A série "Esvaziando o arquivo" contém fotografias que foram garimpadas e que constam nos meus alfarrábios como não publicadas no "Saudades do Rio".
FOTO 1: Vemos, em 1954, pedestres atravessando as novas pistas externas da Praia de Botafogo, abertas à época da inauguração do Túnel do Pasmado, desprezando o uso da passagem subterrânea.
Na época seria um mau hábito dos cariocas, mas atualmente é um risco pela falta de manutenção e falta de segurança.
FOTO 2: A Rua Maestro Francisco Braga, que desce até a praça do Bairro Peixoto, ainda é muito tranquila. Na época em que havia cavalos para alugar na praça, tínhamos dois percursos: o pequeno era uma volta pela própria praça, e o grande era sair da praça, subir pela Décio Vilares e descer pela Maestro Francisco Braga. O trânsito de automóveis na década de 50 e início da década de 60 era mínimo na região.
FOTO 3: Que cinema seria este? O ano deve ser 1955 e o filme em cartaz era "A revolta dos torturados".
FOTO 4: Em que local está o ônibus elétrico da linha E-8, Largo dos Leões-Passeio Público? Quando o serviço começou foi uma revolução: vindo para substituir os bondes, os ônibus elétricos só trafegavam com as portas fechadas, eram limpos, silenciosos, com motorista e cobrador bem uniformizados, só paravam nos pontos. Quase todos estes itens não eram observados nos ônibus e lotações da época. Porém pouco tempo depois o serviço seguiu a triste sina do transporte público carioca e tudo passou a funcionar mal.
FOTO 5: Lev Yashin, o "Aranha Negra", goleiro russo considerado um dos maiores da história, a convite de um dirigente do Flamengo passou um mês no Rio, treinando e orientado os goleiros rubro-negros. Não chegou a jogar nenhum jogo oficial, pois não tinha permissão da URSS. Cheguei a vê-lo algumas vezes no estádio da Gávea.
FOTO 6: Pouca nitidez impede de se ver bem o bonde. Em "alta" só consigo ler o nº 52 sobre o farol do bonde. O Helio poderá dar todos os detalhes.
FOTO 7: Podemos ver o prédio do Cine Guanabara, na Praia de Botafogo, junto ao viaduto Pedro Alvares Cabral. Estamos no início dos anos 70 e há uma sessão dupla tendo em cartaz "Capitão Apache", com o Lee Van Cleef, e "Vampiros Amantes", que acho que tinha também o título de "Carmilla, a Vampira de Karnstein".
FOTO 8: Rossini Perez fotografou em 1976 a demolição do Monroe. A sentença de morte do Monroe veio com o aviso nº 964, de 09/10/1975, há 50 anos, quando o General Golbery despachou: "Presentes as alternativas de utilização de que dá notícia o processo, cumpre-me transmitir a V. Exa. recomendações do Excmo. Senhor Presidente da República no sentido de demolição do prédio e consequente transformação da área em logradouro público."
Essas passagens subterrâneas na orla de Botafogo são como um filme de terror. Certamente, o pedestre será assaltado ou morrerá intoxicado com o cheiro de urina e fezes. Na foto 4, me parece que o ônibus elétrico está no final da Rua Senador Vergueiro.
ResponderExcluirPrimeiramente uma menção à Carmen Veronica desde os tempos de vedete. Uma certinha certíssima do Lalau. E mais velha virou uma boa atriz de novela.
ResponderExcluirConcordo com o Mauro, Senador Vergueiro.
Passagem subterrânea no Rio nem precisa sofrer de claustrofobia para evitar. Nem em túneis passo a pé face aos assaltos.
No cinema Guanabara nunca fui e nunca vi o famoso Yaschin jogar a não ser em filmagens antigas. Mas a crítica esportiva o elogiava muito.
Acho o Bairro Peixoto uma ilha de tranquilidade em Copacabana. Pena que os pequenos prédios estejam virando grandes edifícios.
O saudoso Derani certamente a homenagearia com um "Yes, yes, yes!!!".
ExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirEssas fotos de acidentes eram (são) recorrentes no acervo do jornal UH.
Não lembrava que a "sentença de morte" do Monroe tinha sido assinada ainda em 1975. Talvez com a reação de parte da sociedade só tenha sido levada a cabo no ano seguinte.
Alguns filmes foram reexibidos anos depois? Acho que o cinema da foto 3 pode ser o Odeon.
Na foto 2, a onipresença do besouro.
Vendo a foto 3 ampliada, o cinema só seria o Odeon se as propagandas que aparecem à esquerda estivessem no abrigo de bondes. Se a legenda do arquivo estiver certa, não sai da Cinelândia.
ExcluirAlgumas passagens subterrâneas são ignoradas, assim como passarelas, por insegurança mas também por pura preguiça.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirNa foto 7 um ônibus da linha 107 passava pelo viaduto a caminho da "E. Ferro".
ExcluirNa foto 1, um Kaiser 1948 evitou os pedestres. Na contramão, parece ser um Ford 38-39.
ResponderExcluirNa foto do Odeon, um Chevrolet 1940, de praça, ou táxi, que não parece ser preto, chique. Mais atrás, outro Chevrolet, 47-48, saia e blusa. Não pode ser 42 nem 46, porque o capô não tem friso.
A foto 9, da Carmen Verônica antes da gripe, valeu pela dificuldade.
