Total de visualizações de página

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

MORRO DE SANTO ANTÔNIO

Nesta fotografia vemos o Morro e o Convento de Santo Antônio, o Largo da Carioca e o Tabuleiro da Baiana em meados da década de 50. Nesta ocasião grande parte do Morro de Santo Antônio foi transferida para o aterro da Baía da Guanabara, inicialmente na área que serviria para a instalação do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional, realizado de 17 a 24 de julho de 1955.

A Comissão de Melhoramentos de 1875 e 1876 (Pereira Passos chefiava) preconizava as demolições dos morros do Castelo, Senado e Santo Antônio, visando a melhoria da ventilação, circulação e com a terra, acabar com os alagados, focos de doenças. O primeiro demolido foi o do Senado com a terra indo para a área do canal do Mangue.

As obras de desmonte e aterro, segundo a revista "Brasil Contrói", foram realizadas em tempo recorde por engenheiros da Prefeitura do Distrito Federal, com o emprego de um milhão e novecentos mil metros cúbicos de terra, utilizada na conquista de trezentos e trinta mil metros quadrados de mar.


A foto tem um ângulo muito interessante, diferente do habitualmente utilizado. O convento por exemplo está de lado, que é muito raro, normalmente estamos acostumados vê-lo de frente.


O Morro de Santo António viria a ser arrasado no final dos anos de 1950 e início dos anos de 1960, para dar origem à uma grande área plana, chamada de Esplanada do Morro de Santo Antônio.

O Largo da Carioca já sofreu inúmeras plásticas nos últimos cem anos, mas, na minha opinião, o local não ficou bem resolvido.

 

15 comentários:

  1. Eu achava que o convento ficava no alto do morro mas parece que não.

    ResponderExcluir
  2. Bom Dia! No Eng. de Dentro encontra-se a locomotiva a Vapor numero 4 . Uma das que participaram da remoção no morro de Sto Antonio.

    ResponderExcluir
  3. O ângulo da foto mostra uma grande área já removida e também uma perspectiva mais abrangente do antigo quartel da Polícia Especial. Havia rumores de que coisas estranhas aconteciam lá. Apesar de não ter formação em engenharia ou arquitetura eu questiono a demolição do edifício da Seda Moderna. Imagino que o antigo "rodo" dos bondes de Santa Teresa poderia ter tido melhor um bom aproveitamento caso o prédio tivesse sido preservado.

    ResponderExcluir
  4. Olá, Dr. D'.

    Considero o Largo da Carioca um dos locais mais alterados ao longo do século XX, se não da própria história da cidade.

    O processo de desmonte, como outras intervenções, foi cercado de desconfianças, inclusive de gastos.

    Não lembro de ter visto esta foto antes, mesmo parecendo ser da revista Manchete ou similar.

    Vemos na foto o Tabuleiro da Baiana e o Liceu Português (?), além da propaganda do café Globo.

    ResponderExcluir
  5. Em tempo, aparecem algumas estruturas no pátio do convento de Santo Antônio.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na frente do convento tem algo parecido com barracas de quermesse ou de venda de velas, rosários, santinhos e imagens sacras.

      Excluir
  6. "Antes de apresentar a década de 1950 representada pelo início das obras do desmonte do morro de Santo Antônio, é fundamental destacar os projetos de urbanização que antecederam tal acontecimento na história do Rio de Janeiro.
    Em geral, ainda no século XIX, as favelas configuravam-se como elementos presentes na paisagem urbana carioca, dando a essas habitações status de categoria social. Já em meados do século XX, as favelas passam a ser compreendidas como uma imagem negativa na paisagem urbana do Rio de Janeiro. Exemplo dessa contestação é a apresentação de projetos no Estado Novo, destacando-se como primeiros grandes programas estatais de intervenções em favelas. ... Na passagem da década de 1940 para a década de 1950, o clima de euforia emerge com o crescimento de uma utopia nacionalista contra o atraso, caracterizando o surgimento de uma ideologia nacional–desenvolvimentista. Os impactos dessas transformações promovidas pelo Estado passavam a ser vistas positivamente pela população. Estavam construídas as bases para o desmonte do morro de Santo Antônio no ano de 1952 sob a administração de Dulcídio Cardoso. ...
    Dulcídio do Espírito Santo Cardoso foi prefeito do Rio de Janeiro nos períodos entre 1952 e 1954. Foi no início do seu governo que se principi[aram] as obras de desmonte do morro de Santo Antônio, tendo como seus principais idealizadores os representantes do Departamento de Urbanismo: Affonso Eduardo Reidy e Hermínio de Andrade e Silva.
    Tendo como primeiro objetivo a criação de áreas valorizadas no centro da cidade que ligassem ao bairro de Copacabana, desafogando consequentemente a Avenida Beira-Mar, a obra era tratada pela imprensa logo no seu começo como uma ferrenha oponente da favela, sendo tal caracterizada como área rural e campestre, e relacionada diretamente pela mídia com o tráfico de drogas e com a violência, ou seja, como obstáculo à modernidade. Logo, mostrava-se necessário inovar e combater esses males no espaço urbano carioca. ..." (CONTINUA)

