Total de visualizações de página

quinta-feira, 14 de julho de 2022

PEQUENOS MERCADOS

Como contam Gorberg & Fridman, mercados regionais eram antiga reivindicação dos habitantes do Rio. Com a quase exclusividade no final do século XIX do Mercado da Candelária, que depois viria a ser substituído pelo Mercado da Praça XV, os lavradores às vezes não conseguiam vender seus produtos.

Em 1899 pequenos mercados foram autorizados a funcionar desde que:

1)    Seguissem todos os preceitos de higiene, fossem de ferro sobre base de alvenaria e destinados exclusivamente aos produtos da pequena lavoura, peixes, aves, etc.

2)    Fossem construídos nos pontos designados em terrenos próprios ou desapropriados da Prefeitura.

3)         Tivessem prazo de concessão de 20 anos.

4)    Findado este prazo reverteriam para a Prefeitura os mercados e os respectivos terrenos.

Foram autorizados os seguintes pontos:

Distrito da Glória vizinho à Praia do Russel.

Largo de São Salvador.

Aterrado vizinho ao Morro da Viúva (atual Praça Nicarágua).

Perto do Largo do Guimarães.

Praça General Osório (Largo do Capim).

Vizinhanças das ruas Uruguai e Conde de Bonfim.

São Christóvão próximo ao antigo matadouro (Praça da Bandeira).

Praça Sete de Março em Vila Isabel (Praça Barão de Drummond).

Praça da Harmonia.

No Méier perto da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Santa Cruz.

Inhaúma.


Mercado Público da Praça da Bandeira. Estrategicamente localizado para atender aos bairros do Rio Comprido, Tijuca, Vila Isabel, São Cristóvão e outros na direção da Zona Norte.

Esta foto faz parte do livro “Mercados no Rio de Janeiro”, de Samuel Gorberg e Sergio Fridman,


Mercado da Praça General Osório. Anteriormente o local era conhecido como Largo do Capim. Ficava entre as ruas Uruguaiana e dos Andradas, abrangendo as de General Câmara e de São Pedro. O local desapareceu quando da construção da Av. Presidente Vargas na década de 40.


Mercado  de Madureira. Vejam o comentário de 08:11 sobre este mercado.


32 comentários:

  1. Esses mercados não possuíam mínimas condições de higiene, mas era o que se tinha à disposição da população. O funcionamento de lojas e mercados atualmente são regidos por rígidas normas e mostram o quanto a legislação evoluiu nesse segmento. FF: Fica cada vez mais difícil controlar a situação no entorno do Maracanã em dias de jogos, principalmente quando os jogos são do Flamengo. As imagens mostram vândalos, bandidos covardes que se valem da situação para roubar, agredir pessoas, e danificar carros, mobiliário urbano, e comércios em geral. As imagens são impressionantes.

    ResponderExcluir
  2. Olá, Dr. D'.

    Desses da postagem de hoje não posso falar, mas um pouco mais tarde foi autorizado um mercado em Madureira, que ficou até 1959, quando foi transferido de local para dependências mais modernas que foram inauguradas pelo presidente JK. O antigo local virou a quadra da escola de samba Império Serrano.

    Havia um mercado, um pouco menor, em Cascadura, mas a localização exata me foge no momento.

    ResponderExcluir
  3. Não tenho conhecimento da localização desse mercado "na vizinhança" das ruas Uruguai e Conde de Bonfim, mas suspeito tal mercado tenha funcionado no espaço compreendido atualmente entre o n° 380 da Rua Uruguai e que abrange parte da Conde de Bonfim, e também da rua Dr. Otávio Kelly. Ali nos anos 40 e 50 funcionou uma churrascaria que dispunha de uma espécie de parque. Em 1958 foi lançado um grande empreendimento imobiliário no local onde foram disponibilizados apartamentos de 1, 2, 3, e 4 quartos, além de uma galeria de lojas. Por algum motivo a construção sofreu atrasos e os imóveis só foram entregues em 1966/67. No Méier esse mercado funcionou no espaço que havia entre as ruas Santa Fé, Aristides Caírem, e Coração de Maria, onde existe atualmente o Fórum do Méier. Tinha o nome de Mercado São João.