Apenas o Dodge e o Desoto de 1951 têm esse painel, mas, pela ausência de aro da buzina, deve ser um Dodge Custom, bem simples.
O caminhão de bombeiros deve ser International
O filme A Revolta dos Torturados foi lançado em 1954.
ResponderExcluirNa foto 8, realmente se trata de um bataclãzinho. O número de ordem 52 foi para mim um espanto quando vi essa foto pela primeira vez, por volta de 2008. Na época em que eu anotava os números de ordem dos bondes, não lembro de ter visto nenhum com número abaixo de 262. Porém tenho duas fotos desse 52 e uma do 18, que circulava na área da Penha. Ou então os vi mas não anotei seus números por constituírem exceção.
ResponderExcluirA foto 10 é do bataclã 2063? Ele circulava na Zona Sul e no fim de carreira dos bondes da JB havia muito poucos bataclãs dela, a saber: 2006, 2058, 2059, 2062, 2063, 2066, 2071 e 2073. Quanto à foto, nunca a havia visto.
ResponderExcluirO Filme Mexicano "A Revolta dos torturados" de 1954 estrelado pela Ariadna , só chegou no Rio no Cine Odeon em pré-estreia no dia 16 de janeiro de 1957 , que é a data da foto.
ResponderExcluirFoto 3: segundo o jornal "Última Hora", edição de 14/01/1957, o filme "Revolta dos Torturados" entrou em exibição nos cinemas Odeon (Rio e Niterói), Ipanema, Botafogo, Madureira, Tijuca, Bonsucesso e Abolição, além do Capitólio de Petrópolis. Era um filme mexicano, ganhador de 11 prêmios. Conta a história dos trabalhadores que extraem mogno das florestas mexicanas, sendo tratados como se estivessem em um campo de concentração. Baseado no livro de B. Traven, o mesmo autor de "O Tesouro de Sierra Madre". Diretor Alfredo B. Cravenna.
ResponderExcluirPrincipais atores: Pedro Armendariz (o melhor ator mexicano da época), Ariadna, Victor Junco e Carlos Lopez Montezuma. Lançamento da United Artists.
O cinema lembra mesmo o Odeon, porém o fundo da foto, na extrema esquerda, parece indicar uma rua, que nunca existiu ali.
ResponderExcluirFoto 7 mostra um ônibus da linha 107 - Estrada de Ferro x Urca, da Viação Elite. Antiga linha 13.
ResponderExcluirPassagem subterrânea tinha na Av. Pres. Vargas, em frente ao Campo de Santana, que na década de 60 já provocava horror em minha mãe, pela presença de malandros, sujeira e odor desagradável. Provavelmente tínhamos que atravessar ali com destino à Light, mas uma vez só foi por baixo.
ResponderExcluirCine Odeon, a construção ao fundo era a parada de bondes do Passeio.
Assisti Brasil x URSS no Maracanã e tenho quase certeza que o Yashin jogou. Acho que foi 2 x 2, com insatisfação dos torcedores brasileiros.
ResponderExcluirA estrutura da cúpula do Monroe era com cantoneiras de aço e caibros em madeira. O fotógrafo enquadrou de um jeito que a escultura da águia do Municipal ficou num "pedestal" dessa estrutura.
Não sei se a Carmen Verônica era a certinha mais bonita, mas com beleza singular.
ResponderExcluirA ocorrência do caminhão dos bombeiros foi na Pres. Vargas? Lá atrás os lotações prontos para dar a largada, só esperando apagar o sinal vermelho.
Salve-se quem puder.
A Carmem Verônica era o tipo de mulher que mais me agrada, pois era esguia, graciosa, e tinha uma "beleza exótica", algo que "não tem preço".
ExcluirHelio 9:57 é foto 6 e não foto 8
ResponderExcluirVerdade. Errei.
ExcluirEsse obiscoitomolhado se alegra em nos humilhar com seus conhecimentos automobilísticos.
ResponderExcluirA do friso do Chevrolet sofri há tempos. Já o painel do Dodge foi sofrimento hoje mesmo, uns 20 minutos achando que não iria achar nunca e aí, sim, me sentir humilhado.....
ExcluirPaulo Roberto, 12:22h ==> em que ano foi a partida? Não encontrei referência a ela na biografia do Yashin.
ResponderExcluirHelio, o jogo foi em 21/11/1965 e o Yaschin jogou.
ResponderExcluirFoi o jogo em que houve um episódio cômico na transmissão da TV. Não lembro do narrador, talvez o Cozzi, mas não tenho certeza. O comentarista era o Geraldo Romualdo. O Cozzi lia um comercial na hora de um tiro de meta batido pelo Manga e o Romualdo estava fazendo anotações. Era um momento "morto" do jogo. O Manga bate o tiro de meta, a bola bate nas costas de um jogador na entrada da área e entra na meta do Brasil. Os dois não sabiam o que tinha acontecido. Após alguns segundos aflitivos alguém deve ter dito para eles que fora gol e, totalmente fora do tempo, o narrador grita gol, gol, gol da Rússia. Eu estava assistindo pela TV e ri muito.
Helio (10:37 / 10:42), pela notícia do UH o cinema só pode ser o Odeon ou o da Tijuca (Saens Pena?). Como comentei antes à esquerda pode ficar o antigo abrigo de bondes.
ResponderExcluirCurioso em saber que cinema de Madureira exibiu o filme mexicano...