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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

PROTESTOS NA CINELANDIA





 
As cinco fotos de hoje mostram o conturbado ano de 1968. Vemos a região da Cinelândia sendo palco de uma batalha entre a PM e os estudantes.
No seu clássico “1968 – O ano que não terminou”, Zuenir Ventura discorreu sobre aquele período dizendo em certo momento: “O cheiro de gás lacrimogêneo e o coro de “abaixo a ditadura’’ pareciam incorporados à paisagem urbana daqueles tempos”.
Em 1968 aconteceu a famosa “Passeata dos 100 mil” e, também, a edição do AI-5. Lembro, também, de uma noite terrível na Igreja da Candelária, onde meus amigos e ex-professores, os jesuítas Padre Angelim e Padre Guy, concelebraram com outros corajosos padres uma missa. À saída, todos foram surpreendidos por uma carga de cavalaria da PM. Os padres que celebraram a missa tomaram partido do povo e deram-se os braços, formando um cordão de isolamento entre a truculência da polícia e a população indefesa. Coisa insana.
Como podemos ver acima, os fotógrafos, mesmo no meio de tanto drama, conseguiam captar ângulos incríveis, juntando títulos dos filmes aos acontecimentos do dia.
Fotos: Acervo Correio da Manhã e Evandro Teixeira.

25 comentários:

  1. Tempos muito complicados com os estudantes reivindicando e sendo severamente reprimidos. Sem entrar no mérito das reivindicações era muito bom quando os estudantes participavam da vida pública. Hoje há uma indiferença total o que dificulta a renovação do quadro de políticos. A selvageria da Polícia nesta situação e em outras de motivações diversas sempre me impressiona. Como será que os soldados convivem com isto? Pensam no seu papel ou apenas obedecem ordens? Têm uma consciência ou bloqueiam qualquer sentimento?

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  2. Boa pergunta do Plínio ,mas acho que continuam totalmente despreparados para qualquer evento desse porte.
    Nessa época a classe media lutada contra a ditadura que ela mesma apoiou. Hoje a classe criada pelo Lula e o PT não vai lutar contra o que eles criaram. É muito diferente o que eles defendem do que era defendido na época da ditadura militar.

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  3. Otimas fotos e outros tempos.A foto da Noite dos Generais virou um clássico. Na época estudava para o vestibular e procurei não me envolver em movimentos, até porque fazia um cursinho meio que autônomo meio fora dos chamados centros acadêmicos. Dizem que após as mudanças do país a UNE por exemplo passou a ficar totalmente comprometida com o Governo.Não tenho elementos para falar de forma mais objetiva.Sei que aqui em Vix,muitos que se envolveram na questão fizeram uma ponte para suas carreiras especialmente na politica (viraram politicos profissionais)e nas universidades.

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  4. Bom dia. As Polícias Militares estaduais são uma excrescência no Brasil, já que no mundo inteiro civilizado as polícias são corporações civis, embora possuam segmentos fardados e uniformizados para atuar ostensivamente. Existem dezenas de projetos no congresso nacional para a desmilitarização mas que por interesses espúrios de alguns políticos, acabam sendo protelados. Governos corruptos e de viés esquerdista como em alguns estados brasileiros, se beneficiam desse canhestro e custoso sistema. Alegam ser "democratas e liberais" e muitos se dizem "vítimas da ditadura", mas se valem desse sistema arbitrário, discricionário, onde um regulamento geral odioso ajuda a manter privilégios e desmandos e que facilita a corrupção e outras práticas inconfessáveis.

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  5. Bom dia a todos os Saudosistas. Fotos espetaculares do ponto de vista fotográfico, quanto ao momento político que o País vivia, está refletido no monocromático das próprias fotografias. Uma questão que gostaria de colocar para os demais comentaristas, o que fizeram (os que já morreram) e o que fazem as principais lideranças políticas e estudantis daquela época, após a saída dos militares do poder, e o que contribuíram para o Brasil.

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    1. Não acredito que houvesse genuinamente "lideranças políticas e estudantis" naquele tempo e sim "aproveitadores, oportunistas, comunistas, terroristas, e elementos indesejáveis". O tempo provou que as tais lideranças foram e são extremamente perniciosas ao país. Vladimír Palmeira teve o desplante de hastear uma bandeira do Brasil na torre do relógio da Central. Dilma Vana Rousseff, José Serra, José Dirceu, e muitos outros "estudantes" dispensam qualquer predicado e são a prova viva do quanto "falhou" a ditadura militar.

