Hoje
temos duas fotos de bondes circulando nas vizinhanças do Passeio Público, ambas
do acervo do Correio da Manhã.
Na
primeira foto vemos o bonde 13, da linha Ipanema – via Túnel Novo, no ano de 1962,
quando ainda predominavam os carros importados. Chama a atenção uma motocicleta
com “side-car”.
O
trajeto do bonde 13 era: Tabuleiro da Baiana – Senador Dantas – Luís de
Vasconcelos – Augusto Severo – Largo da Glória – Catete – Marquês de Abrantes –
Praia de Botafogo – Rua da Passagem – General Góis Monteiro – Lauro Sodré –
Túnel Novo – Prado Junior – N.S. de Copacabana – Francisco Sá – Gomes Carneiro –
Visconde de Pirajá (Bar 20).
Na
segunda foto vemos o bonde 11, da linha Jardim Leblon, no ano de 1957, na “PARADA”
do Passeio Público. Nesta foto o destaque é a imagem de tranquilidade da
cidade. Pessoas calmamente sentadas na mureta aguardam a condução. Aquela caixa
da CTB, protegida por uma cúpula, seria do ponto de táxi?
O
trajeto do bonde 11 era: Tabuleiro da Baiana – Senador Dantas – Luís de Vasconcelos
– Augusto Severo – Largo da Glória - Praia do Russel – Praia do Flamengo –
Tucumán – Senador Vergueiro – Praia de Botafogo – Voluntários da Pátria –
Humaitá – Jardim Botânico – Bartolomeu Mitre – Dias Ferreira – Ataulfo de Paiva
– Visconde de Pirajá (Bar 20).
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Eu adorava essa cidade que não existe mais. Claro que o metrô é um transporte muito melhor do que o bonde para o transporte a grande distância. Mas os bondes poderiam ter permanecido nas linhas complementares, como é a linha de Santa Teresa, sem serem estatais - como não são os ônibus. Os trilhos e a rede já estavam prontos.
ResponderExcluirNa primeira foto, o side car está sobre uma Harley-Davidson (o painel sobre o tanque está visível). Bem à direita, um Henry J ( e não Jr.), um Morris Oxford, duas Rural-Willys pós-60, com um Ford 51 no meio. Na esquerda, o side-car, um Prefect 49, um Mercury Eight 47-48, um Ford 49-50, outro Morris Oxford, um possível Citroën (pela pouca altura) e um Ford cupê, acho que 1941. Do lado esquerdo da calçada, um hardtop GM, que parece ser um Oldsmobile 88 Holiday, de 1950.
Quanto ao povo sentado na mureta, parecem trabalhadores da obra em primeiro plano, sob o sol do meio-dia, aguardando o turno da tarde.
Na primeira foto, na esquerda, antes do side-car, se não me engano, o paralama direito de um fusca.
ExcluirEsse trajeto do Bonde 13 foi alterado em Setembro de 1962, deixando de circular na Rua da Passagem e no Túnel Novo, passando a ser pela General Polidoro, Túnel Velho, e Siqueira Campos, permanecendo assim até a sua extinção em Março de 1963. Já a linha do Bonde Jardim Leblon demorou um pouco mais: Encerrou sua atividade em 21 de Maio de 1963, assim como as linhas Avenida, Gávea, Jockey Club, e Jardim Botânico. A circulação dos Trolley-Bus na São Clemente, Voluntários da Pátria, no Humaitá, e na Gávea, só foi possível após 21 de Maio daquele ano. Fotos desse período de transição onde os dois sistemas "conviveram" na zona sul são raras e fica aqui uma sugestão para o SDR. Os dois sistemas acabaram prematura e criminosamente, cuja extinção já naquele tempo, dava mostras de indícios de favorecimento a esquemas criminosos.
ResponderExcluirDuas fotos magnificas da outrora cidade maravilhosa. O bondes supriam plenamente as necessidades do carioca pois estavam em todos lugares da cidade praticamente. Bastaria moderniza-los e hoje estariam levando cariocas e fluminenses sem problemas.
ResponderExcluirImagino que do Centro à Ipanema demorava quase uma hora. Hoje, com o metrô, faz-se em 30 min
ResponderExcluirFico impressionado com o conhecimento do "biscoito". É um espanto!
Bom dia a todos.
ResponderExcluirJuro que estou tentando enxergar até agora o side-car da moto na primeira foto... Mesmo à esquerda.
FF: aqui acabou de passar uma pancada de chuva relativamente forte. Em outros pontos, o relato foi mais cedo.
Augusto, troque o monitor ou o par de óculos.
ExcluirA moto com side car está estacionada
Excluirna frente do Fusca, á esquerda
Ainda fico estupefato com a qualidade do asfalto,a mão de obra de outrora era muito boa.
ResponderExcluirMeu pai levava 1 hora no 66 da Tijuca a Praça 15.
ResponderExcluirBom dia ! Estou plenamente de acordo com obiscoitomolhado. No lugar dos ônibus, deveria entrar o VLT, como meio de transporte auxiliar local, do metrô. Pelo menos de início em todo centro da cidade e, paulatinamente, ganhando os demais bairros. Santa Teresa poderia entrar junto com o centro. Uma dúvida, será que o VLT se adapta a subidas e descidas ?
ResponderExcluirImperioso seria o fato de as linhas do VLT terem que ser "dedicadas", ou seja, exclusivas para o mesmo, para poderem circular com êxito, o que seria um grande problema no caso de Santa Teresa.
