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quinta-feira, 28 de abril de 2022

WONDER BAR


Foto de Kurt Klagsbrunn mostrando o "WONDERBAR". Ficava na Avenida Atlântica nº 358 (pela numeração antiga), mas corrigindo para a numeração nova o local seria perto da Rodolfo Dantas).

Como devia ser agradável tomar um café ou uma cerveja num bar à beira-mar com pouco movimento na avenida Atlântica e com o mar pertinho. Ainda mais sem pedintes e pivetes importunando.

O que terá acontecido com o pé esquerdo do homem à direita? Estaria descalço e o chão pegando fogo?

A bicicleta, modelo feminino, com farol, seria uma Merck Suisse?

Marinheiros passeando por Copacabana era um acontecimento comum. Atualmente são raros.

O nome do bar deve ter se inspirado no filme “Wonder-Bar”, estrelado por Dolores del Rio, Kay Francis, Ricardo Cortez, Dick Powell  e Al Jolson, sob a direção de Lloyd Bacon, que fez enorme sucesso no Rio em 1934. Segundo os jornais da época foi a mais brilhante reunião de valores artísticos que um filme já reuniu. Com 400 “girls”, sete músicas novas, cenários maravilhosos, este filme da Warner Bros. First National, foi um sucesso incontestável. O cronista conclui que “esse famoso “Wonder Bar” existe em toda parte do mundo, local onde nascem sonhos e ambições, ódios e paixões.”


Foi “sede” do Clube dos Cafajestes. Este clube foi formado por jovens da burguesia carioca, sempre rodeados por belas mulheres nas décadas de 1940 e 1950.

Um dos fundadores foi Edu (Eduardo Henrique Martins de Oliveira), comandante da Panair do Brasil. Junto com Mariozinho de Oliveira, o grupo tinha membros como o polêmico e mulherengo ex-jogador do Botafogo Heleno de Freitas, Ibrahim Sued, Mario Saladini, Jorginho Guinle, príncipe Dom João de Orleans e Bragança, Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), entre outros.

O Clube era uma verdadeira instituição da boemia carioca. O painel de sócios do inusitado clube, com um código de ética jamais escrito, era composto por “cafajestes” de primeira linha. Mas não eram "cafajestes" no sentido pejorativo.

 

29 comentários:

  1. A primeira foto é dos anos 40, provavelmente entre 1942 e 1945. A sensação de civilidade e de educação é evidente, apesar de na época estar vigendo o Estado Novo. Ressalte-se que no momento atual Copacabana vive a sua pior fase, onde a depauperacao do mobiliário urbano, a violência, e a quantidade de marginais e de moradores de rua é impressionante e contrasta com a imagem mostrada. Com relação ao "clube dos cafajestes", o elenco dos "associados" dá a ideia de como a sociedade da época era mais "autêntica", onde não havia "melindres" ou qualquer tipo de patrulhamento ideológico, onde azul era azul, amarelo era amarelo, gordo era gordo, homem era homem, todo mundo se harmonizava e "cada um conhecia suas atribuições". Apesar dos pesares esse tempo deixou saudades.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Dia de aula. Felizmente para o dono era "Wonder" e não "Wünder". Teria problemas durante a Segunda Guerra, como outros estabelecimentos tiveram.

    Durante um bom tempo os marinheiros preferiram Copacabana e a Praça Mauá...

    A bicicleta da primeira foto em tempos mais recentes nem apareceria na foto...

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  3. Em tempo, há 70 anos ia para as bancas a revista Manchete. Fonte de várias fotos usadas na internet, infelizmente em grande parte sem créditos.

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    1. José Rodolpho Câmara28 de abril de 2022 às 09:04

      Muitas fotos ilustram matérias de minha lavra!

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  4. Me parece que o senhor de calção com o pé levantado está sendo escorado por outra pessoa e a mulher a sua frente está olhando para o seu pé. Também no interior do bar, alguns frequentadores estão olhando na sua direção. Deve ter torcido o pé.

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    1. Ou pisado em algo desagradável.

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    2. As solas do pé estavam fritando na calçada quente. Desesperado ele tentou um refúgio na pouca sombra do hidrante, fazendo rodízio de esquerdo/direito, já que, por não estar adequadamente vestido, não poderia adentrar o estabelecimento comercial à sua frente.

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  5. A turma dos cafajestes se mudou para o Planalto Central.

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  6. Está enganado Anônimo, essa turma a qual se refere nunca saiu de lá.

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  7. Bom Dia! Alguma coisa mudou,espero que para melhor.

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  8. Sorvete, chopp e chá. Bem eclético esse bar!

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  9. É de chamar a atenção aquelas peças bem trabalhadas no alto da varanda. Arrisco dizer que eram luminárias aparentando falsas mãos-francesas.