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    2. Na verdade eu pensei uma coisa e escrevi outra: A bandeira hasteada por Vladimir Palmeira foi da U.R.S.S e isso é verídico. Dizem que apanhou um bocado...

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    3. Vladimir Palmeira se tornou uma espécie de líder a partir do assassinato do "estudante" Edson Luiz. Durante a noite na câmara dos vereadores, para onde levaram o corpo do rapaz, ninguém das chamadas "lideranças estudantis" apareceu por lá. Somente os que como o Edson trabalhavam no restaurante do Calabouço II estavam lá. Isso além de alguns baderneiros e bêbados. Foi constrangedor quando um senhor completamente embriagado subiu em um ponto mais alto da escadaria e para discursar e só conseguiu gritar "Trabalhadores do Brasil", e caiu pelos degraus. O jornalista Nelson Motta apareceu nas imediações mas não o vi entrando. Um choque da PM com poucos soldados foi hostilizado quando passou em frente à Câmara. Eu estava com um colega da faculdade e não gostei do que estava vendo. Fomos embora. No dia seguinte a situação era diferente. As chamadas "lideranças" estavam presentes e o Vladimir se esgoelava gritando palavrões e palavras de ordem. Luiz Travassos e Jean Marc von der Weid também estavam e este último era considerado o mais equilibrado. Nesses momentos não lembro de qualquer repressão. A partir desse lamentável episódio Vladimir assumiu a liderança do movimento até ser preso em Ibiúna, SP. Mas isso é apenas uma pequena parte da história.

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    4. Joel Almeida sua postagem foi a mais sensata...não me deixa muito a acrescentar. Abraço

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  6. Bom Dia! Ainda está difícil digitar.

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  7. As fotos do meu amigo Evandro Teixeira hoje fazem parte dos registros de memória do país. Em especial ficou famosa a que mostra PMs perseguindo um cidadão em um trecho da 13 de Maio. Na postagem são fotos de momentos distintos que em certo período se tonaram rotina. Escapei de estar presente na missa em razão de um forte resfriado. Gente que apenas passava pelo local apanhou de golpes de sabre. A ordem era baixar a porrada. Em compensação estive nas escaramuças da Av. Rio Branco com meu embornal de rolhas e bolas de gude que levavam cavaleiro e montaria ao chão. No fundo tinha pena dos cavalos mas não havia alternativa. Depois era escapar pelas ruas transversais onde, anteriormente, fui vítima inocente de violência sem ter nada a ver com a manifestação. E não foram "cascudos", como gosta de dizer um comentarista. Gostaria que ele experimentasse a sensação de levar injustas pancadas de cassetete.

    Um fato que merece registro era a atuação de agentes infiltrados, também chamados de "provocadores", que circulavam entre os manifestantes, normalmente formados de estudantes e populares. Chegava ser ridículo o esforço em tentar se misturar com a multidão tentando parecer um jovem estudante. Normalmente corpulentos e carregando prosaicos porta-cadernos era como se carregassem crachás imaginários informando sua atividade. A bem da verdade, e guardadas as proporções entre os participantes das escaramuças, houve episódios de violência de ambas as partes, como o que ocorreu em uma das ruas transversais da Cinelândia. Uma amiga que voltava para casa viu quando um sujeito de terno sacou uma arma e atirou à queima roupa contra um PM. Segundo ela a ação foi tão rápida que poucos perceberam enquanto o homem se evadia. Fiz o que no momento me cabia mas não tenho saudades desses embates. Mas se voltasse no tempo faria novamente se tivesse condições para tal.

