Hoje temos duas fotos do Cinema Império, na Cinelândia. A
primeira foto mostra o cinema , na Praça Floriano nº 19, no Centro,
inaugurado em 1925 e demolido em 1978. Pelo filme em cartaz, "Terra em
Transe", de Glauber Rocha, com os atores Jardel Filho, Paulo Autran, José
Lewgoy, Paulo Gracindo, Hugo Carvana, Danuza Leão, Mario Lago, Paulo Cesar
Pereio, Flavio Migliaccio, entre outros, estimo como sendo o ano de 1967.
O
mobiliário urbano chama a atenção: o sinal de trânsito, os postes, os
indicadores de ruas, são bem anos 60. Ainda vemos os trilhos de bonde, que já
não circulavam por aí nessa época. A pastinha do homem de terno, à esquerda,
também era um objeto bastante comum na época, assim como as manifestações dos
estudantes que, a partir do ano seguinte, com o a AI-5, se tornariam de grandes
proporções e quase diárias. O letreiro do Banco Boavista e um caminhão Fargo
completam a foto.
Na
segunda foto, mais antiga, vemos que no local do Banco Boavista existia uma
loja de seguros e um clube de xadrez. A época desta foto é início dos anos 50
quando esteve em cartaz o filme “Dançarina Infernal”, com Vera Molnar e Robert
Lindner.
Os
automóveis serão identificados pelos especialistas.
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Local emblemático da história recente do Rio de Janeiro. Em 1967, a "temperatura" da ditadura militar ainda não tinha entrado em ebulição e esse tipo de manifestação ainda era possível sem que houvesse algum tipo de repressão. No ano seguinte é que "as coisas iam esquentar". Estive no último Sábado exatamente nesse local, onde existe um elevador de acesso à estação do Metrô e a situação é bem diferente. Moradores de rua em quantidade "somaliana" e apesar de estar em horário vespertino, não vi nenhum policial do "Centro Presente". Pude observar a rotina de "entra e sai" do bingo clandestino que funciona no térreo do Edifício São Borja.
ResponderExcluirNa segunda foto um Kaizer e na frente dele me parece um Nash Metropolitan se não estou enganado. Nunca fui a esse cinema. Trabalhava no centro nessa época e passei vários apertos com a PM distribuindo bordoadas a torto e a direito . Tempos difíceis .
ResponderExcluirÉ verdade Mayc, tempos difíceis. Muita gente teve "problemas" com os militares, seja por opiniões, desavenças, e vários receberam cascudos e safanões, sendo que muitos tomaram "chá de sumiço", alguns deles não esclarecidos até hoje. Afinal "os tempos eram outros"...
ExcluirCustei a matar o caminhão da primeira foto. Vi que não era Fargo e saí na pesquisa. É um International L-160, de 1950. Na segunda foto, dois carros primos e raros, Kaiser-Fraser 1948 e o Kaiser, de 1951; todos vinham com um subtítulo Manhattan, menos os que não eram Manhattan. Daí, só especialista de verdade sabe distinguir. Mas é bem curioso estarem juntos, pois são raros, já que em termos de produção não chegaram a 2% da produção americana, ano a ano. Lado a lado com o Kaiser 1951, o escuro, temos outra coincidência, dois Austin: o que aparece por inteiro é um Hereford A-70 e o que está na calçada é um Somerset A-40. A janela traseira guarda semelhanças. Na frente do Austin A-70, um táxi Chevrolet 47-48 e mais na frente, outro táxi, creio que Chevrolet 51..
ResponderExcluirsobre os trilhos do bonde um Austin A40 Somerset do início dos anos 50. Ao seu lado um Kaiser da mesma época e atrás deste o que parece um Plymouth, bem detonado. Deixo os detalhes para obiscoitomolhado. Estou com preguiça de pesquisar.
ResponderExcluirBom Dia! Mayc: Apesar de nesta época eu circular muito pelo Centro da Cidade,nunca levei borrachadas porque quando via manifestações desses " estudantes profissionais " a serviço das esquerdas,simplesmente saia de perto. O Caminhão da foto um me parece ser um International L 180
ResponderExcluirEstou vendo um Austin "Ovo de páscoa"....
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirRegião que freqüentei assiduamente até alguns anos atrás. Atualmente passo muito esporadicamente. Coincidentemente sou freguês do Mac Donalds existente no prédio atual.
Gostei dos estudantes profissionais do Xará..Gosto também dos cascudos e safanões e como são inseridos.A pastinha do cavalheiro era um espanto e quem as possuía geralmente carregava "duplicatas".Outros tempos....
ResponderExcluirBelletti, esses "estudantes profissionais" eram mesmo arrogantes, do tipo "esquerdopatas" que, à semelhança dos dias atuais, eram agitadores ou subversivos", quase sempre maconheiros. Só que naquele tempo "o pau cantava em casa de noca" e tem gente que até hoje ainda "sente na pele" os reflexos das borrachadas...
ExcluirPelo jeito, pessoal fez muita passeata da TFP...
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