    ResponderExcluir
  4. Augusto, no início o Mercado de Madureira era uma feira improvisada no Largo de Madureira, hoje o encontro da Rua Carvalho de Souza com a Av. Edgard Romero. O verdadeiro Mercado de Madureira foi inaugurado em 1918, próximo à estação Magno, em terreno cedido pela Light na Rua Comendador Lisboa (hoje um trecho da praça Compositor João Nogueira), esquina com a Estrada Marechal Rangel (hoje Av. Edgard Romero). O novo endereço ficava a uma quadra da feira do Largo de Madureira.
    Entretanto o não havia cobeertura, ficando tudo ao ar livre.
    Em 1929 o mercado mudou de lugar, tendo o Prefeito Prado Junior inaugurado o novo espaço na Estrada Marechal Rangel, em frente à Estrada da Portela, ao lado da estação Magno. Continuou perto da linha férrea, mas no lado oposto.
    Vou colocar uma foto deste novo local lá em cima.

    ResponderExcluir
  5. Abastecer a cidade é um desafio. Custo, qualidade, variedade, higiene. Gosto da minha feira de sábado no Jardim Botânico, mas vejo o Hortifruti crescendo muito, competindo com o Zona Sul. O chuvaréu de hoje afetou as lavouras? FF: Deliciosa a matéria sobre Guimarães Rosa no Globo Rural. Vou ler Grande Sertão Veredas, lacuna na mesma nhã formação .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa dica, vou procurar essa matéria na internet.
      Li o livro, assisti o filme que se não me engano é dos anos 60 e também o seriado com o Toni Ramos e a Bruna Lombardi. Só falta uma viagem até a região do Grande Sertão.

      Excluir
  6. Bom dia Saudosistas. Os mercados populares foram os principais pontos de abastecimento de alimentos da população nos séculos retrasado e até pouco mais da metade do século passado. No RJ lembro de 2 mercados bem no início dos anos 60, um funcionava na Pça Tiradentes na esquina com a rua Silva Jardim, outro na Central do Brasil acho que se chamava SAPS, quase em frente a estação.
    Eu particularmente sou um grande admirador destes mercados, toda viagem que faço procuro conhecer o mercado popular da cidade, seja ele de venda de produtos alimentícios ou de artesanato. Como já comentei várias vezes aqui, se o nosso Mercado da Praça XV pelo tamanho e a beleza da sua construção se tivesse sido preservado, posso afirmar sem sombra de dúvidas que seria o mais bonito do mundo, talvez só comparado com o Leadenhall Market de Londres.

    ResponderExcluir
  7. O Hortifruti foi comprado pelo grupo Lojas Americanas. Desde então os preços subiram absurdamente e abriu-se inúmeras outras pequenas lojas da cadeia. Por enquanto a excelente qualidade dos alimentos está mantida.

    ResponderExcluir
  8. Quando li no texto a existência de um mercado em Inhaúma, me animei pensando que teria uma foto.

    Seria um furo de reportagem na minha página de Inhaúma, estava pensando até em "roubar" para postar lá.😂

    Mas claro que seria muito alguém naquele tempo ir a Inhaúma bater uma foto do mercado.

    Então só me resta perguntar.
    Luiz, sabe onde ficava esse mercado em Inhaúma?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não sei e nem mesmo sei se foi construído. Após a determinação dos locais citados deu-se um "imbroglio" com a Municipalidade, com idas e vindas, alterações de locais e cancelamento de alguns.

      Excluir
    2. Luiz, uma outra pergunta.

      Você tem o número da lei ou decreto da autorização dos mercados em 1899?

      Excluir
  9. Na Tijuca, onde hoje está a UPA, tinha o Mercado São Lucas. Já foi postada foto dele aqui, há vários anos.

    ResponderExcluir
  10. O nosso antigo visitante Ronaldo Martins nos presenteou com um livro sobre a história do mercado de Madureira, desde seus primórdios ainda rudimentares e em local diferente do atual. Ótima leitura. Mostra como foi percorrida uma longuíssima estrada até se chegar ao mercado atual.

    ResponderExcluir
  11. Mercados no Rio daria um extenso livro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O livro do Goberg e do Fridman é interessantes: Mercados no Rio 1834-1962.

      Excluir
  12. A Light dispunha de bondes bagageiros que entre outras finalidades serviam para transportar prdutos de, para e entre mercados. Havia os bagageiros grandes e pequenos. Constituíam linhas como os bondes comuns. Eram publicados os horários de saída desses bondes.

    ResponderExcluir
  13. Já vi fotos antigas de um mercado em estrutura metálica no Largo do Benfica, mas não sei dizer se era só de flores como o do Centro, que agora é de alvenaria.

    ResponderExcluir
  14. Na segunda foto, o Largo do Capim tinha esse name porque era onde se comercializava capim para os animais usados pela população. Também houve uma época em que uma forca foi instalada ali.