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    1. As peças mencionadas por você e demais peças do mobiliário urbano e mesmo privado, já teriam sido furtadas ou danificadas atualmente. Ontem assisti a uma matéria mostrando diversos prédios de estilo Art-decò na região de Copacabana em que peças de bronze das fachadas e das portarias dos prédios estão sendo diuturnamente furtadas. Apesar das Associações de moradores estarem tentando junto às Autoridades medidas que reduzam esses crimes, as mesmas "fazem o que podem", pois qualquer providencia mais enérgica esbarra na leniência e por que não dizer no favorecimento que as leis proporcionam ao crime.

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  10. Nessa época Cabos e marinheiros eram obrigadoa a andar fardados ao desembarcar dos barcos, lógico na MB.
    Talvez esses fossem estrangeiros, lembro que até os anos 90 eram comúm, principalmente americanos.
    Lotavam o Mc Donald's de Copa. Nunca entendi chega Aqui e Vai ao MD.

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  11. Um bom Bar tem seu valor. Internamente tinha uma escadinha, possivelmente para a varanda, como o Bar da esquina da Rua Farme de Amoedo com Vieira Souto quer fazer.. O Bar Lagoa tem escada para um mezanino supostamente para uma orquestra, que depois virou depósito com uma cortina vedando o espaço . Até recentemente um grupo poderia reservar o local , agora envidraçado, para refeições. Hoje na praia o mar ficou longe e os quiosques parece que pretendem substituir a sensação de bar com maresia. Simpático o do caro hotel Arpoador, mas só dia de semana, cedo.

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  12. Podiam ser cafajestes, mas de terno e gravata!

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  13. Falando em Copacabana, foram divulgadas imagens do bairro, como o 13º furto dos óculos do CDU e a desmontagem de um abrigo de ônibus pelos cracudos.

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    1. Não duvido que logo eles vão levar o CDA inteiro. Estão furtando até os números metálicos das fachadas dos imóveis. Se não adianta pegar os cracudos, peguem os ferros velhos receptadores.

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    2. O problema dos furtos chegou a um ponto onde até o transporte público ferroviário está sendo afetado. A cidade do Rio de Janeiro está repleta de ferros-velhos clandestinos que infelizmente não são fiscalizados pela Prefeitura por inépcia "ou algo pior", já que a G.M está mais preocupada perseguir ambulantes. Além disso as duas Polícias também são responsáveis: a PM "faz vista grossa e a Civil não investiga como deveria. Além disso supõe -se que há políticos por trás dessas "centrais de receptação". Mas o pior de tudo é que as penas para receptação são ridículas e foram criadas as tais "audiências de custódia" cujo objetivo precípuo é soltar criminosos. E para culminar grande parte dos juízes foi doutrinado pela esquerda e enxerga esses marginais como "vítimas da sociedade".

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    3. Triste, melhor deixar sem óculos. CDA fez cirúrgia para miopía.
      Cada troca deve custar uma grana.

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  14. Onde está escrito CDU, leia-se CDA (Carlos Drummond de Andrade)...

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  15. Boa tarde Saudosistas. Bar com chope e cerveja bem gelada, tem sempre o meu respeito, seja na beira da praia, na zona sul, na zona norte, no subúrbio ou na zona oeste. Comparações do Rio de Antigamente com o Rio de hoje, me deixam deprimido. Pra quem aprecia cerveja. Qual bebedor de cerveja que não enumera pelo menos meia dúzia de bares, com cerveja bem gelada e bons tira gostos nas redondezas do bairro onde mora? E quem não tem a sua turma que frequenta estes bares, onde sempre tem um cafajeste, um picareta, um caloteiro 171, bares e botequins foram feito para isso, reunir toda a trupe. Uma pena que nos dias de hoje isso venha diminuindo, tanto os bares fechando, como as turmas, com seus membros morrendo.

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  16. Com referência ao comentário das 12:23 e tendo em vista a dúvida suscitada pelo nosso "emigrante canadense" sobre a nacionalidade dos marinheiros, certamente eles são Norte-americanos e as razões são várias. Para começar os marujos brasileiros dos anos 40 não possuíam condições de frequentar Copacabana em razão dos seus gostos pessoais, seus valores, e principalmente pelo "soldo" que recebiam. Já os Norte-americanos eram atraídos pela fama que tinha Copacabana, um luxo que certamente seus dólares podiam pagar. Marinheiros brasileiros certamente frequentavam ambientes da Praça Mauá, Praça XI, e Estácio. Naquele tempo o lenocinio em Copacabana era quase inexistente. As boates da região da Prado Júnior são de uma época posterior.

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  17. Esse bem que pode ter sido o Bolero, onde os marinheiros americanos faziam ponto nos 50.

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  18. "Não li todos os comentários e talvez esteja sendo repetitivo. Se esse não é o Bolero, onde os marinheiros americanos faziam ponto nos anos 50, é muito parecido."

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  19. Não li todos os comentários e talvez esteja sendo repetitivo. Se esse não é o Bolero, onde os marinheiros americanos faziam ponto nos anos 50, é muito parecido.

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  20. O Cmte Edu veio a falecer num acidente com um Constellation da Panair que se chocou com um morro próximo a Porto Alegre. A música "ZUM ZUM ZUM está faltando um" se refere a ele.

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