Quem sabe se, no futuro, ônibus elétricos (não chifrudos, é claro !) não poderiam substituir inteiramente os a diesel hoje em circulação ? A senhora poluição agradeceria imensamente. Assim, poderíamos ter uma grande rede servida por metrô, VLTs e ônibus elétricos, de acordo com as peculiaridades de cada bairro. Enfim, tudo elétrico. Nada mais baseado em petróleo. O futuro, sem dúvida, deverá ser algo parecido com isso...
Walter, nos anos 50, a Edgard Romero em Madureira já tinha via exclusiva destinada aos bondes. Tudo é uma questão de planejamento. Aqui no Brasil os interesses prioritários são os da corrupção, da política, do tráfico, das empreiteiras, e das empresas de ônibus. Mas quando as depredações e o vandalismo de que os transportes são alvo, fica difícil qualquer investimento mais complexo. Os ônibus Brt, suas instalações, e estações, estão em pedaços, já que grande parte de seus trajetos atravessam favelas. Aliás ontem foi censurado aqui um comentário meu a respeito de favelas, mas eu continuo a afirmar que são o câncer desse país devido à leniência com que são tratadas. No Jacarezinho, a estação ferroviária frequentemente é fechada devido aos confrontos na favela, no dia de ontem as manifestações de marginais travestidos de moradores, paralisaram São Conrado ee Vidigal. Bondes e VLTs seriam o ideal, mas como se sabe no Rio de Janeiro, em grande parte da cidade, devido ao estado de selvageria reinante, o transporte adequado é o "cipó". Portanto, muita coisa precisa ser mudada.
ExcluirConcordo inteiramente com você, Joel !
ExcluirBom Dia ! Em uma visita de Busólogos à uma Empresa de ônibus(que meses depois fechou as portas) falei do assassinato dos bondes e dos lotações, das atuais situações criadas que chegam nas Empresas como "bandarillas" para minar suas estruturas e deixa-las de joelhos. Este ano , (até onde sei) das 8 empresas que estão em dificuldades 5 já estão com o encerramento das atividades programadas.
ResponderExcluirA Paranapuan, que está na Ilha há 68 anos é uma que está na fila da UTI. O que virá é uma incógnita, uma vez que a Ideal , caso assuma as linha, terá o monopólio dos transportes na Ilha...
ExcluirAugusto, o "side car" é o que tem o estepe na traseira e realmente parece "emendado" com o carro estacionado logo à frente.
ResponderExcluirEm volta da Lagoa, Jd. Botânico e indo pelo Humaitá até a Estação Botafogo são locais que precisam de um bonde VLT. E se tiver como passar pelo Rebouças haveria ligação direta com a Z. Norte.
Li que a prefeitura de Volta Redonda aprovou um teste com ônibus elétrico de baterias e pretende efetivar esse meio de transporte por lá. E pensar que Av. Rio Branco já teve veículos como esse entre a Pç. Mauá e a Cinelândia, lá pelos anos 1920 e/ou 30.
Exato. O ângulo da foto me induziu a achar que o side-car da moto era o carro da frente.
ExcluirO grande problema das viúvas é que o sentimento nostálgico acaba impregnando a realidade.Uma coisa é falar que o sistema de transporte coletivo do Rio é uma zona completa recheada de corrupção e outra é dizer que os bondes eram maravilhosos. Uma grande inverdade pois quem viveu aquela época sabe como funcionavam as latas de sardinha.Sem organização, sem conforto e sem eficiência. Quem dependia deste meio de transporte estava lascado.Existem até boas músicas ironizando a coisa.O comentarista Bahia tem um lampejo de lucidez quando faz comparação de tempo com o metrô. Mas a segurança, organização e eficiência estão séculos adiante.Inebriadas pela aura nostálgica destas charretes as viúvas esquecem Tudo,mas continuo sendo Do Contra.
ResponderExcluirBoa tarde a todos. O sistema de transporte do RJ para ser realmente eficiente, teria a necessidade de utilizar vários modais e todos eles integrados, ficando ao usuário de acordo com sua necessidade fazer uso da integração ou não. Porém deveria partir do princípio de que todas as viagens de longo curso seriam usados somente trem e metro, e de médio curso, VLT e ônibus, já as de pequeno curso dentro do próprio bairro as Vans. Porém o fundamental para o bom funcionamento de um transporte público eficiente é a malha dos principais modais de longo percurso, trens e metro. Já sobre os bondes, cujas as fotos mostram uma cidade muito melhor em todos os sentidos, como diz a música, só deixou saudades em nossos corações.
ResponderExcluirUma coisa é certa: o fim do "compadrio entre a quadrilha de Cabral e do PMDB com as empresas de ónibus estão levando-as á bancarrota. Já vão tarde...
ResponderExcluirBondes modernos sim, onde o metrô e o trem não existem e até em locais para desafogar os outros modos de transporte coletivo. Se o governo estivesse ao lado do povão teria preservado algumas linhas nos anos 60 e planejado a modernização, pois eles, os bondes, exitem em várias cidades consideradas modernas.
ResponderExcluirRecentemente perdi mais de meia hora, tentando explicar a um parente recém chegado de Portugal o que era aquela estrutura do BRT no Aeroporto do Galeão e seus complementos; elevados , pontes e viadutos.
ResponderExcluirA pergunta que ele repetia sem parar era : Mas tudo isso para passar um ônibus a cada 20 minutos? Não passa mais nada por ai ???
Realmente coisas difíceis de $erem explicada$$$$...