    ResponderExcluir
  15. uma vergonha não termos um mercado municipal decente. A CADEG é uma merda, se comparamos com oa mercados municipais de SP, MG e outras cidades muito menores do que nós.
    um bom projeto seria a prefeitura fazer um mercado municipal nos moldes do Mercadão de SP.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Conde hoje a CADEG tem mais restaurantes do que lojas de vendas de produtos agrícolas, sendo que dos restaurantes existentes são poucos os de primeira linha.

      Excluir
  16. A CADEG é ótima. Come-se bem por lá e também se compra coisas a bom preço. E aos sábados o ambiente é bem animado.

    ResponderExcluir
  17. DI LIDO, o único mercado decente que tínhamos e até cheguei conhecer parte, era o da Pça XV em anos passados. De resto vc.tem razão, mas digo que a CADEG hoje é um polo Gastronômico e dos bons. Vou convidar o nobre Conde para degustar um bacalhau do Rei no Beco das Concertinas mas tem que ser aos sábados e com direito danças e cantorias de fados. Mas mercados mesmos só existem no meu Ceará. Esse é o legado que os Ingleses deixaram lá e tem mais, todos ainda estão de pe´ e conservados.

    ResponderExcluir
  18. O Conde é um paulista que não entende nada do Rio.

    ResponderExcluir
  19. Madureira teve seu crescimento em função da combinação geográfica e de logística, pois é o "cruzamento" de duas linhas férreas, Central e Auxiliar, e é passagem obrigatória da Zona Norte para os bairros de Jacarepaguá.

    A Império Serrano desceu a serrinha pra ocupar o antigo mercadão e, desde esta época, ainda em 1959, nada mais fez; quem tiver a oportunidade de uma visita, seja pra acompanhar os ensaios e curtir a impressionante bateria da escola, ou, caso o estômago aceite e haja coragem, sorver a deliciosa feijoada, poderá notar que as divisórias dos boxes das barracas do mercado estão lá até hoje.

    ResponderExcluir
  20. Ricardo Galeno:
    11/05/1899 - edital de concorrência para construção de "pequenos mercados", art 1º do decreto nº 677.
    08/06/1900 - publicado no Jornal do Commercio edital de concorrência.
    Parece que houve discussões sobre o edital, sobre as propostas apresentadas, uma confusão.
    Mais adiante foi feito um Termo de Aditamento ao contradto de 04/09/1900, lavrado em 14/06/1903, redefinindo os locais onde deveriam ser construídos quinze pequenos mercados (Praça da Harmonia, Praias do Russell e Botafogo, Campo de Marte, Catumby, Santa Thereza (largo do Guimarães), Tijuca, São Christóvão, Voluntários da Pátria, Villa Isabel, Meyer, S. Francisco Xavier, Senado, Copacabana e Marítima).
    Em 14/12/1907 foi inaugurado o Mercado Municipal, mas o Distrito Federal continuava carente de pequenos mercados e só em 28/11/1911 pelo Decreto nº 1362 foi o prefeito autorizado a promover concorência pública para sua construção.
    Depois saiu o Decreto nº 925 de 26/07/2013 sobre funcionamento de pequenos mercados.
    Novo decreto foi o de nº 1632 de 18/09/1914 sobre condições de locação dos pequenos mercados municipais.

    ResponderExcluir
  21. O que mais impressiona nesses mercados, e também nas feiras-livres, é a enorme quantidade de produtos jogada fora, principalmente hortaliças e alguns tipos de legumes, como tomate. Um desperdício inimaginável num país com 33 milhões de famélicos e que se orgulha de ser o segundo maior produtor mundial de alimentos. É preciso ter muita falta de vergonha na cara para se orgulhar disso. Mas vergonha é item com estoque zerado há muitos anos. Os que vomitam esse orgulho não passam fome.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Até recentemente (não sei atualmente) os restaurantes não podiam fazer doação das sobras de comida, tendo que inutilizar.

      As feiras ainda têm a xepa. Nos centros de abastecimento algumas pessoas também vão atrás das sobras.

      Mais chocante é ver o mesmo em lixões.

      Excluir
    2. A miséria é muita e alguma coisa precisa ser feita. Chegará um dia em que as riquezas de poucos serão repartidas com quem precisa, e isso acontecerá de uma forma ou de outra. É uma questão de tempo.

      Excluir
  22. Luiz, muito obrigado!

    ResponderExcluir
  23. Eu tenho esse livro sobre os "Mercados no Rio de Janeiro", citado pelo gerente no texto.

    Tenho quase certeza que foi lançado um livro por ocasião do cinquentenário do Mercadão de Madureira no local atual e que teria ele em algum canto aqui de casa. Acho que tem algo a respeito no próprio site do Mercadão.

    ResponderExcluir