Total de visualizações de página

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

CORTE DO CANTAGALO



 
As três fotos de hoje mostram como era, no final dos anos 50 e início dos anos 60, a extremidade do Corte do Cantagalo no lado da Lagoa.
Era um cruzamento sem sinais de trânsito, com múltiplas opções para os motoristas: descendo o Corte, vindo de Copacabana, se podia virar à direita em direção ao Humaitá. Ou cruzar o fluxo de trânsito em mão-dupla da Epitácio Pessoa para virar à esquerda em direção a Ipanema. Os carros que vinham do Humaitá seguiam para Ipanema ou subiam o Corte, cruzando o fluxo que vinha de Ipanema para o Humaitá. Já os que vinham de Ipanema seguiam para o Humaitá atravessando o fluxo que vinha de Copacabana para a Lagoa ou dobravam à direita para subir o Corte. Enfim, um pandemônio onde os mais impetuosos levavam vantagem. No final da década de 60 a duplicação da Epitácio Pessoa e a construção do Viaduto Augusto Frederico Schmidt resolveu o problema.
Na primeira foto vemos pedestres atravessando bem no cruzamento, numa época em que o tráfego era muito pequeno. Fora da foto, à direita, ficava o Posto Ipiranga, que vemos na terceira foto. Ao fundo vemos um esqueleto de um prédio que ficou inacabado por anos, até ser demolido. E as casas da família Klabin e a do Senador Filinto Muller, na então chamada Praça Corumbá (hoje Praça Filinto Muller).
A segunda foto mostra o cenário de quando fui morar na Lagoa, no final da década de 50. Ao fundo, a pedreira numa época em ainda havia detonações de dinamite duas vezes ao dia, interrompendo o trânsito da Av. Epitácio Pessoa por cinco minutos, de manhã e à tarde. O esqueleto do prédio vizinho ao Corte do Cantagalo, ainda esperava pela demolição.  Acho que este prédio estava destinado a ser um hospital. Quem seria o proprietário? Algum grupo privado ou algum dos IAP's?
A terceira foto mostra o Posto Ipiranga, na esquina do Corte do Cantagalo com a Avenida Epitácio Pessoa, em 1959. O tráfego de automóveis na Lagoa era reduzidíssimo (praticamente nulo após as 20 horas) e tinha, neste posto, o único estabelecimento comercial além do Bar Lagoa, em todo o trecho entre o Jardim de Alá e o Corte do Cantagalo. No final da década de 1960, aí abastecia de gasolina e tratava com carinho o meu primeiro fusca. Nesta época, nem todos tínhamos telefone, dada a dificuldade de se obter uma linha. Nem lembro de quantas vezes fui usar o telefone público do posto, daqueles antigos, com ficha telefônica comprada no balcão. Durante muito tempo este posto Ipiranga distribuiu um exemplar do JB para seus fregueses, uma novidade na época. O posto sobreviveu até os anos 90, quando foi demolido para dar lugar a um arranha-céu. O automóvel parece ser um Skoda 1951, modelo 1101.

16 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Na época do falecido fotoblog postei uma série de fotos da obra de abertura do corte na década de 30.

    ResponderExcluir
  2. Tenho algumas lembranças da Lagoa, principalmente em 1970, época em que estudei no C.Brasileiro de Almeida, na Saddok de Sá. Mais de uma vez gazeteei aula e andei até o Tobogã da Catacumba. Não me lembro se o viaduto do Corte estava pronto ou não, mas o movimento de carros era bem menor. Nem eu nem os colegas de gazeta fomos alguma vez perturbados ou incomodados por moleques ou pivetes da favela da Catacumba. Não custa lembrar que o Colégio Brasileiro de Almeida foi pioneiro no uso de relógio de ponto para marcar a entrada e a saída do colégio. Havia um porteiro de nome Delvaux que, fardado, controlava a entrada. Para "matar aula" usávamos de astúcia para iludir o porteiro e marcar o ponto.