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  8. Bom dia a todos.
    Fotos incrivelmente espetaculares, são cenas dignas de figurar em um bom filme dirigido por aqueles fantásticos cineastas a moda antiga como John Ford, Cecil B. De Mille, dentre outros.
    Claro que se no Brasil existisse cinema e, com raras exceções, não as porcarias que sempre fizeram por aqui e fazem ainda hoje protegidas por uma tal Lei Rouanet.
    Em relação ao período, por diversas vezes disse isso aqui.
    Houve muitos erros sim senhor de ambos os lados.
    A Ditadura Militar foi patrocinada não somente pela classe média brasileira, mas pela classe rica também com os principais Empresários financiando e apoiando do Sistema. Mas não esqueçam de quem apoiou a Ditadura também foi o Capital estrangeiro e Governos como os da Inglaterra e dos EUA, principalmente este último que na época fazia uma "queda de braço" com a então União Soviética.
    Por outro lado, não me venham com essa de que os esquerdinhas não tinham intenção de transformar isso aqui em zona comunista, porque no fundo tinham sim.
    Sempre disse isso e continuo a repetir: A Ditadura Militar foi um mal necessário infelizmente, pois se tivesse que escolher ver o Brasil virar "satélite" de Moscou e Pequim, ou então ver o país ser invadido em guerra declarada pelos nortes americanos, sendo apoiados, claro, por Inglaterra, França, Alemanha Ocidental, Japão, dentre outros, e ver os militares brasileiros no poder, prefiro os últimos do que os dois outros citados.
    É claro de que os três são nefastos, mas infelizmente não havia outra saída.
    Por outro lado, diferentemente de muitos, é claro de que houve e muitos erros naquela época. Claro de que havia e muita corrupção assim como hoje. A diferença é que hoje você pode falar e naquela época nem podia soltar isso em um matéria jornalística.
    É muito interessante isso. O Brasil é um país extremamente carente de referências e de heróis. Aqui qualquer um pode ser elevado ao posto de herói nacional sem ter feito nada para isso, e isso, vemos tanto da parte da Direita quanto da parte da Esquerda.
    Por outro lado, acredito que tenha sido o Henfil ou o Jaguar que a época do FHC ou do primeiro mandato do Lula dissera isso: "Quem investiu contra a Ditadura se deu bem por que hoje colhe os frutos de tal participação".
    Há fatos que ficará para a História e não serão explicados tão cedo. Outros, simplesmente jamais serão explicados, nem daqui a 1 ano ou daqui a 1.000 anos.

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    1. Agora a situação é muito mais grave, já que a "metástase" tomou irremediavelmente quase toda a estrutura do poder público no país. O detalhe mais importante é que não existe uma ideologia política em jogo nesse colossal assalto ao Brasil, e sim bandidos interessados apenas no lucro fácil. Tiveram cuidado de sucatear as forças armadas e coloca-las sob as ordens de um notório comunista. Sempre fui opositor dessa odiosa ideologia política que só traz desgraça. A desinformação e a ignorância criaram mitos como o "Cavaleiro da esperança", um indivíduo que nunca trabalhou e era sustentado por Moscou e condecorado como "amigo" daquela republica, possuindo almas "dachas" naqueles rincões. Não foi à toa que Vargas o colocou no "devido lugar". Mas para tudo tem idiotas e imbecis que se deixam por essa ladainha, e que apesar de se expressarem com vocábulos do tipo "quando vinhé", "pra pudê fezê", " muitchu", "visse", etc, infelizmente possuem título eleitoral.

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    2. Wolfgang, concordo inteiramente com seu texto. E refaço a pergunta de outro: o que fazem hoje os lideres da luta contra a ditadura? A maioria absoluta está milionária, preocupada apenas em se dar bem.

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  9. Peralta, o implicante18 de agosto de 2017 às 10:52

    O grande idolo da Tia Nalu era presidente da UEE.Codinome Daniel.

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  10. Depois da quarta visita do técnico da operadora,acho que finalmente o problema está resolvido. Fora a primeira,nas demais fotos o ângulo foi maliciosamente escolhido e até hoje serve de pano de fundo para os sofrem de esquerdopatía destilarem seus venenos. Na foto um,não lembrava de Magirus na PM. Vou visitar o Museu da Corporação,talvez o tenham preservado.

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  11. Observador de Comentários18 de agosto de 2017 às 17:07

    A quarta foto então com as pessoas espremidas e apavoradas é o exemplo maior de um ângulo maliciosamente escolhido.

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  12. A mídia "controla e faz a história". O Século XX foi pródigo em bandidos e assassinos, mas nenhum chegou aos pés de Stalin. As barbaridades praticadas por esse homem ultrapassaram em muito os atos praticados por Hitler. Mas por que um assassino do jaez de Stálin é tão incensado e cultuado, como se fosse exemplo de algo de útil e proveitoso para a humanidade e sua criminosa ideologia continue a servir de exemplo para gerações futuras? Simplesmente porque ele estava entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial e pelo fato de que a imprensa internacional e os meios de comunicação estarem nas mãos de sionistas, fazendo com que Hitler fosse "eleito" o maior vilão da história. Se ele tivesse vencido a guerra, a história, os heróis, e os conceitos políticos teriam sido outros, porque os "tempos seriam outros". Mas preferiram varrer a sujeira "vitoriosa" para debaixo do tapete...

