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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CASA DE JAMES DARCY





 
A pedidos reproduzo fotos da casa de meu tio-avô James Darcy, cujo endereço era Rua Figueiredo Magalhães nº 1, esquina com Avenida Atlântica.
 
Amanhã, a pedido do Waldenir, veremos fotos do interior da casa, demolida em meados da década de 1950, sendo construído neste terreno o Edifício Vesper.
 
Sobre James Darcy, assim escreveu Gilberto Amado ("imortal" da ABL, poeta, diplomata e jornalista), por ocasião de sua morte:
 
"James Darcy nasceu no Rio Grande do Sul em 1876, tendo sido um notável homem público. Foi fulgurante expositor, na Federação de Porto Alegre, das idéias e programas de Júlio de Castilhos. Foi jurisconsulto, Consultor Geral da República, sucessor de Clovis Bevilaqua, colaborador de Rio Branco, que tantas missões difíceis e de alto alcance internacional e nacional lhe confiou.
 
Foi professor universitário, administrador das Caixas Econômicas e presidente do Banco do Brasil; homem múltiplo em tantos aspectos desdobrado ao longo de uma vida de trabalho e atividade intelectual.
 
A sua casa, nas primeiras décadas do século XX, cheia de sua biblioteca, uma das mais completas do Brasil e certamente a mais completa do ponto de vista da bibliografia política e literária, era uma espécie de abrigo espiritual e moral onde se viviam instantes altos e simples, nobres e alegres.
 
A mesa, certos domingos, tinha que ser encompridada, de ponta a ponta da sala de janelas abertas sobre o mar murmurante na praia deserta ainda não cortada de tanta buzina de automóvel.  No meio de todos, James Darcy que a todos era superior em tanta coisa, por certo que de autoridade que nele espontaneamente emanava, animava-os, guiava-os, fazia-os dar o máximo naquelas horas fugidias.
 
James Darcy tinha conhecimentos extensíssimos não só literários como de todas as belas artes. Ouvir-lhe descrever uma visita ao Vaticano ou ao Palácio Pitti era um encantamento. Sabia do que falava e só falava do que sabia. Sua voz esplêndida, seu ar fidalgo, seus traços nobres sugeriam comparações. Pensava-se num paladino, num navegador genovês.
 
Sua carreira política foi breve; seu gosto por ela efêmero. Dedicou-se aos livros e aos amigos. Aqueles, lhe enriquecendo o espírito, o tornaram a estes ainda mais querido. Sua importância foi grande. Sua presença não se apagou com sua morte no Rio Grande do Sul em 1952; durará para sempre na saudade dos que o conheceram.”
 
 

16 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Hoje é o Vale a Pena Ler de Novo. Acompanharei os comentários.

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  2. Como dizem alguns comentaristas deste fotoblog o Flamengo foi ajudado pelo VAR.

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  3. Bom dia,Luiz,pessoal,
    Sinto-me honrado em ser citado como sugestão de postagem.
    A casa do seu tio era de um ecletismo tipicamente inglês,com alguns detalhes notavelmente florentinos, como o arco da entrada principal e as pequenas janelas em série no terceiro andar.O revestimento em pedra rústica, tão comum nas obras industriais britânicas do século XIX, também comparece nos três pisos.
    O portão ficava exatamente na esquina, como vemos no Castelinho do Flamengo.Imagino que a parte lisa nos fundos sejam as acomodações dos empregados a a garagem.
    Pelo depoimento de Gilberto Amado, fica a certeza de que seria uma pessoa que eu gostaria de ter conhecido, teríamos muito a conversar, lembrava muito meu Pai.
    O interior deveria ser interessantíssimo, vou deixar este comentário para amanhã,após vê-lo.
    E,de quebra, ainda vemos o posto salva vidas "antepassado" direto daquele mostrado ontem.O Art Deco era bem mais bonito!

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  4. Bom dia!

      A moça na 3ª foto não é uma Guinle?

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    1. Sim. Foto do acervo do prezado Silva. Ela estava em frente ao Palacete Guinle, que ficava do lado da outra esquina da Figueiredo Magalhães.

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    2. Muito parecida com a nossa contemporânea atriz.

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  5. Como descrito no texto, sobre as qualidade de James Darcy, "sabia do que falava e só falava do que sabia"... Bons tempos em que as pessoas agiam e pensavam assim...

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    1. Se todos seguissem esta qualidade de James Darcy a maioria emudeceria.

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  6. Não gosto de olhar a postagem em tela. É que fico zuado com a pobreza da minha igreja cada dia mais infestada de tarjas verdes...Com um templo como o do senhor Darcy,o dizimo poderia ser multiplicado muitas e muitas vezes....

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  7. Imagine administrar uma mansão desse tamanho. Com certeza tinha uma governanta ou um daqueles mordomos de estilo britânico.
    Só jardineiro que não tinha muito serviço.

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  8. https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/guia-do-terraplanista-ambiental.html


    E o excrementíssimo agora usa Compacctor, já que descobriu que a Bic é francesa...

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