    ResponderExcluir
  3. Antes de ser Ipiranga, o posto era Gulf Petroleum. Saudades do imperialismo...
    O Skoda podia ser 1101, ou 1102. Com alavanca de marcha na coluna, grade com barras gorduchas, parachoques com parte pintada na cor do carro e painel bonitinho era 1102 - como parece ser o caso do Skoda da foto. O ano poderia ser de 49 a 51. Foi o primeiro carro do meu pai aqui no Rio e havia assistência autorizada na Rua Real Grandeza, a Auto Central. Nos anos 60, com a entrada do carro nacional, fechou, mas o prédio ainda está lá.
    Na primeira foto, um Plymouth 51-52 faz a curva, enquanto um DKW alemão, de 53 com seu vidro traseiro grande, curte uma sombrinha.

    ResponderExcluir
  4. Complementando o comentário anterior, eu me lembro que as ruas Redentor, Nascimento Silva, Alberto de Campos, Barão de Jaguaribe, e Saddock de Sá, tinham durante o dia um movimento reduzido e um grupo de alunos usando uniforme cinza chamava atenção. Daí a idéia era circular pela Montenegro, pois chamaria menos atenção. Nunca fui apanhado, mas houve casos em que ligaram para a direção do colégio denunciando a circulação de gazeteiros, que foram suspensos. FF: Sérgio Cabral resolveu "abrir o bico" e denunciou nominalmente muita gente, inclusive a Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde D.Orani Tempesta também "levou algum". Segundo Cabral, ele próprio mandava R$ 150.000,00 mensais para Pezão. Mas isso é só a ponta do iceberg. Tem muito bandido ainda com mandato eletivo solto. Com relação ao ex-Procurador Geral de Justiça Claudio Lopes, chefe do MP no governo Cabral, treze desembargadores do TJ se declaram "impedidos de atuar" por razões óbvias. Se a Lava-toga realmente prosperar e for conduzida com isenção, será preciso extinguir o poder judiciário no RJ, dada a quantidade de "células cancerígenas" e onde os livores da morte podem ser pressentidos à distância...

    ResponderExcluir
  5. Bom Dia! Nos bons tempos de motorista de taxi,abasteci muitas vezes meu fusca 1300 neste posto. FF: A TV está dizendo que um trem de passageiros chocou-se com um trem de serviços. O certo seria dizer que um trem de passageiros colidiu com outro trem de passageiros que estava fora de serviço. O trem de manutenção quando em serviço,a seção é desligada.passando a linha do lado a operar nos dois sentidos.Por algum motivo a manobra fugiu do controle do CTC (Centro de Controle de Trafego)

    ResponderExcluir
  6. Como se costuma dizer aqui,"outros tempos...".Nunca fui a Lagoa neste época e confesso que hoje ainda considero um local muito bonito.O Posto Ipiranga já estava lá.....
    O Sergio Cabral deve estar agora falando toda a verdade,mas deveria ter tomado esta iniciativa desde sempre,pois agora fica párecendo "busca de acordo".E hoje mais uma relação de beneficiados da OAS circulando no Globo.Tudo figurinha carimbada....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É melhor ficar vendo estas fotos antigas do que ver esses canalhas que aparecem na TV. 100 milhões de dólares! Isto é o que admitiu. Imaginem todo o resto. Uma corja imensa que, como diz o Lino, deviam ser punidos em praça pública. Agora se dizem arrependidos, sem nenhum arrependimento. É de dar ânsias de vômito.

      Excluir
  7. Lembro muito do Posto Ipiranga, quando ainda era Gulf nos anos 50. Foi um dos primeiros postos da rede Mercantil Itaipava, que pertencia aos sócios Pedro Capeto e Benedito Brotherhood. Tinham muitos postos na Zona Sul da cidade. Eles também eram donos da concessionária Guanauto, no belo prédio onde também funcionou a Mercantil. Pedro era um homem elegante que trabalhava de terno e era sogro da famosa estilista Isabela Capeto. Foi um dos melhores amigos do meu pai, que tb tinha uma concessionária VW.

    ResponderExcluir
  8. Esses depoimentos do Cabral são de causar náuseas mesmo. Pergunta que não quer calar: e o Eduardo Cunha, quando é que ele vai abrir o bico?