    ResponderExcluir
  7. "Já na administração de Francisco Negrão de Lima entre os anos de 1956 e 1958, fic[aram] evidente[s] os aspectos negativos da obra de desmonte do morro de Santo Antônio. Com a criação da Superintendência de Urbanização e Saneamento (SURSAN), que possuía a finalidade de concretizar, executar e fiscalizar a obra de desmonte, torna-se visível a não gratuidade da obra ao carioca, visto o alto custo na realização da mesma. ...
    Somente no governo de Carlos Frederico Werneck de Lacerda, que se estendeu entre os anos de 1960 e 1965, a obra do desmonte do morro de Santo Antônio foi concluída. ...
    Concluída a obra de desmonte, é fundamental ressaltar os principais resultados obtidos a partir dela e em que essa transformação na paisagem urbana da cidade do Rio de Janeiro implicou no cotidiano da população.
    Como apresentado anteriormente, o principal objetivo em demolir parte do morro de Santo Antônio consistia na possibilidade de facilitar a circulação de veículos do centro da cidade à Zona Sul, adaptando a estrutura urbana ao crescimento populacional e consequentemente das habitações no Rio de Janeiro. Dessa forma, seriam abertas novas e mais largas avenidas que desafogariam o tráfego na Avenida Beira-Mar. ...
    Outra consequência do planejamento urbanístico elaborado por Affonso Eduardo Reidy e Hermínio de Andrade e Silva, dessa vez mais voltada à paisagem e aparência urbana, foi o Aterro do Flamengo. Sendo esse espaço de destaque na cidade atualmente, construído a partir do material oriundo do desmonte e arrasamento do antigo morro. [Foi n]esse mesmo local ocupado anteriormente pelo morro, que se deu a construção da nova Catedral Metropolitana e de alguns edifícios modernistas, tais como o edifício da Petrobrás, o edifício do antigo BNH e o edifício do BNDS, todos eles construídos na já citada Avenida Chile. Após o desmonte do morro de Santo Antônio, compreendida como obstáculo a abertura de espaço para a evolução urbana, pode-se verificar que as únicas áreas que se mantiveram preservadas no espaço são o Convento de Santo Antônio e a vizinha Igreja da Antiga Ordem Terceira de São Francisco. Sendo ambas, as principais construções do período Colonial que felizmente ainda configuram-se na modificada paisagem da cidade do Rio de Janeiro."
    Original em: https://futurosprofissionaisdahistoria.blogspot.com/2011/06/desmonte-do-morro-de-santo-antonio.html - Consultado em 10/10/2022. (Fiz pequenas correções gramaticais.)

    ResponderExcluir
  8. Bom dia.
    O prédio alto com mais de 25 pavimentos, bem à esquerda da foto, alguém consegue identificar?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Edifício existente na esquina da Av. 13 de Maio com o Largo da Carioca.

      Excluir
  9. Bom dia Saudosistas. A demolição do Morro de Santo Antônio teve várias etapas, a grande demolição que terminou no início dos anos 60 com a construção da estação dos bondinhos, depois na construção da Catedral foi demolida uma parte da encosta atrás da Fundição Progresso, na construção do prédio do BNH foi demolido mais uma parte da encosta do morro onde fica o Mosteiro de Santo Antônio, com a construção do prédio do BNDES outra parte do morro foi demolida, sendo que que nesta devido à proximidade do prédio com o morro, foi realizado um trabalho muito grande de contenção da encosta, no rebaixamento da Av. Chile, a mais recente aconteceu na construção do prédio da Vivo, com a demolição de um resquício do morro que havia por trás do Teatro Recreio. Ainda existe um resquício do morro por trás do prédio da Casa Maçônica Grande Oriente, além do Mosteiro de Sto. Antônio e do acesso aos Arcos.

    ResponderExcluir
  10. A ilustração parece pintura baseada em foto.
    Já vi em fotolog do Rio um projeto de loteamento no alto do Morro de Santo Antônio, que seria da década de 1920 ou 30 e tenho quase certeza que fotos um pouco anteriores ao desmanche quase total desse morro, que houve uma grande obra de terraplanagem no topo que tirou boa quantidade de terra antes dos anos 1950.
    Obviamente a ideia original dessa obra foi abandonada.

    ResponderExcluir
  11. Sim, havia no topo do morro uma área aplainada e parcialmente urbanizada como uma praça, que começaria no fim da Ladeira de Santo Antônio.
    O projeto, um dos conhecidos para o morro, previa a urbanização do decadente morro, curiosamente pouquíssimo ocupado por famílias pobres. Se faria um loteamento e criação de platôs para a construçaõ dos imóveis, que aparentemente seriam casas. Segundo o Decourt já contou, no topo haveria um elegante hotel, para concorrer com o Palace, o Avenida e o possível hotel a ser construído onde hoje é Cinelândia. Curiosamente o plano não foi para frente, talvez pela crise de 29, mas no final dos anos 30 já era dado como certa a demolição do morro e a criação de uma nova esplanda como a do Castelo, que seria cortada pela Av. Norte-Sul e a Diagonal.

    ResponderExcluir
  12. Curioso para mim que todos esses morros (Castelo e Santo Antonio) eram aparentemente de terra. Jatos d'água derrubaram tudo. Já a Pedra da Gávea, Pavão, etc. são rocha pura. A pedra da Gávea teria 50 milhões de anos. Geologia do Rio é singular. Havia um programa no GNT Pedras do Rio, salvo engano, muito interessante. No mais a demolição dos prédios históricos da Rio Branco um crime. Podiam deixar o corredor original e construir por trás. Ainda vou fazer um mapa das alterações de gabarito por Prefeito

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Viajei neste comentário do GMA; fiquei imaginando tiranossauros passeando na Praia do Pepino e pterodáctilos saltando da Pedra Bonita...rs

      Excluir