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    1. Observador de Comentários18 de agosto de 2017 às 18:54

      Stalin incensado e cultuado aonde? Não me parece que este conceito seja compartido por muita gente.

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  13. Há pouco tempo lançaram livro com fotos do Evandro Teixeira, mas é difícil de achar.
    Jatos d´água como os da primeira foto seriam bem vindos em protestos que manifestantes resolvem por fogo em pneus, fechando vias públicas. E enquadrar o pessoal em lei do meio ambiente.

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  14. Boa noite a todos.

    Tema explosivo tal como as bombas da polícia. As fotos são icônicas nos dias atuais e mostra como os responsáveis pela programação visual dos cinemas estavam sintonizados com a situação do país. Os letreiros não estavam daquele jeito à toa.

    Infelizmente não lembro de quem é a frase que eu gosto de repetir aos defensores do autoritarismo: "A pior democracia sempre será melhor do que a melhor (sic) ditadura". A frase não é bem essa, mas o espírito é...

    Sobre o comentário do Docastelo de 09:54, vimos algo parecido nas manifestações de 2013 e desde então tem se repetido quando é de "interesse" em continuar demonizando uma parte do espectro político.

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  15. Nem Lenin nem Stalin foram cultuados. Trosky o foi, muito mais depois de ter sido assassinado no México por Ramon Mercader, Agente da Polícia de Stalin, em 21.08.1940.
    Fidel Castro mandava ao "el Paredon" todos os que divergiam de suas idéias e Stalin os caçava e assassinava não angariando os dois muita simpatia por parte do povo.
    Já Trotsky era conhecido como o ministro do povo.

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  16. O comentário do Wolfgang foi muito legal.

    Concluímos que o problema supremo do Brasil foi sempre a política. Não a política como deveria ser, ou seja, para atender aos interesses de todos, mas apenas aos do seu grupo. As ações para o crescimento visavam ao aumento de seus lucros e não aos interesses de toda a nação, pois sabiam que essa terra seria, inexoravelmente, muito rica. As primeiras oligarquias, os grandes fazendeiros, queriam se perpetuar no poder, até que chegou um general peitudo e acabou com a farra, criando, a partir do seu golpe, a sua oligarquia. Menos mal que ele foi visionário, tanto pela estruturação industrial, quanto na organização do trabalho. E aí começou a se "achar" e que se perpetuaria no poder, até que fortes oposições o derrubaram, resultando na chegada de um "desenvolvimentista". A essa altura a corrupção já corria solta, tanto que entrou um maluco dizendo que ia passar a vassoura. Foi eleito e aí pôde-se notar que era fácil colocar um boneco lá em cima, bastaria dizer que era o super-herói e que resolveria tudo. O tal maluco pediu arrego e saiu. E aí e no clima quente que rondava na época, disseram que o vice era comuna e não deixaram assumir. Quebra-se a constituição, de novo, e os milicos, sob esse argumento e com uma ajudazinha da águia do norte, toma tudo na marra. A corrupção agora não é mais democrática, fica nas mãos apenas dos que possuem os tanques e de alguns "amigos". Sob pressão interna e concluindo que ficaria com a cara mais bonita lá fora se se tornasse "democrático", o país abriu-se para a tal democracia. A essa altura o país já não era aquela vila pobre pois, como disse, inexoravelmente ele cresceu. Aliás, foi um dos países que mais cresceu no mundo no século XX, ficando apenas atrás do Japão. E na continuação da história aqueles que receberam o presente trataram logo de ver a melhor forma de dividir a pizza entre eles, isso tudo sob o teatro da tal democracia. Mas, como no frigir dos ovos a economia cresceu, a disputa agora tornou-se ferrenha e os "por fora" já não eram mais simples tostões. Então, quando o boneco não encaixava no esquema inventavam logo uma historinha pra tirar o tal da brincadeira, manobra a qual eles chamavam de impeachment. Enfim, apareceu recentemente outro super-herói que felizmente passou a dar mais visibilidade nos toma-lá-dá-cá que sempre existiu. Agora é saber se este último super herói consegue dar uma melhorada na situação - a esperança é que esse não é um executivo, mas um judiciário. E o povo na expectativa pra saber que bicho que vai dar, em meio a discussões acaloradas nunca vistas antes, que talvez seja o fator diferenciador...

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  17. Só que, Augusto, isto que temos aqui não é democracia nem aqui nem na China. E isto, desde sempre, foi assim...

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