    ResponderExcluir
  9. Alvíssaras! Ainda bem que o "gerente" admite que "soluções como essa se fazem necessárias. Sou um ferrenho adepto do cumprimento das leis. É fato que a C.Federal de 88 além de ter sido escrita por esquerdistas da pior espécie e somos obrigados a cumpri-la, e isto é ponto pacífico. Porém o próprio poder público é o primeiro a não cumpri-la em centenas de pontos dos quais vou enumerar alguns. O artigo 5° reza que "todos são iguais perante a Lei sem qualquer distinção de raça, credo, etc," correto? A imunidade parlamentar, o foro privilegiado, as regalias de políticos, de juízes, e do MP, onde recebem o quanto querem e desejam à revelia da Lei e onde criminosas leis orgânicas por eles elucubradas os protegem mutuamente, as cotas para negros, índios, e gays,e muito mais, tudo isso é inconstitucional, pois esses exemplos violam toda a essência do texto da "Carta Magna". E essa "Constituição" garante à todos um sistema de saúde e educação de qualidade! Não é uma fofura? E como acham que esse esquema criminoso montado durante mais de 30 anos pode ser desmantelado? Com "abraços na praça", "ações sociais", "bolsas alguma coisa", e "eventos esportivos"? Como podem exigir o cumprimento da constituição se eles próprios a violam? Apearão do poder, largarão as armas, o tráfico, e os mandatos para em seguida "aceitarem Jesus"? Não me façam rir, !968 ainda não acabou...

    ResponderExcluir
  10. Antes tarde do que nunca. Agora é que vi a postagem de ontem e me fixei no comentário do Sr.Contra mão, vulgo "Do Contra" sobre a broca de dentista moderna. Isso me levou aos idos de 60 lá em Fortaleza: O FOA, meu Tio, certo dia pediu para que eu o acompanhasse ao Dr.Protético lá na Praça do Ferreira para continuação de seu tratamento dentário. Bem, o cabra era corajoso demais e foi quase amarrado ao Dentista pois tinha horror a broca que era acionada pela aquela engenhoca de pequenas roldanas acionada por cordinhas a no máximo 30 RPM e olhe lá. Ao chegar a grande surpresa: não existia mais cordinhas e em seu lugar ouvia-se aquele barulho agudo de uma ultra rotação que deveria passar de 1.000 rpm suponho. Uma pequena experiência no dente cariado do FOA e a resposta dele foi imediata. Uma beleza, não dói nada. Pode começar o serviço, falou. E lá se foi o Dr.Protético na missão de alargar a carie para o concerto quando de repente no auge do contato passou um ventinho na sala e o Dr....aaatchim...grande espirro afundando de vez a mão no dente que em milésimos de segundo sumiu praticamente a ponto dele ficar banguela. Então atônito perguntou praticamente sem dente: Que houve? O Dr. é...espirrei...

    ResponderExcluir
  11. Lembro bem deste cruzamento do Corte. Era confuso mas dava tudo certo com cada um cedendo um pouco. Depois da abertura do Rebouças se podia ir do Leblon à Rio-São Paulo sem pegar nenhum sinal. E as ruas internas de Ipanema e mesmo a orla não tinham quase nenhum sinal. Hoje em dia para se atravessar toda a Vinicius de Morais se para em uns 6 sinais face à falta de sincronia entre eles. Acho que o trânsito atual necessita de sinais mas inteligentes. E em outros países do mundo se usam as rotatórias e funcionam bem. Mas é como o Joel comenta, lá eles são civilizados e obedecem as regras.

    ResponderExcluir
  12. Boa noite a todos. Como hoje só agora pude ver as fotos do dia, e como não é da minha jurisdição e nada sabia do local a época, bastou ler os comentários do dia para aprender. Quanto as declarações do S.C., nada me surpreende mais, para mudar só punindo em Praça publica.

    ResponderExcluir
  13. FF: Por incrível que possa parecer recomendo a leitura da coluna de hoje do "comunista" Merval Pereira no Globo.

    https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/escolas-com-outro-partido.html

    ResponderExcluir
  14. ...achava que 'as 3 primeiras' fossem bem mais antigas!
    Praticamente nenhuma construção entorno.
    Frequentei o PARQUE DA CATACUMBA e o dos PATINS. E lembro da polêmica ESTRELA.
    Andar de pedalinho causava um certo temor.
    Até tenho um parente que reside nas edificações perto da "clareira" (alias há anos teve um deslizamento onde o 1O ANDAR DE UM DESTES PREDIOS FOI MEIO QUE ANIQUILIDO).
    Além das CONTENÇÕES no morro próximo. um avanço de engenharia na época.

    ResponderExcluir