem as denominações Arpoador, Ipanema e Leblon, era apenas interrompido quando, submetido à força das marés, via romper uma barra que, uma vez aberta, deixava penetrar o mar no interior da laguna, renovando suas águas. A natureza, no entanto, seguia seu curso. Os rios desciam as encostas do maciço e continuavam despejando sedimentos, argilas, seixos e blocos de rocha nas margens e nos fundos da laguna. As ondas prosseguiam na consolidação do cordão de areia, até que chegou um momento em que a ligação com o mar foi finalmente interrompida.

Este  é o trecho perto do Corte do Cnntagalo, antes de 1960, pelos prédios ali existentes. O prédio onde morei ainda não havia sido construído. Nos primeiros anos na nova moradia lembro que o cheiro era insuportável, mesmo com todas as janelas fechadas. Todas as molduras e peças prateadas de casa ficavam negras, por conta do gás sulfídrico (H2S), gás que se desprendia da lagoa. Este gás reage com metais produzindo sulfetos que quase sempre são pretos. Dezenas de garis, num trabalho lento, recolhiam os peixes mortos. A mortandade de peixes tinha um principal vilão, além do esgoto in natura despejado: a proliferação das algas pelo aumento de água doce no espelho d´água, o que acontece quando o canal do Jardim de Alá está assoreado e as comportas da Gal. Garzon e do final do Leblon não funcionam direito. As algas se fixam no lodo e quando o vento provoca movimentação da água, elas se soltam liberando gás sulfídrico. 


Atualmente, as mortandades são mais raras. Com a grande ajuda do Mario Moscatelli que recuperou a vegetação  em volta da Lagoa, atraindo numerosos animais, como muitos pássaros e até a famosa capivara, a situação melhorou muito. Também a ação da Prefeitura, com melhor vigilância sobre os despejos na lagoa e com frequentes retiradas de lixo das águas, foi importante.

11 comentários:

  1. Que o "Gerente" me desculpe mas quarta foto é da década de 50, não só pelo prédio cujo tipo de construção que é posterior, como pelo modelo do ônibus, como pelo Viaduto, e também pelas roupas dos operários, que são de "corte mais moderno". Na última foto aparece um TL 71.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não reparei no carro, mas não vi meu prédio, que ficou pronto em 1960, à direita da foto. Devia aparecer.

      Excluir
  2. Olá, Dr. D'.

    Área fora da minha jurisdição. Irei acompanhar os comentários, mas posso dizer que em alguns aspectos melhoramos.

    A latrina foi transferida para as lagoas a oeste. Com a privatização da Cedae há a esperança de uma melhora na condição dessas lagoas. A conferir, mas estou duvidando.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Augusto, torço para que a privatização da CEDAE seja realmente positiva, mas já estou tendo problemas. A conta de água da casa de minha mãe, em Braz de Pina, veio com o valor duplicado. Já não foi fácil conseguir falar por telefone com a Águas do Rio. Só consegui por whatsapp, e precisei de 3 dias para conseguirem encontrar a conta e quando a recebi pelo whatsapp, o espanto: o valor veio com erro de marcação. Ficaram de retornar para averiguar. Aguardando os próximos capítulos do que parece ser uma grande novela.

      Excluir
  3. acho que as fotos 4 e 5 são de épocas diferentes. Quanto ao modelo do ônibus não sei opinar, mas na foto5 está clara a presença de um TL. Se o Luiz não viu o prédio dele, a foto 4 deve ser anterior à década de 1960 ou no fim dela.

    ResponderExcluir
  4. Na primeira foto, na parte superior à esquerda: um brinquedo de parque de diversões ? Carrossel ?(tem até um cavalinho em cima).

    ResponderExcluir
  5. A primeira foto, se é a Catacumba está sem a favela. Uma lagoa rústica, sem o efeito Rebouças. Me parece a 2ª foto Calombo, a 3ª Praia da Piaçava, e os prédios ali viraram aterro., a 4ª a área da Casa Eva Klabin.

    ResponderExcluir
  6. Na foto nº 4 vemos, projetado entre o gari da direita e a peneira de peixes mortos, outro gari, com chapéu camuflado e camisa clara (sua calça está oculta pelo que parece ser uma rede). Na foto seguinte (a do TL antigo, 1970-71), um gari vestido da mesma forma e a bordo de uma canoa, maneja uma rede. Parece-me que as fotos foram tiradas na mesma ocasião; não sei explicar o desaparecimento do prédio, a não ser por detalhe de perspectiva.

    ResponderExcluir
  7. A 1a foto pode ser entre a Catacumba e o Calombo, a favela estaria à direita fora da foto. A 2a é o mesmo local, visto do lado de Ipanema, o Corcovado atravessa as nuvens. A 3a pode ser em frente ao Rebouças, não identifiquei. A 4a não pode ser dos anos 50, o viaduto é bem posterior. A 5a tem um TL e mais nada, dá para definir a data, mas qual o local?

    ResponderExcluir
  8. Velejo a 35 anos na Lagoa, assim como a a água da baia de Guanabara melhoraram, longe de ser limpa mas está bem melhor que nós anos 90. A lagoa nós anos noventa além da mortalidade de peixes tinha muitas manchas de óleo, provavelmente dos.postos de gasolina em volta. Velozmente isso mudou, já o complexo lagunar da Barra ....não podemos dizer o mesmo.

    ResponderExcluir